quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Continuação da Correcção da Prova de avaliação.

II

2. Falácia de autoridade não qualificada: A gasolina Galp é a melhor porque o Figo, que é o melhor jogador de futebol só consome Galp.
3. Argumento não válido porque o Figo pode ser autoridade em questões de futebol mas não em questões de combustível. Terá força psicológica mas não tem validade lógica, isto é, as premissas são insuficientes para sustentar a conclusão.
4. a.  Argumento dedutivo hipotético/condicional Modus Ponens.
4.b. Argumento dedutivo. Silogismo categórico
5. a. Se P então Q
        P
        Logo, Q
5.b. Alguns A são B
       Todo o C é A
       Todo o C é B
6. a. Válido. Afirmação do antecedente.
6.b. Inválido, viola a regra da distribuição do termo médio. Num silogismo o termo médio tem de estar pelo menos uma vez distribuído. Ora, neste silogismo, o termo médio não está distribuído nas duas premissas onde ocorre. Termo médio: "Projectos ecológicos"

III

1. "Todos os que têm pensamento criativo e criam novas alternativas são membros dissidentes
    Uma sociedade aberta valoriza o pensamento criativo e as novas alternativas
    Logo, uma sociedade aberta valoriza os membros dissidentes."

2. "Uma pessoa ou é amável ou não desculpa aos seus amigos
O João desculpa aos seus amigos
logo, o João é amável"

IV
1. Argumento de autoridade qualificada porque Einstein é um Físico que tem conhecimentos científicos nesta área, esses conhecimentos são reconhecidos pela comunidade científica.
1.a. É válido porque a comunidade científica corrobora deste argumento e não existem opiniões divergentes.

2. a. " Matar pessoa é crime
         A pena de morte mata pessoas
         Logo, a pena de morte é crime"
2.b. "Se os direitos dos animais fossem respeitados não se matavam animais para confecções de roupa
        Matam-se animais para confecções de roupa
        Logo, os direitos dos animais não são respeitados."

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Correcção da prova de avaliação de 5 de Dezembro 2011

I
1.CONCEITO: LÓGICA FORMAL E INFORMAL
A Lógica formal estuda a validade dos argumentos segundo a sua forma lógica. Só os argumentos dedutivos têm forma lógica Nestes argumentos se aceitamos as premissas e se o argumento for válido temos de aceitar a conclusão, porque a conclusão segue necessariamente das premissas. A estrutura da argumentação não depende do auditório, é impessoal e universal, válida para qualquer auditório ou inválida, não depende do contexto em que é usada. A verdade da conclusão é necessária e indiscutível se aceitarmos a verdade das premissas. A linguagem utilizada não é adequada a um contexto definido ou singular, é uma linguagem isenta de ambiguidade, que pode reduzir-se a uma simbologia. Pelo contrário na Lógica informal vale a arte de argumentar, é o domínio da persuasão visto que o assunto é susceptível de discussão. Argumentação serve para fundamentar uma perspectiva mas sem que esta se apresente como única, embora as premissas sejam verdadeiras a conclusão é provavelmente verdadeira, se utilizarmos argumentos informais. Diz respeito a valores, aos valores do orador e do auditório, às suas crenças e convicções e utiliza uma linguagem natural, cuja eficácia depende do contexto e do auditório.

2. CONCEITO: COGÊNCIA
Este critério define um bom argumento. Exige-se que um bom argumento tenha premissas verdadeiras, conclusão verdadeira, seja válido e que as premissas sejam mais plausíveis que a conclusão. O critério de plausibilidade remete para o estado cognitivo do auditório, plausível é a premissa que é aceite por um determinado auditório. Assim sendo a cogência é informal porque depende do conteúdo das premissas, e do estado do auditório onde o argumento é defendido.

3. CONCEITO: VALIDADE DE UMA ANALOGIA
Um argumento por analogia é válido se as semelhanças entre os elementos que se comparam forem relevantes para o tópico que se quer provar (relevante significa que são importantes, têm relação lógica com o tópico que se quer provar). Não podem haver diferenças significativas.
CONCEITO: VALIDADE DE UMA INDUÇÃO
Um argumento indutivo é válido se a amostra utilizada for representativa, não tendenciosa e se não houver contra-exemplos que possam refutar a conclusão.

4. CONCEITO: DEMONSTRAR E ARGUMENTAR
A demonstração é Constringente, se aceitamos as premissas e se o argumento for válido temos de aceitar a conclusão, porque a conclusão segue necessariamente das premissas, não depende do auditório, porque é impessoal e universal, válida para qualquer auditório ou inválida, não depende do contexto em que é usada. A verdade da conclusão é necessária e indiscutível se aceitarmos a verdade das premissas. A linguagem utilizada não é adequada a um contexto definido ou singular, é uma linguagem isenta de ambiguidade, que pode reduzir-se a uma simbologia. Pelo contrário na Retórica vale a arte de argumentar, é o domínio do preferível ao invés do verdadeiro, pois o assunto é susceptível de discussão. A Argumentação serve para fundamentar uma perspectiva mas sem que esta se apresente como única, embora as premissas sejam verdadeiras a conclusão é apenas provável, se utilizarmos argumentos informais. Diz respeito a valores, aos valores do orador e do auditório, às suas crenças e convicções e utiliza uma linguagem natural, cuja eficácia depende do contexto e do auditório.


5. CONCEITO: FALÁCIA

Argumento falacioso é aquele que parece ser válido mas não é válido ou porque tem premissas falsas ou porque as premissas não são suficientes ou relevantes para retirar uma conclusão. Por ter uma falsa aparência este argumento é enganador. Pode ser eficaz pela força psicológica mas não tem validade lógica.


VALIDADE LÓGICA
A validade lógica em sentido geral, não apenas formal, depende do modo como as premissas sustentam ou justificam a conclusão de um argumento. Se a conclusão do argumento se segue das premissas ou não.

II
TESTE A
Falácia Ad baculum, ameaça velada. Premissas não são relevantes para a conclusão. Não são apresentadas razões que estejam directamente relacionadas com a conclusão.


 Argumento ad hominem, ataque ao homem, falácia de premissas irrelevantes para a conclusão, não há relação lógica entre a qualidade do jornal e os vícios privados do director..

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Trabalho sobre o Górgias de Platão

Para as Turma 11ºF e 11ºG

Trabalho para férias  a entregar por correio electrónico para logosferas@gmail.com.




Estrutura: 3 páginas A4
Espaçamento: 1,5 entre linhas
letra tamanho 11
é permitida uma imagem


Obectivos: Ler as páginas 4 a 18 da obra de Platão "GÓRGIAS" - ver a versão electrónica no post anterior.


CONTEÚDO DO TRABALHOBreve introdução à obra e ao autor
Responder às seguintes questões:
1. Quem é Górgias?
2. Em que consiste a Arte da Retórica, segundo a sua opinião (de Górgias)?
3. Quais os argumentos utilizados por Sócrates para refutar a opinião de Górgias?
4. Em que consiste, para Sócrates a Arte da Retórica? Explicite.


BOM TRABALHO!

domingo, 4 de dezembro de 2011

www.LivrosGratis.net :Górgias - Platão
Nome: Górgias - Platão
Nome Original:
Autor: Platão
Gênero: Filosofia
Ano de Lançamento: n/a
Editora: n/a
Sinopse: Górgias é um diálogo de Platão, filósofo grego do século V a.C., e que fala, inicialmente, do papel da Retórica, qual a sua função e como esta deve ser usada, contrapondo o seu uso habitual - o dos sofistas (representados por Górgias, Polo e Cálicles) - com uma nova visão - a do filósofo Sócrates - que conclui que esta é não só inútil, mas mesmo imoral.

Iniciando um debate com Górgias, Sócrates induz o seu oponente em contradição, levando-o a dizer que a Retórica, a arte dos discursos políticos que tem como objecto a justiça, pode ser usada de forma errada e, ao mesmo tempo, que todos aqueles que a aprendem são incapazes de cometer qualquer acto injusto.

Perante esta contradição, surge Polo, discípulo de Górgias, que defende o seu mestre e a sua Arte, afirmando que esta é a mais bela das artes. Sócrates apresenta, então, a sua Teoria da Adulação.

Polo inicia um discurso argumentando que a Retórica dá poder àqueles que a dominam, ao que Sócrates contrapõe com o aparente paradoxo de que os que têm mais poder não são os mais poderosos. Após uma longa discussão, Sócrates obriga Polo a admitir que cometer uma injustiça é mau, e, caso a tenha cometido, o sujeito deve preferir ser castigado a fugir ileso.

Cálicles. o anfitrião, toma então a palavra, afirmando que Sócrates está errado e critica sua forma de debater. Afirma que não existem semelhanças entre as Leis da Natureza e as Leis da Convenção.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Ficha 3



FALÁCIAS

 AVALIE A VALIDADE DOS SEGUINTES ARGUMENTOS


 JUSTIFIQUE.







1. "Porque sou a melhor pessoa para este trabalho? Descobri que, entre todos os outros candidatos, considerando as minhas qualificações, eu sou a melhor pessoa para o trabalho.”



Falácia de petição de princípio, acontece quando a razão apresentada repete o que queremos provar, há portanto uma circularidade no raciocínio, as premissas são insuficientes para aceitar a conclusão.







2. “A minha avó tem dor de cabeça crónica. O meu vizinho também tem e descobriu que o motivo é cancro. Logo, a minha avó tem cancro.”



Será uma generalização apressada se partirmos de um caso para prever que todos os casos com os mesmos sintomas são iguais. Generaliza-se e faz-se uma previsão a seguir. Falácia de dados insuficientes. Podemos também explicar esta falácia como Falsa causa, se considerarmos que não há um laço causal evidente entre a dor de cabeça da avó e o cancro, não há relação de causa efeito entre o cancro e a dor de cabeça.



2. "O Francisco entrou para uma igreja protestante e ficou fanático. Logo, todos os protestantes são fanáticos."



Generalização apressada, dados insuficientes. Uma indução em que a amostra é pouco representativa o que não é suficiente para retirar uma conclusão geral.






3. "Uma linha é composta por pontos. Os pontos não têm comprimento, logo uma linha não tem comprimento."



Falácia de analogia gramatical em que erradamente se transporta a característica das partes para o todo.





4. "Dionne Warwick é uma boa cantora, portanto o serviço esotérico por telefone para o qual faz propaganda é realmente bom."



Falácia de apelo a uma autoridade não qualificada, de facto a cantora poderá constituir uma autoridade musical mas não é uma autoridade especializada em serviços esotéricos pelo telefone. O uso de figuras públicas para persuasão sobre a qualidade de um produto é falaciosa neste sentido, exercem um efeito psicológico sobre o auditório mas são argumentos sem qualquer validade lógica.






5. "O Ronaldo andou nas discotecas à noite, daí o seu mau rendimento e por causa disso Portugal perdeu com a Polónia. "



Falácia de “depois disso, por causa disso”, dados insuficientes não há relação causal entre dois acontecimentos que se sucederam temporalmente, a ida do jogador à discoteca e a derrota frente à Polónia.





6. "Se legalizarmos o aborto teremos uma diminuição da natalidade e se diminuir a natalidade haverá menos gente a trabalhar, logo mais pobreza, a legalização do aborto só traz pobreza."



Reacção em cadeia ou Bola de neve. Acontece quando as premissas apresentam uma reacção em cadeia cuja probabilidade de acontecer é mínima.



7. "A Filosofia de Nietzsche não vale o papel que se gastou a imprimi-la. Nietzsche era um imoralista que, antes de morrer, ficou completamente louco. Por ter contraído sífilis na juventude."



Ad hominem, ataque ao homem. Ataca-se Nietzsche na sua pessoa para concluir sobre o valor da obra. As premissas não são relevantes (não são importantes nem têm relação lógica) com a conclusão.

sábado, 26 de novembro de 2011

Prova de avaliação -Dia 5 de Dezembro 2011

Aristóteles, filósofo grego do sec. IV a.c
Retrato de Aristóteles pintado por Rafael.

Aristóteles é o teorizador da Lógica dos Silogismos e da Retórica. Nas suas obras Organon, Novo Organon e Rétórica expõe um quadro de condições teóricas que permitem compreender os vários usos possíveis da argumentação.





Competências:



1. Aplicar as regras universais a casos concretos.


2. Avaliar a validade dos argumentos.


3. Distinguir conceitos.


4. Definir e exemplificar argumentos.


5. Analisar casos através da compreensão das condições em que ocorre.


6. Compreender conteúdos.


7. Colocar textos argumentativos na forma de siloismos categóricos ou hipotéticos


Conteúdos:


Lógica Formal




1. Lógica Aristotélica:




1.1 As inferências imediatas:


-Conversões e oposições
-Distribuição dos termos nas proposições

1.2. Inferências mediatas:
a. O silogismo.
-Definição de silogismo.
- Forma lógica do silogismo.
- Figuras
-Regras de validade dos silogismos categóricos.

b. Argumentos hipotéticos/condicionais dedutivos:
Hipotéticos, Modus Tollens e Ponens, Disjunção e Dilema: Definição, validade e falácias.

Reduzir um texto à forma padrão (forma canónica) dos silogismos categóricos e hipotéticos, tollens e ponens.

2. Lógica Informal:
a. Distinção entre lógica formal e informal
b. A utilidade de um argumento: Demonstração e argumentação.
c. O critério de cogência.
d. Argumentos informais - não dedutivos
Indutivos, analogias e de autoridade.
d.1. Exemplos e  validade
e. Falácias informais
e. 1. Petição de princípio, ad baculum, ad misericordian, ad hominem, ad populum, ad ignorantiam, bola de neve (reação em cadeia), Post hoc ergo propter hoc),generalização apressada.
e.2. Exemplos e identificação.



BOM ESTUDO!!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Matriz da Prova/Outubro 2011

Turmas 11ºF e 11ºG! Aqui estão as competências e os conteúdos exigidos para realizar uma óptima prova!



Bom estudo! Esmerem-se!
I - Competências:
1. Aplicar as regras teóricas em exercícios práticos.
2. Interpretar correctamente proposições.
3. Memorizar regras e definições
4. Compreender o modo de inferir uma proposição de outra
6. Apreender a forma lógica de uma proposição e de um argumento.

II - Conteúdos:

1.De que trata a Lógica.

2.Verdade e validade.

3.Validade dedutiva e não dedutiva.

4.Validade formal e forma lógica.
5. Lógica Aristotélica:
5.1.Os Termos:
Definição
Extensão e Compreensão.

5.2 As proposições:
- Definição
-Estrutura padrão ou Forma canónica. (A, E, I O)
-Redução de proposições à sua forma padrão

-Classificação de proposições

- Negação de proposições.

-Conjuntos vazios
5.3 As inferências imediatas:
-Conversões e oposições
-Distribuição dos termos nas proposições
5.4. Inferências mediatas:
- O silogismo.
 Definição de silogismo.
- Forma lógica do silogismo.
- Figuras
- Validade e regras de validade.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Prova de Avaliação de 30 de Maio 2011

Paul Gauguin


Competências:




1. Construir um texto argumentativo sobre um problema filosófico.

2. Analisar logicamente um texto filosófico.

3. Explicar determinadas teorias com uma linguagem rigorosa.

4. Dominar e aplicar certos conceitos/chave para a compreensão de um determinado problema.

5. Analisar proposições e argumentos.



Conteúdos:



1. Lógica:

a. Classificação de proposições

b. Identificação e análise de argumentos dedutivos.

c. Regras de validade lógica.

2. Filosofia do Conhecimento.

a. Teoria tripartida do conhecimento

b. Argumentos cépticos.

c. O problema da causalidade em David Hume.

d. Senso comum e Ciência

e. O critério de demarcação: Verificacionismo e falsificacionismo

f. O problema da indução na Ciência.

g. A teoria de Popper sobre a natureza da ciência: Conjecturas e refutações

h. A noção de Paradigma e de evolução descontínua da Ciência em Kuhn

i. Problemas da cultura Científica/Tecnológica (Escolha de um dos problemas)

Estrutura:

I
2x30 Pontos
II
5x8 =40
III
2x30
IV
1x40

terça-feira, 26 de abril de 2011

Trabalho de ensaio.Leituras.

1. Para os temas 1, 2 e 3, as leituras obrigatórias serão os respectivos capítulos do livro "Arte de pensar" 11º Ano. Manual adoptado.
Sugestão de leitura: Tema 1: "Podem as Máquinas Pensar?"
Sugestão:Tema 1: A. I, de Spielberg. Reflexão a partir do filme.

O Tema 4
Tem as seguintes leituras obrigatórias:
1. "A eutanásia um problema ético" de Faustino Vaz
2. Visualização e reflexão a partir do filme Mar adentro de Alejandro Amenábar
3. "Eutanasia por que não
4. "Eutanásia: Algumas Reflexões""

Tema 5:
Capítulo do Manual "Criticamente" 11º Ano da Página 267 à Pág 285 ,a fotocopiar na Reprografia da Escola. (As páginas a fotocopiar estão devidamente assinaladas)

Tema 6:
Capítulo 8 e 9 do Manual adoptado - Pág. 185 à 219
1. " A estrutura das Revoluções científicas" comentário à obra de T. Kunh
2. "Indução e Filosofia da Ciência" Stephen Law

Tema 7.
" O sentido da existência" Tolstoi
Capítulo do Manual de Luis Rodrigues "Introdução à Filosofia" 11ºAno, das páginas 311 à página 331
A fotocopiar

Tema 8
Leitura dos capítulos 4 e 5 da obra de Anthony Flew " Deus (não) existe" Páginas 81 a 107 - A Fotocopiar na Reprografia
Para o tema  "Criacionismo e Darwinismo" os textos: Criacionismo e A velha cruzada dos criacionistas contra Darwin

domingo, 3 de abril de 2011

Correcção do teste 28/29 de Março 2011

I
Na avaliação da prova ter-se-á em conta:

a adequação dos conteúdos,
o domínio dos conceitos/conteúdos
a estruturação do pensamento,
o nível de reflexão,
a correcção da expressão escrita,
a organização das respostas

1. O problema em causa, tal como é enunciado no texto: “Só pelo exame de uma coisa, não poderemos saber quais os efeitos que ela vai produzir.” Examinando um objecto racionalmente, mesmo que sejamos dotados de avançadas capacidades intelectuais, se não tivermos visto como o objecto actua, nada poderemos inferir da sua análise. A criança não pode saber do efeito da bola a saltar, porque não tinha a experiência desse fenómeno, a sua expectativa era a continuidade do que tinha anteriormente adquirido pela repetição, que a bola iria também cair com um baque surdo. Resumindo: a relação causa-efeito não pode ser explicada racionalmente mas através da experiência.



2. O tio já tinha visto o mesmo fenómeno repetidas vezes, esta repetição de dois fenómenos que se sucedem um ao outro em contiguidade, conduz a uma expectativa de que se um suceder o outro irá necessariamente seguir-se, e não pode deixar de suceder. Produz-se uma convicção de que os fenómenos têm uma conexão necessária, ou seja a convicção de que um causa o outro. Mas, segundo Hume essa convicção é apenas o resultado de um hábito psicológico de assistir repetidas vezes à contiguidade de fenómenos. Nem pela experiência poderemos ter a impressão de causa, temos apenas sucessão de fenómenos, nem pela razão há qualquer inferência do efeito que o objecto vai ter apenas pelo exame das suas propriedades. Assim, é este velho hábito que o tio tem e a criança não tem que lhe dá a sabedoria do efeito que a bola vai ter no chão.
EXPLICAÇÃO: O problema da causalidade é apenas um hábito psicológico resultante da repetição dos fenómenos. Não há uma razão para explicar que se há fumo há fogo, nem tão pouco uma só experiência pode estabelecer uma relação de causa efeito. A crença na relação de causa/efeito e do conhecimento que dela deriva, resulta de uma experiência repetida. Os fenómenos sucedem-se continuamente no tempo e no espaço e, por isso, formamos a expectativa de que um está necessariamente ligado ao outro. Se todo o conhecimento começa por impressões, não há nenhuma impressão que corresponda à relação de causa efeito, enquanto relação de necessidade entre fenómenos, assim a única impressão que temos é a sucessão dos fenómenos e a sua contiguidade espacial, por força do hábito somos levados acreditar que um dos fenómenos não acontece sem o outro, mas esse é apenas um hábito psicológico e não uma demonstração de que há uma relação necessária e verdadeira entre os dois fenómenos.

O argumento de Hume é baseado no princípio de que nada podemos saber sem ser através de impressões sensíveis. Ora a relação de causalidade corresponde á impressão de vermos dois fenómenos sucederem-se no tempo e em espaços contíguos. Essa impressão acontece repetidamente, logo criamos uma expectativa e fazemos uma previsão que irá acontecer também no futuro. Mas essa previsão é apenas baseada num hábito psicológico. Nada há racionalmente que possa ligar de forma indissolúvel dois fenómenos. Como a experiência é contingente e a relação causal necessária, então esta é uma ilusão construída pelo hábito psicológico sem fundamento racional ou empírico.
3. Conhecimento de questões de facto e conhecimento de relação de ideias. A primeira proposição dá-nos uma informação sobre o modo como o mundo é, mas o o conhecimento que daí resulta é contingente e não necessário, isto é a ponte 25 de Abril existe naquele lugar e a proposição é verdadeira, mas não de forma necessária, porque não só poderia existir noutro lugar, fazendo a proposição sentido, como poderá ser falsa no futuro, se a ponte deixar de existir ou mudar de nome. Assim, todos os conhecimentos de facto que são justificados pela experiência, não são verdades necessárias.

O segundo conhecimento não nos acrescenta nova informação aquela que já está contida no conceito de quadrado, porque se é um quadrado tem de ter quatro lados, isto é o predicado faz parte da definição do conceito. Por outro lado este conhecimento é necessário, é sempre verdadeiro e o seu contrário implica uma contradição, é impossível pensar o seu contrário, isto é não tem sentido um quadrado ter mais ou menos que quatro lados.
Explicação: Conhecimento de factos é contingente e a sua negação não implica contradição, enquanto que o conhecimento de relação de ideias é necessário e a sua negação implica uma contradição. Explicação: relacionar ideias só necessita de um acordo lógico da razão consigo mesma, é independente dos factos do mundo, logo pode ser um conhecimento necessário visto que está fundado em leis universais e necessárias que são as leis racionais. Quanto ao conhecimento dos factos, necessita da experiência, das impressões e percepções, essa experiência é limitada, visto que o sujeito não pode conhecer todos os factos. A experiência mostra-nos uma realidade em mudança, e a necessidade de alterar crenças, logo ,o conhecimento resultante da experiência, é também contingente, pois poderia ser de outro modo, não podemos ter acesso a verdades necessárias, não é necessário que aconteça assim, há a sempre a possibilidade de mudança, de ser de outro modo.



4. Impressões e ideias são percepções mentais, isto é, constituem todo o conteúdo da mente que podemos conhecer. As primeiras são originais e antecedem as segundas que são cópias feitas mediante a memória das impressões vividas. Podemos ter ideias de objectos nunca antes vividos, se associarmos ideias simples, formando assim ideias complexas como a ideia de vampiro. Podemos também antecipar o prazer ou a dor vividas pela expectativa de as voltarmos a viver. Seja pela memória ou pela imaginação as percepções pensadas, ideias, não são nunca tão fortes e intensas como as vividas, impressões, e sendo que o original é sempre mais forte e perfeito que a cópia, Hume conclui que as impressões são actos originais e que não existem ideias sem na origem estar a impressão interna ou externa equivalente..

II

TESTE 1



1.Se os empiristas tiverem razão, não podemos justificar o conhecimento universal e necessário do mundo.
2. As teorias racionalistas respondem preferencialmente ao problema: Qual a fonte do conhecimento?

3. O principal problema dos cépticos é o de justificar de forma infalível o conhecimento.
4. O cogito é uma ideia verdadeira e inata à razão

5. As faculdades do conhecimento são para Kant: a sensibilidade e o entendimento



TESTE 2

1. A percepção é para os empiristas: todo o conteúdo da mente: impressões e ideias.

2. As teorias racionalistas respondem preferencialmente ao problema: Qual a fonte do conhecimento?

3. O principal problema dos cépticos é o de justificar de forma infalível o conhecimento

4. O argumento da abdução aplica-se quando Hume nega a relação de causa efeito entre os fenómenos.

5. As faculdades do conhecimento são para Kant: a sensibilidade e o entendimento



III



1. Se o espaço e o tempo são construções mentais então elas são necessárias e universais, a priori, logo sendo essenciais para compreender a experiência, isto significa, contrariamente a Hume que não são características dadas pela experiência mas formas humanas de a entender, a mente não é portanto uma folha em branco, ela é activa na construção do conhecimento.
2.Sim, a Física de Newton é exemplo de um conhecimento sobre os fenómenos do mundo, que não sendo analítico visto que nos dá informação que não está contida no conceito, e acrescentando informação sobre o mundo, é um juízo sintético “a priori”. São juízos independentes da experiência, e que são justificados “a priori” por isso são verdadeiros universalmente, visto que são a aplicação das categorias “A priori” do nosso entendimento às formas do tempo e do espaço que também são “a priori” . Justifica-se a gravidade recorrendo a cálculos matemáticos. Este conhecimento sendo sobre os fenómenos do mundo tem um conteúdo empírico, captado pela sensibilidade, mas a sua justificação não é empírica. Porque é o entendimento com as suas categorias que unifica os fenómenos de uma experiência possível e lhes confere as leis que os regulam.



Explicação: São duas as faculdades do conhecimento para Kant: Sensibilidade e Entendimento. A função da primeira é captar sensações e através das suas formas “a priori” do espaço e do tempo , espacializar e temporalizar as sensações obtidas, assim o sujeito do conhecimento terá acesso aos fenómenos(tudo o que se manifesta no espaço e no tempo) essa primeira forma de conhecimento é a intuição sensível, e só há intuições de fenómenos que são dados ao sujeito na experiência. Todavia intuições sensíveis sem conceitos são cegas, o Entendimento dá unidade às intuições sensíveis através das suas categorias “a priori” Organiza e faz uma síntese das intuições formando conceitos e leis sobre os fenómenos. O Entendimento tem uma função explicativa porque aplica a categoria “a priori” de causa, isto é procura nos fenómenos o que satisfaz a sua exigência de encontrar uma conexão necessária entre eles, só assim é possível um conhecimento científico.




quarta-feira, 23 de março de 2011

Teoria do conhecimento: O apriorismo de Kant

Immanuel Kant (1724-1804)




A possibilidade de um conhecimento necessário e universal: Os juízos sintéticos ‘a priori’.



Os juízos rigorosamente verdadeiros, isto é, necessários e universais, são "a priori", isto é independentes dos azares da experiência, sempre particular e contingente. À primeira vista, parece evidente que esses juízos "a priori" são juízos analíticos. Juízo analítico é aquele cujo predicado está contido no sujeito. Um triângulo é uma figura de três ângulos: basta-me analisar a própria definição desse termo para dizê-lo. Em compensação, os juízos sintéticos, aqueles cujo atributo enriquece o sujeito (por exemplo: esta régua é verde), são naturalmente "a posteriori"; só sei que a régua é verde porque a vi. Eis um conhecimento sintético "a posteriori" que nada tem de necessário (pois sei que a régua poderia não ser verde) nem de universal (pois todas as réguas não são verdes).

Entretanto, também existem (este enigma é o ponto de partida de Kant) juízos que são, ao mesmo tempo, sintéticos e "a priori"! Por exemplo:a soma dos ângulos de um triângulo equivale a dois rectos. Eis um juízo sintético (o valor dessa soma de ângulos acrescenta algo à ideia de triângulo) que, no entanto, é "a priori". De facto eu não tenho necessidade de uma constatação experimental para conhecer essa propriedade. Tomo conhecimento dela sem ter necessidade de medir os ângulos com um transferidor. Faço-o por intermédio de uma demonstração rigorosa. Também em física, eu digo que o aquecimento da água é a causa necessária da sua ebulição (se não houvesse aí senão uma constatação empírica, como acreditou Hume, toda ciência, enquanto verdade necessária e universal, estaria anulada). Como se explica que tais juízos sintéticos e "a priori" sejam possíveis?

Eu demonstro o valor da soma dos ângulos do triângulo fazendo uma construção no espaço. Mas por que a demonstração se opera tão bem na minha folha de papel quanto no quadro negro... ou quanto no solo em que Sócrates traçava figuras geométricas para um escravo? É porque o espaço, assim como o tempo, é um quadro que faz parte da própria estrutura de meu espírito. O espaço e o tempo são quadros "a priori", necessários e universais de minha percepção (o que Kant mostra na primeira parte da Crítica da Razão Pura, denominada Estética transcendental. Estética significa teoria da percepção, enquanto transcendental significa "a priori", isto é, simultaneamente anterior à experiência e condição da experiência). O espaço e o tempo não são, para mim, aquisições da experiência. São quadros "a priori" de meu espírito, nos quais a experiência vem depositar-se. Eis por que as construções espaciais do geómetra, por mais sintéticas que sejam, são "a priori", necessárias e universais. Mas o caso da física é mais complexo. Aqui, eu falo não só do quadro "a priori" da experiência, mas, ainda, dos próprios fenómenos que nela ocorrem. Para dizer que o calor faz ferver a água, é preciso que eu constate. Como, então, os juízos do físico podem ser "a priori", necessários e universais?

É porque, responde Kant, as regras, as categorias, pelas quais unificamos os fenómenos esparsos na experiência, são exigências "a priori" do nosso espírito. Os fenómenos, eles próprios, são dados "a posteriori", mas o espírito possui, antes de toda experiência concreta, uma exigência de unificação dos fenómenos entre si, uma exigência de explicação por meio de causas e efeitos. Essas categorias são necessárias e universais. O próprio Hume, ao pretender que o hábito é a causa de nossa crença na causalidade, não emprega necessariamente a categoria "a priori" de causa na crítica que nos oferece? "Todas as intuições sensíveis estão submetidas às categorias como às únicas condições sob as quais a diversidade da intuição pode unificar-se numa consciência". Assim sendo, a experiência fornece-nos a matéria do nosso conhecimento, mas é nosso espírito que, por um lado, dispõe a experiência no seu quadro espácio-temporal (Aquilo a que denominamos experiência não é algo que o espírito, tal como cera mole, receberia passivamente. É o próprio espírito que, graças às suas estruturas "a priori", constrói a ordem do universo. Tudo o que nos aparece bem relacionado na natureza, foi relacionado pelo espírito humano. É a isto que Kant chama de sua revolução copernicana. Não é o Sol, dissera Copérnico, que gira em torno da Terra, mas é esta que gira em torno daquele. O conhecimento, diz Kant, não é o reflexo do objecto exterior. É o próprio espírito humano que constrói - com os dados do conhecimento sensível - o objecto do seu saber.

Na terceira parte de sua Crítica da Razão Pura, Kant interroga-se sobre o valor do conhecimento metafísico. As análises precedentes, ao fundamentar solidamente o conhecimento, limitam o seu alcance. O que é fundamentado é o conhecimento científico, que se limita a pôr em ordem, graças às categorias, os materiais que lhe são fornecidos pela intuição sensível.

No entanto, diz Kant, é por isso que não conhecemos o fundo das coisas. Só conhecemos o mundo refractado através dos quadros subjectivos do espaço e do tempo. Só conhecemos os fenómenos e não as coisas em si ou noumenos. As únicas intuições de que dispomos são as intuições sensíveis. Sem as categorias, as intuições sensíveis seriam "cegas", isto é, desordenadas e confusas, mas sem as intuições sensíveis concretas as categorias seriam "vazias", isto é, não teriam nada para unificar. Pretender como Platão, Descartes ou Spinoza que a razão humana tem intuições fora e acima do mundo sensível, é passar por "visionário" e se iludir com quimeras: "A pomba ligeira, que em seu voo livre fende os ares de cuja resistência se ressente, poderia imaginar que voaria ainda melhor no vácuo. Foi assim que Platão se aventurou nas asas das ideias, nos espaços vazios da razão pura. Não se apercebia que, apesar de todos os seus esforços, não abria nenhum caminho, uma vez que não tinha ponto de apoio em que pudesse aplicar suas forças".

Entretanto, a razão não deixa de construir sistemas metafísicos porque sua vocação própria é buscar unificar incessantemente, mesmo além de toda experiência possível. Ela inventa o mito de uma "alma-substância" porque supõe realizada a unificação completa dos meus estados d'alma no tempo e o mito de um Deus criador porque busca um fundamento do mundo que seja a unificação total do que se passa neste mundo... Mas privada de qualquer ponto de apoio na experiência, a razão, como louca, perde-se nas antinomias, demonstrando, contrária e favoravelmente, tanto a tese quanto a antítese (por exemplo: o universo tem um começo? Sim pois o infinito para trás é impossível, daí a necessidade de um ponto de partida. Não, pois eu sempre posso me perguntar: que havia antes do começo do universo?). Enquanto o cientista faz um uso legítimo da causalidade, que ele emprega para unificar fenómenos dados na experiência (aquecimento e ebulição), o metafísico abusa da causalidade na medida em que se afasta deliberadamente da experiência concreta (quando imagino um Deus como causa do mundo, afasto-me da experiência, pois só o mundo é objecto de minha experiência). O princípio da causalidade, convite à descoberta, não deve servir de permissão para inventar.

Prova de avaliação de 28 de Março 2011

COMPETÊNCIAS:


1. Analisar um texto filosófico.

2. Explicar teses e conceitos.

3. Justificar as teses apresentadas através de argumentos.

4. Saber contra-argumentar contra as teorias.

5. Comparar teorias e compreender as suas limitações.

6. Elaborar uma pequena dissertação argumentativa sobre um problema do conhecimento.



CONTEÚDOS

Os problemas do conhecimento:
1. Será possível um conhecimento verdadeiro (Universal e necessário)?
2. Estará o conhecimento justificado?
3. Qual a fonte dos nossos conhecimentos?

1. A resposta cartesiana ao cepticismo.


1.a. A dúvida metódica. Definição e Etapas.

1.b. A procura de fundamentos e as crenças básicas.

1.c. As ideias claras e distintas como critério de verdade. Cogito/ Deus/ Distinção Alma/Corpo

1.d. As provas da existência de Deus.

1.e. A função da metafísica.



2. A Teoria do conhecimento de David Hume.

2.a. O empirismo: distinção entre impressões e ideias.

2.b. Conhecimento de questões de facto e conhecimento de relação de ideias.

2. c. A crítica ao princípio da Causalidade.

2.d. Críticas a David Hume: O argumento da abdução.

2.e. A distinção entre empirismo e racionalismo. As limitações de cada uma das teorias.



3. A síntese elaborada pelo apriorismo Kantiano.

3.a. A explicação dos juízos, empíricos, analíticos e sintéticos “a priori”

3.b. O processo de conhecimento e as faculdades.

3.c. A superação da dicotomia entre empirismo e racionalismo.

3.d. O criticismo como mediação entre o dogmatismo e o cepticismo.


BOM ESTUDO! UM ABRAÇO!!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Correcção da Prova de Avaliação Fev 2011 -11ºD

CRITÉRIOS GERAIS PARA A CORRECÇÃO:1. Resposta bem estruturada e com ideias claras.
2. Domínio dos conceitos filosóficos a aplicar.
3. Correcção da linguagem e ortografia.


1. O sentido deste texto centra-se na descoberta, por parte de Descartes, de uma certeza absoluta do seu pensamento e a confiança de que a razão pode, só por si, alcançar o conhecimento verdadeiro.Essa certeza resulta da dúvida sistemática sobre todas as suas crenças, e resume-se na ideia de que se duvido é necessário que pense, há algo que dúvida, esse algo existe. A ideia do cogito “ Penso, logo existo” surge com clareza e distinção de modo a ser de tal modo evidente que o pensamento só a poderia considerar verdadeira, pois não poderia ser de outro modo. Descartes compreende com o Cogito que a verdade é um acordo da razão consigo própria, e só a razão é juiz do conhecimento e pode distinguir o verdadeiro do falso. Compreende ainda através do cogito que o conhecimento humano é possível pois a verdade encontra-se claramente demonstrada e a partir dessas verdades primárias (metafísicas) ou crenças básicas poder-se-ia conhecer outras verdades sobre as ciências por simples raciocínio dedutivo.


2. Descartes é um filósofo racionalista. O Racionalismo cartesiano como perspectiva filosófica, fundamenta o conhecimento na razão e na capacidade desta retirar ideias a partir de outras ideias de forma evidente e dedutiva sem recorrer à experiência - ideias inatas. O Modelo de conhecimento verdadeiro para os racionalistas é o modelo matemático porque tem necessidade lógica e validade universal. Descartes é um filósofo racionalista porque defende a possibilidade de um conhecimento “a priori”. O critério da verdade do conhecimento é a evidência das ideias, uma vez que uma ideia é tão clara e distinta que se apresenta inquestionável à razão, essa ideia é verdadeira. Segundo o modelo matemático estas ideias são como axiomas que servem como fundamentos para outros conhecimentos deduzidos a partir delas.


3. Depois de concluir que de todas as verdades que julgara possuir só uma, a de que existia, parecia ser certa e inabalável, Descartes, fica sozinho com esta única verdade, não podendo provar que as coisas em redor dele existiam nem poder confiar em qualquer conhecimento do mundo ou matemático. Para afastar a ideia de um génio maligno, era necessário a ideia de Deus.

O argumento cartesiano a favor da existência de Deus é o seguinte: Vejo claramente que sou imperfeito porque erro muito e há mais perfeição em quem não erra do que em quem erra. Qual então a causa da minha ideia de perfeição, não posso ser eu, que sou imperfeito, não pode ser a natureza que não sei se existe, a causa deve ser mais perfeita que a ideia, a causa só pode existir, visto que nenhuma ideia existe sem uma causa. Logo, a causa da minha ideia de perfeito só pode ser um ser com todas as perfeições, esse ser só pode ser Deus.

4. Os argumentos cépticos contra o conhecimento são: A divergência de opiniões, as ilusões e enganos dos sentidos e o argumento da regressão ao infinito. Quanto ao primeiro alude o facto de termos várias opiniões sobre o mesmo assunto e que os argumentos que utilizamos não são convincentes de modo a alcançar um acordo, por exemplo os cépticos referiam, no sec.XVII a divergência entre as opiniões da Igreja e dos Livros Sagrados e a opinião dos cientistas, ninguém parecia ter mais razão que o outro. Por outro lado, acerca da observação do mundo enganamo-nos, pois julgamos ver algo que não existe, assim se os sentidos nos enganam não podem ser um fundamento fiável para o nosso conhecimento. Por último o Argumento da regressão ao infinito que é um argumento a priori, admite que nenhuma crença está justificada porque cada crença que obtivermos justifica-se noutra crença e assim sucessivamente, logo se a justificação é necessária para o conhecimento, não é possível haver conhecimento.

Versão A
1. Falso
2. Falso
3. Falso
4. Falso
5. Verdadeiro
6. Falso
7. Falso
8. Verdadeiro
9. Verdadeiro
10. Verdadeiro

Correcção da Prova de Avaliação Fev. 2011 - 11ºB

Fotografia de Gerard castello-Lopes

I

Versão A

1- V

2- V

3- V

4- F

5- F

6- F

7- F

8- V

9- V

10- V



Versão B

1- F

2- F

3- V

4- V

5- F

6- V

7- V

8- V

9- F

10- F

II


1. Depois de concluir que de todas as verdades que julgara possuir só uma, a de que existia, parecia ser certa e inabalável, Descartes, fica sozinho com esta única verdade, não podendo provar que as coisas em redor dele existiam nem poder confiar em qualquer conhecimento do mundo ou matemático. Para afastar a ideia de um génio maligno, era necessário a ideia de Deus.

O argumento cartesiano a favor da existência de Deus é o seguinte: Vejo claramente que sou imperfeito porque erro muito e há mais perfeição em quem não erra do que em quem erra. Qual então a causa da minha ideia de perfeição, não posso ser eu, que sou imperfeito, não pode ser a natureza que não sei se existe, a causa deve ser mais perfeita que a ideia, a causa só pode existir, visto que nenhuma ideia existe sem uma causa. Logo, a causa da minha ideia de perfeito só pode ser um ser com todas as perfeições, esse ser só pode ser Deus.



2. O Cogito é a primeira verdade, isto é a primeira crença básica a priori da filosofia cartesiana. Permite-nos inferir que é possível um conhecimento a priori que não necessita da justificação da experiência e que se fundamenta apenas na razão. Permite-nos também concluir que é verdadeiro tudo o que se apresente com clareza e distinção à razão, isto é todas as ideias evidentes que a razão vê claramente que não poderiam ser de outro modo e não se confundem ou derivam de outras ideias. A partir desta crença básica é possível construir os alicerces seguros do conhecimento de modo a escapar ao cepticismo. A dúvida metódica foi a forma encontrada por Descartes para superar as dúvidas e os desafios cépticos que punham em causa a possibilidade de um conhecimento verdadeiro. Com a dúvida metódica que consiste em duvidar sistematicamente de todas as crenças, sobretudo das fontes de todas as crenças, Descartes conseguiu demonstrar que há verdades indubitáveis e que são auto-fundantes, isto é carecem de justificação porque se auto-justificam. Contraria assim o argumento da regressão infinita utilizado pelos cépticos para criticar o conhecimento, alegando que nenhuma crença está justificada porque necessita sempre de outra que a justifique.



3. As etapas da dúvida metódica são: 1ª Duvidar dos sentidos; 2ª Duvidar da existência do mundo; 3º Duvidar das verdades da razão.

Argumento 1: Uma vez que os sentidos nos enganam algumas vezes, podemos duvidar do que vemos ou sentimos, logo, não podem ser os fundamentos inabaláveis do conhecimento.

Argumento 2 : A realidade que vemos depende do estado de vigília que julgamos ter, mas não poderemos pensar que se trata de um sonho? No sonho estamos perante factos e, no entanto eles não são reais, o mesmo pode acontecer com toda a realidade exterior, que poderemos estar a sonhar e, por isso não ser real.

Argumento 3: As verdades matemáticas são inabaláveis mas poderíamos supor a existência de um génio maligno que nos enganasse sempre que pensamos numa verdade matemática levando-nos a dar o consentimento a algo que é falso. Assim a certeza das verdades matemáticas também é colocada em questão.



4. Hume é um filósofo empirista porque rejeita um conhecimento do mundo fundado em ideias a priori. Defende a tese de que nada existe na mente que não tenha passado antes pelos sentidos, que nos possibilitam as impressões sem as quais as ideias não são possíveis. Fundamenta-se na noção de que qualquer conceito para ter um significado tem que se referir a uma sensação/impressão, essas sensações são simples e a mente neste primeiro momento capta apenas as sensações e depois por memória, e através das operações da mente forma os conceitos ou ideias, estas não são tão vivas como as sensações ou impressões o que quer dizer que são posteriores a estas. O empirismo admite ser o conhecimento adquirido por impressões e fundamentado na experiência sem a qual não é possível nenhum tipo de organização racional, a experiência é o ponto de partida e critério de verdade, sendo verdadeiro tudo o que se adequa aos factos; se o processo privilegiado é a indução então não pode haver garantia de um conhecimento com validade universal porque a experiência dá-nos um número limitado de factos e não todos, é limitada no tempo, é válida até ao presente.

Racionalismo cartesiano como perspectiva filosófica, fundamenta o conhecimento na razão e na capacidade desta retirar ideias a partir de outras ideias de forma evidente e dedutiva sem recorrer à experiência - ideias inatas. O Modelo de conhecimento verdadeiro para os racionalistas é o modelo matemático porque tem necessidade lógica e validade universal. Descartes é um filósofo racionalista porque defende a possibilidade de um conhecimento “a priori”. O critério da verdade do conhecimento é a evidência das ideias, uma vez que uma ideia é tão clara e distinta que se apresenta inquestionável à razão, essa ideia é verdadeira. Segundo o modelo matemático estas ideias são como axiomas que servem como fundamentos para outros conhecimentos deduzidos a partir delas.

O racionalismo considera válido apenas o conhecimento universal e necessário e defende que este é possível, enquanto o empirismo não pode fundamentar este tipo de conhecimento a partir dos factos, dos factos só podemos ter um conhecimento com um certo grau de probabilidade.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Prova de Avaliação de Fevereiro 2011

Competências:
1. Saber formular problemas sobre as questões relativas ao conhecimento.
2. Saber interpretar textos filosóficos.
3. Retirar consequências teóricas de exemplos.
4. Redigir uma pequena dissertação argumentativa.
5. Dominar conteúdos com clareza e objectividade.

Conteúdos.
1. Estrutura do acto de conhecer
a. A relação estrutural entre o sujeito e o objecto.
b. Tipos de conhecimento.
c. Definição tripartida de conhecimento
d. Condições necessárias e suficientes do conhecimento
e. Objecções à teoria tripartida.
f. Fontes de conhecimento: "a priori " e "a posteriori"
g. Conhecimento primitivo e derivado.

2. A possibilidade de conhecimento.
a. A posição céptica. Argumentos.
b. A resposta cartesiana. As verdades evidentes.
c. A dúvida metódica cartesiana.
d. A unidade do conhecimento através do método.
e. O fundacionismo racionalista de Descartes.
f.  O cepticismo empírico de D.Hume

3. Dissertação sobre um capítulo de uma das obras estudadas.
a. "O discurso do Método" de Descartes
b. "Ensaio sobre o entendimento humano" de David Hume
c. "Os progressos da metafísica" de Kant.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Trabalho sobre três filósofos:



Obras:



“Discurso do Método” de René Descartes.





“Investigação sobre o entendimento humano” de David Hume






“Os progressos da metafísica” De Immanuel Kant




Guião para a realização do trabalho.



1. Capítulos a analisar:

DESCARTES - Discurso do Método: 1, 2 – Primeiro Grupo

3,4 – segundo Grupo; 5e 6 Terceiro Grupo



HUME - “ Investigação sobre o entendimento humano”

Secção 2, 3,4 da pag.23 à 43 – Quatro Grupo

Secção 5 da pag.45 à 57 – Quinto Grupo

Secção 6 e 7 da pag. 59 à 79 – Sexto Grupo



KANT:- “ Os progressos da Metafísica”

Prefácio – da pag 11 à 21 Sétimo Grupo

Primeira Secção da pag.23 À 34 -: História da Filosofia Transcendental da Nossa época

1. Além dos capítulos leia a síntese da Filosofia dos autores na Obra de Roger Scuton: Breve história da Filosofia (estarão assinaladas as páginas por grupo)

2. Resuma cada um dos capítulos. Os temas, as teses, os argumentos, os conceitos fundamentais.

3. Responda às questões colocadas.

4. Elabore uma definição de todos os conceitos chave.

5. Contextualize a obra na época: principais opositores, cultura da época.

6. Coloque em evidência as ideias do autor e a sua importância para a história da Filosofia.

7. Elabore uma pequena biografia sobre o autor e todos os filósofos cujo nome ocorra.

8. No final problematize e comente.



Responda às seguintes questões: 

Descartes:

1. Quem e o quê critica Descartes no primeiro capítulo? Porquê?

2. Que se propõe fazer para atingir um conhecimento certo?

3. Que tarefa se propõe Descartes levar a cabo? Para quê? (2ºCap)

4. Quais as regras do método que Descartes propõe? (2ºCap)

5. Para que servem as regras do método? (2ºCap)

6. Qual a importância do método na procura do conhecimento?

7. No terceiro capítulo fala-se das regras (máximas) da moral. Quais são?

8. No quarto capítulo Descartes conclui que há três ideias que são indubitáveis (certas). Quais são?

9. O que são ideias indubitáveis e como chega Descartes a essas ideias?

10. Como prova Descartes a existência de Deus? (4º Cap)

11. Qual o tema do quinto capítulo? Justifique.

12. Qual a relação alma corpo? (5º)

13. Que tarefa se propõe Descartes no sexto capítulo? Porquê?

HUME:

15. Como deve ser entendida a Filosofia? (2,3,4)

16. Como se constituem as ideias? (2,3,4)

17. Que diferentes conhecimentos podem existir? (5)

18. Qual o papel da dúvida? (2,3,4)

19. Qual a origem de todo o conhecimento? (5)

20. Que se entende por causalidade ou causação? (5 e 7)

21. Como se explica a relação de causa/efeito? (7)

KANT:

Qual a tarefa da metafísica?

Como deve ser entendida a metafísica? Prefácio

Quais os estádios da Filosofia? Prefácio

O que são juízos analíticos e sintéticos? (Prim Secção)

O que são o espaço e o tempo?

Como se constitui o conhecimento?



Objectivos:

1. Captar as ideias e os argumentos principais de um texto filosófico.

2. Compreender o discurso filosófico.

3. Isolar os problemas colocados no texto.

4. Analisar uma obra filosófica separando as teses dos argumentos.

5. Conhecer a obra e Filosofia de um autor.





Grupo de trabalho – 3 alunos

Oito grupos .

Apresentação por escrito – 10 páginas (aprox)

Apresentação oral: Cada grupo apresentará um capítulo.



Data de entrega do trabalho 24 de Janeiro

Apresentação oral:

Capítulos 1, 2, 3 e 4 Descartes- 24 Janeiro

Capítulos 5,6 - 25 ou 27 Janeiro

Hume: 2,3,4 e 5 – 31 Janeiro

Seccção 6 e 7 - 1 de Fevereiro ou 3 de Fevereiro

Kant: Prefácio 7 de Fevereiro

Primeira Secção



AVALIAÇÂO: Auto avaliação do trabalho feito:

Escrito:

Compreensão do texto

Clareza das ideias

Investigação

Problematização

Correcção da apresentação

Oral:

Interesse filosófico

Dinâmica de grupo

Domínio dos conteúdos

Originalidade da apresentação



As obras estarão para fotocopiar na Reprografia.

BOM TRABALHO!