terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Esboço de ensaio




1. Exponha um texto de 25 linhas, espaçamento 1,5, letra 11. Tenha em conta a correcção da linguagem.
 
2. Na sua resposta deverá contar com os conceitos de inatismo e empirismo.
 
3. Deverá abordar as posições de Hume e Descartes sobre a existência de Deus. A tese principal de cada um dos autores e  os argumentos que a fundamentam.
 
4. Faça um comentário final de avaliação.
 
 
5. Parta do seguinte texto de David Hume:

[…] Quando analisamos os nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos ou sublimes que

possam ser, sempre constatamos que eles se decompõem em ideias simples copiadas de alguma

sensação ou sentimento precedente. Mesmo quanto àquelas ideias que, à primeira vista, parecem

mais distantes dessa origem, constata-se, após um exame mais apurado, que dela são derivadas.

A ideia de Deus, no sentido de um

 Ser infinitamente inteligente, sábio e bondoso, deriva da reflexão

 sobre as operações da nossa própria mente e de aumentar sem limites aquelas qualidades de

bondade e de sabedoria.[...]

David Hume, «Investigação sobre o Entendimento Humano», in

Tratados Filosóficos I,

 Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2002
 
Surpreenda-se!!
 
 
 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Correcção da Prova de Janeiro/11ºF


Grupo I
(3x30 Pontos)
Todas as respostas devem estar bem fundamentadas, b, bem escritas e devem utilizar os conceitos que foram aprendidos.
1.O Cogito é a primeira verdade indubitável, a primeira crença básica a priori da filosofia cartesiana. Permite-nos inferir da possibilidade de um conhecimento a priori sem a justificação da experiência e fundamentado apenas na razão. Permite-nos também concluir que a verdade é tudo o que se apresenta com clareza e distinção à razão, isto é, todas as ideias de tal modo evidentes que não podem ser negadas ou colocadas em dúvida nem confundidas com outras ideias. A partir desta crença básica é possível construir os alicerces seguros do conhecimento de modo a escapar ao cepticismo. A dúvida metódica foi a forma encontrada por Descartes para superar as dúvidas e os desafios cépticos que punham em causa a possibilidade de um conhecimento verdadeiro. Com a dúvida metódica que consiste em duvidar sistematicamente de todas as crenças, sobretudo das fontes de todas as crenças, Descartes conseguiu demonstrar a existência de verdades indubitáveis e que são auto-fundantes, isto é, carecem de justificação exterior de outras crenças porque se auto-justificam. Contraria assim, o argumento da regressão infinita utilizado pelos cépticos para criticar o conhecimento, alegando que nenhuma crença está justificada porque necessita sempre de outra que a justifique.
2. Os argumentos cépticos contra o conhecimento são: A divergência de opiniões, as ilusões e enganos dos sentidos e o argumento da regressão ao infinito. Quanto ao primeiro alude o facto de termos várias opiniões sobre o mesmo assunto e os argumentos que utilizamos não são convincentes de modo a alcançar um acordo entre os especialistas numa matéria; por exemplo: os cépticos referiam, no sec.XVII, a divergência entre as opiniões da Igreja, representada pela Filosofia Escolástica e a opinião dos cientistas como Galileu, ninguém parecia ter mais ou melhores razões e, no entanto defendias perspectivas antagónicas.. Por outro lado, sobre aquilo que observamos, enganamo-nos muitas vezes,, pois julgamos ver algo que não existe, assim, se os sentidos nos enganam não podem ser um fundamento fiável para o nosso conhecimento. Por último o Argumento da regressão ao infinito, um argumento a priori, admite que nenhuma crença está justificada porque cada crença justifica-se noutra crença e assim sucessivamente, logo se a justificação é necessária para o conhecimento, não é possível haver conhecimento porque as nossas crenças não estão justificadas.
3. A descrição fenomenológica do conhecimento reduz o acto cognitivo a uma relação estrutural entre o sujeito (a consciência que pensa) e o objecto (o que é pensado) A oposição dos dois termos não pode ser suprimida; esta oposição significa que os dois termos são originariamente separados um do outro, transcendentes um ao outro, mas não existem por si só separadamente fora da relação . O sujeito só é sujeito em relação a um objecto e o objecto só é objecto em relação a um sujeito. Cada um deles é o que é em relação ao outro. A sua relação é uma correlação. A relação constitutiva do conhecimento é dupla, mas não é reversível. O facto de desempenhar o papel de sujeito em relação a um objecto é diferente do facto de desempenhar o papel de objecto em relação a um sujeito. Sujeito e objecto não são, portanto, permutáveis, a sua função é na sua essência diferente. (...) A função do sujeito consiste em apreender o objecto; a do objecto em poder ser apreendido pelo sujeito e em sê-lo efectivamente. O objecto, mesmo quando é apreendido, permanece para o sujeito algo exterior; é sempre o objectum, quer dizer, o que está diante dele. O sujeito não pode captar o objecto sem sair de si (sem se transcender); mas não pode ter consciência do que é apreendido, sem entrar em si, sem se reencontrar na sua própria esfera. O conhecimento realiza-se, por assim dizer, em três tempos: o sujeito sai de si, está fora de si e regressa finalmente a si. Apreender o objecto não significa fazê-lo entrar no sujeito, mas sim reproduzir neste as determinações do objecto numa construção que terá um conteúdo idêntico ao do objecto. Esta construção operada no conhecimento é a "imagem" do objecto. O objecto não é modificado pelo sujeito, mas sim o sujeito pelo objecto. Apenas no sujeito alguma coisa se transformou pelo acto do conhecimento. No objecto nada de novo foi criado; mas no sujeito nasce a consciência do objecto com o seu conteúdo, a imagem do objecto. .
Grupo II
(10x4)
Versão A
1. F
2.V
3.F
4.V
5.V
6.V
7.V
8.V
9.F
10.V
Versão B
1. F
2.V
3.V
4.V
5.V
6.V
7.F
8.V
9.F
10.V
Grupo III
(2x15)
Resposta curta
1.O João não tem conhecimento porque tem uma crença falsa, ora todo o conhecimento é factivo, não pode haver conhecimento de falsidades, se o João acredita que é o Pai natal que lhe vai oferecer as prendas, o Pai Natal não existe, logo a crença do João é falsa, apesar de ter prendas, a sua justificação pode ser correcta mas a crença é falsa.
2. A Teoria tripartida do conhecimento, ou seja a teoria que defende a necessidade de satisfazer três condições para o conhecimento: haver uma crença, esta ser verdadeira e estar justificada por fortes razões, pode ser refutada através de contra-exemplos, isto é, a suposição de situações possíveis de ocorrer, em que estas três condições são satisfeitas e, mesmo assim, não existe conhecimento.
Exemplo (facultativo): “O relógio da igreja da tua terra é bastante fiável e costumas confiar nele para saber as horas. Esta manhã, quando vinhas para a escola, olhaste para o relógio e viste que ele marcava exactamente 8h e 20m. Por isso, formaste a crença de que eram 8h e 20m. O facto do relógio ter sido fiável no passado justifica a tua crença. Contudo, sem que o soubesses, o relógio tinha avariado no dia anterior exactamente quando marcava 8h e 20m."