quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Correção das perguntas de explicação/argumentação - TESTE DIAGNÓSTICO

Correção do teste de diagnóstico Set/2021 Grupo 2 1. A argumentação é usada para demonstrar que uma certa afirmação se sustenta com boas razões e que é verdadeira se a sustentarmos com factos. Serve também para desmascarar falsas opiniões ou factos inventados, ela é um instrumento para esclarecer e não para manipular. Podemos usar a argumentação para manipular mas aí estamos a usá-la de forma eticamente incorreta visto que o fim é contrário ao propósito da própria argumentação que é impor racionalidade a uma discussão para não sermos manipulados por preconceitos ou slogans irracionais e sem fundamento. 2. A verdade não depende do ponto de vista de cada um, sobre uma afirmação como “ O céu é azul”, não é porque alguém é daltónico, e vê o céu de outra cor, que o céu não deixa de ser azul, sendo a firmação verdadeira. A afirmação que for conforme aos factos que podemos testemunhar, é uma afirmação verdadeira. Em relação às leis e teorias científicas elas também não dependem do ponto de vista pois constituem um corpo de conhecimento que exige métodos de prova e não opiniões. Em relação aos valores, estes são objeto de discussão e podemos não saber a verdade sobre assuntos como: “ Qual é o melhor governo, ou “ Será que a vida tem algum sentido?” “Será que Deus existe?”. Nestes assuntos não podemos saber a verdade e por isso dependem do ponto de vista fundamentado racionalmente. 3. O problema de Rousseau é o de não haver um guia para poder distinguir as opiniões verdadeiras das falsas e mesmo que tivesse as pessoas não iriam aceitar a verdade se esta fosse contrária aos seus interesses e paixões. Rousseau coloca a sua crítica aos limites do conhecimento humano e à mutabilidade constante deste conhecimento de modo a ser impossível ter qualquer evidência da verdade. Grupo 4. A primeira frase não tem lógica pois é o resultado de uma confusão entre a palavra adrenalina e naftalina. Por terem sonoridades semelhantes são mal usadas por Jardel, queria referir-se a adrenalina (produto químico no sangue que provoca excitação) e não naftalina ( produto utilizado para afastar as traças). A segunda frase é uma falácia de petição de princípio visto que difícil é o mesmo que não fácil, havendo uma repetição ou circularidade na explicação.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

O que é o conhecimento? "O conhecimento é um estado muitíssimo valorizado no qual uma pessoa está em contacto cognitivo com a realidade. Trata-se, portanto, de uma relação. De um lado da relação encontra-se um sujeito consciente, e do outro lado encontra-se uma porção da realidade com a qual o conhecedor está direta ou indiretamente relacionado. Enquanto a relação direta é uma questão de grau, é conveniente pensar no conhecimento de coisas como uma forma direta de conhecimento relativamente ao qual o conhecimento acerca de coisas é indireto. Ao primeiro chama-se habitualmente conhecimento por contacto uma vez que o sujeito está em contacto, através da experiência, com a porção de realidade conhecida, ao passo que ao segundo tipo de conhecimento se chama conhecimento proposicional uma vez que aquilo que o sujeito conhece é uma proposição verdadeira acerca do mundo. Conhecer o Rodrigo é um exemplo de conhecimento por contacto, ao passo que saber que o Rodrigo é um filósofo é um exemplo de conhecimento proposicional. O conhecimento por contacto inclui não apenas conhecimento de pessoas e coisas, mas também conhecimento dos nossos estados mentais. De facto, os estados mentais daquele que conhece são muitas vezes tidos como porção de realidade mais diretamente conhecível. O conhecimento proposicional tem sido muito mais exaustivamente discutido do que o conhecimento por contacto pelo menos por dois motivos. Por um lado, o conhecimento proposicional é a forma pela qual se comunica o conhecimento, o que significa que o conhecimento proposicional pode ser transferido de uma pessoa para outra, ao passo que o conhecimento por contacto não pode ser transferido de pessoa para pessoa, pelo menos de forma direta. Outra razão relacionada com esta é a que a realidade tem uma estrutura proposicional ou, pelo menos, a proposição é a principal forma pela qual a realidade é compreensível para a mente humana. Assim, mesmo que a minha experiência do Rodrigo me leve a conhecer o Rodrigo, e a experiência das minhas emoções me leve a saber o que é possuir tais emoções, como teórica tenho dificuldades em responder à questão «o que é o conhecimento?» relativamente a ambos os casos. É mais fácil explicar o objeto do conhecimento quando se trata de uma proposição. Neste artigo seguirei o procedimento habitual concentrando-me no conhecimento proposicional, mas ao fazê-lo reconheço que a conveniência não implica necessariamente a sua grande importância. As proposições são verdadeiras ou falsas, mas somente as proposições verdadeiras ligam o sujeito cognitivo com a realidade da forma desejada. Assim, o objeto do conhecimento no sentido que mais interessa aos filósofos é habitualmente visto como uma proposição verdadeira. Saber qual a natureza da verdade, das proposições e da realidade é uma questão metafísica. Por esta razão os epistemólogos não dirigem os seus esforços para estas questões quando escrevem sobre epistemologia, e assim as questões acerca da natureza do conhecimento não se centram no objeto do conhecimento, mas antes nas propriedades do próprio estado mental que fazem dele um estado de conhecimento. Deste modo, as investigações acerca do conhecimento dirigem a sua atenção para a relação de conhecimento centrando-se mais do lado do sujeito da relação do que do lado do objeto." Linda Zagzebski, «O que é o Conhecimento?», 1999, pp. 92-93.

Texto para análise; Carla Delgado 11ºA e Carla Lima 11ºB


"No conhecimento defrontam-se consciência e objeto, sujeito e objeto. O conhecimento aparece como uma relação entre esses dois elementos. Nessa relação, sujeito e objeto permanecem eternamente separados. O dualismo do sujeito e do objeto pertence à essência do conhecimento.
Ao mesmo tempo, a relação entre os dois elementos é uma relação recíproca
(correlação). O sujeito só é sujeito para um objeto e o objeto só é objeto para um sujeito.
Ambos são o que são apenas na medida em que o são um para o outro. Essa correlação, porém, não é reversível. Ser sujeito é algo completamente diverso de ser
objeto.
A função do sujeito é apreender o objeto; a função do objeto é ser apreensível e ser
apreendido pelo sujeito.
Vista a partir do sujeito, essa apreensão aparece como uma saída do sujeito para Além da sua esfera própria, como uma invasão da esfera do objeto e como uma apreensão das determinações do objeto. Com isso, no entanto, o objeto não é arrastado para a esfera
do sujeito, mas permanece transcendente a ele. Não é no objeto, mas no sujeito que algo
foi alterado pela função cognoscitiva. Surge no sujeito uma "figura" que contém as
determinações do objeto, uma "imagem" do objeto.
Visto a partir do objeto, o conhecimento aparece como um alastramento, no sujeito,
das determinações do objeto. Há uma transcendência do objeto na esfera do sujeito correspondendo à transcendência do sujeito na esfera do objeto. Ambas são apenas
aspetos diferentes do mesmo ato. Nesse ato, porém, o objeto tem preponderância sobre o
sujeito. O objeto é o determinante, o sujeito é o determinado. É por isso que o
conhecimento pode ser definido como uma determinação do sujeito pelo objeto.
Não é, porém o sujeito que é pura e simplesmente determinado, mas apenas a
imagem, nele, do objeto. A imagem é objetiva na medida em que carrega consigo as
características do objeto. Diferente do objeto, ela está, de um certo modo, entre o sujeito e
o objeto. Ela é o meio com o qual a consciência cognoscente apreende seu objeto."


HESSEN, Teoria-Do-Conhecimento 

Investigação fenomenológica preliminar: O fenómeno do conhecimento e os problemas nele contidos.


 

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Correção do exercício sobre fenomenologia

 

1.     Como se descreve o conhecimento segundo a teoria fenomenológica?

O conhecimento descreve-se como um fenómeno que coloca em relação dois termos: o sujeito e o objecto. Dá-se uma apreensão do objecto – aquilo que é conhecido, ou cognoscente – pelo sujeito, aquele que conhece.  Estes dois termos são distintos um do outro e opostos nas sua funções mas simultaneamente existem um para o outro no acto do conhecimento.

 

2.     O que caracteriza a relação sujeito objeto?

Caracteriza-se esta relação por ser uma correlação: o objecto só é para um sujeito e o sujeito para um objecto. Nesta relação cada um dos termos não pode permutar funções, o sujeito nunca pode ser objecto e vice versa. Diz-se por isso que é uma relação irreversível, pois nenhum dos termos se pode converter no outro ou alterar as sua funções. Apesar de serem existentes apenas na relação, os dois termos têm identidades separadas e opostas que não podem ser reduzidas ou alteradas.

 

3.     O que significa dizer que o objecto é transcendente ao sujeito?

Dizer que o objecto é transcendente ao sujeito significa que este se encontra fora da esfera do sujeito, opaco e resistente à apropriação. O objecto está sempre diante do sujeito como um outro, que se deixa captar nas suas determinações apenas quando o sujeito sai da sua esfera e permanece fora de si mas permanece, mesmo depois de apreendido, como exterior ao sujeito e este não o pode modificar, acrescentar ou retirar nada à sua natureza.

 

4.     Quais as etapas/momentos de apreensão do objecto?

A apreensão do objecto pelo sujeito dá-se em três momentos: o sujeito sai da sua esfera, permanece fora de si para captar as determinações do objecto e regressa a si com a consciência do que foi apreendido.

 



5.     O que resulta da relação sujeito/objecto?

O que resulta deste acto é uma imagem/representação do objecto em tudo idêntica a este mas construída mentalmente pelo sujeito que se altera pelo novo conhecimento adquirido.

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Regras para realizar o análise/resumo do texto.


1.  Começar com uma síntese básica: " O texto intitula-se ...é de... e relata..." ou "Este texto (segue-se o título), de ...(autor), pretende defender..." ou "O texto que estou a apresentar  pretende esclarecer o problema..., o seu autor é... e o título é...", ou "neste texto de...o autor discursa sobre..."

2. Breve apresentação do autor e da sua obra.

3. Selecionar a tese principal do texto e o problema a que ela pretende dar resposta.

4. Selecionar os conceitos principais e dar uma pequena definição de cada um deles.

5. Selecionar o argumento ou argumentos utilizados para defender as teses ou tese. 

6. Se houver mais que uma ideia principal ou tese deve selecioná-la e relacioná-la com a tese principal.

7. Elaborar um comentário crítico. ( Breve apreciação sobre o texto, focando aspectos mais ou menos claros, controvérsias, objeções que podem ser colocadas e a sua posição pessoal justificada)

Algumas regras a que deve obedecer o relatório da aula:




  1. O relatório é um resumo da aula, mas este resumo é apenas dos conteúdos filosóficos que são transmitidos na aula.
  2. O relatório só deve incluir, ideias, explicações, exemplos, exercícios, correções, discussões, da professora e dos alunos mas só quando têm real interesse para a Filosofia ou para o conhecimento em geral.
  3. Tem que ter um conteúdo que esteja de acordo com a aula, não pode ter erros científicos.
  4. Deve ser bem organizado mantendo os assuntos por ordem sem repetições nem saltos.
  5. Deve tentar abranger todos os conteúdo dado na aula.
  6. Pode ter o seu grau de originalidade e criatividade. Na escolha de exemplos ou na compreensão do mesmo assunto de outro modo; (se é utilizado um exemplo para demonstrar que Sócrates acreditava na imortalidade da alma, podemos dar outro exemplo que demonstre o mesmo).
  7.  Não deve ser muito extenso nem muito curto, entre 1,5 e 2 páginas. 
  8. Deve ser lido com clareza e escrito utilizando uma linguagem correta, sem gíria.

       Até breve. Helena Serrão