terça-feira, 16 de maio de 2023

Matriz para o 4º Teste de Filosofia.


  Miró

A. Estrutura e Cotações 

A prova destina-se a avaliar duas competências básicas: Conceptualizar e Argumentar/ Problematizar. A competência transversal é a comunicação/correção escrita. 

Está dividida em dois testes de acordo com cada competência. Cada grupo tem uma pontuação de 0 a 20 valores. 


Teste 1: CONCEPTUALIZAR 

Grupo I: 10 Perguntas de escolha múltipla (10x15= 150 Pontos) 

Grupo II: 2 Perguntas de definições de conceitos (25+25= 50 Pontos). 


TOTAL:  200 Pontos 


Teste 2: ARGUMENTAR/PROBLEMATIZAR

Grupo III: Inclui um texto com 3 perguntas de interpretação. Todas as perguntas implicam justificação. (3x40 = 120 Pontos)

Grupo IV: Pergunta de desenvolvimento. (1x80 = 80 Pontos)


TOTAL: 200 Pontos


B. Competências relativas aos conteúdos:


1.     Filosofia da Arte

  • Formular o problema da definição de arte, justificando a sua pertinência filosófica.

  • Problematizar a definição de arte.

  • Identificar as possíveis respostas ao problema da definição da arte.

  • Distinguir teorias essencialistas e não essencialistas.

  • Clarificar os conceitos nucleares, as teses e os argumentos das teorias representacionista, formalista, expressivista, institucional e histórico-intencional.

  • Analisar criticamente as teorias representacionista, formalista, expressivista, institucional e histórico-intencional.


Conceitos: arte; teorias essencialistas; teoria  representacionista; teoria expressivista; teoria formalista;  forma significante; emoção estética; teorias não essencialistas; teoria institucional; artefacto; mundo da arte; público; obra de arte; sistema do mundo da arte; teoria histórico-intencional.


2. Filosofia da Religião

  • Definir os conceitos principais da Filosofia da Religião.

  • Esclarecer a noção de Deus teísta.

  • Distinguir argumento a priori e argumento a posteriori sobre a existência de Deus.

  • Identificar os argumentos a priori e a posteriori a favor da existência de Deus.

  • Clarificar os argumentos a favor da existência de Deus - argumento ontológico de Santo Anselmo, argumento cosmológico e argumento teleológico de São Tomás de Aquino.

  • Reconhecer a versão cartesiana do argumento ontológico.

  • Reconhecer a versão de William Paley do argumento teleológico.

  • Avaliar criticamente os argumentos a favor da existência de Deus.

  • Reconstruir o argumento de Pascal sobre o benefício da crença em Deus.

  • Avaliar criticamente o fideísmo de Pascal.

  • Expor a argumentação de Leibniz como resposta ao argumento do mal.

  • Avaliar criticamente a resposta de Leibniz ao argumento do mal.


Conceitos: religião; filosofia da religião; teologia; fé; experiência religiosa; fideísmo; agnosticismo; ateísmo; panteísmo; argumento a priori; argumento a posteriori; argumento ontológico; argumento cosmológico; regressão infinita; causalidade; causa primeira; argumento teleológico; aposta de Pascal; razão prudencial; teodiceia; melhor dos mundos possíveis.


C. Competências gerais: 


- Argumentar a favor da sua posição. 

-  Aplicar os conhecimentos adquiridos a novas situações. 

Relacionar as teorias filosóficas estudadas. 

-  Aplicar as teorias filosóficas estudadas a situações concretas. 

-  Elaborar respostas bem articuladas. 

 - Avaliar criticamente as teorias e argumentos estudados.

-  Problematizar as teorias estudadas.


sábado, 13 de maio de 2023

Texto para resumo Tomás 11E

 


Consideremos este ponto e digamos o seguinte: “Ou Deus existe ou não existe.” Mas qual das alternativas devemos escolher? A razão não pode determinar nada: existe um infinito caos que nos divide. No ponto extremo desta distância infinita, uma moeda está sendo girada e terminará por cair como cara ou coroa. Em que você aposta?

Blaise Pascal, Pensamentos (edição póstuma, 1844)

 

De acordo com Pascal, de uma forma ou de outra, todos nós jogamos dados com Deus, mesmo que ele não jogue dados com o Universo.

Pascal admitiu que é impossível “provar” que Deus existe – de facto, afirmou ele, a razão humana é incapaz de provar qualquer coisa com certeza. O que levaria a pensar que Pascal era agnóstico, mas não é verdade. Afinal, para ele, a principal pergunta residia no facto de ser conveniente a alguém acreditar na existência de Deus, e a sua resposta era que seriamos tolos se não acreditássemos. Isso faz de Pascal um teísta, pois tentou mostrar matematicamente que seria um péssimo negócio não acreditar em Deus.

A matemática que Pascal empregou trabalhava no campo das Probabilidades, que ele ajudou a inventar (esperava convencer especialmente os seus amigos aristocráticos, que eram jogadores fanáticos). Bom, no modo de ver de Pascal, a crença ou a descrença que você possa ter em Deus implica uma aposta.

Ora, se Deus existe e a “Sagrada Escritura” são verdadeiros, a nossa crença vai dar-nos (em tese) infinita felicidade após a morte.

Se Deus não existe, tudo o que teríamos a perder acreditando em Deus seriam os prazeres finitos de uma vida finita. Mesmo porque, se acharmos que as chances da existência de Deus são próximas de zero – Pascal sugere que elas estão perto de 50 % – a única coisa racional que podemos fazer é jogar o jogo. E como qualquer percentagem finita do infinito tende a ser infinita também, o raciocínio mediante este conceito mostra que devemos acreditar em Deus.

Indo pelo outro lado da moeda, se nos recusarmos a acreditar em Deus e estivermos errados, seremos condenados às penas infernais, pois seremos pecadores. E tomando por base que as probabilidades que isso aconteça são enormes, não restaria nada mais do que seguir o glorioso Deus e viver feliz para sempre.

É claro que poderíamos ainda resistir à razão, mas isso só aconteceria se permitíssemos que  as nossas paixões sufocassem o que temos de melhor. De acordo com o nosso amigo Pascal, os desejos podem ser controlados se procedermos como se acreditássemos em Deus e participássemos de bons rituais cristãos. E se, nos habituarmos a isso, terminamos por descobrir que, largando os hábitos pouco saudáveis, ficaríamos até mais felizes do que antes e isso, na visão de Pascal, é o verdadeiro benefício da aposta. Interessante?

 

André Carvalho texto retirado daqui