quarta-feira, 14 de março de 2018

Correção 2ºteste do 2º Período



GRUPO II


1. A dúvida metódica foi a forma encontrada por Descartes para superar as dúvidas e as incertezas dos céticos que punham em causa a possibilidade de um conhecimento verdadeiro. Com a dúvida metódica, Descartes conseguiu demonstrar que há verdades indubitáveis e que se autojustificam,  isto é, não necessitam  de outras crenças para se justificarem . Contraria assim o argumento da regressão infinita utilizado pelos céticos para criticar o conhecimento, alegando que nenhuma crença está justificada porque necessita sempre de outra que a justifique.
A dúvida metódica  consiste em examinar sistematicamente os fundamentos de todas as crenças e considerar falso tudo o que fosse apenas duvidoso. Assim, as etapas da dúvida metódica são: 1ª Duvidar dos sentidos; 2ª Duvidar da existência do mundo; 3º Duvidar das verdades da razão.
Argumento 1: Uma vez que os sentidos nos enganam algumas vezes, podemos duvidar do que vemos ou sentimos, logo, não podem ser os fundamentos inabaláveis do conhecimento.

Argumento 2 : A realidade que vemos depende do estado de vigília que julgamos ter, mas não poderemos pensar que se trata de um sonho? No sonho estamos perante factos e, no entanto eles não são reais, o mesmo pode acontecer com toda a realidade exterior, que poderemos estar a sonhar e, por isso não ser real.

Argumento 3: As verdades matemáticas são inabaláveis mas poderíamos supor a existência de um génio maligno que nos enganasse sempre que pensamos numa verdade matemática levando-nos a dar o consentimento a algo que é falso. Assim a certeza das verdades matemáticas também é colocada em questão.

2. No texto, Descartes coloca em marcha a dúvida metódica, isto é, duvida sistematicamente de todos os conhecimentos adquiridos, e, rejeita-os como falsas, deste modo poderá encontrar as crenças indubitáveis que se autojustificam e que podem ser o fundamento de todo o conhecimento. Assim, irão ser rejeitadas as crenças na existência de Deus, do mundo, a crença no que vemos, ouvimos etc, (a crença na confiança dos sentidos) e a crença na existência evidente do corpo. Através deste método Descartes encontra a sua primeira verdade indubitável: “Penso, logo existo”. O Cogito é uma ideia evidente, clara, distinta e inata, a primeira crença básica a priori da filosofia cartesiana. Permite-nos inferir que é possível um conhecimento a priori que não necessita da justificação da experiência e que se fundamenta apenas na razão. Permite-nos também concluir que é verdadeiro tudo o que se apresente com clareza e distinção à razão, isto é todas as ideias evidentes que a razão vê claramente que não poderiam ser de outro modo e não se confundem ou derivam de outras ideias. A partir desta crença básica é possível construir os alicerces seguros do conhecimento de modo a escapar ao ceticismo. As primeiras crenças básicas inferidas do Cogito são: A existência de Deus. Porque se duvido sou imperfeito, Qual a causa da ideia de perfeição? Não posso ser eu nem o mundo só pode ser Deus, logo Deus existe. A terceira crença básica é a distinção entre a alma e o corpo. Vejo claramente que a existência da alma é mais certa que a do corpo, pois poderia existir mesmo sem corpo algum, mas não poderia existir se não pensasse.

3. “O argumento ontológico é uma tentativa de mostrar que a existência de Deus se segue necessariamente da definição de Deus como o ser supremo. Porque esta conclusão pode ser retirada sem recorrer à experiência, diz-se que é um argumento a priori.
De acordo com o argumento ontológico, Deus define-se como o ser mais perfeito que é possível imaginar; ou, na mais famosa formulação do argumento, a de Santo Anselmo (1033-1109), Deus define-se como “aquele ser maior do que o qual nada pode ser concebido”. A existência seria um dos aspetos desta perfeição ou grandiosidade. Um ser perfeito não seria perfeito se não existisse. Consequentemente, da definição de Deus seguir-se-ia que Deus existe necessariamente, tal como se segue da definição de um triângulo que a soma dos seus ângulos internos será de 180 graus.
4. Platão faz uma analogia entre a medicina e a cozinha e a ginástica e a toilette para demonstrar que a Retórica bem como a sofística são falsas artes e não passam de atividades empíricas. Nesta analogia Platão assegura como verdadeiras Artes do corpo a Medicina e a Ginástica e , como falsas Artes, artes imitadoras e dissimuladas, a Cozinha e a toilette. A questão está em demonstrar que tanto a cozinha como a toilette são agradáveis ao paladar e à vista mas não tornam o homem melhor pois não curam os seus males, são portanto falsas artes na medida em que pretendem fazer-se passar e substituir-se às verdadeiras artes criando uma falsa aparência de belo e de bom que a nada corresponde senão a uma forma de adulação. Platão termina o seu argumento referindo-se às verdadeiras Artes do espírito como a legislação e a justiça que também têm as sua imitações que são a sofística e a retórica pois ambas usam uma técnica que visa criar uma aparência de que é feita justiça quando na verdade não é. Estas falsas artes são “atividades empíricas” porque se aprendem pela prática, imitando os oradores e utilizando as suas técnicas, não têm conhecimento do Belo e do Bom mas da forma de tornar mais persuasivo o discurso.
GRUPO III

1. A fenomenologia do conhecimento reduz o fenómeno do conhecimento a uma relação entre um sujeito (o que conhece) e um objeto (o que é conhecido). Descreve esta relação como uma correlação visto que não pode haver sujeito sem objeto nem objeto sem sujeito, existem apenas na relação embora sejam opostos um ao outro pois têm funções diferentes que não se podem permutar. A função do sujeito é ativa, produz uma imagem ou representação do objeto e a função do objeto é passiva, porque se deixa apreender. Todavia nesse ato de apreensão o objeto permanece como transcendente ao sujeito nunca podendo reduzir-se à esfera da sua representação mental.

2. Não. O “saber que” implica que a) acredite que (esta exigência é satisfeita) b) aquilo em que acredito seja verdadeiro (esta exigência não é satisfeita porque O Sol não gira em torno da Terra) c) que esta crença esteja justificada por boas razões (esta exigência estava satisfeita, os antigos tinham boas razões mas o seu estádio cognitivo não lhes permitia encontrar melhores razões). Concluindo, os antigos não sabiam que o Sol girava em torno da terra (embora acreditassem nisso) porque a sua crença era falsa.

domingo, 11 de março de 2018

Hume