quarta-feira, 17 de março de 2010

Correcção do Teste de 15 de março 2010

Versão B

1. Falso.

2. Falso

3. verdadeiro

4. verdadeiro

5. falso

6. verdadeiro

7. verdadeiro

8. falso

9. verdadeiro

10. falso



Versão A

1. falso

2. falso

3. falso

4. verdadeiro

5. verdadeiro

6. falso

7. verdadeiro

8. verdadeiro

9. falso

10. verdadeiro



II

1. O argumento cartesiano a favor da existência de Deus resulta da necessidade de superar o solipsismo a que  a dúvida metódica e hiperbólica tinha conduzido. Depois de concluir que de todas as verdades que julgara possuir só uma, a de que existia, parecia ser certa e inabalável, Descartes, fica sozinho com esta única verdade, não podendo provar que as coisas em redor dele existam ou mesmo sem poder ter confiança em qualquer raciocínio por mais simples que se apresente. Para afastar a ideia do génio maligno, era necessário provar que Deus existia.

Argumento utilizado é o seguinte:  Vejo claramente que sou imperfeito porque erro muito e há mais perfeição em quem não erra do que em quem erra. Qual então a causa da minha ideia de perfeição? Não posso ser eu, que sou imperfeito, não pode ser a natureza que não sei se existe, a causa deve ser mais perfeita que a ideia, a causa só pode existir, visto que nenhuma ideia existe sem uma causa. Logo, a causa da minha ideia de perfeito só pode ser um ser com todas as perfeições, esse ser só pode ser Deus.

2. O argumento é circular. Como posso ter a certeza que não me engano quando penso que sou imperfeito? Só posso ter a certeza de que existo, ora, não posso ter a certeza dos meus raciocínios (existência de um génio maligno) se sei que existe Deus a partir de um raciocínio, é porque pressuponho que existe um Deus antes mesmo de o provar, só assim poderei ter a certeza das ideias que tenho. Existe, então, um Deus que não me engana logo, os meus raciocínios são certos, logo, posso provar a existência de Deus.. Portanto por um lado preciso de Deus para confiar nas minhas ideias e raciocíniose é através delas, que provo a existência de Deus.

3. Conhecimento de factos é contingente e a sua negação não implica contradição, enquanto que o conhecimento de relação de ideias é necessário e a sua negação implica uma contradição. Explicação: relacionar ideias só necessita de um acordo lógico da razão consigo mesma, é independente dos factos do mundo, logo pode ser um conhecimento necessário visto que está fundado em leis universais e necessárias que são as leis racionais. Quanto ao conhecimento dos factos, necessita da experiência, das impressões e percepções, essa experiência é limitada, visto que o sujeito não pode conhecer todos os factos. A experiência mostra-nos uma realidade em mudança, e a necessidade de alterar crenças, logo ,o conhecimento resultante da experiência, é também contingente, pois poderia ser de outro modo, não podemos ter acesso a verdades necessárias, não é necessário que aconteça assim, há a sempre a possibilidade de mudança, de ser de outro modo.

4. O argumento de Hume é baseado no princípio de que nada podemos saber sem ser através de impressões sensíveis. Ora a relação de causalidade corresponde á impressão de vermos dois fenómenos sucederem-se no tempo e em espaços contíguos. Essa impressão acontece repetidamente, logo criamos uma expectativa e fazemos uma previsão que irá acontecer também no futuro. Mas essa previsão é apenas baseada num hábito psicológico. Nada há racionalmente que possa ligar de forma indissolúvel dois fenómenos. Como a experiência é contingente e a relação causal necessária, então esta é uma ilusão construída pelo hábito psicológico sem fundamento racional ou empírico.

III
O Racionalismo defende que o conhecimento verdadeiro é a priori, isto é , independente da experiência. Poderíamos rejeitar todas as informações que derivam das sensações do mundo, o tacto, o cheiro, a visão dos objectos, restariam as ideias que são formadas pela razão e por ela intuídas e, que não tendo origem na experiência porque não derivam dela, são válidas por si, e tão claras e evidentes à Razão que esta vê, segundo a sua luz natural, que não poderiam ser de outro modo. Os Racionalistas crêem que estas ideias podem ser os princípios (crenças básicas) de todo o conhecimento e que a partir delas, por um raciocínio dedutivo se pode chegar a outros conhecimentos sobre a realidade , que, se dedução for feita correctamente, serão igualmente verdadeiros.


Quanto ao Empirismo rejeita as ideias inatas da Razão, e a noção de conhecimento "a priori" . Defende a tese de que nada existe na mente que não tenha passado antes pelos sentidos, fundamenta-se na noção de que qualquer conceito para ter um significado tem que se referir a uma sensação/impressão qualquer, essas sensações são simples e a mente neste primeiro momento capta apenas as sensações e depois por abstracção e generalização forma os conceitos ou ideias, estas não são tão vivas como as sensações ou impressões o que quer dizer que são posteriores a estas. Os empiristas dão o exemplo das crianças que começam por ter sensações e só depois as articulam numa linguagem.O raciocínio que o entendimento faz para chegar ao conhecimento, segundo os empiristas é a indução, por acumulação de experiências que se repetem, generaliza-se para todos os casos e assim se obtém um conhecimento geral.


segunda-feira, 8 de março de 2010

Prova de avaliação de 15 de Março 2010

ESTRUTURA DA PROVA
Todas as questões dos grupos I e II são de resposta obrigatória. O grupo III tem questões de opção.

Grupo I
Dez questões (V/F) (50 Ptos)
Grupo II
(Quatro questões de resposta objectiva) (100 Ptos)
Grupo III
(Uma questão de análise e reflexão sobre um texto) (50 Ptos)

COMPETÊNCIAS
Reconhece as funções da crença, da verdade e da justificação na perspectiva tradicional do conhecimento.

Compreende as objecções de Gettier face à visão tripartida do conhecimento.
Compreende a introdução de uma quarta condição para reforçar a visão tripartida do conhecimento.
Explicita as posições filosóficas sobre o problema da origem do conhecimento.
Explicita as posições filosóficas sobre o problema da possibilidade do conhecimento.
CONTEÚDOS
Conhecimento e Racionalidade Científica e Tecnológica.

1. Descrição e interpretação da actividade cognoscitiva.
1.1. A perspectiva tradicional do conhecimento – o conhecimento como crença verdadeira e justificada.
1.2. Objecções de Gettier.
1.3. Reforço de Goldman
Análise comparativa de duas teorias explicativas do conhecimento.
2.1. O problema da origem do conhecimento:
Racionalismo – R. Descartes
Empirismo – D. Hume
2.2. O problema da possibilidade do conhecimento:
Cepticismo – radical e moderado
Fundacionismo – empirista e racionalista

CRITÉRIOS DE CORRECÇÃO

 Domínio dos conteúdos
 Expressão clara e correcta
 Capacidade de aplicação dos conhecimentos adquiridos
 Capacidade de estabelecer relações oportunas entre os conteúdos.
 Objectividade e rigor.
 Técnica de análise de texto.

domingo, 7 de março de 2010

TESTE- 22 Fevereiro 2010

Duração da Prova: 60m

_______________________________________________________
I
"Dei conta que se queria pensar que tudo era falso, era absolutamente necessário que eu, que o pensava, fosse alguma coisa. E observando que esta verdade: Penso, logo existo era tão firme e segura que as mais extravagantes suposições dos cépticos não eram capazes de a abalar, considerei poder recebê-la sem escrúpulo para primeiro princípio da Filosofia que buscava."

René Descartes, Discurso do Método

1. Esclareça o sentido deste texto de Descartes. (30)
2. Será Descartes um céptico? Porquê? (20)
3. Quais os argumentos cépticos contra o conhecimento? (30)

II
Coloque o valor de verdade de cada uma das seguintes afirmações: (10x5)

1. Sei que Paris é capital da França é um conhecimento por contacto.
2. A justificação é condição necessária para haver conhecimento.
3. Acredito em extra-terrestres logo, conheço-os.
4. Toda a crença é conhecimento.
5. “3x5 é igual a 5x3” é um conhecimento primário “a priori”
6. Esta folha é branca é um conhecimento primário “a posteriori”.
7. Descartes defende que só o conhecimento “a prioi” é verdadeiro.
8. O cepticismo põe em causa a justificação do conhecimento.
9. O cepticismo é uma teoria sobre a possibilidade do conhecimento.
10. Não podemos nunca excluir o erro é uma afirmação céptica.

III
Elabore uma dissertação de aproximadamente 30 linhas sobre a obra “ O Discurso do Método.” De René Descartes. (70)

Tenha em conta:
1. O encadeamento lógico do discurso.
2. O domínio das teses e argumentos do autor.
3. Os objectivos da obra.
4. A correcção escrita.
5. Um comentário fundamentado e original .

Correcção do teste de 22 de Fevereiro 2010



1. O sentido deste texto centra-se na descoberta, por parte de Descartes, de uma certeza absoluta do seu pensamento e também sobre os seus futuros conhecimentos: essa certeza resulta da dúvida sistemática sobre todas as suas crenças, e resume-se na ideia de que se duvido é necessário que pense, há algo que dúvida, esse algo existe e é o pensamento. A ideia do cogito “ Penso, logo existo” surge com clareza e distinção de modo a ser de tal modo evidente que o pensamento só a poderia considerar verdadeira, pois não poderia ser de outro modo. Descartes compreende com o Cogito que a verdade é um acordo da razão com uma determinada ideia do pensamento, e só a razão é juiz do conhecimento e pode distinguir o verdadeiro do falso. Compreende ainda através do cogito que o conhecimento humano é possível pois a verdade encontra-se claramente demonstrada e a partir dessas verdades primárias ou crenças básicas poder-se-ia conhecer outras verdades sobre as ciências por simples raciocínio dedutivo.



2. Não, Descartes não é um filósofo céptico pois os cépticos descrêem na capacidade do homem para alcançar o conhecimento verdadeiro e consideram que nenhuma crença está justificada, como a justificação é uma condição para haver conhecimento então não há conhecimento. Descartes utiliza o método céptico: submeter à dúvida todas as crenças para poder separar as duvidosas, aquelas que não resistem à dúvida, das crenças inquestionáveis. O resultado deste método permite distinguir as crenças verdadeiras, que se auto-justificam a si próprias e portanto não necessitam de uma justificação exterior, das crenças secundárias que derivam destas mas que não se apresentam com tanta evidência ao pensamento. As primeiras serão consideradas o fundamento do conhecimento, assim Descartes ultrapassa a dúvida céptica e demonstra que o conhecimento verdadeiro é possível.







3. Os argumentos cépticos contra o conhecimento são: A divergência de opiniões, as ilusões e enganos dos sentidos e o argumento da regressão ao infinito. Quanto ao primeiro alude o facto de termos várias opiniões sobre o mesmo assunto e que os argumentos que utilizamos não são convincentes de modo a alcançar um acordo, por exemplo os cépticos referiam, no sec.XVII a divergência entre as opiniões da Igreja e dos Livros Sagrados e a opinião dos cientistas, ninguém parecia ter mais razão que o outro. Por outro lado, acerca da observação do mundo enganamo-nos, pois julgamos ver algo que não existe, assim se os sentidos nos enganam não podem ser um fundamento fiável para o nosso conhecimento. Por último o Argumento da regressão ao infinito que é um argumento a priori, admite que nenhuma crença está justificada porque cada crença que obtivermos justifica-se noutra crença e assim sucessivamente, logo se a justificação é necessária para o conhecimento, não é possível haver conhecimento.







1. Falso



2. Verdadeiro



3. Falso



4. Falso



5. Falso



6. verdadeiro



7. verdadeiro



8. verdadeiro



9. verdadeiro



10. verdadeiro