segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Correcção da Prova de Avaliação Fev 2011 -11ºD

CRITÉRIOS GERAIS PARA A CORRECÇÃO:1. Resposta bem estruturada e com ideias claras.
2. Domínio dos conceitos filosóficos a aplicar.
3. Correcção da linguagem e ortografia.


1. O sentido deste texto centra-se na descoberta, por parte de Descartes, de uma certeza absoluta do seu pensamento e a confiança de que a razão pode, só por si, alcançar o conhecimento verdadeiro.Essa certeza resulta da dúvida sistemática sobre todas as suas crenças, e resume-se na ideia de que se duvido é necessário que pense, há algo que dúvida, esse algo existe. A ideia do cogito “ Penso, logo existo” surge com clareza e distinção de modo a ser de tal modo evidente que o pensamento só a poderia considerar verdadeira, pois não poderia ser de outro modo. Descartes compreende com o Cogito que a verdade é um acordo da razão consigo própria, e só a razão é juiz do conhecimento e pode distinguir o verdadeiro do falso. Compreende ainda através do cogito que o conhecimento humano é possível pois a verdade encontra-se claramente demonstrada e a partir dessas verdades primárias (metafísicas) ou crenças básicas poder-se-ia conhecer outras verdades sobre as ciências por simples raciocínio dedutivo.


2. Descartes é um filósofo racionalista. O Racionalismo cartesiano como perspectiva filosófica, fundamenta o conhecimento na razão e na capacidade desta retirar ideias a partir de outras ideias de forma evidente e dedutiva sem recorrer à experiência - ideias inatas. O Modelo de conhecimento verdadeiro para os racionalistas é o modelo matemático porque tem necessidade lógica e validade universal. Descartes é um filósofo racionalista porque defende a possibilidade de um conhecimento “a priori”. O critério da verdade do conhecimento é a evidência das ideias, uma vez que uma ideia é tão clara e distinta que se apresenta inquestionável à razão, essa ideia é verdadeira. Segundo o modelo matemático estas ideias são como axiomas que servem como fundamentos para outros conhecimentos deduzidos a partir delas.


3. Depois de concluir que de todas as verdades que julgara possuir só uma, a de que existia, parecia ser certa e inabalável, Descartes, fica sozinho com esta única verdade, não podendo provar que as coisas em redor dele existiam nem poder confiar em qualquer conhecimento do mundo ou matemático. Para afastar a ideia de um génio maligno, era necessário a ideia de Deus.

O argumento cartesiano a favor da existência de Deus é o seguinte: Vejo claramente que sou imperfeito porque erro muito e há mais perfeição em quem não erra do que em quem erra. Qual então a causa da minha ideia de perfeição, não posso ser eu, que sou imperfeito, não pode ser a natureza que não sei se existe, a causa deve ser mais perfeita que a ideia, a causa só pode existir, visto que nenhuma ideia existe sem uma causa. Logo, a causa da minha ideia de perfeito só pode ser um ser com todas as perfeições, esse ser só pode ser Deus.

4. Os argumentos cépticos contra o conhecimento são: A divergência de opiniões, as ilusões e enganos dos sentidos e o argumento da regressão ao infinito. Quanto ao primeiro alude o facto de termos várias opiniões sobre o mesmo assunto e que os argumentos que utilizamos não são convincentes de modo a alcançar um acordo, por exemplo os cépticos referiam, no sec.XVII a divergência entre as opiniões da Igreja e dos Livros Sagrados e a opinião dos cientistas, ninguém parecia ter mais razão que o outro. Por outro lado, acerca da observação do mundo enganamo-nos, pois julgamos ver algo que não existe, assim se os sentidos nos enganam não podem ser um fundamento fiável para o nosso conhecimento. Por último o Argumento da regressão ao infinito que é um argumento a priori, admite que nenhuma crença está justificada porque cada crença que obtivermos justifica-se noutra crença e assim sucessivamente, logo se a justificação é necessária para o conhecimento, não é possível haver conhecimento.

Versão A
1. Falso
2. Falso
3. Falso
4. Falso
5. Verdadeiro
6. Falso
7. Falso
8. Verdadeiro
9. Verdadeiro
10. Verdadeiro

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