Grupo I
1. A tese empirista de D. Hume
sobre a conexão causal é a seguinte:
- Não há nenhuma impressão de conexão causal; ora se não há impressão também não pode haver ideia, vistoq eu, segundo o empirismo não há ideias sem impressões sensíveis.
- A impressão que temos é da repetição de fenómenos em sucessão no tempo e contiguidade no espaço: “O mesmo objecto é seguido pelo mesmo evento”. Esta repetição de um fenómeno a seguir ao outro leva-nos a estabelecer a crença de que estes andam sempre ligados, isto é, se sucede um, logo a seguir tem de suceder outro.
- Esta crença a que chamamos relação de causa efeito ou conexão causal não está justificada nem empiricamente nem racionalmente, porque “ não há nada que produza qualquer impressão, e consequentemente nada que possa sugerir qualquer ideia de poder ou conexão necessária”, o que temos a impressão é de fenómenos singulares, isolados embora sucedemdo-se uns aos outros; logo não há conhecimento mas um hábito psicológico que é criado pela sucessiva repetição dos fenómenos que se apresentam ligados. Se o conhecimento de causa efeito tem a sua origem na experiência e de modo nenhum é “apriori” (argumento do ser racional que nada soubesse do mundo, jamais poderia ter a noção de causa efeito) então é um conhecimento de facto e é contingente, todavia julgamo-lo e pensamo-lo como uma conexão necessária e, portanto ultrapassamos a experiência.
- Logo, para concluir não uma explicação empírica para uma conexão necessária, ela é apenas fruto do costume, um hábito psicológico.
2. (TESTE B)Para Kuhn as teorias científicas funcionam como paradigmas, isto
é trazem consigo uma visão do mundo e certos métodos de trabalho que se
destinam a ampliar os seus resultados e a confirmar as suas previsões. A
comunidade científica trabalha no âmbito dos paradigmas e não os põe em causa,
mesmo que surjam anomalias. O processo de desenvolvimento da Ciência começa com
a instituição de um Paradigma e o trabalho científico visa tornar mais
consistente e abrangente esse paradigma resolvendo os enigmas que este vai
colocando à medida que vai sendo alargado na explicação de outros fenómenos.
Este período de resolução de enigmas caracteriza-se por ser acrítico, pois não
há disposição para pôr em causa as metodologias de trabalho que foram aceites,
assim como os princípios e a validade das teorias, Kuhn chama-lhe um Período de
Ciência Normal. Com o desenvolvimento teórico e prático do Paradigma vão
surgindo anomalias que se vão acumulando até pôr em causa a actividade que está
a ser feita, entra-se numa crise em que a descrença em relação ao modelo
seguido leva ao seu abandono e começam a surgir novas teorias concorrentes que
explicam os novos enigmas. Neste período, denominado Ciência Extraordinária, a
comunidade científica tem de escolher uma teoria que pela sua abrangência,
simplicidade, precisão, consistência e fecundidade, assim como o prestígio do
cientista que a apresenta, possa ser unificadora da comunidade e possa
constituir um novo Paradigma. Quando isso acontece dá-se uma revolução científica,
isto é: a substituição de um Paradigma por outro.
2. (TESTE A)A Psicanálise e a Astrologia são “pseudo ciências”
porque não obedecem ao critério de falsificabilidade que constitui o critério
de demarcação entre ciência e pseudo ciência segundo a proposta epistemológica
de Popper. Este critério propõe, contrariamente ao verificacionismo, que se
considere científica a teoria que possa ser empiricamente falsificável. Ora,
tanto a Astrologia como a Psicanálise não são empiricamente falsificáveis, pois
a experiência é sempre interpretada ou distorcida de modo a comprovar a teoria
e não se prevê nenhuma experiência possível que possa refutá-la. Assim afirmar
que todos os Aquários são independentes é não dizer nada porque seja qual for o
comportamento de um aquariano ele é sempre interpretado como sinal de independência,
assim não há forma de refutar a teoria e por outro lado ela nada nos diz sobre
a realidade. Contrariamente o critério de demarcação verificacionista poderia
considerar que é empiricamente verificável as teorias psicanalíticas visto que
correspondem a comportamentos que podem ser empiricamente observados.
3. Para Kuhn não há verdadeiro progresso ou evolução porque os
paradigmas que se vão sucedendo são incomensuráveis, isto é, não podem ser
comparados porque apresentam diferentes formas de trabalhar, de seleccionar fenómenos
e novos princípios metafísicos.
Há, portanto, na evolução da ciência, cortes abruptos que
correspondem a revoluções científicas, de mudanças de paradigma. As revoluções
científicas sucedem-se a períodos criativos em que há teorias diferentes e a comunidade
científica não forma consenso acerca de nenhuma delas. A escolha de uma teoria
pela comunidade científica equivale a um acordo sobre a forma proposta de
explicar os fenómenos. Uma vez acordado, ele torna-se exemplar e guia a
comunidade para um desenvolvimento desta concepção dando origem a um novo
paradigma e a uma nova fase de ciência normal. Todavia não há objectividade na
escolha dos Paradigmas visto que este consenso é muitas vezes impossível e a
escolha é influenciada por factores externos aos critérios objectivos.
Para Popper, a ciência evolui no sentido de uma aproximação à
verdade na medida em que se faz eliminando os erros das teorias e
substituindo-as por outras mais abrangentes e consistentes com os factos
observados. Visto que a ciência se faz num processo racional de conjecturas e
refutações em que o papel da subjectividade tende a diminuir pois o cientista
trabalha no sentido de fazer previsões arriscadas de modo a testar de os
limites de cada teoria. Embora não haja qualquer espécie de certezas pois o
progresso científico é um sistema em aberto e nenhuma teoria é verdadeira mas
apenas provisoriamente corroborada. A substituição de uma teoria por outra é um
processo de selecção em que as novas
teoria aperfeiçoam as antigas na medida em que não cometem os mesmos erros da
anterior, explicam os fenómenos das anteriores e ainda explicam novos fenómenos.
Daí haver continuidade na evolução científica.
4. Segundo o texto o
conhecimento científico e o senso comum são separados por um “ideal de
objectividade” e” por uma separação das actividades ordinárias do quotidiano”,
isto significa que a experiência científica não se limita à observação
ocasional, constrói um quadro racional de problemas e metodologias de análise
que o senso comum não tem. Deste modo, embora a realidade pareça ser a mesma
ela aparece de modo diferente porque é seleccionada por prévios problemas.Partem
dos dados dos sentidos e acumulam factos, mas se o segundo tira as suas
conclusões a partir da experiência, o primeiro formula certas hipóteses que
constituem uma directriz através da qual organiza os dados da experiência e a
interroga de um determinado modo, sistemático e racional e não apenas
ocasional. São assim diferentes percepções da realidade. A outra característica
apontada é a linguagem. A linguagem científica é universal e rigorosa na medida
em que apresenta símbolos que obedecem a uma técnica de codificação aceite pela
comunidade e que tem um significado susceptível de ser apresentado numa experiência
e não pode ter vários significados. Veja-se o caso de H2O. Contrariamente o
senso comum utiliza a linguagem vulgar onde as palavras podem ter diferentes
sentidos.
Grupo III
Grupo III
1. As vantagens do método indutivo colocadas no texto são a
generalização e a criatividade. Uma vez que descobre uniformidades nos factos
particulares o que cria a possibilidade de justificações, abrindo para novos
conhecimentos. Por outro lado através da generalização “eleva os dados
particulares à categoria de relação constante” o que significa que permite
retirar leis que unificam os fenómenos pois os subordinam a um só procedimento.
Isto é universaliza o particular.
2. A teoria epistemológica de Popper ultrapassa o
indutivismo da ciência ao propor um novo método: o
falsificacionismo. O falsificacionismo é, uma nova forma de
compreender a metodologia das ciências propondo como realmente
científica uma metodologia hipotética e dedutiva e não indutiva. O
método hipotético-dedutivo privilegia a criatividade intelectual e a colocação
dos problemas e de hipóteses assim como a dedução a partir destas de
consequências observáveis. Ultrapassa
o problema do método indutivo que não pode justificar as leis da natureza, e
que é por si um problema visto que carece de fundamento racional.
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