Rembrant, Aula de anatomia
2. 1.No texto de Hume refere-se à importância do costume ou
hábito na construção do conhecimento dos factos. É devido à percepção da
repetição de certos fenómenos que se sucedem em contiguidade no tempo e no
espaço que estabelecemos uma relação entre eles e pensamos poder prever que
sempre que um acontece o outro também acontecerá. Esta forte crença de uma
conexão necessária entre dois fenómenos permite-nos estabelecer uma relação de
causa e efeito entre os dois. O problema que trata o texto é a origem da
relação de causa e efeito. Para Hume esta origem é o costume. Mas o costume não
é uma justificação forte pois o que acontece repetidas vezes não nos pode
garantir que vai acontecer sempre. A relação entre dois fenómenos não é lógica
mas psicológica, embora venham repetidas vezes juntos os fenómenos são separados
e podem não acontecer juntos, portanto, a nossa previsão que sempre que há fumo
há fogo não é certa, pois não existe uma conexão necessária entre os dois. O
argumento de Hume é baseado no princípio de que nada podemos saber sem ser
através de impressões sensíveis. Ora a relação de causalidade corresponde á
impressão de vermos dois fenómenos sucederem-se no tempo e em espaços
contíguos. Essa impressão acontece repetidamente, logo criamos uma expectativa
e fazemos uma previsão que irá acontecer também no futuro. Mas essa previsão é
apenas baseada num hábito psicológico. Nada há racionalmente que possa ligar de
forma indissolúvel dois fenómenos. Como a experiência é contingente e a relação
causal necessária, então esta é uma ilusão construída pelo hábito psicológico
sem fundamento racional ou empírico.
1. 2. Conhecimento de questões de facto e conhecimento de relação de ideias. O
primeiro dá-nos a informação sobre o modo como o mundo é, mas o o conhecimento
que daí resulta é contingente e não necessário. As verdades de facto como:
"A ponte 25 de Abril situa-se em Lisboa" podem ser negadas sem que
esta negação implique contradição, pois poderia ser de outro modo, não
repugna racionalmente que a Ponte não estivesse em Lisboa, essa proposição faz
sentido e poderia ainda ser pensada. Assim, todos os conhecimentos de facto que
são justificados pela experiência, não são verdades necessárias, ora todas as
verdades contingentes são apenas provavelmente verdadeiras. O segundo
conhecimento não nos acrescenta nova informação àquela que já está contida nos
conceitos ou ideias, por exemplo; " O quadrado tem quatro lados",
porque se é um quadrado tem de ter quatro lados, isto é, o predicado faz parte
da definição do conceito. Por outro lado este conhecimento é necessário, é
sempre verdadeiro e o seu contrário implica uma contradição, é impossível
pensar o seu contrário, isto é não tem sentido um quadrado ter mais ou menos
que quatro lados. Explicação: Conhecimento de factos é contingente e a sua
negação não implica contradição, enquanto que o conhecimento de relação de
ideias é necessário e a sua negação implica uma contradição. Explicação:
relacionar ideias só necessita de um acordo lógico da razão consigo mesma, é
independente dos factos do mundo, logo pode ser um conhecimento necessário
visto que está fundado em leis universais e necessárias que são as leis
racionais. Quanto ao conhecimento dos factos, necessita da experiência, das
impressões e percepções, essa experiência é limitada, visto que o sujeito não
pode conhecer todos os factos. A experiência mostra-nos uma realidade em
mudança, e a necessidade de alterar crenças, logo ,o conhecimento resultante da
experiência, é também contingente, pois poderia ser de outro modo, não podemos
ter acesso a verdades necessárias, não é necessário que aconteça assim, há a
sempre a possibilidade de mudança, de ser de outro modo.
3. Descartes é um filósofo racionalista. O Racionalismo
cartesiano como perspectiva filosófica, fundamenta o conhecimento na razão e na
capacidade desta retirar ideias a partir de outras ideias de forma evidente e
dedutiva sem recorrer à experiência - ideias inatas. O Modelo de conhecimento
verdadeiro para os racionalistas é o modelo matemático porque tem necessidade
lógica e validade universal. Descartes é um filósofo racionalista porque
defende a possibilidade de um conhecimento “a priori”. O critério da verdade do
conhecimento é a evidência das ideias, uma vez que uma ideia é tão clara e
distinta que se apresenta inquestionável à razão, essa ideia é verdadeira.
Segundo o modelo matemático estas ideias são como axiomas que servem como
fundamentos para outros conhecimentos deduzidos a partir delas. O Racionalismo defende que o conhecimento
verdadeiro é a priori, isto é , independente da experiência. Poderíamos
rejeitar todas as informações que derivam das sensações do mundo, o tacto, o
cheiro, a visão dos objectos, restariam as ideias que são formadas pela razão e
por ela intuídas e, que não tendo origem na experiência porque não derivam
dela, são válidas por si, e tão claras e evidentes à Razão que esta vê, segundo
a sua luz natural, que não poderiam ser de outro modo. Os Racionalistas crêem
que estas ideias podem ser os princípios (crenças básicas) de todo o
conhecimento e que a partir delas, por um raciocínio dedutivo se pode chegar a
outros conhecimentos sobre a realidade , que, se dedução for feita
correctamente, serão igualmente verdadeiros.
Quanto ao Empirismo rejeita as ideias inatas da Razão, e a noção de conhecimento "a priori" . Defende a tese de que nada existe na mente que não tenha passado antes pelos sentidos, fundamenta-se na noção de que qualquer conceito para ter um significado tem que se referir a uma sensação/impressão qualquer, essas sensações são simples e a mente neste primeiro momento capta apenas as sensações e depois por abstracção e generalização forma os conceitos ou ideias, estas não são tão vivas como as sensações ou impressões o que quer dizer que são posteriores a estas. Os empiristas dão o exemplo das crianças que começam por ter sensações e só depois as articulam numa linguagem. O raciocínio que o entendimento faz para chegar ao conhecimento, segundo os empiristas é a indução, por acumulação de experiências que se repetem, generaliza-se para todos os casos e assim se obtém um conhecimento
O Argumento utilizado é o seguinte: Vejo claramente que sou imperfeito porque erro muito e há mais perfeição em quem não erra do que em quem erra. Qual então a causa da minha ideia de perfeição? Não posso ser eu, que sou imperfeito, não pode ser a natureza que não sei se existe, a causa deve ser mais perfeita que a ideia, a causa só pode existir, visto que nenhuma ideia existe sem uma causa. Logo, a causa da minha ideia de perfeito só pode ser um ser com todas as perfeições, esse ser só pode ser Deus.
O argumento é circular. Como posso ter a certeza que não me engano quando penso
que sou imperfeito? Só posso ter a certeza de que existo, ora, não posso ter a
certeza dos meus raciocínios (existência de um génio maligno) se sei que existe
Deus a partir de um raciocínio, é porque pressuponho que existe um Deus antes
mesmo de o provar, só assim poderei ter a certeza das ideias que tenho. Existe,
então, um Deus que não me engana logo, os meus raciocínios são certos, logo,
posso provar a existência de Deus.. Portanto por um lado preciso de Deus para
confiar nas minhas ideias e raciocínios e, por outro lado, através delas, provo a
existência de Deus.
III
1. 1. Não podemos saber que a Lua é feita de queijo porque todo o conhecimento é factivo, não podemos conhecer falsidades. Se a Lua não é feita de queijo, então a proposição que diz que sim é falsa, logo não corresponde a nenhum conhecimento.
2. 2. "A priori" significa um conhecimento independente da experiência e que se justifica ou fundamenta apenas no raciocínio, sendo demonstadas logicamente as suas verdades. "A posteriori" é um conhecimento que depende da experiência e, por conseguinte deriva das percepções do mundo. Justifica-se recorrendo à experiência, isto é, aos factos.
3. Teste A, Modo AIII, 4ªFigura, Inválido, falácia do termo médio não distribuído. O termo médio "Artistas" não está distribuído em nenhuma das premissas.
Teste B: Modo, AAA, Figura 2ª, Inválido, Falácia do termo médio não distribuído.
I
3.
2.
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