segunda-feira, 31 de março de 2014

Correcção do Teste - Março 2014


Rembrant, Aula de anatomia

2. 1.No texto de Hume refere-se à importância do costume ou hábito na construção do conhecimento dos factos. É devido à percepção da repetição de certos fenómenos que se sucedem em contiguidade no tempo e no espaço que estabelecemos uma relação entre eles e pensamos poder prever que sempre que um acontece o outro também acontecerá. Esta forte crença de uma conexão necessária entre dois fenómenos permite-nos estabelecer uma relação de causa e efeito entre os dois. O problema que trata o texto é a origem da relação de causa e efeito. Para Hume esta origem é o costume. Mas o costume não é uma justificação forte pois o que acontece repetidas vezes não nos pode garantir que vai acontecer sempre. A relação entre dois fenómenos não é lógica mas psicológica, embora venham repetidas vezes juntos os fenómenos são separados e podem não acontecer juntos, portanto, a nossa previsão que sempre que há fumo há fogo não é certa, pois não existe uma conexão necessária entre os dois. O argumento de Hume é baseado no princípio de que nada podemos saber sem ser através de impressões sensíveis. Ora a relação de causalidade corresponde á impressão de vermos dois fenómenos sucederem-se no tempo e em espaços contíguos. Essa impressão acontece repetidamente, logo criamos uma expectativa e fazemos uma previsão que irá acontecer também no futuro. Mas essa previsão é apenas baseada num hábito psicológico. Nada há racionalmente que possa ligar de forma indissolúvel dois fenómenos. Como a experiência é contingente e a relação causal necessária, então esta é uma ilusão construída pelo hábito psicológico sem fundamento racional ou empírico.

1.       2. Conhecimento de questões de facto e conhecimento de relação de ideias. O primeiro dá-nos a informação sobre o modo como o mundo é, mas o o conhecimento que daí resulta é contingente e não necessário. As verdades de facto como: "A ponte 25 de Abril situa-se em Lisboa" podem ser negadas sem que esta negação implique contradição,  pois poderia ser de outro modo, não repugna racionalmente que a Ponte não estivesse em Lisboa, essa proposição faz sentido e poderia ainda ser pensada. Assim, todos os conhecimentos de facto que são justificados pela experiência, não são verdades necessárias, ora todas as verdades contingentes são apenas provavelmente verdadeiras. O segundo conhecimento não nos acrescenta nova informação àquela que já está contida nos conceitos ou ideias, por exemplo; " O quadrado tem quatro lados", porque se é um quadrado tem de ter quatro lados, isto é, o predicado faz parte da definição do conceito. Por outro lado este conhecimento é necessário, é sempre verdadeiro e o seu contrário implica uma contradição, é impossível pensar o seu contrário, isto é não tem sentido um quadrado ter mais ou menos que quatro lados.Explicação: Conhecimento de factos é contingente e a sua negação não implica contradição, enquanto que o conhecimento de relação de ideias é necessário e a sua negação implica uma contradição. Explicação: relacionar ideias só necessita de um acordo lógico da razão consigo mesma, é independente dos factos do mundo, logo pode ser um conhecimento necessário visto que está fundado em leis universais e necessárias que são as leis racionais. Quanto ao conhecimento dos factos, necessita da experiência, das impressões e percepções, essa experiência é limitada, visto que o sujeito não pode conhecer todos os factos. A experiência mostra-nos uma realidade em mudança, e a necessidade de alterar crenças, logo ,o conhecimento resultante da experiência, é também contingente, pois poderia ser de outro modo, não podemos ter acesso a verdades necessárias, não é necessário que aconteça assim, há a sempre a possibilidade de mudança, de ser de outro modo.

      3.  Descartes é um filósofo racionalista. O Racionalismo cartesiano como perspectiva filosófica, fundamenta o conhecimento na razão e na capacidade desta retirar ideias a partir de outras ideias de forma evidente e dedutiva sem recorrer à experiência - ideias inatas. O Modelo de conhecimento verdadeiro para os racionalistas é o modelo matemático porque tem necessidade lógica e validade universal. Descartes é um filósofo racionalista porque defende a possibilidade de um conhecimento “a priori”. O critério da verdade do conhecimento é a evidência das ideias, uma vez que uma ideia é tão clara e distinta que se apresenta inquestionável à razão, essa ideia é verdadeira. Segundo o modelo matemático estas ideias são como axiomas que servem como fundamentos para outros conhecimentos deduzidos a partir delas.O Racionalismo defende que o conhecimento verdadeiro é a priori, isto é , independente da experiência. Poderíamos rejeitar todas as informações que derivam das sensações do mundo, o tacto, o cheiro, a visão dos objectos, restariam as ideias que são formadas pela razão e por ela intuídas e, que não tendo origem na experiência porque não derivam dela, são válidas por si, e tão claras e evidentes à Razão que esta vê, segundo a sua luz natural, que não poderiam ser de outro modo. Os Racionalistas crêem que estas ideias podem ser os princípios (crenças básicas) de todo o conhecimento e que a partir delas, por um raciocínio dedutivo se pode chegar a outros conhecimentos sobre a realidade , que, se dedução for feita correctamente, serão igualmente verdadeiros.


Quanto ao Empirismo rejeita as ideias inatas da Razão, e a noção de conhecimento "a priori" . Defende a tese de que nada existe na mente que não tenha passado antes pelos sentidos, fundamenta-se na noção de que qualquer conceito para ter um significado tem que se referir a uma sensação/impressão qualquer, essas sensações são simples e a mente neste primeiro momento capta apenas as sensações e depois por abstracção e generalização forma os conceitos ou ideias, estas não são tão vivas como as sensações ou impressões o que quer dizer que são posteriores a estas. Os empiristas dão o exemplo das crianças que começam por ter sensações e só depois as articulam numa linguagem. O raciocínio que o entendimento faz para chegar ao conhecimento, segundo os empiristas é a indução, por acumulação de experiências que se repetem, generaliza-se para todos os casos e assim se obtém um conhecimento 



 1.4. Segundo o texto, a ideia de Deus não ser uma ideia imaginada tal como "uma cabeça de leão unida ao corpo de uma cabra", porque a razão não garante que seja verdadeiro, assim como não garante que seja verdadeiro que o Sol tenha a grandeza que vemos. Mas provando que Deus existe, todas estas ideias passam a ter um fundamento de verdade e é assim superada a dúvida. Deus é a garantia que as ideias claras e distintas são verdadeiras e correspondem a algo igualmente existente.

O Argumento utilizado é o seguinte:  Vejo claramente que sou imperfeito porque erro muito e há mais perfeição em quem não erra do que em quem erra. Qual então a causa da minha ideia de perfeição? Não posso ser eu, que sou imperfeito, não pode ser a natureza que não sei se existe, a causa deve ser mais perfeita que a ideia, a causa só pode existir, visto que nenhuma ideia existe sem uma causa. Logo, a causa da minha ideia de perfeito só pode ser um ser com todas as perfeições, esse ser só pode ser Deus.
argumento é circular. Como posso ter a certeza que não me engano quando penso que sou imperfeito? Só posso ter a certeza de que existo, ora, não posso ter a certeza dos meus raciocínios (existência de um génio maligno) se sei que existe Deus a partir de um raciocínio, é porque pressuponho que existe um Deus antes mesmo de o provar, só assim poderei ter a certeza das ideias que tenho. Existe, então, um Deus que não me engana logo, os meus raciocínios são certos, logo, posso provar a existência de Deus.. Portanto por um lado preciso de Deus para confiar nas minhas ideias e raciocínios e, por outro lado,  através delas,  provo a existência de Deus.

                                                   III
1. 1. Não podemos saber que a Lua é feita de queijo porque todo o conhecimento é factivo, não podemos conhecer falsidades. Se a Lua não é feita de queijo, então a proposição que diz que sim é falsa, logo não corresponde a nenhum conhecimento.

2. 2. "A priori" significa um conhecimento independente da experiência e que se justifica ou fundamenta apenas no raciocínio, sendo demonstadas logicamente as suas verdades. "A posteriori" é um conhecimento que depende da experiência e, por conseguinte deriva das percepções do mundo. Justifica-se recorrendo à experiência, isto é, aos factos.

3. Teste A, Modo AIII, 4ªFigura, Inválido, falácia do termo médio não distribuído. O termo médio "Artistas" não está distribuído em nenhuma das premissas.
Teste B: Modo, AAA, Figura 2ª, Inválido, Falácia do termo médio não distribuído.

I

3. 

2.

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