domingo, 27 de maio de 2018

Correção do teste 11G.



1. Impressões e ideias são perceções mentais, isto é, constituem todo o conteúdo da mente que podemos conhecer. As primeiras são originais e antecedem as segundas que são cópias feitas da memória das impressões vividas. Podemos ter ideias de objetos nunca antes vividos, se associarmos ideias simples, formando assim ideias complexas como a ideia de vampiro. Podemos também antecipar o prazer ou a dor vividas pela expectativa de as voltarmos a viver. Seja pela memória ou pela imaginação as perceções pensadas, ideias, não são nunca tão fortes e intensas como as vividas, impressões,  pois o original é sempre mais forte e perfeito que a cópia. Hume conclui que as impressões são atos originais e que não existem ideias sem na origem estar a impressão interna ou externa equivalente.

As impressões podem ser simples ou complexas e podem ser interiores ou exteriores, sendo que as primeiras são vividas pela sensibilidade e as segundas resultam de um sentimento, paixão ou dor vividos interiormente pelo sujeito. As ideias podem ser ainda gerais quando resultam da associação de ideias simples, de acordo com a sua semelhança para a formação dos conceitos, ou complexas quando são  fruto da associação de ideias simples através da imaginação.


2. a) Não há nenhuma impressão de conexão causal; isto é de uma conexão necessária entre dois fenómenos como o fumo e o fogo. As impressões que nos são dadas são de contiguidade no espaço, prioridade temporal e conjunção constante.

b) A impressão que temos é da repetição de fenómenos em sucessão no tempo e contiguidade no espaço: “Vemos os dois fenómenos repetidamente juntos, e quanto mais isso acontece mais forte é a crença que um não pode existir sem o outro, isto é, que um é causa do outro.

c) Esta crença a que chamamos relação de causa efeito ou conexão causal não está justificada nem empiricamente nem racionalmente, porque “ não há nada que produza qualquer impressão, e consequentemente nada que possa sugerir qualquer ideia de poder ou conexão necessária”, á relação é formada na mente como conexão forte, fruto do hábito ao costume. Não é um conhecimento mas uma crença subjetiva.

d) Se o conhecimento de causa efeito tem a sua origem na experiência e de modo nenhum é apriori (argumento do ser racional que nada soubesse do mundo, jamais poderia ter a noção de causa efeito) então é um conhecimento de facto e é contingente, todavia julgamos e pensamos como se houvesse uma conexão necessária e, portanto ultrapassamos a experiência.

Logo, para concluir, não uma justificação empírica nem racional para uma conexão necessária entre dois fenómenos, ela é apenas fruto do costume, um hábito psicológico, logo não é um conhecimento objetivo.



3. Apresentação da justificação de Popper para que “o método da discussão crítica não estabeleça coisa alguma”: – o método científico é o método da discussão crítica, e consiste em testar (empiricamente) teorias que são propostas como respostas a problemas; – testar uma teoria implica pô-la à prova, e pôr uma teoria à prova consiste em tentar falsificar/refutar a teoria em causa, sujeitando-a a «testes rigorosos»; – caso a teoria não supere os testes (empíricos) a que foi submetida, considera-se que foi falsificada, devendo ser rejeitada ou revista/reformulada, e novamente submetida a testes; – caso a teoria supere os testes (empíricos) a que foi submetida, não se pode considerar que foi confirmada (apenas se pode considerar que foi corroborada), pois existe a possibilidade de um teste (empírico) futuro a falsificar; – (o método crítico funciona negativamente, pois) uma teoria, ainda que supere testes (empíricos) rigorosos, nunca pode ser estabelecida como verdadeira (nem como provavelmente verdadeira): apenas se pode afirmar que «parece ser a melhor que está disponível».



4. O texto relata duas formas de entender a Lua: uma mais emocional, imediata e prática e outra mais racional, metódica e teórica. A primeira corresponde ao conhecimento dito “vulgar”, ao conhecimento que todos têm a partir da experiência quotidiana; o segundo diz respeito a um conhecimento mais elaborado, o conhecimento científico e tecnológico. Como é referido no texto: “A lua é linda” é uma proposição que traduz uma emoção subjetiva e a expressão pode ter vários sentidos; em contrapartida “ A Lua fica a 384 400Km da Terra” é uma proposição que corresponde a um juízo de facto, tem valor de verdade e anuncia uma propriedade objetiva da Lua, esta linguagem é numérica e por isso, universal e objetiva. A linguagem destes dois tipos de conhecimento é diferente e visa um fim diferente. Por outro lado, quando se descreve “A lua cheia condiciona as marés” está a descrever-se um facto mas sem explicar a razão pela qual isso acontece, na proposição seguinte “são provocadas pela variação da intensidade da força gravitacional”, estabelece-se uma relação causal que explica o facto da lua condicionar as marés. O conhecimento científico adianta razões e, por isso, procura uma racionalidade que seja confirmada ou refutada metodicamente por testes empíricos, contrariamente o conhecimento vulgar, reconhece a influência da Lua pois indutivamente generalizou a partir da observação, mas não explica porquê.

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