FALÁCIAS DE NÃO RELEVÂNCIA
( Quando as razões são logicamente irrelevantes embora possam psicologicamente ser relevantes)
Argumentum ad baculum (apelo à força) quando ameaça o
ouvinte.
Argumentum ad misericordiam (apelo à misericórdia) quando
se procura comover o ouvinte.
Argumentum ad populun (apelo ao povo) quando se apela
ao que a maioria das pessoas faz, ao “espírito das massas”.
Argumentum ad hominem (argumento contra a pessoa)
quando para destruir o argumento de alguém tenta-se destruir a pessoa.
FALÁCIAS
DAS PREMISSAS INSUFICIENTES:
(Quando a indução é
fraca e as premissas embora relevantes não são suficientes para justificar a
conclusão)
Argumentum
ad verecundiam (apelo
ao uma autoridade não qualificada). Quando para se justificar algo se recorre a
uma autoridade que não é digna de confiança ou que não é uma autoridade no
assunto.
Argumentum
ad ignorantiam (apelo
à ignorância). Quando as premissas de um argumento estabelecem que nada se sabe
acerca de um assunto e se procura concluir a partir dessas premissas algo
acerca do assunto.
Exemplos:Os fantasmas existem! Já provaste que não existem?
Como os cientistas não
podem provar que se vai dar uma guerra global, ela provavelmente não ocorrerá.
Fred disse que era
mais esperto do que Jill, mas não o provou. Portanto, isso deve ser falso..
Generalização
apressada .
Quando se extrai uma conclusão de uma amostra atípica e não significativa.
Exemplos: Fred, o australiano, roubou a minha carteira. Portanto, os
Australianos são ladrões. (Claro que não devemos julgar os Australianos na base
de um exemplo).
Perguntei a seis dos
meus amigos o que eles pensavam das novas restrições ao consumo e eles concordaram
em que se trata de uma boa ideia. Portanto as novas restrições são populares.
Falsa
Causa. Quando a ligação entre premissas e conclusão depende
de uma causa não existente.Os argumentos causais são os argumentos onde se
conclui que uma coisa ou acontecimento causa outra. São muito comuns mas, como
a relação entre causa e efeito é complexa, é fácil cometer erros. Em regra,
diz-se que C é a causa do efeito E se e só se:Geralmente, quando C ocorre,
também E ocorre.
Exemplo de uma Falsa Causa: Ganho sempre ao poker quando levo uma
camisa preta. Amanhã, se levar a camisa preta também ganharei.
Também a podemos designar como falácia: post hoc ergo
propter hoc , o nome em
latim significa: "depois disso, logo, por causa disso". Um autor comete a falácia
quando pressupõe que, por uma coisa se seguir a outra, então aquela teve de ser
causada por esta.
Mais Exemplos:A imigração do Alentejo para Lisboa aumentou mal a prosperidade aumentou.
Portanto, o incremento da imigração foi causado pelo incremento da properidade.
Tomei o EZ-Mata-Gripe
e dois dias depois a minha constipação desapareceu...Prova: Mostre que a
correlação é coincidência, mostrando: 1) que o "efeito" teria
ocorrido mesmo sem a alegada causa ocorrer, ou que 2) o efeito teve uma causa
diferente da que foi indicada.
Reacção
em cadeia. Quando as premissas apresentam uma reacção em cadeia
com uma probabilidade mínima de acontecer.
Exemplos: Se aprovamos leis contra as armas automáticas, não demorará muito até
aprovarmos leis contra todas as armas, e então começaremos a restringir todos
os nossos direitos. Acabaremos por viver num estado totalitário. Portanto não
devemos banir as armas automáticas.
Nunca deves jogar. Uma
vez que comeces a jogar verás que é difícil deixar o jogo. Em breve estarás a
deixar todo o teu dinheiro no jogo e, inclusivamente, pode acontecer que te
vires para o crime para suportar as tuas despesas e pagar as dívidas.
Se eu abrir uma
excepção para ti, terei de abrir excepções para todos.
FALÁCIAS
DE PRESSUPOSIÇÃO
Petitio principii (Petição de princípio). Quando
o que devia ser aprovado pelo argumento é já suposto pelas premissas.
Exemplos:Dado que não estou a mentir, segue-se que estou a dizer a verdade.
Sabemos que Deus
existe, porque a Bíblia o diz. E o que a Bíblia diz deve ser verdadeiro, dado
que foi escrita por Deus e Deus não mente. (Neste caso teríamos de concordar
primeiro que Deus existe para aceitarmos que ele escreveu a Bíblia.)
FALÁCIAS
DE AMBIGUIDADE
( Quando se tira partido da ambiguidade de sentido de
certas expressões para promover determinada conclusão)
Equívoco. Quando a conclusão de um argumento depende de uma ou
mais palavras serem usadas com dois sentidos diferentes.
Anfibologia. Quando o duplo sentido é de uma
frase.
FALÁCIAS
POR ANALOGIA GRAMATICAL
(Quando as premissas têm uma forma gramatical
semelhante às premissas de um argumento válido e daí se extrair uma conclusão)
Composição. Quando o predicado é
transportado das partes para o todo.
Exemplo:Um
exército de homens fortes é um exército forte.
Divisão. Quando o predicado é erradamente transportado do todo
para as partes.
Exemplo:Um
exército forte é um exército onde todos os homens são fortes.
Adaptado das
classificações em Stephen Downes (in Crítica na Rede) e Enciclopédia de
Termos lógico Filosóficos (Gradiva, Lisboa 2001).
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