OLÁ a Todos! Aqui estão alguns materiais para apoiar os vossos trabalhos filosóficos! Esperemos que sejam úteis!
quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Texto para resumo e análise João Grenho 11ºC
Texto para resumo Jacinto 11C
Diz Descartes, Nas Meditações Sobre a
Primeira Filosofia, que a filosofia e a procura do conhecimento se devem basear
no exame exaustivo de todos os elementos existentes, com o objectivo de se
conseguirem atingir dados claros e objectivos chegando-se então ao saber
absoluto.
"O que preocupa Hume é o conhecimento incerto, tal como o que é obtido de dados empíricos por inferências que não são demonstrativas. Isso inclui todo o nosso conhecimento a respeito do futuro, e a respeito de partes não observadas do passado e do presente. De facto, inclui tudo excepto, por um lado, observação directa, e, por outro, a lógica e a matemática."
Assim, enquanto a negação do conhecimento de relação de ideias implica contradição, na probabilidade (conhecimento dos factos), a negação é igualmente uma probabilidade. Desse modo, as descobertas filosóficas devem ser caracterizadas pelo probabilismo, pois o Homem tem várias limitações temporais e perceptivas. Ou seja, todas as explicações devem ser vistas como tentativas destinadas a serem substituídas por outras, o que dá espaço à opinião e à controvérsia.
David Hume rejeita “todo o tipo de ilusões metafísicas”, toda a crença em milagres. Segundo ele, os milagres violam as leis da Natureza, que se baseiam na experiência.No entanto, Hume, não é um céptico radical que negue totalmente a capacidade do sujeito para conhecer algo, o que acaba por ser uma contradição, pois ao afirmar a impossibilidade de alcançar o conhecimento, já está a concluir algo – conhecer que o conhecimento não é possível.
Hume nega a existência de princípios evidentes inatos em nós. Para ele, todo o conhecimento é como que uma cópia de algo, cujo objecto já tivemos acesso de alguma maneira.
Carlos Alberto Videira
sexta-feira, 22 de novembro de 2024
Texto para resumo Inês Marques
Quando por conseguinte temos alguma suspeita de que um termo filosófico é empregue sem nenhum significado ou ideia (como é muito frequente), basta-nos perguntar sobre a impressão de que a ideia supostamente deriva. E se for impossível encontrar alguma, isto servirá para confirmar a nossa suspeita. Ao clarificar assim as ideias, podemos razoavelmente esperar que possam ser removidos todos os conflitos que possam surgir sobre a sua natureza e realidade.
As consequências destas linhas são estonteantes.
Consideremos a ideia de um eu durável, algo de substancial que persiste por detrás das muitas mudanças que experimentamos ao vivermos a vida. Suponho, por exemplo, que esta manhã sou essencialmente o mesmo eu que era quando me fui deitar a noite passada. Não só isso, acho também que sou o mesmo eu que era na juventude que desaproveitei. Acho que serei o mesmo eu enquanto viver. Sem dúvida, algumas coisas mudaram: cresci, ganhei algumas cicatrizes, o meu cabelo está a tornar-se um pouco grisalho. Contudo, parece haver algo de essencial, o meu verdadeiro eu, que persiste em todas estas alterações acidentais.
Se concordarmos com o princípio de Hume sobre a relação entre ideias e impressões, e se estivermos convencidos de que o seu método de remover ideias fictícias é o caminho certo, temos apenas que perguntar: «De que impressão é a minha ideia derivada?» Ao olhar para dentro de mim, afirma Hume, não encontro nada, excepto uma série de impressões fugazes – ódio, amor, calor, dor, imagens, sons, cheiros e coisas do género –, mas nada permanente, nada que persista em todas as alterações. Em suma, nenhuma impressão corresponde à nossa ideia de eu. A ideia presente na palavra «eu» pode juntar-se a «unicórnio»: «eu» é uma palavra que expressa uma ideia ilusória, uma ficção da imaginação.
Mas as coisas tornam-se muito piores. A abordagem que Hume faz da natureza do entendimento humano começa com uma distinção entre dois tipos de «objectos da razão humana»: relações de ideias e matérias de facto. As relações de ideias podem ser descobertas apenas pela razão. Podemos saber que os solteiros são homens não casados ou que duas vezes cinco é metade de vinte pensando apenas sobre as relações entre as ideias em causa. As matérias de facto, porém, podem apenas ser descobertas pela experiência. Podemos meditar o tempo que quisermos sobre a proposição de que o sol está a brilhar, mas só saberemos se ela é verdadeira olhando pela janela. Há outra diferença entre estes dois tipos de proposição. O contrário de uma matéria de facto é possível, mas se negarmos uma relação entre ideias verdadeira, incorremos numa contradição. O sol pode não ser brilhante, mas não se pode estar mais longe da verdade do que quando alegamos que os solteiros são casados.
James Garvey, The Twenty Greatest Philosophy Books (London, 2006, págs. 66-68). Trad. Maria Miguel Pires (rev. científica Logosferas).
quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Texto para resumo e análise: Beatriz Almeida
DAVID HUME: unicórnios, eus e homens não casados
Hume começa, tal como Locke, por considerar os
conteúdos da mente, os objetos do entendimento humano ou – nas suas palavras –
as perceções da mente ou materiais do pensamento. Hume divide estes conteúdos
em impressões e ideias. Há uma clara distinção, já notada por Locke, entre
sentir realmente dor, calor, raiva, ver uma paisagem, ouvir uma sirene ou
desejar uma bebida fresca e recordar mais tarde ou imaginar estas experiências.
Hume usa o termo «impressões» para indicar «as nossas perceções mais vívidas,
quando ouvimos, ou vemos, ou sentimos, ou amamos, ou odiamos». As ideias têm
menos força, são cópias fracas das impressões, trazidas à mente pela memória ou
pela imaginação.
Qual, para Hume, é a relação entre ideias e impressões? Hume afirma que «todas
as nossas ideias ou perceções mais débeis são cópias das nossas impressões ou
perceções mais “vividas”». Por outras palavras, as ideias derivam apenas da
experiência. É claro que Hume sabe que algumas ideias – por exemplo, a minha
ideia de unicórnio – não correspondem exatamente a uma impressão particular.
Mas as partes que compõem a minha ideia de um unicórnio – ideias de cavalos e
de chifres – são cópias de coisas que já vi no mundo. Limitei-me a combinar
ideias derivadas da experiência de uma maneira nova. A ideia de Hume é que
apesar de a mente parecer porventura quase ilimitada na sua capacidade de
imaginar e pensar abstratamente, a matéria bruta sobre a qual ela opera é
sempre extraída de impressões.
É este o cerne do empirismo, e Hume oferece alguns argumentos em sua defesa.
Sugere que pensemos nas nossas próprias ideias e que tentemos apontar uma que
não dependa de uma impressão original. Ataca também diretamente a ideia
favorita dos racionalistas – a ideia de Deus –, e mostra que podemos adquiri-la
pensando nas qualidades das nossas mentes exagerando depois tanto quanto
quisermos o que há nelas de bom e de sábio. Finalmente, considera os indivíduos
que têm falta de uma aptidão sensorial – os cegos, por exemplo – e nota que
estes não têm nenhuma ideia de cor. A explicação, argumenta, é que as ideias
são cópias das impressões, e que quem nunca teve impressões relevantes não pode
ter as ideias correspondentes.
Há certos factos sobre impressões e ideias que nas mãos de Hume têm
consequências filosóficas de longo alcance. Comparadas com as impressões, as
ideias são naturalmente fracas e obscuras e é fácil cometer dois tipos de erros
quando pensamos sobre elas. Em primeiro lugar, podemos confundir uma ideia com outra,
podemos pensar que se justifica tirar uma certa conclusão acerca de uma ideia
quando o que realmente acontece é que estamos a pensar numa ideia semelhante,
mas diferente. Em segundo lugar, e pior, usamos palavras para representar
ideias, e o nosso discurso pode desenrolar-se alegremente mesmo que as partes
relevantes da nossa linguagem não tenham correspondência com alguma ideia fixa
ou determinada. Numa disputa filosófica, quando não estamos a falar em cavalos
e de chifres, mas em ideias muito complexas e abstratas, é fácil termos uma
conversa em que são usadas as mesmas palavras para mencionar coisas diferentes.
Podemos até discutir sobre nada. A nossa disputa poderá ser sobre ideias
ilusórias, meros fantasmas sem base na experiência – o equivalente filosófico
dos unicórnios.
James Garvey, The Twenty Greatest
Philosophy Books (London, 2006, págs. 66-68). Trad. Maria Miguel Pires
(rev. científica Logosferas).
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
quinta-feira, 14 de novembro de 2024
Texto para resumo/análise António 11C
Kwame Anthony Appiah,Thinking it Through: An introduction to contemporary philosophy, Oxford University Press
Texto resumo análise Laura Tung
Críticas à Filosofia Cartesiana
O círculo cartesiano
O cogito, só por si, dificilmente poderia constituir um fundamento sólido para o conhecimento. De facto, é a existência de Deus que garante a Descartes que não se engana quando pensa clara e distintamente. Mas, por outro lado, parece que Descartes só pode saber que Deus existe porque compreende clara e distintamente a Sua existência, a existência de um ser perfeito.
Se este é o argumento de Descartes, como pensam alguns críticos, então é falacioso, pois trata-se de um argumento circular: para saber que as ideias claras e distintas são verdadeiras, tenho primeiro de saber que Deus existe; mas, para saber que Deus existe, tenho primeiro de saber que as ideias claras e distintas são verdadeiras.
Será que da ideia da perfeição se segue que existe um ser perfeito?
A segunda crítica que referiremos aqui questiona a validade da demonstração cartesiana da existência de Deus a partir da ideia de causalidade.
Vimos anteriormente Descartes argumentar que a ideia de perfeição só pode ter sido causada por um ser perfeito; mas, para alguns críticos, esta ideia está longe de ser clara e distinta. Quem nos garante que não é ainda o génio maligno a manipular a nossa mente, e a enganar-nos quando pensamos que a ideia de perfeição só pode ter sido causada por um ser perfeito? Na verdade, Descartes ainda não afastou completamente a hipótese do génio maligno.
E, afinal, que razões temos para acreditar que a ideia de perfeição tem de ser causada por um ser perfeito? Teremos sequer razões para acreditar que tal ideia tem de ser causada? Posso ter a ideia de uma pessoa perfeitamente pontual, por exemplo. Será que esta ideia exige uma causa perfeitamente pontual? Isto não parece fazer sentido. Talvez a ideia de uma pessoa perfeitamente pontual acabe por ser a definição de uma pessoa perfeitamente pontual. Mas a definição de uma pessoa perfeitamente pontual é uma ideia que posso ter sem jamais ter encontrado tal pessoa, ou mesmo que tal pessoa não exista (ver Simon Blackburn, Pense: Uma Introdução à Filosofia, Lisboa, Gradiva, 2001, p. 43).
Parece, pois, que Descartes não conseguiu demonstrar satisfatoriamente a existência de Deus; e, se não conseguiu demonstrar satisfatoriamente a existência de Deus, então o cogito não é garantia suficiente de um conhecimento à prova de erro. Por isso, alguns filósofos pensam que Descartes não conseguiu resolver satisfatoriamente o problema e que, se queremos refutar definitivamente o céptico, teremos de encontrar outros fundamentos para o conhecimento.
É desse modo que pensam os fundacionalistas clássicos como Locke, Berkeley e Hume.
Artur Polónio
segunda-feira, 4 de novembro de 2024
Texto para resumo Sofia 11C
" — O que é que entendes por “sistema filosófico”?