segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Correção do 2º teste do 1º Semestre -11A -versão A e B


VERSÃO A

Grupo 1

(5x10 =50 Pontos)

Escolha a opção correta:

 

1. Considere os seguintes enunciados relativos à comparação entre as teorias do conhecimento de Descartes e de David Hume.

1. Para o primeiro, todas as ideias são inatas; para o segundo, nenhuma ideia é inata. 2. Os dois autores defendem que há ideias que têm origem na experiência. 3. Para o primeiro, o conhecimento tem de ser indubitável; para o segundo, pode não ser indubitável. 4. Os dois autores defendem que não há conhecimento sem experiência.

Deve afirmar-se que

 (A) 2 e 3 são corretos; 1 e 4 são incorretos. (B) 1, 3 e 4 são corretos; 2 é incorreto. (C) 1 e 4 são corretos; 2 e 3 são incorretos. (D)  1, 2 e 3 são corretos;4 é incorreto.

 

2. Descartes considera que o cogito é um conhecimento especialmente seguro, porque é

(A) imune ao próprio processo de dúvida.

(B)confirmado pela experiência.

(C) o fundamento do conhecimento.

(D) obtido por um processo a priori.

 

3. Identifique o par de termos que permite completar adequadamente a afirmação seguinte. A dúvida cartesiana é  _______; por isso, Descartes não é um filósofo  _______.

 (A) cética … empirista

(B) metódica … racionalista

(C) hiperbólica … empirista

(D) metódica … cético

 

4. A principal finalidade do método proposto por Descartes é

(A) estabelecer os fundamentos do conhecimento.

(B) provar que os sentidos nos enganam.

(C) mostrar que existe um ser perfeito.

(D) descobrir quais são as ideias claras e distintas.

 

5. De acordo com a análise tradicional do conhecimento,

 (A) se sabemos que uma certa pessoa nasceu em 2001, então acreditamos que ela nasceu nesse ano.

(B) para sabermos que uma certa pessoa nasceu em 2001, basta que essa pessoa tenha nascido nesse ano.

(C) para sabermos que uma certa pessoa nasceu em 2001, basta termos uma justificação para que tenha nascido nesse ano.

(D) se acreditamos que uma certa pessoa nasceu em 2001, então sabemos que essa pessoa nasceu nesse ano.

 

6. Se é vermelho, então tem cor. 2. O vestido é vermelho.

(A) As frases 1 e 2 expressam proposições “a posteriori”

(B) A frase 1 expressa uma proposição “a  posteriori”, a frase 2 expressa uma proposição “a priori”

(C) As frases 1 e 2 expressam proposições “a priori”.

(D) A frase 1 expressa uma proposição “a priori”, a frase 2 expressa uma proposição “a posteriori”

 

7. Hume considera que

(A) não há distinção entre impressões e ideias.

(B) não há relação entre impressões e ideias.

(C) as impressões são cópias das ideias.

(D) as ideias são cópias das impressões.

 

8.  De acordo com Hume, a impressão que origina a ideia de causa/efeito

(A) é a razão e o raciocínio.

(B) é uma ideia complexa fruto da imaginação.

(C) é a impressão de conexão necessária.

(D) é a conjunção constante entre dois factos

 

9. A relação causa/efeito fundamenta-se:

(A) Nas impressões sensíveis.

(B) Numa conexão necessária entre factos.

(C) Num costume ou hábito fruto da repetição.

(D) Na razão: é uma relação “a priori”.

 

10. Hume não ultrapassa o ceticismo porque:

(A) Hume não é cético.

(B) Admite a possibilidade de uma dúvida radical.

(C) Não encontra uma forma infalível de justificar as nossas crenças sobre o mundo.

(D) Não encontra fundamentos para a existência de Deus.

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Versão B

 

 1. De acordo com a análise tradicional do conhecimento,

 (A) se sabemos que uma certa pessoa nasceu em 2001, então acreditamos que ela nasceu nesse ano.

(B) para sabermos que uma certa pessoa nasceu em 2001, basta que essa pessoa tenha nascido nesse ano.

(C) para sabermos que uma certa pessoa nasceu em 2001, basta termos uma justificação para que tenha nascido nesse ano.

(D) se acreditamos que uma certa pessoa nasceu em 2001, então sabemos que essa pessoa nasceu nesse ano.

 

2. Se é vermelho, então tem cor. 2. O vestido é vermelho.

(A) As frases 1 e 2 expressam proposições “a posteriori”

(B) A frase 1 expressa uma proposição “a  posteriori”, a frase 2 expressa uma proposição “a priori”

(C) As frases 1 e 2 expressam proposições “a priori”.

(D) A frase 1 expressa uma proposição “a priori”, a frase 2 expressa uma proposição “a posteriori”

 

3. Hume considera que

(A) não há distinção entre impressões e ideias.

(B) não há relação entre impressões e ideias.

(C) as impressões são cópias das ideias.

(D) as ideias são cópias das impressões.

 

4.  De acordo com Hume, a impressão que origina a ideia de causa/efeito

(A) é a razão e o raciocínio.

(B) é uma ideia complexa fruto da imaginação.

(C) é a impressão de conexão necessária.

(D) é a conjunção constante entre dois factos

 

5. A relação causa/efeito fundamenta-se:

(A) Nas impressões sensíveis.

(B) Numa conexão necessária entre factos.

(C) Num costume ou hábito fruto da repetição.

(D) Na razão: é uma relação “a priori”.

 

6. Hume não ultrapassa o ceticismo porque:

(A) Hume não é cético.

(B) Admite a possibilidade de uma dúvida radical.

(C) Não encontra uma forma infalível de justificar as nossas crenças sobre o mundo.

(D) Não encontra fundamentos para a existência de Deus.

 

7. Considere os seguintes enunciados relativos à comparação entre as teorias do conhecimento de Descartes e de David Hume.

1. Para o primeiro, todas as ideias são inatas; para o segundo, nenhuma ideia é inata. 2. Os dois autores defendem que há ideias que têm origem na experiência. 3. Para o primeiro, o conhecimento tem de ser indubitável; para o segundo, pode não ser indubitável. 4. Os dois autores defendem que não há conhecimento sem experiência.

Deve afirmar-se que

 (A) 2 e 3 são corretos; 1 e 4 são incorretos. (B) 1, 3 e 4 são corretos; 2 é incorreto. (C) 1 e 4 são corretos; 2 e 3 são incorretos. (D)  1, 2 e 3 são corretos;4 é incorreto.

 

8. Descartes considera que o cogito é um conhecimento especialmente seguro, porque é

(A) resiste ao próprio processo de dúvida.

(B) confirmado pela experiência.

(C) a consequência do conhecimento.

(D) obtido pelos sentidos

 

9. Identifique o par de termos que permite completar adequadamente a afirmação seguinte. A dúvida cartesiana é  _______; por isso, Descartes não é um filósofo  _______.

 (A) cética … empirista

(B) metódica … racionalista

(C) hiperbólica … empirista

(D) metódica … cético

 

10. A principal finalidade do método proposto por Descartes é

(A) estabelecer os fundamentos do conhecimento.

(B) provar que os sentidos são certos

(C) mostrar que existe um ser perfeito.

(D) descobrir quais são as ideias obscuras

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Grupo 2

(1-20 pontos+2-30 Pontos +3-30 Pontos +4- 40 Pontos)=120 Pontos)

 

 Leia o texto com atenção e responda com objetividade e clareza às seguintes questões:

 

"Todos admitirão prontamente que existe uma diferença considerável entre as perceções da mente, quando um homem sente a dor de um calor excessivo ou o prazer de um ardor moderado, e quando ele depois traz à memória a sua sensação ou a antecipa mediante a sua imaginação. “

David Hume, Investigação sobre o entendimento humano.

 

1.Diga quais são as perceções da mente de que fala o texto e a sua importância para o conhecimento.

 

1. Impressões e ideias são perceções mentais, isto é, constituem todo o conteúdo da mente que podemos conhecer. As primeiras são originais e antecedem as segundas que são cópias feitas da memória das impressões vividas. Podemos ter ideias de objetos nunca antes vividos, se associarmos ideias simples, formando assim ideias complexas como a ideia de vampiro. Podemos também antecipar o prazer ou a dor vividas pela expectativa de as voltarmos a viver. Seja pela memória ou pela imaginação as perceções pensadas, ideias, não são nunca tão fortes e intensas como as vividas, impressões,  pois o original é sempre mais forte e perfeito que a cópia. Hume conclui que as impressões são atos originais e que não existem ideias sem na origem estar a impressão interna ou externa equivalente.

 

As impressões podem ser simples ou complexas e podem ser interiores ou exteriores, sendo que as primeiras são vividas pela sensibilidade e as segundas resultam de um sentimento, paixão ou dor vividos interiormente pelo sujeito. As ideias podem ser ainda gerais quando resultam da associação de ideias simples, de acordo com a sua semelhança para a formação dos conceitos, ou complexas quando são  fruto da associação de ideias simples através da imaginação.

 

Todos os objetos da razão ou da investigação humanas podem ser naturalmente divididos em dois tipos, a saber, as relações de ideias e as questões de facto. [...] O contrário de toda e qualquer questão de facto continua a ser possível, porque não pode jamais implicar contradição, e a mente concebe-o com a mesma facilidade e nitidez, como se fosse perfeitamente conforme à realidade. Que o Sol não vai nascer amanhã não é uma proposição menos inteligível nem implica maior contradição do que a afirmação de que ele vai nascer.

D. Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa, IN-CM, 2002, pp. 41-42 (adaptado)

 

 

2. Explique qual o problema que Hume coloca no texto e distinga, com exemplos, esses dois tipos de conhecimento que são referidos.

Resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes. Distinção entre as questões de facto e as relações de ideias: – as verdades acerca das relações de ideias são verdades necessárias ou demonstrativamente certas (OU que podem ser descobertas pela razão); (em contrapartida,) as questões de facto apenas podem ser decididas recorrendo à experiência; – o contrário de uma verdade acerca de relações de ideias implica uma contradição e, portanto, é logicamente impossível; (ao invés,) o contrário de uma verdade acerca de questões de facto não implica uma contradição e, portanto, é logicamente possível.

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes. Apresentação do problema da indução: – a indução não está justificada, uma vez que a tentativa de a justificar por meio da experiência é circular (OU a tentativa de a justificar por meio do raciocínio indutivo se baseia, ela própria, no raciocínio indutivo, que, precisamente, necessita de justificação).Portanto, saber que o Sol vai nascer amanhã é uma previsão e como tal baseia-se no que aconteceu no passado, faz-se uma generalização indutiva, se até agora o sol sempre nasceu, amanhã irá nascer. Essa probabilidade pode não ocorrer, porque só podemos ter conhecimento por experiência, e não temos experiência do futuro a não ser que façamos um raciocínio indutivo.

 

 

3. “Todos os metais dilatam sempre com o calor” Para Hume esta afirmação não está justificada, logo não é conhecimento. Porquê?

 

 

3. Não há nenhuma impressão de conexão causal; isto é, de uma conexão necessária entre dois fenómenos como a dilatação do metal e o calor. As impressões que nos são dadas são de contiguidade no espaço, prioridade temporal e conjunção constante.

 

b) A impressão que temos é da repetição de fenómenos em sucessão no tempo e contiguidade no espaço: “Vemos os dois fenómenos repetidamente juntos, e quanto mais isso acontece mais forte é a crença que um não pode existir sem o outro, isto é, que um é causa do outro.

 

c) Esta crença a que chamamos relação de causa efeito ou conexão causal não está justificada nem empiricamente nem racionalmente, porque “ não há nada que produza qualquer impressão, e consequentemente nada que possa sugerir qualquer ideia de poder ou conexão necessária”, a relação é formada na mente  fruto do hábito e do costume. Não é um conhecimento mas uma crença subjetiva.

 

 

d) Se o conhecimento de causa efeito tem a sua origem na experiência e de modo nenhum é a priori (argumento do ser racional que nada soubesse do mundo, jamais poderia ter a noção de causa efeito) então é um conhecimento de facto e é contingente, todavia julgamos e pensamos como se houvesse uma conexão necessária e, portanto ultrapassamos a experiência.

 

Logo, para concluir, não há uma justificação empírica nem racional para uma conexão necessária entre dois fenómenos, ela é apenas fruto do costume, um hábito psicológico, logo, não é um conhecimento objetivo.

 

 

4. Problematize as teorias empirista e racionalista em relação aos seguintes tópicos:  Inatismo das ideias, eu, Deus

4.1. Defenda uma posição pessoal em relação a este problema (empirismo/racionalismo).

 

 

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Comparação das posições de Descartes e de Hume sobre o inatismo das ideias:

Hume rejeita a existência de ideias inatas, os empiristas, defendem que todo o conhecimento substancial do mundo deriva de impressões ou sensações e estas são adquiridas por experiência; consideram que as verdades conhecidas a priori são «não-instrutivas», ou seja, não são informativas (ou não têm conteúdo factual), "jamais poderá sugerir-nos a ideia de qualquer objeto distinto", ao passo que os racionalistas, como Descartes, consideram que as verdades inatas são certas (evidentes, ou claras e distintas), são aspetos fundamentais do mundo e delas se deduzem outras verdades acerca do mundo.

 

Comparação das perspetivas de Descartes e de Hume acerca da ideia de Deus:‒ Descartes afirma que «o pensamento de alguma coisa de mais perfeito do que o eu [...] se devia a alguma natureza que fosse, efetivamente, mais perfeita», ou seja, que a ideia de perfeição não pode ter tido origem num ser imperfeito como ele (porque duvidar é uma imperfeição, e ele duvida) e que Deus é uma substância independente do pensamento (substância divina);‒ Hume, em contrapartida, afirma que as ideias, «por mais compostas e sublimes que sejam», são copiadas «de uma sensação ou sentimento precedente», ou seja, que a ideia de Deus é uma ideia composta, formada pela associação e pela ampliação de ideias simples provenientes da observação das operações da nossa mente;‒ segundo Descartes, a ideia de Deus não tem origem empírica / é inata;‒ em contrapartida, Hume considera que a ideia de Deus tem origem empírica, fruto da imaginação e não corresponde a uma entidade independente  do pensamento.

Comparação das perspetivas de Descartes e de Hume acerca da ideia de um eu substancial: Para os racionalistas, há um sujeito que pensa e a substância do seu pensamento é independente do corpo (dualismo), este eu é uma certeza primeira e uma crença verdadeira que se autojustifica. Para os empiristas como Hume, não existe uma substância pensante independente do corpo mas sim o pensamento está ligado ao corpo e influenciam-se mutuamente; não existe um eu mas uma série de impressões que estão em volição e mudança.

Grupo 3

(2x15Pontos)

 

 

1. Segundo a teoria tradicional de conhecimento como crença verdadeira e justificada porque é que não podemos saber que a Lua é feita de queijo? Justifique.

 

Não podemos saber que a Lua é feita de queijo porque é falso. A Lua não é feita de queijo mas sim de matéria rochosa, sendo assim uma crença falsa. O conhecimento é factivo, podemos acreditar em crenças falsas mas não podemos conhecer (saber) falsidades.

 

 

2. Porque é que o empirismo de Hume é considerado um ceticismo moderado?

Porque apesar das nossas crenças sobre o mundo não terem uma justificação nem lógica nem empírica infalível, não abandonamos essas crenças porque elas são o produto do hábito que é, para Hume, o verdadeiro guia do conhecimento.

3. Qual a importância do cogito na filosofia cartesiana?

Através do método da dúvida sobre as fontes do conhecimento, Descartes encontra a sua primeira verdade indubitável: “Penso, logo existo”. O Cogito é uma ideia evidente, clara, distinta e inata, a primeira crença básica a priori da filosofia cartesiana. Permite-nos inferir que é possível um conhecimento a priori que não necessita da justificação da experiência e que se fundamenta apenas na razão. Permite-nos também concluir que é verdadeiro tudo o que se apresente com clareza e distinção à razão, isto é todas as ideias evidentes que a razão vê claramente que não poderiam ser de outro modo e não se confundem ou derivam de outras ideias. A partir desta crença básica é possível construir os alicerces seguros do conhecimento de modo a escapar ao ceticismo.

 

 

Um comentário:

Unknown disse...

Trabalho de proposta de correção muito bom, mas acredito que a pergunta 7, do grupo A, versão 1, se encontre mal assinalada
7. D, Hume considera que as ideias são cópias enfraquecidas das impressões, nunca alcançando a vivacidade ou intensidade destas últimas