terça-feira, 28 de abril de 2020

Resumo Diogo Pauleta 11B e Karen Rosa 11I/2



A teoria institucionalista / institucional da arte (George Dickie)

Dickie começa por aderir à ideia de que o projeto tradicional de encontrar uma definição essencialista deve ser abandonado. No entanto, defende que é perfeitamente viável dar uma definição explícita de arte. O objetivo de Dickie é, pois, o de apresentar uma definição verdadeira capaz de resolver o problema: como distinguir arte de não-arte? O que ele procura é uma definição nominal, ou, nas suas palavras, uma definição em “sentido classificativo” de arte, que indique condições necessárias e conjuntamente suficientes (Dickie 1974). Dickie apresentou a seguinte definição institucionalista:
Algo é uma obra de arte no sentido classificativo se, e só se, 1) é um artefacto e 2) alguém age sobre ele em nome de uma dada instituição (o mundo da arte), propondo-o como candidato a apreciação.
Uma das características mais salientes desta definição é que qualquer coisa pode ser uma obra de arte, desde que alguém a proponha como candidata para apreciação de acordo com o procedimento descrito. Por isso Davies diz tratar-se de uma definição procedimentalista. Assim, objetos completamente diferentes, sem qualquer semelhança percetível a não ser a sua a sua artefactualidade, podem adquirir o estatuto de obras de arte. A noção de artefacto de Dickie é alargada de modo a incluir objetos que não são físicos, como, por exemplo, poemas. A ideia é que um artefacto é tudo o que é feito por seres humanos, aí se incluindo o conjunto de movimentos coordenados que constituem uma dança ou o que resulta do ato de apanhar um pedaço de madeira à deriva nas águas de um rio para ser exibido numa galeria de arte. Quanto à condição 2, Dickie esclarece que as pessoas aptas a propor um dado artefacto para candidato a apreciação são geralmente os artistas, os galeristas, os críticos de arte ou os curadores de arte e outros agentes ligados a museus, revistas de arte, faculdades de artes, casas de espetáculos, etc. Essa é a instituição, genericamente designada ‘mundo da arte’, em nome da qual se confere a esse artefacto o estatuto de candidato para apreciação. Estamos, portanto, perante condições necessárias e conjuntamente suficientes da arte, que não excluem inovação artística alguma.
Críticas
1.
O que é ser “candidato a apreciação”? E quem exatamente tem autoridade para “agir em nome de uma determinada instituição”? E em que sentido se diz que o chamado ‘mundo da arte’ é uma instituição, dado que não exibe a formalidade – hierarquias, regulamentos escritos, cerimónias oficiais – característica das outras instituições como as instituições religiosas, militares, académicas, etc?
2.
Os entendidos em arte decidem o que deve ser considerado uma obra de arte com base em razões ou fazem-no arbitrariamente. Se eles o fazem com base em razões, essas razões constituem uma teoria da arte que não é a teoria institucional. Assim, alguém poderá dizer que os quadros de determinada pessoa apresentam excelentes combinações de cores aliadas à simplicidade formal. Mas essa é uma maneira de dizer, por exemplo, que eles possuem forma significante. Nesse caso a teoria institucional esbarra em outras conceções da arte. Suponhamos agora que os entendidos em arte decidam arbitrariamente o que deve ser considerado obra de arte. Ora, nesse caso não fica claro porque devemos dar qualquer importância à arte.
 3.
O problema mais notório da definição de Dickie é a sua manifesta circularidade: as obras de arte são definidas como objetos que são aceites como tais pelas pessoas que entendem de arte; e as pessoas que entendem de arte são definidas como as que aceitam certos objetos como sendo obras de arte.

retirado de
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