sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Conhecimento e Justificação (Acetato de aula)

A justificação do conhecimento:

Como justificamos uma crença verdadeira de modo a que essa justificação possa assegurar que temos conhecimento?

Tipos de justificação:

a) Justificamos inferindo de outras crenças, através de um argumento.

b) Justificamos por contacto directo, através dos sentidos. Por experiência directa.

Há dois modos possíveis de a crença verdadeira estar justificada.

a) A justificação implicar a verdade. A crença está justificada, se e só se, essa justificação representar uma prova infalível e implicar necessariamente a verdade da crença. INFALIBILISMO
Objecção: Há poucas crenças das quais possamos ter provas infalíveis e uma justificação inquestionável.


b)A justificação não implica necessariamente a verdade da crença.
Todas as justificações são falíveis e podem revelar-se insuficientes ou questionáveis.

O que significa então dizer que uma crença verdadeira está justificada? Como podemos então saber se a justificação serve ou não para concluir que temos conhecimento?

Três teorias sobre a natureza da justificação. A que condições deve obedecer uma justificação para poder ser considerada enquanto tal.

INTERNALISTAS ____________________FUNDACIONISMO
COERENTISMO


EXTERNALISTAS_____________________FIABILISMO



Os INTERNALISTAS: consideram que tem que haver um estado de espírito, um estado mental no sujeito que corresponda a uma evidência.

FUNDACIONISTAS: Justificamos uma crença por intermédio de outra. Justificamos que vai chover porque o céu está coberto de nuvens. Justificamos que Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia, através da crença nos historiadores. Há sempre uma crença básica que serve para justificar, por inferência outra menos básica. Há portanto CRENÇAS FUNDANTES, que elas próprias não precisam de ser fundadas por outras, auto-justificam-se.

Objecção: As chamadas crenças fundantes podem ser falíveis. Exemplo, os sentidos. Ou podem ser tão vagas que dificilmente poderemos delas inferir outras. Ou podem resultar de uma petição de princípio.

COERENTISTAS: Não existem crenças fundantes mas um sistema coerente de crenças que se justificam umas às outras. Uma crença está justificada se integrar um sistema coerente de crenças e não apresentar aspectos contraditórios (não integrantes no sistema). Para haver uma compreensão adequada do mundo o nosso conjunto de crenças deve ser tão consistente e completo quanto possível. Os indícios que suportam uma crença não podem ser anulados por outras crenças que consideramos verdadeiras.

Objecção: Haverá apenas um sistema de crenças coerentes sobre o mundo? Por vezes uma crença é verdadeira num sistema coerente de crenças e falsa em outro sistema.



TEORIA EXTERNALISTA DA JUSTIFICAÇÃO: FIABILISMO

Estas teorias exigem que a condição de justificação obedeça a um processo que estabeleça uma relação fiável com o objecto da crença.
Se a justificação resulta de um raciocínio confuso, de um desejo, de um pressuposto não fiável, um palpite. Então a crença não está justificada porque o processo pelo qual o obtemos não é seguro ou fiável.

Os processos fiáveis que podem constituir uma justificação têm de ser perceptivos (observação directa e próxima, que evite enganos), recordações, boas inferências.

Objecção: Quais os critérios pelos quais podemos ter a certeza de que um processo é fiável. Essas condições podem não ser claras.

Nenhum comentário: