terça-feira, 16 de julho de 2024

Crónica sobre a escola


 Foto Dorothea Lange, EUA, (1895–1965)

Nos jornais em tom de notícia de última hora, os rankings das escolas deste ano.  Assim sai o título, de facto dia 12 de julho, a data deste acontecimento, as provas de exame do secundário já tinham sido corrigidas e esperavam-se os resultados na próxima segunda feira. O comum dos mortais pensaria, como eu pensei, que os jornais estão a publicar, em primeira mão, os resultados dos exames deste ano. Faria sentido apesar de ser estranho que tenham acedido aos resultados antes das próprias escolas, mas no seguimento cronológico dos acontecimentos, poderíamos pensar que sim, eram os resultados desse ano. Engano! São os resultados do ano passado, que se publicam numa altura em que está no ar a espectativa acerca dos resultados deste ano; a baralhação é o trunfo destas notícias, querem fazer-nos pensar que hierarquia das escolas corresponde a este ano, e sendo agora altura de matrículas, segue-se uma equação simples; os pais quererão inscrever os seus filhos e educandos numa boa escola, isto é, numa escola bem classificada do ranking e as melhores são os colégios privados...vai já um telefonema para marcar uma vaga...isto é, claro!, para quem tem dinheiro para pagar, se não há dinheiro, não há alternativa, têm que ficar na escola Pública. Conclusão: Os rankings, pelo momento escolhido, para a sua publicação, fazem uma descarada publicidade ao Ensino Privado e segunda conclusão, vinculam a ideia de que os ricos têm melhor educação que os pobres. Os rankings ajudam a tornat vísível o fosso social entre ricos e pobres, os ricos têm acesso às melhores escolas e os pobres não podem escolher, têm que ficar com o que resta. É um facto. A educação de qualidade paga-se, pelo seguro, não arrisque, pague, será melhor servido.
Para começar, melhores classificações de exames não são os únicos indicadores de melhor educação, são um indicador, há outros. A escola pública deve pensar com os rankings e aprender com alguns aspetos que funcionam melhor nos colégios privados.
Como professora da escola pública este ano tive problemas com um aluno que me mandou para aqueles sítios que me envergonho de dizer, o aluno continuou a ser meu aluno, não pediu desculpa, continuou a insultar á boca pequena, para o ar, fiz queixas e nada aconteceu, entretanto este aluno já tinha ameaçado outros professores e estragado material da escola com murros e pontapés, continua sem que nada lhe aconteça. A liberdade da escola pública, e o ensino para a liberdade, que é, sem dúvida algo que deve ser preservado, tem, nestes exemplos o seu contraditório. Uma liberdade efetiva não permite nunca a violação de direitos essenciais, não pode haver liberdade sem a defesa dos direitos de todos os membros da comunidade escolar, considero que os meus direitos não foram defendidos pela instituição e que se dá maus exemplos de liberdade quando se tomam estas atitudes institucionais. Neste aspeto o colégio privado está bem, o aluno que insulta um professor tem um processo disciplinar e é expulso da escola. Um dos problemas da escola pública é, parece-me, o problema de não sancionar maus comportamentos e confundir liberdade com direito a cada um fazer o que quiser, não preservando assim a própria educação e o professor. Enquanto este tipo de actuação não mudar continuaremos a ter falta de professores, pois não é apenas o salário que desmotiva, é sobretudo este chão armadilhado que se dá como tarefa ao professor, esta falta de soluções para preservar os seus direitos, sem a preservação integral e inequívoca dos direitos dos professores, poucos serão aqueles que querem abraçar esta 
Para melhorar a escola pública comecemos por aí, teremos professores e alunos mais motivados.

Helena Serrão

quinta-feira, 23 de maio de 2024

 https://www.youtube.com/watch?v=_H9FC4b34o4

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Matriz para o ensaio filosófico

 


1.       Realização no dia 20 maio 11A e 28 maio 11I 

2.       Duração 60m

3.       Mínimo 25 linhas/máximo 40 linhas

F     Folha A4 Pautada Nome do aluno/turma/nº e o problema a ser tratado


4.       Avaliação: Competência: Argumentação/Problematização/Comunicação

5.       Estrutura:

1º - Apresentação do problema e da razão porque escolheu esse problema.

2º - Apresentação da sua posição pessoal

3º - Apresentação das razões pelas quais considera a sua posição preferível em relação a outras posições possíveis.

4º - Apresentação de alguns problemas que podem ser colocados à posição que tomou.

5º - Conclusão

6.       Critérios de avaliação:

a)       Discurso bem estruturado/coerência e consistência entre as várias partes – 30%

b)      Argumentação forte – 30%

c)       Boa apresentação e desenvolvimento do problema – 25%

d)      Correção escrita – 15%

Problemas filosóficos a serem discutidos:(DEVE ESCOLHER UM DESTES PROBLEMAS )

1.       Será que existe um Deus absoluto e criador?

2.       Seremos livres ou temos um destino já predeterminado?

3.       O que faz a nossa identidade? O nosso corpo? A nossa mente? Ambos?

4.       Será benéfico legalizar a Eutanásia?

5.       O que é a Arte?

6.       Como posso ter a certeza dos meus conhecimentos?

C     Será a Internet um incentivo ao narcisismo? Será o narcisismo perigoso?


 

domingo, 12 de maio de 2024

Texto para resumo Maria Palma 11I



Tal como noutras formas de fideísmo, Pascal parte da ideia de que não há provas adequadas de que Deus existe, nem de que não existe. Deste ponto de vista, há como que um empate das provas a favor e contra a existência de Deus. Contudo, este ponto de partida é uma consideração pessoal e subjectiva; não é o resultado de um exame cuidadoso e exaustivo das provas a favor e contra a existência de Deus. Concluir adequadamente que as provas para um lado e para o outro se anulam ou equilibram é muito mais difícil do que parece à primeira vista. Isto porque não basta apresentar algumas provas duvidosas; é preciso ser exaustivo e procurar as melhores provas a favor da existência de Deus. Depois, é preciso examiná-las para ver se são todas deficientes. Mas mesmo isto ainda não basta; ainda falta comparar o peso relativo das dificuldades encontradas nessas provas com a plausibilidade da hipótese da inexistência de Deus, e das eventuais provas a seu favor. Ver apenas que algumas provas que nos pareciam definitivas deixam muito a desejar está longe de ser uma boa prova de que não se pode saber que Deus existe nem que não existe.

Como é evidente, fica-se surpreendido, e com razão, que seja um crente a declarar que afinal não há provas adequadas da existência de Deus. Nesse caso, por que razão continua ele a acreditar que Deus existe? Não seria muitíssimo mais razoável suspender a crença e adoptar uma posição agnóstica?

Perante qualquer crença, seja ela religiosa ou não, há sempre três atitudes. Vejamos no caso da crença de que Deus existe:

  1. Acreditar que Deus existe.
  2. Acreditar que Deus não existe.
  3. Não acreditar que Deus existe, nem que não existe.

1 é a posição de uma pessoa crente e 2 a de uma ateia. Ambas têm uma crença relativa à existência de Deus, e ambas contrastam com a posição 3, que é a da pessoa agnóstica. Esta última nem acredita que Deus existe, nem acredita que não existe; limita-se a suspender a crença. Isto é algo que fazemos muitas vezes. Por exemplo, é de prever que as pessoas, na sua maioria, não acreditam que existem extraterrestres inteligentes que pesam duzentos quilos; mas também não acreditam que não existem. Simplesmente, não têm qualquer crença quanto a isso.

Este aspecto elementar da lógica da crença não é rejeitado por Pascal; porém, o seu raciocínio desenvolve-se pressupondo que, na prática, tanto faz acreditar que Deus não existe como não acreditar que existe, porque em ambos os casos não somos crentes. De modo que Pascal formula a questão em termos de duas alternativas apenas: acreditar ou não? E a resposta de Pascal é que é irracional não acreditar em Deus, se pensarmos cuidadosamente nas alternativas:

  • Deus existe e acredito; ganho o infinito.
  • Deus existe e não acredito; perco o infinito.
  • Deus não existe e acredito; o que perco não é significativo.
  • Deus não existe e não acredito; o que ganho não é significativo.

Chama-se aposta de Pascal à atitude de apostar na crença porque é a mais vantajosa das quatro alternativas. É a mais vantajosa porque promete um ganho infinito, nada de substancial se perdendo caso se perca a aposta. Em contraste, se não acreditarmos, arriscamo-nos a perder o infinito, e o que se ganha, se Deus realmente não existir, é negligenciável.

A aposta de Pascal compreende-se mais claramente com outro exemplo. Imagine-se que alguém nos propõe um negócio mafioso que custa apenas dois reais. Se existir vida em Marte, esses dois reais rendem-nos duzentos milhões de reais. Se não existir vida em Marte, só perdemos os dois reais. Contudo, se recusarmos delicadamente o negócio, o mafioso puxa da pistola e diz-nos que, nesse caso, se existir vida em Marte, teremos de pagar duzentos milhões de reais. Mas se tivermos a sorte de não existir vida em Marte, diz-nos ele com um sorriso benevolente, guardando a pistola, poupamos os dois reais e nada mais acontece. Eis as alternativas:

  • Há vida em Marte e aposto; ganho duzentos milhões de reais.
  • Há vida em Marte e não aposto; perco duzentos milhões de reais.
  • Não há vida em Marte e aposto; perco dois reais.
  • Não há vida em Marte e não aposto; poupo dois reais.

Caso isto nos fosse proposto, o mais vantajoso seria, evidentemente, abrir a carteira e apostar dois reais na existência de vida em Marte. No máximo, perdemos dois reais — mas talvez ganhemos duzentos milhões. E se não apostarmos, arriscamo-nos a ter de pagar duzentos milhões de reais. Claro que neste caso seria irracional não apostar na existência de vida em Marte.

E é isto que Pascal tinha em mente. Do seu ponto de vista, é irracional não ser crente porque no máximo perde-se tempo com rituais e tudo isso, mas talvez ganhemos o infinito. Em contraste, se não formos crentes, o que se ganha é pouco importante, mas arriscamo-nos a perder o infinito.

Terá Pascal razão?

Desidério Murcho in O Estado da Arte

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Resumo de texto Maria Eduarda 11I

 


Leibniz (na Teodiceia)  encarregou-se  de defender um Criador acusado de crimes sem paralelo. A sua defesa reside em dois pontos. O primeiro é que o acusado não podia ter agido de outra forma. Como qualquer outro agente, estava limitado às possibilidades que tinha à Sua disposição. O outro ponto invoca o argumento de todas as ações do Criador acontecerem para o melhor, de facto. Uma parte da defesa é uma investigação às causas das ações do acusado, enquanto a outra tem a ver com a verdadeira natureza das suas consequências no mundo. É aqui que as teses de Leibniz parecem não só anteriores à experiência, mas nitidamente imunes a ela. Para esse efeito, deixa bem claro que qualquer facto, por horrível que seja, é compatível com a tese deste mundo  ser o melhor dos mundos possíveis. A afirmação de Leibniz não é uma teoria sobre a bondade deste mundo; diz-nos simplesmente que nenhum outro mundo teria sido melhor. Aqueles que tentaram contradizê-lo terão como resposta que não sabem o suficiente para o fazer, o que será certamente verdade. (…)

A defesa da justiça divina feita por Leibniz depende da divisão de toda a nossa aflição em mal metafísico, natural e moral. Será esta classificação, associada à hipótese de haver uma relação causal entre aqueles males, que nos parecerá violentamente necessitada de defesa. Para Leibniz, o mal metafísico é uma degeneração inerente ao limite da(s) substância(s) de que o mundo é feito. O mal natural é a dor e o sofrimento que sentimos nele. O mal moral é o crime pelo qual o mar natural é a punição inevitável. A suposição de o mal moral e natural terem uma relação de causa efeito nunca foi sujeita por Leibniz a uma pesquisa minuciosa. (…)

Há muito tempo, a vida era como devia ser. A terra era um jardim onde tudo era bom. A fome era saciada sem esforço; as crianças nasciam sem dor. Não conhecíamos morte, nem vergonha, nem ruína. Se tivéssemos de conceber um mundo, não o faríamos assim?

Se as coisas deviam ser desta maneira, alguma coisa deve explicar como elas são. A ideia de que o problema foi causado pelos pecados dos nossos antepassados não depende do que eles fizeram. Lamentarmos que provar o tipo errado de fruta tenha sido suficiente para uma sentença de morte pender sobre a cabeça de todos os descendentes, é falhar a questão filosófica essencial, e as tentativas cristãs de fazer aquela ação parecer pior do que foi, são vãs. Uma coisa trivial parece a explicação mais apropriada. O que conta, em primeiro lugar, não é a justiça da relação entre o que eles fizeram e o que sofreram, mas se deve haver alguma relação. Porque acontecem as coisas más? Porque se fizeram as coisas más? Mais vale ter alguma explicação causal do que permanecer no escuro. Relacionar o pecado com o sofrimento é separar os males do mundo em males morais e naturais, e criar desse modo um contexto para perceber as atribulações humanas.

Susan Neiman, O mal no pensamento moderno, Gradiva, Lx, 2005, p.37 e 38

Texto para resumo Amanda 11I



Miguel Angelo: A criação


O argumento teleológico de S. Tomás de Aquino (5ª via)

A quinta via é a prova pela ordem do universo. Se considerarmos a ordem existente no universo, desde os componentes microscópicos existentes até os gigantescos astros do firmamento; a harmonia, a atividade e relação entre eles, facilmente chegamos à seguinte conclusão: houve uma inteligência que criou e ordenou tudo isso; caso contrário, seria absurdo dizer que isso é fruto do acaso.

“De fato, apenas a inteligência pode ser razão da ordem, quer dizer, da organização dos meios em vista de um fim, ou dos elementos em vista do todo que eles compõem: os corpos ignoram os fins e, por conseguinte, se os corpos ou os elementos conspiram em conjunto, é necessário que sua organização tenha sido obra de uma inteligência”.

Garrigou-Lagrange diz: “Os seres privados de razão não tendem a um fim se não são guiados por uma inteligência, como a flecha pelo arqueiro. Com efeito, uma coisa não pode estar ordenada à outra senão por uma causa ordenadora, que necessariamente deve ser inteligente, sapientis est ordinare. Por quê? Porque só a inteligência conhece a razão de ser das coisas”.

Que inteligência ordena o universo?
Tem de ser diferente dos seres da natureza, porque os minerais e vegetais são desprovidos da ciência das coisas e os animais não possuem intelecto. Deve ser, também, diferente da inteligência humana, que, apesar de perceber e explicar a ordem que existe, não a cria. Tem que ser, pois, a suma inteligência, dado que a ordem do universo supõe um ser que possua a ciência de todos os seres e suas propriedades. Por isso, conclui Garrigou-Lagrange: “Os animais conhecem sensivelmente o objeto que constitui seu fim, mas nesse objeto não percebem a razão formal do fim. Por conseguinte, se não houvesse uma inteligência ordenadora, que governasse o mundo, a ordem e a inteligibilidade que há no universo e que as ciências descobrem, proviria da inteligibilidade, e ainda mais, nossas próprias inteligências proviriam de uma causa cega e ininteligível; uma vez mais, o mais sairia do menos, o que é absurdo”.
 
Inteligência Criadora e Ordenadora
É preciso esclarecer que a Inteligência Criadora e Ordenadora do universo é Infinita e Divina. Um ser natural, na sua criação não é precedido por nada e suas propriedades e capacidades provêm de sua própria essência. Daí, a ordem interna de cada ser e, por conseguinte, das relações destas essências entre si, resulta a ordem externa do universo.
Sendo a causa total de toda ordem, o Autor dessas essências precisa ser também Criador, por tirá-las do nada. Portanto, a Inteligência ordenadora é também Criadora. Também, essa Inteligência não pode ter sido criada, porque seria como qualquer outro ser existente e não ordenaria, mas seria ordenada por outra inteligência. Por fim, a Inteligência ordenadora deve ser também por si subsistente e infinita. A esse ser Criador, subsistente por si e infinito, chamamos Deus.

Argumento:
1- No mundo, algumas coisas operam por causa de um fim.
2- Essas coisas não atingem o fim por acaso.
3- Essas coisas não tendem para um fim a não ser que sejam dirigidas por algo inteligente.
4- Logo, existe algo inteligente, que é Deus, que dirige as coisas para um fim.
 
André Botelho

Retirado DAQUI

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Matriz para o 4º Teste de Filosofia

 


Estrutura do teste:

Teste 1: Análise/Conceptualização

Grupo I: 10 Perguntas de escolha múltipla (10x15= 150 Pontos) 

Grupo II: 2 Perguntas de definições de conceitos (25+25 = 50 Pontos) 


Total: 200 Pontos 

 

Teste 2: Argumentação/ Problematização 

 

Todas as perguntas implicam justificação/fundamentação, explicitação de teses e  argumentos contra e a favor das teses apresentadas)

 

Grupo I: Inclui a análise de uma obra de arte.

É constituído por duas perguntas (2x35 = 70 Pontos)

Grupo II

Inclui um texto com duas perguntas (2x35= 70 Pontos)

Grupo III

Inclui uma pergunta de desenvolvimento para elaborar um texto argumentativo (1x60 = 60 Pontos) 

 

Total: 200 Pontos 


Competências:


A. Competências relativas à Filosofia da Ciência: 


  1. Dominar os conceitos principais da perspetiva de Popper quanto à objetividade e  evolução do conhecimento científico.

  2. Dominar os conceitos principais da perspetiva de Kuhn quanto à objetividade, à evolução do conhecimento científico.


(Competências avaliadas apenas em escolha múltipla)


B.         Competências relativas à Filosofia da Arte:


  1. Problematizar a questão da definição e valor  da arte.

  2. Distinguir os conceitos de “critério classificativo” e de “critério valorativo”.

  3. Distinguir teorias essencialistas de teorias não essencialistas da arte.

  4. Explicitar as teses e objeções das teorias essencialistas (representacionista, expressivista e formalista) 

  5. Explicitar as teses e objeções das teorias não essencialistas da arte (institucional e histórico-intencional).

  6. Apontar os critérios classificativos e valorativos apresentados pelas diferentes teorias da arte.

  7. Esclarecer os principais conceitos propostos por cada teoria da arte. 

  8. Aplicar os critérios classificativos e valorativos de cada teoria a obras de arte concretas.

  9. Identificar os autores das teorias da arte (mimética/representacionista – Platão e Aristóteles; expressivista – Lev Tolstoi; formalista – Clive Bell; institucional – George Dickie; histórico-intencional – Jerrold Levinson).

  10. Comparar as diferentes teorias da arte. 

  11. Avaliar criticamente as diferentes teorias da arte.



  1. Competências relativas à Filosofia da Religião:



  1. Definir as posições teísta, agnóstica, ateia, fideísta e deísta sobre a existência e conhecimento de Deus.

  2. Explicar os argumentos e objeções das provas ontológica, cosmológica e teleológica (do desígnio) sobre a existência de Deus.

  3. Relacionar o fideísmo radical e moderado.

  4. Apresentar o argumento denominado “A aposta de Pascal” e respetivas objeções.

  5. Formular o problema do Mal.

  6. Elaborar a resposta de Leibniz  ao problema do Mal.

  7. Avaliar a resposta de Leibniz ao problema do Mal.

  8. Tomar posição sobre as provas da existência de Deus.



D. Competências gerais: 


- Aplicar os conhecimentos adquiridos a novas situações.

- Elaborar respostas bem articuladas.

- Justificar as respostas dadas.

- Analisar corretamente os textos.

- Comentar uma frase aplicando os conhecimentos obtidos.

- Tomar posições críticas bem fundamentadas.


segunda-feira, 29 de abril de 2024

Texto para resumo Miriam 11A



Objeções ao argumento cosmológico de São Tomás de Aquino

Em primeiro lugar, o argumento [cosmológico] apenas provaria que cada série de causas tem uma causa primeira ou incausada, mas não prova que todas as causas sejam parte de uma série única de causas que tenha a única primeira causa, porque é possível que nem todas as causas sejam partes de uma série única de causas. Por outras palavras, o argumento provaria que há uma ou mais causas primeiras, mas não que exista apenas uma.
Em segundo lugar, [o argumento cosmológico] apenas provaria, no melhor dos casos, que a primeira causa existe, não que essa primeira causa seja Deus. Em vez disso, a primeira causa poderia ter sido o Diabo (um candidato plausível, dada a natureza do universo). E mesmo que o argumento tivesse provado que a primeira causa tinha de ser um deus, não provaria que ele tivesse de ser o seu Deus (se for um crente) ou um deus que encaixasse na imagem comum que os cristãos, judeus ou muçulmanos têm de Deus. Poderia ser qualquer um dos milhares de deuses diferentes em que os seres humanos acreditam ou, talvez, um deus em que os seres humanos nunca tenham pensado. De facto, o argumento da primeira causa abre a possibilidade de que tenha existido um Deus que criou o universo (ou talvez muitos deuses), mas que agora Deus está morto.
Além das duas objeções que acabámos de levantar contra o argumento da primeira causa, há uma objeção geral a todas as espécies de provas cosmológicas da existência de Deus. Lembremos que a força do argumento cosmológico reside na ideia de que não é plausível pensar que o universo tenha começado a existir apenas por si mesmo. Por outras palavras, parece a muitos crentes que uma coisa tão grandiosa como o universo requer, como seu criador, um ser que seja pelo menos tão grandioso.
Mas esta linha de raciocínio põe-nos em apuros. Se um universo requer um deus para explicar a sua existência, o que explica a existência do próprio Deus? Da mesma maneira, ou Deus existiu desde sempre ou apenas apareceu ou então deve ter tido uma causa. No entanto, é tão implausível pensar que Deus sempre existiu ou que tenha simplesmente surgido, como pensar que também foi assim com o universo. O próprio raciocínio que nos leva a propor um deus como causa do universo deve levar-nos a propor um supradeus como causa de Deus. E, claro, o supradeus também precisa de uma causa, o suprasupradeus e assim infinitamente. Portanto, sejam quais forem as voltas que dermos, o que obtemos no fim é igualmente implausível. É tão implausível um deus incausado como um universo incausado, e é tão incrível uma série infinita de causas como uma série infinita de deuses. Portanto, sejam quais forem as voltas que dermos, o que obtemos no fim é igualmente implausível. É tão implausível um deus incausado como um universo incausado, e é tão incrível uma série infinita de causas como uma série infinita de deuses.

Howard Kahane, “Há boas razões para acreditar que Deus existe?”, 

quinta-feira, 25 de abril de 2024

Texto para resumo Pedro Ribeiro 11A


O que é a filosofia da religião

A filosofia da religião tem como objectivo investigar por processos estritamente racionais as crenças religiosas fundamentais, com o fim de determinar o seu significado e de saber se são justificadas.

Embora sejam várias as crenças que interessam à filosofia da religião, a mais importante é a crença na existência de Deus. A respeito desta crença existem dois problemas principais:

  1. O problema da definição de Deus, isto é, o problema de saber se é possível fazer uma descrição coerente dos atributos normalmente afirmados de Deus; e
  2. O problema de saber se há boas razões para afirmar que Deus existe.

Iremos falar destes dois problemas em seguida, embora a nossa atenção se vá centrar no segundo. De modo geral, entende-se que uma crença está justificada quando as provas a seu favor mostrem que essa crença é verdadeira ou bastante provável. Um exemplo ajudará a perceber a ideia. Imagine que um astrónomo comunica à comunidade científica que as suas investigações o levam a pensar que existe um planeta, até então desconhecido, entre Neptuno e Plutão. O astrónomo que faz esta afirmação pode ser muito reputado, mas é óbvio que nenhum outro astrónomo a vai considerar verdadeira a menos que ele a justifique. Os outros astrónomos vão querer saber que provas tem ele a favor dela e só a considerarão verdadeira se essas provas forem tais que mostrem que ela é verdadeira ou, pelo menos, bastante provável. Em princípio, as provas que o astrónomo pode utilizar são de dois tipos: argumentos e indícios empíricas. Neste caso, dado o conteúdo da afirmação, mesmo que os argumentos fossem muito fortes seria pouco provável que os astrónomos se contentassem apenas com argumentos. Eles só considerariam a afirmação provada quando tivessem acesso a dados empíricos favoráveis, por exemplo, imagens do planeta obtidas por telescópio.

A situação não é muito diferente em filosofia da religião. Para que uma afirmação seja aceite ela tem de passar por um processo de justificação semelhante. A diferença principal está em que a maior parte das crenças religiosas não podem, ao contrário das afirmações sobre planetas, ser justificadas por intermédio de indícios empíricas. Não é possível provar, devido à própria natureza de Deus, por meios empíricos a Sua existência. É por essa razão que a investigação dessa crença pertence à filosofia e não à ciência. Para percebermos melhor isto temos de abordar a questão da definição de Deus.

A definição de Deus

O problema da definição ou da natureza de Deus é um problema complexo e difícil. Por esse motivo, a nossa abordagem será forçosamente breve. Contudo, podemos dizer que envolve duas questões principais. Uma, a da definição propriamente dita, isto é, a questão de saber que propriedades devem ser atribuídas a Deus; e outra, a de saber se essas propriedades podem ser descritas de modo a serem combinadas numa definição coerente de Deus.

A primeira questão deu origem a duas doutrinas filosoficamente mais relevantes, o teísmo e o deísmo, que embora tenham elementos em comum diferem em certos aspectos de forma importante. O teísmo é a concepção da natureza de Deus segundo a qual Deus é um ser pessoal, espiritual, imutável, omnipresente, criador do universo, transcendente (que está fora do espaço e do tempo), omnipotente (que pode tudo), omnisciente (que sabe tudo), sumamente bom e necessário. Os teístas admitem a revelação, por intermédio, por exemplo, de um livro sagrado como a Bíblia ou o Corão, ou de milagres e profecias, e pensam que Deus intervém no mundo, assegurando a sua existência contínua. Os deístas, pelo contrário, recusam-se a aceitar qualquer forma de revelação como fonte de conhecimento de Deus. Para eles, os únicos conhecimentos legítimos da natureza de Deus são os que derivam de processos racionais de investigação. O deísmo, tal como o teísmo, afirma que existe um Deus pessoal e transcendente, que criou o mundo e que estabeleceu as leis que o regem, mas, ao contrário do teísmo, nega que Deus intervenha no curso dos acontecimentos do mundo seja de que maneira for e que responda às preces e necessidades humanas.

Álvaro Nunes Retirado DAQUI

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Matriz para o 3º teste - Ano letivo 2023/24

 


Estrutura do teste


Teste 1: CONCEPTUALIZAÇÃO 

Grupo I: 10 Perguntas de escolha múltipla (10 x 15 = 150 Pontos).

Grupo II: 2 Perguntas de definições de conceitos (25 + 25 = 50 Pontos). 

TOTAL 200 Pontos.


Teste 2: ARGUMENTAÇÃO/PROBLEMATIZAÇÃO: 

Um grupo com cinco perguntas. 

Destas cinco perguntas, duas incluem textos. 

Todas as perguntas implicam justificação e desenvolvimento, isto é, para além de dominar os conteúdos o aluno deve interpretar, comentar, explicar e criticar. 

5x40 Pontos – TOTAL 200 pontos

 

A prova visa avaliar duas competências: Conceptualização e Argumentação/Problematização. A competência transversal é a comunicação/correção escrita. A prova é constituída por dois testes, em função de cada competência. Cada grupo tem uma pontuação de 0 a 20 valores.



A. Competências relativas à Filosofia da Ciência:

  1. Formular os problemas da Filosofia da Ciência.

  2. Distinguir senso comum de conhecimento científico.

  3. Identificar etapas do método indutivo.

  4. Explicar o problema da Indução para David Hume e Popper.

  5. Identificar etapas do método hipotético-dedutivo.

  6. Formular o problema da demarcação científica.

  7. Explicitar o verificacionismo e o falsificacionismo enquanto critério de demarcação.

  8. Comparar os critérios de demarcação verificacionista e falsificacionista.

  9. Enunciar objeções aos critérios verificacionista e falsificacionista.


  1. Explicar o método das Conjeturas e Refutações de Popper.

  2. Esclarecer o conceito de Conjetura.

  3. Relacionar a noção de “verosimilhança” e “verdade”.

  4. Explicitar a noção de teoria corroborada.

  5. Distinguir corroboração de confirmação.

  6. Justificar a Ciência enquanto processo cumulativo de conhecimentos.


  1. Identificar etapas do desenvolvimento da ciência da ciência para Kuhn.

  2. Caracterizar as diferentes etapas do desenvolvimento.

  3. Definir paradigma.

  4. Explicitar a tese da incomensurabilidade de paradigmas.

  5. Justificar a Ciência enquanto processo não cumulativo de conhecimentos.

  6. Distinguir o processo cumulativo de não cumulativo de conhecimentos.



B. Competências gerais:

 

- Compreender, em linhas gerais, a história da ciência e os métodos científicos.

- Definir os conceitos nucleares da unidade sobre o estatuto do conhecimento científico. 

- Aplicar os conhecimentos adquiridos a novas situações.

- Elaborar respostas bem articuladas.

- Justificar as respostas dadas.

- Analisar um texto filosófico.

- Comentar uma frase aplicando os conhecimentos obtidos.