terça-feira, 25 de novembro de 2014


FALÁCIAS DE NÃO RELEVÂNCIA

(
 Quando as razões são logicamente irrelevantes embora possam psicologicamente ser relevantes)
Argumentum ad baculum (apelo à força) quando ameaça o ouvinte.
Argumentum ad misericordiam (apelo à misericórdia) quando se procura comover o ouvinte.
Argumentum ad populun (apelo ao povo) quando se apela ao que a maioria das pessoas faz, ao “espírito das massas”.
Argumentum ad hominem (argumento contra a pessoa) quando para destruir o argumento de alguém tenta-se destruir a pessoa.


FALÁCIAS DAS PREMISSAS INSUFICIENTES:
(Quando a indução é fraca e as premissas embora relevantes não são suficientes para justificar a conclusão)
Argumentum ad verecundiam (apelo ao uma autoridade não qualificada). Quando para se justificar algo se recorre a uma autoridade que não é digna de confiança ou que não é uma autoridade no assunto.
Argumentum ad ignorantiam (apelo à ignorância). Quando as premissas de um argumento estabelecem que nada se sabe acerca de um assunto e se procura concluir a partir dessas premissas algo acerca do assunto.
Exemplos:Os fantasmas existem! Já provaste que não existem?
Como os cientistas não podem provar que se vai dar uma guerra global, ela provavelmente não ocorrerá.
Fred disse que era mais esperto do que Jill, mas não o provou. Portanto, isso deve ser falso..
Generalização apressada . Quando se extrai uma conclusão de uma amostra atípica e não significativa.
Exemplos: Fred, o australiano, roubou a minha carteira. Portanto, os Australianos são ladrões. (Claro que não devemos julgar os Australianos na base de um exemplo).
Perguntei a seis dos meus amigos o que eles pensavam das novas restrições ao consumo e eles concordaram em que se trata de uma boa ideia. Portanto as novas restrições são populares.
Falsa Causa. Quando a ligação entre premissas e conclusão depende de uma causa não existente.Os argumentos causais são os argumentos onde se conclui que uma coisa ou acontecimento causa outra. São muito comuns mas, como a relação entre causa e efeito é complexa, é fácil cometer erros. Em regra, diz-se que C é a causa do efeito E se e só se:Geralmente, quando C ocorre, também E ocorre.
Exemplo de uma Falsa Causa: Ganho sempre ao poker quando levo uma camisa preta. Amanhã, se levar a camisa preta também ganharei.
Também a podemos designar como falácia: post hoc ergo propter hoc , nome em latim significa: "depois disso, logo, por causa disso". Um autor comete a falácia quando pressupõe que, por uma coisa se seguir a outra, então aquela teve de ser causada por esta.
Mais Exemplos:A imigração do Alentejo para Lisboa aumentou mal a prosperidade aumentou. Portanto, o incremento da imigração foi causado pelo incremento da properidade.
Tomei o EZ-Mata-Gripe e dois dias depois a minha constipação desapareceu...Prova: Mostre que a correlação é coincidência, mostrando: 1) que o "efeito" teria ocorrido mesmo sem a alegada causa ocorrer, ou que 2) o efeito teve uma causa diferente da que foi indicada.
Reacção em cadeia. Quando as premissas apresentam uma reacção em cadeia com uma probabilidade mínima de acontecer.
Exemplos: Se aprovamos leis contra as armas automáticas, não demorará muito até aprovarmos leis contra todas as armas, e então começaremos a restringir todos os nossos direitos. Acabaremos por viver num estado totalitário. Portanto não devemos banir as armas automáticas.
Nunca deves jogar. Uma vez que comeces a jogar verás que é difícil deixar o jogo. Em breve estarás a deixar todo o teu dinheiro no jogo e, inclusivamente, pode acontecer que te vires para o crime para suportar as tuas despesas e pagar as dívidas.
Se eu abrir uma excepção para ti, terei de abrir excepções para todos.

FALÁCIAS DE PRESSUPOSIÇÃO
Petitio principii (Petição de princípio). Quando o que devia ser aprovado pelo argumento é já suposto pelas premissas.
Exemplos:Dado que não estou a mentir, segue-se que estou a dizer a verdade.
Sabemos que Deus existe, porque a Bíblia o diz. E o que a Bíblia diz deve ser verdadeiro, dado que foi escrita por Deus e Deus não mente. (Neste caso teríamos de concordar primeiro que Deus existe para aceitarmos que ele escreveu a Bíblia.)

FALÁCIAS DE AMBIGUIDADE
( Quando se tira partido da ambiguidade de sentido de certas expressões para promover determinada conclusão)
Equívoco. Quando a conclusão de um argumento depende de uma ou mais palavras serem usadas com dois sentidos diferentes.
Anfibologia. Quando o duplo sentido é de uma frase.

FALÁCIAS POR ANALOGIA GRAMATICAL
(Quando as premissas têm uma forma gramatical semelhante às premissas de um argumento válido e daí se extrair uma conclusão)
Composição. Quando o predicado é transportado das partes para o todo.
Exemplo:Um exército de homens fortes é um exército forte.
Divisão. Quando o predicado é erradamente transportado do todo para as partes.
Exemplo:Um exército forte é um exército onde todos os homens são fortes.

Adaptado das classificações em Stephen Downes (in Crítica na Rede) e Enciclopédia de Termos lógico Filosóficos (Gradiva, Lisboa 2001).


sábado, 22 de novembro de 2014

Argumentação e Retórica

Pensamento (razão) = LOGOS = Discurso (palavra)

Lógica = Ciência do Pensamento Válido
Demonstração=  Domínio do Constrigente /Estudo dos argumentos dedutivos Formais 
Retórica = Arte do Discurso Persuasivo 
Argumentação = Domínio do Verosímil ou Preferível /Estudo dos argumentos informais


A COMUNICAÇÃO ARGUMENTATIVA

Objectivo: Ganhar a adesão do auditório = persuadir.
Como? Com base na argumentação racional ou com base na manipulação? Os dois lados da Retórica.
Envolve 3 polos (intervenientes): O orador, a mensagem e o auditório
ETHOS (orador ou ponto de vista do orador)
Apresentação, locução, carisma, forma de expressão, carácter.
LOGOS (a mensagem)Argumentos do orador organizados em discurso. Argumentos fortes ou fracos, válidos ou inválidos.
PATHOS ( auditório)Objectivo: ponderar a aceitação da mensagem. Provocar a emoção e a simpatia no auditório. Adaptar o discurso ao tipo de auditório de modo a poder ser mais facilmente aceite.

PROVA LÓGICA/DEMONSTRAÇÃO/ Lógica Formal
DOMÍNIO DO CONSTRIGENTE
- A Verdade da conclusão decorre necessariamente da verdade das premissas
- Utiliza raciocínios dedutivos.
- estrutura é a lógica formal: abstracta, impessoal, independente do contexto.
- utiliza uma linguagem isenta de ambiguidade (unívoca).
- visa uma “verdade” universal e necessária
- imposição de uma certeza (constrigente)
- não apela à decisão do auditório.

RETÓRICA/ARGUMENTAÇÃO/
DOMÍNIO DA PERSUASÃO
- justificação: utiliza raciocínios dedutivos, indutivos (por exemplos), por analogia, de causas.
- Discute-se a verdade das premissas.
- diálogo/discussão: concreta, pessoal, situada/contextualizada.
- plausível/verosímil/falível.
- utiliza uma linguagem natural, não isenta de ambiguidade.
- reporta-se a convicções.
- apela à decisão do auditório.-
- visa ganhar a adesão de um auditório para o preferível, o “melhor”.

PROVA LÓGICA - PROVA RETÓRICA
► demonstração ► justificação
► imposição de uma certeza (constringente) ► obtenção de adesão
► impessoalidade ► pessoalidade
► an-histórica ► situada
► abstrata ► concreta
► rigorosa ► plausível
► diz respeito a estruturas formais ► reporta-se a convicções
► infalível ► falível
► não apela à decisão ► apela à decisão

Nova Retórica – o que está em causa é o modelo da racionalidade.
MODELO DE RACIONALIDADE DOS DEFENSORES DA NOVA RETÓRICA

Concepção “alargada” de Razão – a actividade racional não se reduz ao rigor lógico da demonstração. A actividade racional tem uma dimensão prática que permite fundamentar com “razoabilidade” as nossas preferências.

Para mostrar (ganhar a adesão do auditório) a razoabilidade das nossas escolhas, é preciso ARGUMENTAR  3ª via = a via do razoável.

Tradicionalmente, a Lógica reduziu-se à Lógica Formal  à demonstração.

Perelman vai criticar esta redução. A Lógica não se reduz à Lógica Formal, os argumentos racionais não se restringem ao domínio da demonstração.

Necessidade de criar uma nova lógica a que Perelman chama Teoria da Argumentação (Nova Retórica).
Esta Teoria da Argumentação é uma Lógica do Preferível.

Traço fundamental que distingue a Teoria da Argumentação da Lógica Formal – a questão da adesão do auditório.
“Todo o discurso que não aspira a uma realidade impessoal depende da Retórica” Sempre que um discurso visa uma adesão pessoal, está em campo uma actividade retórica.

O DISCURSO ARGUMENTATIVO

- REGRAS GERAIS PARA A CONSTRUÇÃO DE UM ARGUMENTO

- Faça distinção entre premissas e conclusão.
- Apresente as suas ideias pela ordem que revele mais naturalmente o seu raciocínio ao leitor.
- Parta de premissas fidedignas.
- Use uma linguagem precisa, específica e concreta.
- Evite a linguagem tendenciosa.
- Use termos consistentes.
- Limite-se a um sentido para cada termo.

ESTRUTURA DE UM ENSAIO ARGUMENTATIVO

-Introdução
- Explicação da questão.
- Delimitação e unidade do tema.
- Subdivisão do tema (se for possível e útil).
- Apresentação de uma proposta precisa de trabalho.

- Desenvolvimento
- Apresentação dos argumentos um por um.
- Desenvolvimento completo dos argumentos.
- Consideração de objecções possíveis.
- Refutação ou confronto das objecções com argumentos.
- Consideração de alternativas.

- Conclusão
- Síntese dos resultados a que se chegou (não afirme mais do que mostrou

- PRINCIPAIS TIPOS DE ARGUMENTO

- Argumentos com base em exemplos:(indutivos)
Regras de validade:
- Use mais do que um argumento.
- Escolha exemplos representativos.
- Forneça informação de fundo relevante para a avaliação dos exemplos.
- Verifique se existem contra-exemplos
.

- Argumentos por analogia:
Regras de validade:

- Um só caso pode ser suficiente.
- O exemplo tem que ser semelhante num aspecto relevante
.

- Argumentos de autoridade:Regras de validade:
- As fontes devem ser citadas.
- As fontes devem ser qualificadas.
- As fontes devem ser imparciais.
- As fontes devem ser comparadas.
- (Ataques pessoais não desqualificam uma fonte).

- Argumentos sobre causas:
Regras de validade:- Mostrar que a conclusão sugere a causa mais provável.
- Mostrar que a correlação dos factos não é uma mera coincidência.
- Mostrar a complexidade das causas.

- Argumentos dedutivos:- Silogismos Categóricos, Hipotéticos (Modus Ponens e Modus Tollens) e Disjuntivos
-Redução ao absurdo.
- Sequência de argumentos dedutivos (ou argumentos dedutivos em vários passos)
-



O discurso argumentativo como “lugar” da liberdade.

A Ética do discurso argumentativo , o recurso à racionalidade

Bom uso da retórica implica a subordinação a princípios éticos:
- Princípio ético, por excelência, o reconhecimento da autonomia, da capacidade de escolha do auditório.
- Esclarecimento da situação, das várias alternativas e dos seus pressupostos e consequências.
- Exige liberdade de expressão do pensamento.

Mau uso da retórica – a argumentação degenera numa forma de ludibriar o auditório, em função dos interesses do orador. Manipulação.

Manipulação – uso indevido da argumentação com o intuito de levar os interlocutores a aderir acrítica e involuntariamente às propostas do orador.


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Os Sofistas e Sócrates, argumentos a favor e contra a retórica.


POSIÇÃO DE GÓRGIAS (SOFISTA) EM DEFESA DA RETÓRICA

1. Um bom orador é capaz de persuadir qualquer pessoa sobre qualquer assunto.

2. A oratória e a retórica são artes maiores. São superiores à medicina e à ginástica, pois tanto o médico como o professor de ginástica acabam por ficar humilhados perante um bom orador.
3. A verdade não existe ou se existe nada se pode saber sobre ela, logo, todos os valores absolutos são ilusões, o homem é a medida de todas as coisas, só ele pode decidir em cada situação o que é verdade, mas essa verdade varia de homem para homem de acordo com os seus interesses e perspectivas.

(Relativismo e cepticismo sofista)
4. Só podemos ter opiniões e todas as opiniões valem o mesmo, a sua aceitação por parte do auditório, depende apenas do modo como a defendemos, daí que a arte de argumentar e a eloquência sejam importantes e decisivas.

5. A educação dos jovens deve ter como principal disciplina a Retórica porque com ela se alcança o sucesso.

POSIÇÃO DE SÓCRATES CONTRA A RETÓRICA (Argumentos da obra de Platão, Górgias) 

1. A questão principal do discurso e do conhecimento não é a persuasão, um orador não deve ter o propósito de persuadir, isto é, de conseguir a concordância de todos, o seu único propósito deve ser a verdade.

2. A retórica não é uma arte mas sim uma actividade empírica, aprende-se fazendo, praticando com os outros, imitando. A Retórica por si não tem ciência, isto é, não transforma nenhum homem porque não lhe dá mais domínio sobre si próprio.

3. A verdade procura-se, através da reflexão e do diálogo com os outros. Verdadeira não é a opinião verosímil. Essa persuade mas não ensina, convence durante um período.
A verdade não pode ser uma mera opinião aprendida com outros, implica um conhecimento, uma investigação racional que afasta todas as opiniões.

4. A opinião é uma aparência de verdade, mesmo quando verdadeira a opinião ainda não é conhecimento. Para ser conhecimento tem de estar justificada com razões, não razões que a tornem mais agradável e verosímil, mas razões que a demonstrem, isto é que mostrem que é assim e não pode ser de outro modo.

5. A educação dos jovens deve basear-se na Filosofia porque só ela ensina a pensar.


terça-feira, 18 de novembro de 2014

Matriz para o teste 11ºAno Fevereiro Março 2013

Conteúdos
I
1. O que é o conhecimento?
1.a. Definição fenomenológica de conhecimento.
1.b. Definição tripartida: crença, verdadeira e justificada.
1.c. Contra-exemplos a esta definição: Gettier.
a. Quais os tipos de conhecimento? Saber fazer, saber que, conhecer x
b. Como se justifica a teoria da Crença Verdadeira e Justificada.
c. Em que consiste a teoria da Crença Verdadeira e Justificada.
d. Objecções a esta teoria.
II
1. Os problemas do conhecimento: O cepticismo e os argumentos cépticos.
2. Duas teoria interpretativas do conhecimento:
2. a. A Teoria racionalista de Descartes.
-A dúvida metódica.
-As etapas da dúvida
-A ideia do cogito como crença auto-justificada.
-A natureza da verdade.
-As ideias de Deus corpo e alma
-As provas da existência de Deus.
- A origem do conhecimento:O racionalismo cartesiano

3. O conhecimento "a priori e "a posteriori"

Competências:
- Compreender os conceitos e teorias estudadas.
- Analisar e interpretar textos.
- Expôr com clareza e objectividade.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Silogismo: Modos e Figuras.

Figuras e modos do Silogismo
As figuras e os modos do silogismo são critérios de classificação dos silogismos.

As figuras resultam da posição do termo médio nas premissas.

Os modos resultam da qualidade (afirmativa ou negativa) e da quantidade (universal ou particular) das proposições, por isso, para cada proposição são quatro as variações possíveis - A, E, I e O.

No que se refere ao lugar ocupado pelo termo médio (M) nas premissas podemos encontrar as seguintes alternativas:


1ª figura
M P
S M
S P

2ª figura
P M
S M
S P

3ª figura
M P
M S
S P

4ª figura
P M
M S
S P


Como para cada uma das três proposições do silogismo existem quatro possibilidades de combinação qualidade /quantidade (A; E, I; O) temos por cada figura 4X4X4=64 modos possíveis e, para as 4 figuras, 64X4=256 modos possíveis. De todos estes modos, apenas 19 são modos válidos, isto é, respeitam as oito regras (ou as três de Lukasiewics).
Os lógicos medievais inventaram um sistema mnemónico - um conjunto de palavras em língua latina - para designar estes modos válidos. Para designar os quatro modos da 1ª figura, tomaram-se as quatro primeiras consoantes do alfabeto latino (B, C, D e F) e todos os outros modos das restantes figuras começam por uma dessas consoantes. Nestas palavras mnemónicas, as vogais indicam a qualidade e a quantidade das três proposições que constituem o silogismo, como por exemplo BArbArA, que traduz um dos modos válidos da 1ª figura, constituído por três proposições todas afirmativas e universais.



AS REGRAS DO SILOGISMO

 
1 – O silogismo tem três termos e só três termos.

2 – Nenhum termo pode ser mais extenso na conclusão do que nas premissas.

3 – A conclusão não deve conter nunca o termo médio.

4 – O termo médio deve ser tomado pelo menos uma vez universalmente.

5 – De duas premissas negativas nada se pode concluir.

6 – De duas premissas afirmativas não se pode tirar uma conclusão negativa.

7 – A conclusão segue sempre a parte mais fraca.

8 – De duas premissas particulares nada se pode concluir.

(Estas regras reduzem-se às três regras que Aristóteles definiu. O que se entende por “parte mais fraca” são as seguintes situações: entre uma premissa universal e uma particular, a “parte mais fraca” é a particular; entre uma premissa afirmativa e outra negativa, a “parte mais fraca” é a negativa.)

OS MODOS VÁLIDOS DO SILOGISMO:
São 19 os modos válidos do silogismo.
Para a primeira figura são válidos os modos: AAA, EAE, AII, EIO;
para a segunda figura são válidos os modos: EAE, AEE, EIO, AOO;
 para a terceira figura são válidos os modos: AAI, IAI, AII, EAO, OAO, EIO;
para a quarta figura são válidos os modos: AAI, AEE, IAI, EAO, EIO.

O lógico português Pedro Hispano apresenta-nos as fórmulas mnemotécnicas que os escolásticos inventaram para fixar os modos do silogismo:

1ª Figura: Barbara; Celarent, Darii, Ferio.
Exemplos:

A - Toda a virtude é boa.
A - Toda a justiça é virtude.
A - Toda a justiça é boa.

E - Nenhum ser racional é animal.
A - Todo o homem é racional.
E - Nenhum homem é animal.

A - Todo o homem é mortal.
I - Algum filósofo é homem.
I - Algum filósofo é mortal.

E - Nenhum agnóstico crê em Deus.
I - Alguns filósofos são agnósticos.
O - Algum filósofos não crêem em Deus.

2ª Figura: Cesare, Camestres, Festino, Baroco.
Exemplos:

E - Nenhuma utopia é realidade.
A - Toda a verdade é realidade.
E - Nenhuma verdade é utopia.

A - Todo o homem é racional.
E - Nenhum animal é racional.
E - Nenhum animal é homem.


OS MODOS VÁLIDOS DO SILOGISMO

O silogismo tem um valor demonstrativo que assenta em propriedades puramente formais. A lógica é essencialmente demonstrativa. Daí a sua preocupação com a adequação entre a linguagem e o real com o objectivo de fazer enunciados acerca deste.

1ª Figura
AAA – Barbara
EAE – Celarent
AII – Darii
EIO – Ferio

2ª Figura
EAE – Cesare
AEE – Camestres
EIO – Festino
AOO - Baroco

3ª Figura
AAI – Darapti
EAO – Felapton
IAI – Disamis
AII - Datisi
OAO – Bocardo
EIO – Ferison

4ª Figura
AAI – Bramalip
AEE – Calemes
IAI – Dimatis
EAO - Fesapo
EIO – Fresison

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Correcção do teste de Maio 2014



Noite estrelada, Van Gogh
1. O método indutivo consiste na generalização teórica  a partir de dados observacionais, retirando dos factos singulares repetições e constantes que são comuns a todos os factos observados e que permitem a elaboração de leis  válidas para todos os casos semelhantes. Assim o procedimento consiste em recolher dados, retirar uma hipótese que possa ser testada e confirmada pela experiência e depois generalizar e fazer previsões. Tanto Popper como Hume colocam objecções à validade deste método, embora ele seja um procedimento comum a algumas ciências como a Biologia. Este problema ficou conhecido como o problema da indução. Consiste em demonstrar que a crença na indução não está justificada porque ultrapassa a experiência e a razão, isto é, não pode ser justificada nem empiricamente nem racionalmente. Acreditamos que a natureza é uniforme e, por isso acreditamos que aquilo que aconteceu de uma determinada maneira irá acontecer do mesmo modo no futuro. Esse é o pressuposto que garante as nossas generalizações futuras, mas esse pressuposto já resulta ele próprio de uma generalização e de uma previsão, isto é, aquilo que garante a validade de uma indução é conseguido através da indução, utiliza-se o mesmo processo para validar algo que devia ser validado por um outro conhecimento onde se pudesse fundar.  Há assim um raciocínio falacioso, uma petição de princípio.
A teoria epistemológica de Popper ultrapassa o indutivismo da ciência ao propor um novo método: o falsificacionismo.  O falsificacionismo é, simultaneamente, um critério de demarcação científica, isto é, um critério para separar conhecimento científico e não científico; e, por outro lado, uma nova forma de compreender a metodologia das ciências propondo como realmente científica  uma metodologia hipotética e dedutiva e não indutiva. O método hipotético-dedutivo privilegia a criatividade intelectual e a colocação dos problemas e das hipóteses assim como a dedução a partir destas,  de consequências observáveis. Ultrapassa o problema do método indutivo que não pode justificar as leis da natureza, e que é por si um problema visto que carece de fundamento racional.
2. Para Kuhn as teorias científicas funcionam como paradigmas, isto é trazem consigo uma visão do mundo e certos métodos de trabalho, assim como princípios metodológicos e metafísicos. Os cientistas ao aceitarem uma teoria como um novo paradigma científico trabalham no sentido  de ampliar os seus resultados e confirmar as suas previsões. A comunidade científica trabalha no âmbito dos paradigmas e não os põe em causa, mesmo que surjam anomalias. O processo de desenvolvimento da Ciência começa com a instituição de um Paradigma e o trabalho científico visa tornar mais consistente e abrangente esse paradigma resolvendo os enigmas que este vai colocando à medida que vai sendo alargado na explicação de outros fenómenos. Este período de resolução de enigmas caracteriza-se por ser acrítico, pois não há disposição para pôr em causa as metodologias de trabalho que foram aceites, assim como os princípios e a validade das teorias, Kuhn chama-lhe um Período de Ciência Normal. Com o desenvolvimento teórico e prático do Paradigma vão surgindo anomalias que se vão acumulando até pôr em causa a actividade que está a ser feita, entra-se numa crise em que a descrença em relação ao modelo seguido leva ao seu abandono e começam a surgir novas teorias concorrentes que explicam as anomalias anteriormente irresolúveis.. Neste período, denominado Ciência Extraordinária, a comunidade científica tem de escolher uma teoria que pela sua abrangência, simplicidade, precisão, consistência e fecundidade, assim como o prestígio do cientista que a apresenta, possa ser unificadora da comunidade e possa constituir um novo Paradigma. Quando isso acontece dá-se uma revolução científica, isto é: a substituição de um Paradigma por outro.



 3. Para Kuhn não há verdadeiro progresso ou evolução porque os paradigmas que se vão sucedendo são incomensuráveis, isto é, não podem ser comparados porque apresentam diferentes formas de trabalhar, de seleccionar fenómenos e novos princípios metafísicos.
Há, portanto, na evolução da ciência, cortes abruptos que correspondem a revoluções científicas, de mudanças de paradigma. As revoluções científicas sucedem-se a períodos criativos em que há teorias diferentes e a comunidade científica não forma consenso acerca de nenhuma delas. A escolha de uma teoria pela comunidade científica equivale a um acordo sobre a forma proposta de explicar os fenómenos. Uma vez acordado, ele torna-se exemplar e guia a comunidade para um desenvolvimento desta concepção dando origem a um novo paradigma e a uma nova fase de ciência normal. Todavia não há objectividade na escolha dos Paradigmas visto que este consenso é muitas vezes impossível e a escolha é influenciada por factores externos aos critérios objectivos.

Para Popper, a ciência evolui no sentido de uma aproximação à verdade na medida em que se faz eliminando os erros das teorias e substituindo-as por outras mais abrangentes e consistentes com os factos observados. Visto que a ciência se faz num processo racional de conjecturas e refutações em que o papel da subjectividade tende a diminuir pois o cientista trabalha no sentido de fazer previsões arriscadas de modo a testar de os limites de cada teoria. Embora não haja qualquer espécie de certezas pois o progresso científico é um sistema em aberto e nenhuma teoria é verdadeira mas apenas provisoriamente corroborada. A substituição de uma teoria por outra é um processo de selecção  em que as novas teoria aperfeiçoam as antigas na medida em que não cometem os mesmos erros da anterior, explicam os fenómenos das anteriores e ainda explicam novos fenómenos. Daí haver continuidade na evolução científica.

4. Segundo o texto o conhecimento científico e o senso comum divergem no sentido em que há uma lentidão e resistência do senso comum a ideias novas que possam entrar em contradição com aquilo que habitualmente se pensa. Esta característica produz uma sensação de desfasamento que pode identificar o senso comum como acrítico e preconceituoso uma vez que se agarra a verdades eternas que nada têm que as justifique senão a tradição. Contrariamente o conhecimento científico pauta-se por estar continuamente a ser revisto, aperfeiçoado, e rectificado ou refutado através de testes empíricos, essa característica permite uma evolução mais rápida e uma abertura constante a novas formas de explicação que possam satisfazer a constante crítica a que está sujeito  conhecimento científico.
 
Grupo III
1. Como critério de demarcação, o falsificacionismo propõe uma metodologia rigorosa para separar ciência de “pseudo ciência” e, por outro lado, ultrapassa o problema do critério verificacionista que não podia adaptar-se às leis da natureza preconizadas pela ciência. Destes dois critérios de demarcação científica: o critério verificacionista que considera científico o que for empiricamente verificável e o critério falsificacionista que considera científico tudo o que é empiricamente falsificável, só o segundo pode servir para explicar a cientificidade das leis naturais. O primeiro considerará que uma teoria é verdadeira se a experiência e a observação a confirmarem, servindo-se de um método indutivo de confirmação, enquanto o segundo serve-se da experiência para refutar as teorias
 A Psicanálise e a Astrologia são “pseudo ciências” porque não obedecem ao critério de falsificabilidade, tanto a Astrologia como a Psicanálise não são empiricamente falsificáveis, pois a experiência é sempre interpretada ou distorcida de modo a comprovar a teoria e não se prevê nenhuma experiência possível que possa refutá-la. Assim afirmar que todos os Aquários são independentes é não dizer nada porque seja qual for o comportamento de um aquariano ele é sempre interpretado como sinal de independência, assim não há forma de refutar a teoria e por outro lado ela nada nos diz sobre a realidade.

2. Hume e Descartes utilizam diferentes argumentos. O primeiro afirma que para podermos conhecer o mundo exterior ao pensamento temos de ter dele uma impressão sensível, sem a qual nenhuma ideia sobre o mundo é possível. Nesse aspecto todo o conhecimento é uma impressão, nada nos garante que seja o que o mundo é, alimenta-se assim o cepticismo inerente ao conhecimento. Para Descartes não poderia haver conhecimento de algo sem ter um fundamento indubitável que o justificasse de forma infalível, daí o inatismo das primeiras ideias. Para o primeiro o conhecimento por ser sempre algo subjectivo é duvidoso, para o segundo a subjectividade é garantia de verdade.

Crítica à Filosofia - o sentido da existência torna obscuro o conceito da Filosofia


Na filosofia das ideias puras, que não considera o indivíduo real, a passagem é de absoluta necessidade (como aliás no hegelianismo, no qual tudo se realiza com necessidade), a passagem de compreender a agir não tropeça em nenhum embaraço. (...) é igualmente esse, no fundo, todo o segredo da filosofia moderna, toda ela contida no cogito ergo sum, na identidade do pensamento e do ser; (ao passo que o cristão, esse pensa: " Que vos seja dado segundo a vossa fé." ou "tal fé tal homem, ou: crer é ser." A filosofia moderna não é, como se vê, senão paganismo. (...) no mundo real em que se trata do indivíduo existente, não se evita essa minúscula passagem do compreender ao agir (...) A vida do espírito não tem paragens (nem tão pouco, afinal, estado: tudo é actual); portanto, se um homem, no próprio segundo em que reconheça o justo não o pratica, eis o que se produz: em primeiro lugar o conhecimento estanca. (...) A vontade é um agente dialéctico, que por sua vez determina toda a natureza interior do homem. Se ela não aceita o produto do conhecimento, nem por isso se põe a fazer o contrário daquilo que o conhecimento apreendeu, tais conflitos são raros; mas deixa passar algum tempo, abre-se um ínterim, e ela diz: ver-se-á até amanhã. Entretanto o conhecimento obscurece-se cada vez mais, as partes inferiores da nossa natureza tomam uma supremacia cada vez maior; ai de nós! porque é preciso fazer o bem imediatamente mal se reconheça (é é por isso que na especulação pura é tão fácil a passagem do pensamento ao ser, porque aí tudo é dado antecipadamente), ao passo que para os nossos instintos inferiores a tendência é para demorar, demoras que a vontade nem por isso detesta e ante as quais semicerra os ollhos. E, quando se obscurece suficientemente, o conhecimento põe-se no mais completo acordo com a vontade; por fim é o acordo perfeito, porque aquele passou para o campo contrário e ratifica tudo o que esta (a vontade) arranja. Assim vivem talvez multidões de pessoas; trabalhando, como que insensivelmente, para obscurecer o seu juízo ético e ético-religioso, (...) desenvolvem em si um conhecimento estético e metafísico, o qual, para a Ética, não é senão divertimento.
Mas ultrapassamos até aqui o socratismo? Não, porque Sócrates diria que, tudo se passa assim, é a prova de que afinal o homem não compreendeu o justo. Por outras palavras, para enunciar que alguém, sabendo-o, pratica o injusto, o helenismo carece de coragem e defende-se dizendo: quando alguém pratica o injusto, ignora o justo.

Sobre isso não existe dúvida; e acrescentarei não ser possível a um homem passar adiante, sozinho e por si próprio dizer o que é o pecado, visto que vive nele; todos os seus discursos sobre o pecado não são, no fundo, senão a sua desculpa, uma atenuação pecadora. É por isso que o Cristianismo começa de outro modo, pondo a necessidade de uma revelação de Deus, que instrua o homem sobre o pecado, mostrando-lhe que ele não está em não compreender o justo, mas em não querer compreender, em não querer o justo.

Sören Kierkegaard. O desespero humano, pag. 160, 161, Livraria Tavares Martins, Porto1979

terça-feira, 20 de maio de 2014

Correcção do teste de Maio 2014-05-20






Grupo I
1. A tese empirista de D. Hume sobre a conexão causal é a seguinte:
  1. Não há nenhuma impressão de conexão causal; ora se não há impressão também não pode haver ideia, vistoq eu, segundo o empirismo não há ideias sem impressões sensíveis.
  2. A impressão que temos é da repetição de fenómenos em sucessão no tempo e contiguidade no espaço: “O mesmo objecto é seguido pelo mesmo evento”. Esta repetição de um fenómeno a seguir ao outro leva-nos a estabelecer a crença de que estes andam sempre ligados, isto é, se sucede um, logo a seguir tem de suceder outro.
  3. Esta crença a que chamamos relação de causa efeito ou conexão causal não está justificada nem empiricamente nem racionalmente, porque “ não há nada que produza qualquer impressão, e consequentemente nada que possa sugerir qualquer ideia de poder ou conexão necessária”, o que temos a impressão é de fenómenos singulares, isolados embora sucedemdo-se uns aos outros;  logo não há conhecimento mas um hábito psicológico que é criado pela sucessiva repetição dos fenómenos que se apresentam ligados. Se o conhecimento de causa efeito tem a sua origem na experiência e de modo nenhum é “apriori” (argumento do ser racional que nada soubesse do mundo, jamais poderia ter a noção de causa efeito) então é um conhecimento de facto e é contingente, todavia julgamo-lo e pensamo-lo como uma conexão necessária e, portanto ultrapassamos a experiência.
  4. Logo, para concluir não uma explicação empírica para uma conexão necessária, ela é apenas fruto do costume, um hábito psicológico.

2. (TESTE B)Para Kuhn as teorias científicas funcionam como paradigmas, isto é trazem consigo uma visão do mundo e certos métodos de trabalho que se destinam a ampliar os seus resultados e a confirmar as suas previsões. A comunidade científica trabalha no âmbito dos paradigmas e não os põe em causa, mesmo que surjam anomalias. O processo de desenvolvimento da Ciência começa com a instituição de um Paradigma e o trabalho científico visa tornar mais consistente e abrangente esse paradigma resolvendo os enigmas que este vai colocando à medida que vai sendo alargado na explicação de outros fenómenos. Este período de resolução de enigmas caracteriza-se por ser acrítico, pois não há disposição para pôr em causa as metodologias de trabalho que foram aceites, assim como os princípios e a validade das teorias, Kuhn chama-lhe um Período de Ciência Normal. Com o desenvolvimento teórico e prático do Paradigma vão surgindo anomalias que se vão acumulando até pôr em causa a actividade que está a ser feita, entra-se numa crise em que a descrença em relação ao modelo seguido leva ao seu abandono e começam a surgir novas teorias concorrentes que explicam os novos enigmas. Neste período, denominado Ciência Extraordinária, a comunidade científica tem de escolher uma teoria que pela sua abrangência, simplicidade, precisão, consistência e fecundidade, assim como o prestígio do cientista que a apresenta, possa ser unificadora da comunidade e possa constituir um novo Paradigma. Quando isso acontece dá-se uma revolução científica, isto é: a substituição de um Paradigma por outro.

2. (TESTE A)A Psicanálise e a Astrologia são “pseudo ciências” porque não obedecem ao critério de falsificabilidade que constitui o critério de demarcação entre ciência e pseudo ciência segundo a proposta epistemológica de Popper. Este critério propõe, contrariamente ao verificacionismo, que se considere científica a teoria que possa ser empiricamente falsificável. Ora, tanto a Astrologia como a Psicanálise não são empiricamente falsificáveis, pois a experiência é sempre interpretada ou distorcida de modo a comprovar a teoria e não se prevê nenhuma experiência possível que possa refutá-la. Assim afirmar que todos os Aquários são independentes é não dizer nada porque seja qual for o comportamento de um aquariano ele é sempre interpretado como sinal de independência, assim não há forma de refutar a teoria e por outro lado ela nada nos diz sobre a realidade. Contrariamente o critério de demarcação verificacionista poderia considerar que é empiricamente verificável as teorias psicanalíticas visto que correspondem a comportamentos que podem ser empiricamente observados.

3. Para Kuhn não há verdadeiro progresso ou evolução porque os paradigmas que se vão sucedendo são incomensuráveis, isto é, não podem ser comparados porque apresentam diferentes formas de trabalhar, de seleccionar fenómenos e novos princípios metafísicos.
Há, portanto, na evolução da ciência, cortes abruptos que correspondem a revoluções científicas, de mudanças de paradigma. As revoluções científicas sucedem-se a períodos criativos em que há teorias diferentes e a comunidade científica não forma consenso acerca de nenhuma delas. A escolha de uma teoria pela comunidade científica equivale a um acordo sobre a forma proposta de explicar os fenómenos. Uma vez acordado, ele torna-se exemplar e guia a comunidade para um desenvolvimento desta concepção dando origem a um novo paradigma e a uma nova fase de ciência normal. Todavia não há objectividade na escolha dos Paradigmas visto que este consenso é muitas vezes impossível e a escolha é influenciada por factores externos aos critérios objectivos.

Para Popper, a ciência evolui no sentido de uma aproximação à verdade na medida em que se faz eliminando os erros das teorias e substituindo-as por outras mais abrangentes e consistentes com os factos observados. Visto que a ciência se faz num processo racional de conjecturas e refutações em que o papel da subjectividade tende a diminuir pois o cientista trabalha no sentido de fazer previsões arriscadas de modo a testar de os limites de cada teoria. Embora não haja qualquer espécie de certezas pois o progresso científico é um sistema em aberto e nenhuma teoria é verdadeira mas apenas provisoriamente corroborada. A substituição de uma teoria por outra é um processo de selecção  em que as novas teoria aperfeiçoam as antigas na medida em que não cometem os mesmos erros da anterior, explicam os fenómenos das anteriores e ainda explicam novos fenómenos. Daí haver continuidade na evolução científica.

4.  Segundo o texto o conhecimento científico e o senso comum são separados por um “ideal de objectividade” e” por uma separação das actividades ordinárias do quotidiano”, isto significa que a experiência científica não se limita à observação ocasional, constrói um quadro racional de problemas e metodologias de análise que o senso comum não tem. Deste modo, embora a realidade pareça ser a mesma ela aparece de modo diferente porque é seleccionada por prévios problemas.Partem dos dados dos sentidos e acumulam factos, mas se o segundo tira as suas conclusões a partir da experiência, o primeiro formula certas hipóteses que constituem uma directriz através da qual organiza os dados da experiência e a interroga de um determinado modo, sistemático e racional e não apenas ocasional. São assim diferentes percepções da realidade. A outra característica apontada é a linguagem. A linguagem científica é universal e rigorosa na medida em que apresenta símbolos que obedecem a uma técnica de codificação aceite pela comunidade e que tem um significado susceptível de ser apresentado numa experiência e não pode ter vários significados. Veja-se o caso de H2O. Contrariamente o senso comum utiliza a linguagem vulgar onde as palavras podem ter diferentes sentidos.

Grupo III
1. As vantagens do método indutivo colocadas no texto são a generalização e a criatividade. Uma vez que descobre uniformidades nos factos particulares o que cria a possibilidade de justificações, abrindo para novos conhecimentos. Por outro lado através da generalização “eleva os dados particulares à categoria de relação constante” o que significa que permite retirar leis que unificam os fenómenos pois os subordinam a um só procedimento. Isto é universaliza o particular.

2.   A teoria epistemológica de Popper ultrapassa o indutivismo da ciência ao propor um novo método: o falsificacionismo.  O falsificacionismo é, uma nova forma de compreender a metodologia das ciências propondo como realmente científica  uma metodologia hipotética e dedutiva e não indutiva. O método hipotético-dedutivo privilegia a criatividade intelectual e a colocação dos problemas e de hipóteses assim como a dedução a partir destas  de consequências observáveis.  Ultrapassa o problema do método indutivo que não pode justificar as leis da natureza, e que é por si um problema visto que carece de fundamento racional.


quinta-feira, 15 de maio de 2014

Texto para resumo Kleber Sibingo 11I



Texto sobre a natureza dos Paradigmas científicos.

Os cientistas gostam de pensar que contribuem para a marcha constante do progresso. Cada nova descoberta corrige deficiências, traz aperfeiçoamentos ao conhecimento e torna a verdade cada vez mais clara. Voltam os olhos para a história da ciência e observam um contínuo desenvolvimento, convenientemente assinalado pelas grandes descobertas.

Essa visão, entretanto, é ilusória, segundo o historiador de ciência Thomas Kuhn, no livro The Structure of Scientific Revolutions (1962). A ciência não é uma transição suave do erro à verdade, mas sim uma série de crises ou revoluções, expressas como "mudanças de paradigmas".

Kuhn define "paradigma" como uma série de suposições, métodos e problemas típicos, que determinam para uma comunidade científica quais são as questões importantes, e qual a melhor maneira de lhes responder. (A óptica newtoniana e a psicanálise freudiana são bons exemplos.) Os estudos de Kuhn revelaram duas coisas: que os paradigmas são persistentes e que um derruba o outro de uma só tacada e não com pequenos golpes. O progresso científico é mais para uma série de transformações do que um crescimento orgânico -- Eureka

 
A vantagem de um paradigma é que ele concentra a pesquisa. Sem um paradigma, investigadores diferentes acumulam pilhas diferentes de dados quase ao acaso e ficam ocupados em dar um sentido ao caos e derrotar as teorias concorrentes para progredir de forma consistente. O problema com os paradigmas é que eles tendem tornar-se fechados e rígidos. Novos avanços tornam-se cada vez mais esotéricos e acessíveis apenas a quem os professa. Os cientistas que têm alguma coisa a oferecer mas rejeitam o paradigma, são frequentemente descartados como "excêntricos". Caminhos de pesquisa potencialmente frutíferos são bloqueados porque não partem de premissas aceites. Embora possibilite descobertas, todo paradigma, é também um tipo de cegueira: ele dispõe-nos a ver algumas coisas e a ignorar inteiramente outras.

Os paradigmas, entretanto, têm de sofrer mudanças quando os modelos antigos são convincentemente desafiados por novas evidências. Foi o que aconteceu, por exemplo, quando Galileu descobriu que Júpiter tinha luas e com isso ajudou a derrubar a astronomia Ptolomaica. (Nessas ocasiões, é claro que muitos, inclusive a Igreja, agarram-se desesperadamente aos velhos paradigmas.) O ponto central de Kuhn é que as mudanças de paradigmas, por serem bruscas e dilacerantes, desafiam a imagem idealizada da ciência como um progresso gradual e constante em direcção à Verdade. Enquanto um paradigma se mostrar eficiente -- enquanto uma comunidade científica o aceitar e ele explicar razoavelmente bem a natureza -- as pesquisas e as descobertas serão graduais e cumulativas. Porém, as inovações (observações inesperadas e anomalias) não são facilmente assimiladas pelos paradigmas. Pelo menos, não por muito tempo. Revoluções científicas -- mudanças de paradigmas -- são inevitáveis e necessárias, na medida que as teorias reinantes são incompletas ou cegas.

O que torna isso interessante para todos, não só para os cientistas, é que a mudança de um paradigma científico frequentemente acarreta uma nova, e às vezes atemorizante, visão do mundo. A revolução de Copérnico tirou o homem do centro do mundo e forçou-o a ver sob novas luzes a criação e o lugar que nela ocupa. Kepler, Newton e seus pares imaginaram um universo mecânico funcionando como um relógio -- um relógio no qual Deus nunca precisou dar corda novamente – o determinismo-. A relatividade de Einstein e a incerteza de Heisenberg, embora altamente técnicas nos detalhe, infiltraram-se na consciência popular, e o mundo aparece mais relativo e incerto do que nunca. A parte mais assustadora de todas é que o próximo paradigma não pode ser previsto, já que vemos o futuro através do paradigma que temos no presente.

 Retirado daqui

Thomas Kuhn e Ciência Normal


Ficha sobre T. Kuhn  (1922/1996)- 11º C - Para entregar até quarta-feira /21 de Maio/ Logosfera

[...A] «ciência normal» refere-se à investigação firmemente baseada numa ou mais realizações científicas passadas, realizações essas que uma certa comunidade científica reconhece por um tempo como base do trabalho que realiza. Essas realizações aparecem hoje em dia descritas nos manuais científicos, sejam eles elementares ou avançados, embora raramente na sua forma original. Estes manuais expõem o corpo teórico aceite, exemplificam muitas ou todas as suas aplicações bem-sucedidas e comparam estas aplicações com observações e experiências científicas exemplares. Antes de estes livros se tornarem populares no início do século XIX (e mais recentemente nas ciências que atingiram a maturidade mais tarde), muitos dos clássicos famosos da ciência desempenhavam uma função semelhante. A Física de Aristótles, o Almagesto de Ptolomeu, os Principia e a Óptica de Newton, a Electricidade de Franklin, a Química de Lavoisier e a Geologia de Lyell – estas e muitas outras obras serviram durante um tempo para definir implicitamente os problemas e métodos legítimos dentro de um campo de pesquisa para as gerações subsequentes de investigadores. Estas obras desempenharam este papel porque tinham em comum duas características essenciais. A realização científica que representavam era suficientemente inovadora para atrair um grupo de aderentes estável, afastando-os de formas rivais de actividade científica. Simultaneamente, eram de tal modo indefinidas que uma grande variedade de problemas eram deixados em aberto, ficando o grupo de investigadores que entretanto se reorganizara com a tarefa de procurar resolvê-los.

Referir-me-ei daqui em diante às realizações científicas que partilham estas duas características como «paradigmas», um termo muito próximo de «ciência normal». Ao escolhê-lo, quis sugerir que alguns exemplos aceites de prática científica concreta – exemplos que reúnem leis, teorias, aplicações e instrumentos – fornecem modelos que dão lugar a uma determinada tradição de investigação científica coerente. Falo das tradições que os historiadores descrevem sob rubricas como «astronomia ptolomaica» (ou «coperniciana»), «dinâmica aristotélica» (ou «newtoniana»), «óptica corpuscular» (ou «óptica ondulatória»), e assim por diante. O estudo dos paradigmas, incluindo muitos que são bastante menos especializados do que aqueles a que me referi acima, é aquilo que prepara fundamentalmente o estudante para se tornar membro da comunidade científica no seio da qual exercerá a sua prática. Pelo facto de se associar a homens que aprenderam as bases do seu campo de trabalho com os mesmos modelos, a sua prática subsequente dificilmente suscitará discordância aberta sobre questões fundamentais. Os homens cuja investigação se baseia em paradigmas partilhados empenham-se em seguir as mesmas regras e critérios de prática científica. Esse comprometimento e o consenso aparente que ele produz são requisitos da ciência normal, isto é, do nascimento e continuação de uma determinada tradição de estudo científico.

Thomas S. Khun, A estrutura das revoluções científicas (1963)(Lisboa, Guerra e Paz, 2009), pp. 31-32.

1. O que é e como funcionam os cientistas no período de "Ciência normal"?
2. Quais os critérios pelos quais determinadas obras teóricas constituem paradigmas de investigação?
3. O que é um Paradigma? Dê exemplos.
4. Qual a função destes Paradigmas?
5. A ciência evolui, então, de forma descontínua. Explique.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Pensar a ciência e as descobertas científicas.



CADA GRUPO – 3 alunos

1. Pensar a ciência: O que são as teorias científicas? O que distingue a Ciência dos outros saberes? Karl Popper
Textos de referência Manual :185 a 202


2. Pensar a ciência: O que é e como evolui a ciência? O que são Paradigmas?  Thomas Kuhn.
Textos de referência: Manual :pag 205 a 219

3. A Inteligência Artificial. Será possível a reconstrução do cérebro humano?
Textos de referência: Manual ;pag 221 a 229


4. As descobertas científicas: De que forma contribuem para a noção de Homem/Mundo? Deverão ser impostos limites à investigação científica? O problema da Clonagem.
Textos de referência: Manual pag 243 a 257


5. Tecnologias reprodutivas e família tradicional. Como entender a família hoje? Natureza ou cultura?
Textos de referência: Manual Criticamente 11ºAno pag 266 a 285 (Na fotocopiadora)


6. O Sentido da existência: Duas teorias sobre o sentido da vida. Qual o sentido da Vida? Haverá um sentido para a existência humana?
Textos de referência: Manual Luis Rodrigues pag 298 a 308

(Na fotocopiadora)


CALENDÁRIO:

ENTREGA DO TRABALHO COM DIAPOSITIVOS: 21 de Maio - Correio electrónico.
(Não há entrega do trabalho escrito)

APRESENTAÇÕES ORAIS:
TEMA1 e 2 – 21 maio
TEMA 3 e 4 – 26 de maio
TEMA 5 e 6 – 2 de Junho
2. OBJECTIVOS GERAIS

- Encontrar uma frase que possa gerar novas ideias e comentá-la.

- Saber ler e resumir as ideias principais dos textos apresentados.
- Responder às questões colocadas.

- Escolher uma imagem e comentar.
- Apresentar com clareza as teses e os argumentos propostos.
- Colocar objecções possíveis às teses propostas.
- Realizar uma investigação com recurso a vários suportes.



ORAL:
1. Diapositivos informativos e originais de acordo com os objectivos do trabalho.20%
2. Apresentação oral cuidada e segura, sem leitura.25%
3. Clareza das ideias e da linguagem, profundidade dos conhecimentos adquiridos e capacidade de gerar comunicação.20%

4. Bom desenvolvimento dos conteúdos. 25%
5. Equilíbrio de todos os elementos do grupo.10%


Estrutura  do trabalho

Oral: 25m de exposição com dispositivos de informação visual


AVALIAÇÃO -Este trabalho vale 20% na  avaliação total.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Correcção do Teste - Março 2014


Rembrant, Aula de anatomia

2. 1.No texto de Hume refere-se à importância do costume ou hábito na construção do conhecimento dos factos. É devido à percepção da repetição de certos fenómenos que se sucedem em contiguidade no tempo e no espaço que estabelecemos uma relação entre eles e pensamos poder prever que sempre que um acontece o outro também acontecerá. Esta forte crença de uma conexão necessária entre dois fenómenos permite-nos estabelecer uma relação de causa e efeito entre os dois. O problema que trata o texto é a origem da relação de causa e efeito. Para Hume esta origem é o costume. Mas o costume não é uma justificação forte pois o que acontece repetidas vezes não nos pode garantir que vai acontecer sempre. A relação entre dois fenómenos não é lógica mas psicológica, embora venham repetidas vezes juntos os fenómenos são separados e podem não acontecer juntos, portanto, a nossa previsão que sempre que há fumo há fogo não é certa, pois não existe uma conexão necessária entre os dois. O argumento de Hume é baseado no princípio de que nada podemos saber sem ser através de impressões sensíveis. Ora a relação de causalidade corresponde á impressão de vermos dois fenómenos sucederem-se no tempo e em espaços contíguos. Essa impressão acontece repetidamente, logo criamos uma expectativa e fazemos uma previsão que irá acontecer também no futuro. Mas essa previsão é apenas baseada num hábito psicológico. Nada há racionalmente que possa ligar de forma indissolúvel dois fenómenos. Como a experiência é contingente e a relação causal necessária, então esta é uma ilusão construída pelo hábito psicológico sem fundamento racional ou empírico.

1.       2. Conhecimento de questões de facto e conhecimento de relação de ideias. O primeiro dá-nos a informação sobre o modo como o mundo é, mas o o conhecimento que daí resulta é contingente e não necessário. As verdades de facto como: "A ponte 25 de Abril situa-se em Lisboa" podem ser negadas sem que esta negação implique contradição,  pois poderia ser de outro modo, não repugna racionalmente que a Ponte não estivesse em Lisboa, essa proposição faz sentido e poderia ainda ser pensada. Assim, todos os conhecimentos de facto que são justificados pela experiência, não são verdades necessárias, ora todas as verdades contingentes são apenas provavelmente verdadeiras. O segundo conhecimento não nos acrescenta nova informação àquela que já está contida nos conceitos ou ideias, por exemplo; " O quadrado tem quatro lados", porque se é um quadrado tem de ter quatro lados, isto é, o predicado faz parte da definição do conceito. Por outro lado este conhecimento é necessário, é sempre verdadeiro e o seu contrário implica uma contradição, é impossível pensar o seu contrário, isto é não tem sentido um quadrado ter mais ou menos que quatro lados.Explicação: Conhecimento de factos é contingente e a sua negação não implica contradição, enquanto que o conhecimento de relação de ideias é necessário e a sua negação implica uma contradição. Explicação: relacionar ideias só necessita de um acordo lógico da razão consigo mesma, é independente dos factos do mundo, logo pode ser um conhecimento necessário visto que está fundado em leis universais e necessárias que são as leis racionais. Quanto ao conhecimento dos factos, necessita da experiência, das impressões e percepções, essa experiência é limitada, visto que o sujeito não pode conhecer todos os factos. A experiência mostra-nos uma realidade em mudança, e a necessidade de alterar crenças, logo ,o conhecimento resultante da experiência, é também contingente, pois poderia ser de outro modo, não podemos ter acesso a verdades necessárias, não é necessário que aconteça assim, há a sempre a possibilidade de mudança, de ser de outro modo.

      3.  Descartes é um filósofo racionalista. O Racionalismo cartesiano como perspectiva filosófica, fundamenta o conhecimento na razão e na capacidade desta retirar ideias a partir de outras ideias de forma evidente e dedutiva sem recorrer à experiência - ideias inatas. O Modelo de conhecimento verdadeiro para os racionalistas é o modelo matemático porque tem necessidade lógica e validade universal. Descartes é um filósofo racionalista porque defende a possibilidade de um conhecimento “a priori”. O critério da verdade do conhecimento é a evidência das ideias, uma vez que uma ideia é tão clara e distinta que se apresenta inquestionável à razão, essa ideia é verdadeira. Segundo o modelo matemático estas ideias são como axiomas que servem como fundamentos para outros conhecimentos deduzidos a partir delas.O Racionalismo defende que o conhecimento verdadeiro é a priori, isto é , independente da experiência. Poderíamos rejeitar todas as informações que derivam das sensações do mundo, o tacto, o cheiro, a visão dos objectos, restariam as ideias que são formadas pela razão e por ela intuídas e, que não tendo origem na experiência porque não derivam dela, são válidas por si, e tão claras e evidentes à Razão que esta vê, segundo a sua luz natural, que não poderiam ser de outro modo. Os Racionalistas crêem que estas ideias podem ser os princípios (crenças básicas) de todo o conhecimento e que a partir delas, por um raciocínio dedutivo se pode chegar a outros conhecimentos sobre a realidade , que, se dedução for feita correctamente, serão igualmente verdadeiros.


Quanto ao Empirismo rejeita as ideias inatas da Razão, e a noção de conhecimento "a priori" . Defende a tese de que nada existe na mente que não tenha passado antes pelos sentidos, fundamenta-se na noção de que qualquer conceito para ter um significado tem que se referir a uma sensação/impressão qualquer, essas sensações são simples e a mente neste primeiro momento capta apenas as sensações e depois por abstracção e generalização forma os conceitos ou ideias, estas não são tão vivas como as sensações ou impressões o que quer dizer que são posteriores a estas. Os empiristas dão o exemplo das crianças que começam por ter sensações e só depois as articulam numa linguagem. O raciocínio que o entendimento faz para chegar ao conhecimento, segundo os empiristas é a indução, por acumulação de experiências que se repetem, generaliza-se para todos os casos e assim se obtém um conhecimento 



 1.4. Segundo o texto, a ideia de Deus não ser uma ideia imaginada tal como "uma cabeça de leão unida ao corpo de uma cabra", porque a razão não garante que seja verdadeiro, assim como não garante que seja verdadeiro que o Sol tenha a grandeza que vemos. Mas provando que Deus existe, todas estas ideias passam a ter um fundamento de verdade e é assim superada a dúvida. Deus é a garantia que as ideias claras e distintas são verdadeiras e correspondem a algo igualmente existente.

O Argumento utilizado é o seguinte:  Vejo claramente que sou imperfeito porque erro muito e há mais perfeição em quem não erra do que em quem erra. Qual então a causa da minha ideia de perfeição? Não posso ser eu, que sou imperfeito, não pode ser a natureza que não sei se existe, a causa deve ser mais perfeita que a ideia, a causa só pode existir, visto que nenhuma ideia existe sem uma causa. Logo, a causa da minha ideia de perfeito só pode ser um ser com todas as perfeições, esse ser só pode ser Deus.
argumento é circular. Como posso ter a certeza que não me engano quando penso que sou imperfeito? Só posso ter a certeza de que existo, ora, não posso ter a certeza dos meus raciocínios (existência de um génio maligno) se sei que existe Deus a partir de um raciocínio, é porque pressuponho que existe um Deus antes mesmo de o provar, só assim poderei ter a certeza das ideias que tenho. Existe, então, um Deus que não me engana logo, os meus raciocínios são certos, logo, posso provar a existência de Deus.. Portanto por um lado preciso de Deus para confiar nas minhas ideias e raciocínios e, por outro lado,  através delas,  provo a existência de Deus.

                                                   III
1. 1. Não podemos saber que a Lua é feita de queijo porque todo o conhecimento é factivo, não podemos conhecer falsidades. Se a Lua não é feita de queijo, então a proposição que diz que sim é falsa, logo não corresponde a nenhum conhecimento.

2. 2. "A priori" significa um conhecimento independente da experiência e que se justifica ou fundamenta apenas no raciocínio, sendo demonstadas logicamente as suas verdades. "A posteriori" é um conhecimento que depende da experiência e, por conseguinte deriva das percepções do mundo. Justifica-se recorrendo à experiência, isto é, aos factos.

3. Teste A, Modo AIII, 4ªFigura, Inválido, falácia do termo médio não distribuído. O termo médio "Artistas" não está distribuído em nenhuma das premissas.
Teste B: Modo, AAA, Figura 2ª, Inválido, Falácia do termo médio não distribuído.

I

3. 

2.