Ficha de trabalho para realizar em casa ou em aula, não faz parte do resumo:
- De que ideia falamos neste texto?
- Dê um exemplo.
- Em que consiste essa ideia?
- Qual a sua utilidade?
- Qual a sua origem? Porquê?
- Para Hume qual a origem de todas as ideias?
OLÁ a Todos! Aqui estão alguns materiais para apoiar os vossos trabalhos filosóficos! Esperemos que sejam úteis!
Ficha de trabalho para realizar em casa ou em aula, não faz parte do resumo:
2. A filosofia cartesiana utiliza a dúvida metódica que consiste em examinar
sistematicamente os fundamentos de todas as crenças e considerar falso tudo o
que fosse apenas duvidoso. Deste modo, poderia
obter uma crença que não fosse duvidosa e pudesse constituir a base do
conhecimento. Assim, as etapas da dúvida metódica são:
1ª Duvidar dos sentidos;
2ª Duvidar da existência do mundo;
3º Duvidar das verdades da razão. Quais os argumentos que Descartes utiliza
para poder então duvidar de todas as "fontes" de conhecimento?
Argumento 1: Uma vez que os sentidos nos enganam algumas vezes, podemos duvidar
do que vemos ou sentimos, logo, não podem ser o fundamento indubitável do
conhecimento, se são duvidosos alguns dados dos sentidos, então poderemos
considerar como falso tudo o que deles deriva.
Argumento 2 : A realidade que vemos depende do estado de vigília que julgamos
ter, mas não poderemos pensar que se trata de um sonho? No sonho estamos
perante factos e, no entanto, eles não são reais, o mesmo pode acontecer com
toda a realidade exterior, que poderemos estar a sonhar e, por isso, não ser
real.
Argumento 3: As verdades matemáticas são inabaláveis mas poderíamos supor a
existência de um génio maligno que nos enganasse sempre que pensamos numa
verdade matemática levando-nos a dar o consentimento a algo que é falso. Assim
a certeza das verdades matemáticas também é colocada em questão. cas.
3. No texto Descartes refere-se ao o argumento ontológico. é uma tentativa de mostrar que a existência de Deus se segue necessariamente da definição de Deus como o ser supremo. Porque esta conclusão pode ser retirada sem recorrer à experiência, diz-se que é um argumento a priori.
De acordo com o argumento ontológico, Deus define-se como o ser mais perfeito que é possível imaginar; ou, na mais famosa formulação do argumento, Deus define-se como “aquele ser maior do que o qual nada pode ser concebido”. A existência seria um dos aspetos desta perfeição ou grandiosidade. Um ser perfeito não seria perfeito se não existisse. Consequentemente, da definição de Deus seguir-se-ia que Deus existe necessariamente, tal como se segue da definição de um triângulo que a soma dos seus ângulos internos será de 180 graus, mas se podemos conceber a existência do triângulo como mental, não se passa o mesmo com a definição de Deus, visto que o conceito de perfeição implica que nada lhe pode faltar. Logo, não lhe pode faltar uma existência autónoma do meu pensamento.
Quanto ao outro argumento utilizado na filosofia cartesiana, apelida-se de argumento da causa e articula-se do seguinte modo: Vejo claramente que sou imperfeito porque erro muito e há mais perfeição em quem não erra do que em quem erra. Qual então a causa da minha ideia de perfeição? Não posso ser eu, que sou imperfeito, não pode ser a natureza que não sei se existe, a causa deve ser mais perfeita que a ideia, a causa só pode existir, visto que nenhuma ideia existe sem uma causa. Logo, a causa da minha ideia de perfeito só pode ser um ser com todas as perfeições, esse ser só pode ser Deus.
(Explicação opcional: A ideia de Deus não é uma ideia imaginada tal como
"uma cabeça de leão unida ao corpo de uma cabra". Não pode ser fruto
da imaginação pois nenhuma ideia imaginada tem o grau de clareza que tem a
ideia de Deus, ora as ideias imaginadas não são claras e distintas, pelo
contrário são confusas, a razão não garante que sejam verdadeiras porque são
igualmente duvidosas tais como as ideias das coisas que nos são dadas através
dos sentidos.
A ideia de Deus apresenta-se como ideia de um ser perfeito a partir do qual o
eu tem a ideia clara e distinta da sua imperfeição, as ideias da imaginação não
têm a mesma universalidade, nem a mesma clareza e distinção porque se
apresentam compostas de várias ideias e não têm a distinção e a simplicidade
das ideias inatas como a de que existe algo perfeito medida da ideia de imperfeito.
Todas as ideias que derivam da experiência apresentam-se duvidosas e sem
garantia de verdade, por exemplo, nada garante que o Sol tenha a grandeza que
vemos. Mas provando que Deus existe é superada a dúvida. Deus é a garantia que
as ideias claras e distintas são e correspondem a algo igualmente existente. A
ideia de Deus permite a Descartes sair do solipsismo a que tinha chegado ao
duvidar de todas as coisas, sem Deus a Filosofia cartesiana não poderia ter
qualquer outra certeza senão o cogito. Se Deus existe, então todas as ideias
claras e distintas e os conhecimentos matemáticos são verdadeiros. Se Deus
existe então o "génio maligno" é afastado e,assim, a confiança nos
raciocínios humanos pode ser retomada. )
4. Segundo a definição tradicional do conhecimento, para conhecer algo é necessário uma crença, verdadeira e justificada. Porque seria contraditório afirmar que S sabe que P, e ao mesmo tempo não acredita no que sabe. Exemplo: Sei que o mar tem ondas, mas não acredito nisso. Portanto saber, implica uma crença. Também é necessário que essa crença seja verdadeira, porque o conhecimento não depende da convicção com que o sujeito acredita, o conhecimento é factivo, não se pode conhecer falsidades (embora possamos acreditar em falsidades). Por outro lado, uma crença verdadeira ainda não é conhecimento porque tem de haver boas razões que justifiquem a verdade da crença. Se não há boas razões para acreditar que a crença é verdadeira, então também não há conhecimento, há apenas um palpite, uma suposição ao acaso. Estas condições juntas são necessárias mas não são suficientes pois, nem todas as crenças são conhecimento, logo, não basta ter uma crença qualquer como por exemplo “Acredito que existem Extraterrestres”, mas não posso saber se essa crença é verdadeira. Também não é suficiente ter uma crença verdadeira para ter conhecimento porque é por mero acaso, e o conhecimento não pode ser por acaso, e por outro lado não é suficiente ter uma boa justificação, podemos ter boas justificações para acreditar em falsidades, depende dos nossos estados cognitivos. Aristóteles tinha razões para acreditar que a Terra era plana, e a Terra não é plana. Logo só há conhecimento quando estão reunidas as três condições.
Grupo II
1. A Fátima não sabia os números do euromilhões apesar de ter uma crença verdadeira, esta só é verdadeira por sorte ou acaso logo não é conhecimento, para o ser a Fátima teria de ter uma boa justificação, pois nenhum conhecimento pode ser obtido por acaso.
2. A fenomenologia do conhecimento reduz o fenómeno do conhecimento a uma relação entre o sujeito (o que conhece) e um objeto (o que é conhecido). Descreve esta relação como uma correlação visto que não pode haver sujeito sem objeto nem objeto sem sujeito, existem apenas na relação embora sejam opostos um ao outro pois têm funções diferentes que não se podem permutar. A função do sujeito é ativa, produz uma imagem ou representação do objeto e a função do objeto é passiva, porque se deixa apreender. Todavia nesse ato de apreensão o objeto permanece como transcendente ao sujeito nunca podendo reduzir-se à esfera da sua representação mental. Os três momentos do acto cognitivo de apreensão do objecto consistem em o sujeito sair de si, permanecer fora de si, na esfera do objecto e voltar a si integrando a imagem do objecto noutras imagens existentes na sua mente.
CORREÇÃO DA FICHA 4
“Enquanto desta maneira rejeitamos tudo aquilo de que podemos duvidar, e que simulamos mesmo ser falso, supomos, facilmente, que não há Deus, nem céu, nem terra, e que não temos corpo. Mas não poderíamos igualmente supor que não existimos, enquanto duvidamos da verdade de todas estas coisas: porque, com efeito, temos tanta repugnância em conceber que aquele que pensa não existe verdadeiramente ao mesmo tempo que pensa que, apesar das mais extravagantes suposições, não poderíamos impedir-nos de acreditar que esta inferência EU PENSO, LOGO EXISTO, não seja verdadeira e, por conseguinte, a primeira e a mais certa que se apresenta àquele que conduz os seus pensamentos por ordem.”
(Descartes, Princípios da Filosofia, artigo 7)
Grupo I
1.1. Qual a importância da dúvida no pensamento de Descartes?
1.1. A dúvida metódica foi a forma encontrada por Descartes para superar as dúvidas e as incertezas dos céticos que punham em causa a possibilidade de um conhecimento verdadeiro. Com a dúvida metódica, Descartes conseguiu demonstrar que há verdades indubitáveis e que se autojustificam, isto é, não necessitam de outras crenças para se justificarem. Contraria assim o argumento da regressão infinita utilizado pelos céticos para negar a possibilidade do conhecimento.
Através da dúvida que é um método utilizado nas questões metafísicas, podemos atingir uma certeza e fundar nela toda a unidade do conhecimento.
A dúvida serve para examinar a natureza das nossas crenças e ideias, de modo a eliminar como falsas todas as crenças e ideias que apresentem a menor dúvida.
1.2. Que características fundamentais possui a inferência “ Eu penso, logo existo”?
A ideia do cogito “ Penso, logo existo” surge com clareza e distinção de modo a ser de tal modo evidente que o pensamento só a poderia considerar verdadeira, pois não poderia ser de outro modo. A ideia do cogito não surge de uma dedução mas de uma intuição, como uma certeza que nada poderia mudar nem nenhuma dúvida afetar. A certeza de ser um ser pensante é mais evidente do que a certeza de ter um corpo, pois poderia não haver corpo, enquanto houvesse pensamento o cogito continuaria a ser verdade. Descartes compreende com o Cogito que a verdade é um acordo da razão consigo própria, e só a razão é juiz do conhecimento e pode distinguir o verdadeiro do falso. Compreende ainda através do cogito que o conhecimento humano é possível pois a verdade encontra-se claramente demonstrada a partir dessas verdades primárias ou crenças básicas que são descobertas pela metafísica. Uma crença é básica porque não precisa de outras crenças que a justifiquem pois esta autojustifica-se.
1.3. Qual o critério cartesiano para a verdade?
O modelo de verdade segue o modelo das verdades matemáticas. Verdadeira é a ideia ou crença que é clara e distinta ou seja a evidente, indubitável, universal, “a priori” , intuitiva (ou dedutiva pois de uma verdade podemos retirar outras verdades conduzindo a razão por ordem), puramente racional (não depende dos sentidos).
Exemplos:
Crenças básicas:
Eu penso, logo existo
O corpo é distinto da alma;
Deus existe
Ideias evidentes (verdadeiras) – Ideia de substância pensante;
Ideia de substância divina;
Ideia de substância extensa – são todas ideias “a priori” retiradas da razão.
Grupo II
2.1. “ O azul é uma cor” é uma proposição que traduz um conhecimento “a priori” ou “a posteriori”? Porquê?
A proposição " O azul é uma cor" traduz um conhecimento "a priori" porque a proposição é verdadeira independentemente da experiência.
“O lume queima” é uma crença justificada pela experiência, logo é “a posteriori” porque sem a experiência não podemos ter conhecimento que a mesma é verdadeira.
2.2. Porque é que as extravagantes suposições dos céticos não podem impedir a verdade do cogito?
Porque a dúvida não põe em causa a verdade do cogito pois a dúvida é um ato do pensamento, logo, pressupõe a existência do pensamento.
2.3. De que tipo são as “extravagantes suposições dos céticos”?
Os céticos poem em causa a possibilidade de um conhecimento verdadeiro através de argumentos que colocam em causa as nossas fontes de conhecimento, como os sentidos/ erros percetivos, as opiniões mesmo fundamentadas que não são concordantes, sem que haja um critério seguro para distinguir a verdade da falsidade e, por último consideram que nenhuma das crenças está justificada (regressão infinita), conduzindo assim a uma descrença.
( As duas últimas questões dependiam dos argumentos utilizados para defender uma posição)