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segunda-feira, 29 de abril de 2019
segunda-feira, 22 de abril de 2019
quinta-feira, 11 de abril de 2019
Correção da prova de Março 2019
1. Compare a partir dos textos as perspetivas de Popper e
Kuhn acerca da objetividade da ciência.
Para Kuhn não há verdadeiro progresso ou evolução porque os
paradigmas que se vão sucedendo são incomensuráveis, isto é, não podem ser
comparados porque apresentam diferentes formas de trabalhar, de selecionar
fenómenos e novos princípios metafísicos.
Há, portanto, na evolução da ciência, cortes abruptos que
correspondem a revoluções científicas, de mudanças de paradigma. As revoluções
científicas sucedem-se a períodos criativos em que há teorias diferentes e a
comunidade científica não forma consenso acerca de nenhuma delas. A escolha de
uma teoria pela comunidade científica equivale a um acordo sobre a forma
proposta de explicar os fenómenos. Uma vez acordado, ele torna-se exemplar e
guia a comunidade para um desenvolvimento desta conceção dando origem a um novo
paradigma e a uma nova fase de ciência normal. Todavia não há objetividade na
escolha dos Paradigmas visto que este consenso é muitas vezes impossível e a
escolha é influenciada por fatores externos aos critérios objetivos.
Segundo o texto:” a substituição de uma teoria científica
dominante é como uma conversão religiosa, pois a comunidade científica não é um
agente racional coletivo que, de uma maneira objetiva, pesa razões a favor e
contra as teorias concorrentes”.
Para Popper, a ciência evolui no sentido de uma aproximação
à verdade na medida em que se faz eliminando os erros das teorias e
substituindo-as por outras mais abrangentes e consistentes com os factos
observados. Visto que a ciência se faz num processo racional de conjeturas e
refutações em que o papel da subjetividade tende a diminuir pois o cientista
trabalha no sentido de fazer previsões arriscadas de modo a testar de os
limites de cada teoria. Embora não haja qualquer espécie de certezas pois o
progresso científico é um sistema em aberto e nenhuma teoria é verdadeira mas
apenas provisoriamente corroborada. A substituição de uma teoria por outra é um
processo de seleção em que as novas teoria aperfeiçoam as antigas na medida em
que não cometem os mesmos erros da anterior, explicam os fenómenos das
anteriores e ainda explicam novos fenómenos. Daí haver continuidade na evolução
científica.
Segundo o texto: a comunidade científica avança com base
numa argumentação sólida sustentada por indícios empíricos sólidos.
2. Aquilo que
chamamos ciência, segundo a perspetiva do filósofo das ciências Thomas Kuhn,
passa por períodos muito distintos. Descreva os períodos de evolução da
ciência.
Para Kuhn as teorias científicas funcionam como paradigmas,
isto é trazem consigo uma visão do mundo e certos métodos de trabalho, assim
como princípios metodológicos e metafísicos. Os cientistas ao aceitarem uma
teoria como um novo paradigma científico trabalham no sentido de ampliar os
seus resultados e confirmar as suas previsões. A comunidade científica trabalha
no âmbito dos paradigmas e não os põe em causa, mesmo que surjam anomalias. O
processo de desenvolvimento da Ciência começa com a instituição de um Paradigma
e o trabalho científico visa tornar mais consistente e abrangente esse
paradigma resolvendo os enigmas que este vai colocando à medida que vai sendo
alargado na explicação de outros fenómenos. Este período de resolução de
enigmas caracteriza-se por ser acrítico, pois não há disposição para pôr em
causa as metodologias de trabalho que foram aceites, assim como os princípios e
a validade das teorias, Kuhn chama-lhe um Período de Ciência Normal. Com o
desenvolvimento teórico e prático do Paradigma vão surgindo anomalias que se
vão acumulando até pôr em causa a atividade que está a ser feita, entra-se numa
crise em que a descrença em relação ao modelo seguido leva ao seu abandono e
começam a surgir novas teorias concorrentes que explicam as anomalias
anteriormente irresolúveis.. Neste período, denominado Ciência Extraordinária,
a comunidade científica tem de escolher uma teoria que pela sua abrangência,
simplicidade, precisão, consistência e fecundidade, assim como o prestígio do
cientista que a apresenta, possa ser unificadora da comunidade e possa
constituir um novo Paradigma. Quando isso acontece dá-se uma revolução
científica, isto é: a substituição de um Paradigma por outro.
3. Esta obra de Banski pode ser considerada uma obra de arte
porque satisfaz os critérios que definem uma obra de arte, segundo as teorias
da arte como imitação ou representação, a arte como expressão e a arte como
forma significante.
Primeiramente representa uma criança de forma fiel pois
facilmente se identifica a realidade que trata a pintura, trata-se de
representar uma criança entre furiosa e triste, com alguma coisa que a perturba.
Também expressa o sentimento de
indignação do artista perante o estado do mundo estar até na infância
dependente das relações com uma máquina e com as redes sociais e a comunicação
que é feita a partir desta. Essa indignação é clara e está presente na forma
como o rapaz transmite a sua angústia e a sua frustração por não ter “Gostos”
nem amigos nem mensagens. Pode ainda ser interpretado como uma falta de
comunicação geral na sua vida, uma espécie de vazio comunicacional. Por fim,
poderemos falar na emoção estética que estas formas nos podem transmitir, como
se a criança sobressaísse na parede rugosa também ela presa nessa cidade onde
não há nenhum vestígio de humanidade.
4. O conceito de arte é um conceito em aberto porque nenhuma
definição pode adequar-se à pluralidade de géneros e de obras que são
consideradas arte, daí que todas as definições são incompletas porque não se
aplicam a toda a arte mas apenas a algumas obras, deixando de fora outras que
são igualmente arte mas que não podem ser vistas á luz de um determinado
conceito. Assim, a teoria de arte como representação tem como objeção, o facto
de não sabermos se a obra representa bem ou não objetos inexistentes próprios
da imaginação, assim como não sabemos se a arte abstrata representa alguma coisa,
parece que não representa nada. No entanto ninguém pode negar que a arte
abstrata seja arte. No caso da teoria de arte como expressão, não podemos saber
os sentimentos do artista se este já morreu e também não podemos falar em
sentimentos no caso de arte abstrata ou no caso do artista fingir sentimentos
que não possui (cínico). Em relação à forma significante há duas objeções
fortes, embora esta teoria se possa adaptar a todo o tipo de obras, desde a
arquitetura, música fica por explicar o que é uma forma significante, os seus
defensores afirmarão que é a forma que produz uma emoção estética, mas se
perguntarmos o que é uma emoção estética os autores responderão que é a forma
significante que algumas obras revelam, este raciocínio é uma petição de princípio
e, como tal, não é válido. Há ainda outra objeção que é o caso de podermos não
sentir emoção estética por obras que são de arte sem qualquer dúvida, a
sensibilidade do público pode não estar apta a deixar-se envolver esteticamente
por uma obra como a Mona Lisa e, no entanto é inquestionável que se trata de
uma obra de arte.
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