Grupo I
(3x30 Pontos)
Todas
as respostas devem estar bem fundamentadas, b, bem escritas e devem utilizar os conceitos que foram aprendidos.
1.O Cogito é a primeira verdade indubitável, a primeira crença básica a priori da filosofia cartesiana. Permite-nos inferir da possibilidade de um conhecimento a priori sem a justificação da experiência e fundamentado apenas na razão. Permite-nos também concluir que a verdade é tudo o que se apresenta com clareza e distinção à razão, isto é, todas as ideias de tal modo evidentes que não podem ser negadas ou colocadas em dúvida nem confundidas com outras ideias.
A partir desta crença básica é possível construir os alicerces seguros do conhecimento de modo a escapar ao cepticismo. A dúvida metódica foi a forma encontrada por Descartes para superar as dúvidas e os desafios cépticos que punham em causa a possibilidade de um conhecimento verdadeiro. Com a dúvida metódica que consiste em duvidar sistematicamente de todas as crenças, sobretudo das fontes de todas as crenças, Descartes conseguiu demonstrar a existência de verdades indubitáveis e que são auto-fundantes, isto é, carecem de justificação exterior de outras crenças porque se auto-justificam. Contraria assim, o argumento da regressão infinita utilizado pelos cépticos para criticar o conhecimento, alegando que nenhuma crença está justificada porque necessita sempre de outra que a justifique.
2. Os argumentos cépticos contra o conhecimento são: A divergência de opiniões, as ilusões e enganos dos sentidos e o argumento da regressão ao infinito. Quanto ao primeiro alude o facto de termos várias opiniões sobre o mesmo assunto e os argumentos que utilizamos não são convincentes de modo a alcançar um acordo entre os especialistas numa matéria; por exemplo: os cépticos referiam, no sec.XVII, a divergência entre as opiniões da Igreja, representada pela Filosofia Escolástica e a opinião dos cientistas como Galileu, ninguém parecia ter mais ou melhores razões e, no entanto defendias perspectivas antagónicas.. Por outro lado, sobre aquilo que observamos, enganamo-nos muitas vezes,, pois julgamos ver algo que não existe, assim, se os sentidos nos enganam não podem ser um fundamento fiável para o nosso conhecimento. Por último o Argumento da regressão ao infinito, um argumento a priori, admite que nenhuma crença está justificada porque cada crença justifica-se noutra crença e assim sucessivamente, logo se a justificação é necessária para o conhecimento, não é possível haver conhecimento porque as nossas crenças não estão justificadas.
3. A descrição fenomenológica do conhecimento reduz o acto cognitivo a uma relação estrutural entre o sujeito (a consciência que pensa) e o objecto (o que é pensado) A oposição dos dois termos não pode ser suprimida; esta oposição significa que os dois termos são originariamente separados um do outro, transcendentes um ao outro, mas não existem por si só separadamente fora da relação . O sujeito só é sujeito em relação a um objecto e o objecto só é objecto em relação a um sujeito. Cada um deles é o que é em relação ao outro. A sua relação é uma correlação.
A relação constitutiva do conhecimento é dupla, mas não é reversível. O facto de desempenhar o papel de sujeito em relação a um objecto é diferente do facto de desempenhar o papel de objecto em relação a um sujeito. Sujeito e objecto não são, portanto, permutáveis, a sua função é na sua essência diferente. (...) A função do sujeito consiste em apreender o objecto; a do objecto em poder ser apreendido pelo sujeito e em sê-lo efectivamente.
O objecto, mesmo quando é apreendido, permanece para o sujeito algo exterior; é sempre o objectum, quer dizer, o que está diante dele. O sujeito não pode captar o objecto sem sair de si (sem se transcender); mas não pode ter consciência do que é apreendido, sem entrar em si, sem se reencontrar na sua própria esfera.
O conhecimento realiza-se, por assim dizer, em três tempos: o sujeito sai de si, está fora de si e regressa finalmente a si. Apreender o objecto não significa fazê-lo entrar no sujeito, mas sim reproduzir neste as determinações do objecto numa construção que terá um conteúdo idêntico ao do objecto. Esta construção operada no conhecimento é a "imagem" do objecto. O objecto não é modificado pelo sujeito, mas sim o sujeito pelo objecto. Apenas no sujeito alguma coisa se transformou pelo acto do conhecimento. No objecto nada de novo foi criado; mas no sujeito nasce a consciência do objecto com o seu conteúdo, a imagem do objecto.
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Grupo II
(10x4)
Versão A
1. F
2.V
3.F
4.V
5.V
6.V
7.V
8.V
9.F
10.V
Versão B
1. F
2.V
3.V
4.V
5.V
6.V
7.F
8.V
9.F
10.V
Grupo III
(2x15)
Resposta curta
1.O João não tem conhecimento porque tem uma crença falsa, ora todo o conhecimento é factivo, não pode haver conhecimento de falsidades, se o João acredita que é o Pai natal que lhe vai oferecer as prendas, o Pai Natal não existe, logo a crença do João é falsa, apesar de ter prendas, a sua justificação pode ser correcta mas a crença é falsa.
2. A Teoria tripartida do conhecimento, ou seja a teoria que defende a necessidade de satisfazer três condições para o conhecimento: haver uma crença, esta ser verdadeira e estar justificada por fortes razões, pode ser refutada através de contra-exemplos, isto é, a suposição de situações possíveis de ocorrer, em que estas três condições são satisfeitas e, mesmo assim, não existe conhecimento.
Exemplo (facultativo):
“O relógio da igreja da tua terra é bastante fiável e costumas confiar nele para
saber as horas. Esta manhã, quando vinhas para a escola, olhaste para o relógio
e viste que ele marcava exactamente 8h e 20m. Por isso, formaste a crença de que
eram 8h e 20m. O facto do relógio ter sido fiável no passado justifica a tua
crença. Contudo, sem que o soubesses, o relógio tinha avariado no dia anterior
exactamente quando marcava 8h e 20m."