segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Correção do 2º teste do 1º Semestre -11A -versão A e B


VERSÃO A

Grupo 1

(5x10 =50 Pontos)

Escolha a opção correta:

 

1. Considere os seguintes enunciados relativos à comparação entre as teorias do conhecimento de Descartes e de David Hume.

1. Para o primeiro, todas as ideias são inatas; para o segundo, nenhuma ideia é inata. 2. Os dois autores defendem que há ideias que têm origem na experiência. 3. Para o primeiro, o conhecimento tem de ser indubitável; para o segundo, pode não ser indubitável. 4. Os dois autores defendem que não há conhecimento sem experiência.

Deve afirmar-se que

 (A) 2 e 3 são corretos; 1 e 4 são incorretos. (B) 1, 3 e 4 são corretos; 2 é incorreto. (C) 1 e 4 são corretos; 2 e 3 são incorretos. (D)  1, 2 e 3 são corretos;4 é incorreto.

 

2. Descartes considera que o cogito é um conhecimento especialmente seguro, porque é

(A) imune ao próprio processo de dúvida.

(B)confirmado pela experiência.

(C) o fundamento do conhecimento.

(D) obtido por um processo a priori.

 

3. Identifique o par de termos que permite completar adequadamente a afirmação seguinte. A dúvida cartesiana é  _______; por isso, Descartes não é um filósofo  _______.

 (A) cética … empirista

(B) metódica … racionalista

(C) hiperbólica … empirista

(D) metódica … cético

 

4. A principal finalidade do método proposto por Descartes é

(A) estabelecer os fundamentos do conhecimento.

(B) provar que os sentidos nos enganam.

(C) mostrar que existe um ser perfeito.

(D) descobrir quais são as ideias claras e distintas.

 

5. De acordo com a análise tradicional do conhecimento,

 (A) se sabemos que uma certa pessoa nasceu em 2001, então acreditamos que ela nasceu nesse ano.

(B) para sabermos que uma certa pessoa nasceu em 2001, basta que essa pessoa tenha nascido nesse ano.

(C) para sabermos que uma certa pessoa nasceu em 2001, basta termos uma justificação para que tenha nascido nesse ano.

(D) se acreditamos que uma certa pessoa nasceu em 2001, então sabemos que essa pessoa nasceu nesse ano.

 

6. Se é vermelho, então tem cor. 2. O vestido é vermelho.

(A) As frases 1 e 2 expressam proposições “a posteriori”

(B) A frase 1 expressa uma proposição “a  posteriori”, a frase 2 expressa uma proposição “a priori”

(C) As frases 1 e 2 expressam proposições “a priori”.

(D) A frase 1 expressa uma proposição “a priori”, a frase 2 expressa uma proposição “a posteriori”

 

7. Hume considera que

(A) não há distinção entre impressões e ideias.

(B) não há relação entre impressões e ideias.

(C) as impressões são cópias das ideias.

(D) as ideias são cópias das impressões.

 

8.  De acordo com Hume, a impressão que origina a ideia de causa/efeito

(A) é a razão e o raciocínio.

(B) é uma ideia complexa fruto da imaginação.

(C) é a impressão de conexão necessária.

(D) é a conjunção constante entre dois factos

 

9. A relação causa/efeito fundamenta-se:

(A) Nas impressões sensíveis.

(B) Numa conexão necessária entre factos.

(C) Num costume ou hábito fruto da repetição.

(D) Na razão: é uma relação “a priori”.

 

10. Hume não ultrapassa o ceticismo porque:

(A) Hume não é cético.

(B) Admite a possibilidade de uma dúvida radical.

(C) Não encontra uma forma infalível de justificar as nossas crenças sobre o mundo.

(D) Não encontra fundamentos para a existência de Deus.

 __________________________________________________________________

Versão B

 

 1. De acordo com a análise tradicional do conhecimento,

 (A) se sabemos que uma certa pessoa nasceu em 2001, então acreditamos que ela nasceu nesse ano.

(B) para sabermos que uma certa pessoa nasceu em 2001, basta que essa pessoa tenha nascido nesse ano.

(C) para sabermos que uma certa pessoa nasceu em 2001, basta termos uma justificação para que tenha nascido nesse ano.

(D) se acreditamos que uma certa pessoa nasceu em 2001, então sabemos que essa pessoa nasceu nesse ano.

 

2. Se é vermelho, então tem cor. 2. O vestido é vermelho.

(A) As frases 1 e 2 expressam proposições “a posteriori”

(B) A frase 1 expressa uma proposição “a  posteriori”, a frase 2 expressa uma proposição “a priori”

(C) As frases 1 e 2 expressam proposições “a priori”.

(D) A frase 1 expressa uma proposição “a priori”, a frase 2 expressa uma proposição “a posteriori”

 

3. Hume considera que

(A) não há distinção entre impressões e ideias.

(B) não há relação entre impressões e ideias.

(C) as impressões são cópias das ideias.

(D) as ideias são cópias das impressões.

 

4.  De acordo com Hume, a impressão que origina a ideia de causa/efeito

(A) é a razão e o raciocínio.

(B) é uma ideia complexa fruto da imaginação.

(C) é a impressão de conexão necessária.

(D) é a conjunção constante entre dois factos

 

5. A relação causa/efeito fundamenta-se:

(A) Nas impressões sensíveis.

(B) Numa conexão necessária entre factos.

(C) Num costume ou hábito fruto da repetição.

(D) Na razão: é uma relação “a priori”.

 

6. Hume não ultrapassa o ceticismo porque:

(A) Hume não é cético.

(B) Admite a possibilidade de uma dúvida radical.

(C) Não encontra uma forma infalível de justificar as nossas crenças sobre o mundo.

(D) Não encontra fundamentos para a existência de Deus.

 

7. Considere os seguintes enunciados relativos à comparação entre as teorias do conhecimento de Descartes e de David Hume.

1. Para o primeiro, todas as ideias são inatas; para o segundo, nenhuma ideia é inata. 2. Os dois autores defendem que há ideias que têm origem na experiência. 3. Para o primeiro, o conhecimento tem de ser indubitável; para o segundo, pode não ser indubitável. 4. Os dois autores defendem que não há conhecimento sem experiência.

Deve afirmar-se que

 (A) 2 e 3 são corretos; 1 e 4 são incorretos. (B) 1, 3 e 4 são corretos; 2 é incorreto. (C) 1 e 4 são corretos; 2 e 3 são incorretos. (D)  1, 2 e 3 são corretos;4 é incorreto.

 

8. Descartes considera que o cogito é um conhecimento especialmente seguro, porque é

(A) resiste ao próprio processo de dúvida.

(B) confirmado pela experiência.

(C) a consequência do conhecimento.

(D) obtido pelos sentidos

 

9. Identifique o par de termos que permite completar adequadamente a afirmação seguinte. A dúvida cartesiana é  _______; por isso, Descartes não é um filósofo  _______.

 (A) cética … empirista

(B) metódica … racionalista

(C) hiperbólica … empirista

(D) metódica … cético

 

10. A principal finalidade do método proposto por Descartes é

(A) estabelecer os fundamentos do conhecimento.

(B) provar que os sentidos são certos

(C) mostrar que existe um ser perfeito.

(D) descobrir quais são as ideias obscuras

 __________________________________________________________

 

Grupo 2

(1-20 pontos+2-30 Pontos +3-30 Pontos +4- 40 Pontos)=120 Pontos)

 

 Leia o texto com atenção e responda com objetividade e clareza às seguintes questões:

 

"Todos admitirão prontamente que existe uma diferença considerável entre as perceções da mente, quando um homem sente a dor de um calor excessivo ou o prazer de um ardor moderado, e quando ele depois traz à memória a sua sensação ou a antecipa mediante a sua imaginação. “

David Hume, Investigação sobre o entendimento humano.

 

1.Diga quais são as perceções da mente de que fala o texto e a sua importância para o conhecimento.

 

1. Impressões e ideias são perceções mentais, isto é, constituem todo o conteúdo da mente que podemos conhecer. As primeiras são originais e antecedem as segundas que são cópias feitas da memória das impressões vividas. Podemos ter ideias de objetos nunca antes vividos, se associarmos ideias simples, formando assim ideias complexas como a ideia de vampiro. Podemos também antecipar o prazer ou a dor vividas pela expectativa de as voltarmos a viver. Seja pela memória ou pela imaginação as perceções pensadas, ideias, não são nunca tão fortes e intensas como as vividas, impressões,  pois o original é sempre mais forte e perfeito que a cópia. Hume conclui que as impressões são atos originais e que não existem ideias sem na origem estar a impressão interna ou externa equivalente.

 

As impressões podem ser simples ou complexas e podem ser interiores ou exteriores, sendo que as primeiras são vividas pela sensibilidade e as segundas resultam de um sentimento, paixão ou dor vividos interiormente pelo sujeito. As ideias podem ser ainda gerais quando resultam da associação de ideias simples, de acordo com a sua semelhança para a formação dos conceitos, ou complexas quando são  fruto da associação de ideias simples através da imaginação.

 

Todos os objetos da razão ou da investigação humanas podem ser naturalmente divididos em dois tipos, a saber, as relações de ideias e as questões de facto. [...] O contrário de toda e qualquer questão de facto continua a ser possível, porque não pode jamais implicar contradição, e a mente concebe-o com a mesma facilidade e nitidez, como se fosse perfeitamente conforme à realidade. Que o Sol não vai nascer amanhã não é uma proposição menos inteligível nem implica maior contradição do que a afirmação de que ele vai nascer.

D. Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa, IN-CM, 2002, pp. 41-42 (adaptado)

 

 

2. Explique qual o problema que Hume coloca no texto e distinga, com exemplos, esses dois tipos de conhecimento que são referidos.

Resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes. Distinção entre as questões de facto e as relações de ideias: – as verdades acerca das relações de ideias são verdades necessárias ou demonstrativamente certas (OU que podem ser descobertas pela razão); (em contrapartida,) as questões de facto apenas podem ser decididas recorrendo à experiência; – o contrário de uma verdade acerca de relações de ideias implica uma contradição e, portanto, é logicamente impossível; (ao invés,) o contrário de uma verdade acerca de questões de facto não implica uma contradição e, portanto, é logicamente possível.

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes. Apresentação do problema da indução: – a indução não está justificada, uma vez que a tentativa de a justificar por meio da experiência é circular (OU a tentativa de a justificar por meio do raciocínio indutivo se baseia, ela própria, no raciocínio indutivo, que, precisamente, necessita de justificação).Portanto, saber que o Sol vai nascer amanhã é uma previsão e como tal baseia-se no que aconteceu no passado, faz-se uma generalização indutiva, se até agora o sol sempre nasceu, amanhã irá nascer. Essa probabilidade pode não ocorrer, porque só podemos ter conhecimento por experiência, e não temos experiência do futuro a não ser que façamos um raciocínio indutivo.

 

 

3. “Todos os metais dilatam sempre com o calor” Para Hume esta afirmação não está justificada, logo não é conhecimento. Porquê?

 

 

3. Não há nenhuma impressão de conexão causal; isto é, de uma conexão necessária entre dois fenómenos como a dilatação do metal e o calor. As impressões que nos são dadas são de contiguidade no espaço, prioridade temporal e conjunção constante.

 

b) A impressão que temos é da repetição de fenómenos em sucessão no tempo e contiguidade no espaço: “Vemos os dois fenómenos repetidamente juntos, e quanto mais isso acontece mais forte é a crença que um não pode existir sem o outro, isto é, que um é causa do outro.

 

c) Esta crença a que chamamos relação de causa efeito ou conexão causal não está justificada nem empiricamente nem racionalmente, porque “ não há nada que produza qualquer impressão, e consequentemente nada que possa sugerir qualquer ideia de poder ou conexão necessária”, a relação é formada na mente  fruto do hábito e do costume. Não é um conhecimento mas uma crença subjetiva.

 

 

d) Se o conhecimento de causa efeito tem a sua origem na experiência e de modo nenhum é a priori (argumento do ser racional que nada soubesse do mundo, jamais poderia ter a noção de causa efeito) então é um conhecimento de facto e é contingente, todavia julgamos e pensamos como se houvesse uma conexão necessária e, portanto ultrapassamos a experiência.

 

Logo, para concluir, não há uma justificação empírica nem racional para uma conexão necessária entre dois fenómenos, ela é apenas fruto do costume, um hábito psicológico, logo, não é um conhecimento objetivo.

 

 

4. Problematize as teorias empirista e racionalista em relação aos seguintes tópicos:  Inatismo das ideias, eu, Deus

4.1. Defenda uma posição pessoal em relação a este problema (empirismo/racionalismo).

 

 

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Comparação das posições de Descartes e de Hume sobre o inatismo das ideias:

Hume rejeita a existência de ideias inatas, os empiristas, defendem que todo o conhecimento substancial do mundo deriva de impressões ou sensações e estas são adquiridas por experiência; consideram que as verdades conhecidas a priori são «não-instrutivas», ou seja, não são informativas (ou não têm conteúdo factual), "jamais poderá sugerir-nos a ideia de qualquer objeto distinto", ao passo que os racionalistas, como Descartes, consideram que as verdades inatas são certas (evidentes, ou claras e distintas), são aspetos fundamentais do mundo e delas se deduzem outras verdades acerca do mundo.

 

Comparação das perspetivas de Descartes e de Hume acerca da ideia de Deus:‒ Descartes afirma que «o pensamento de alguma coisa de mais perfeito do que o eu [...] se devia a alguma natureza que fosse, efetivamente, mais perfeita», ou seja, que a ideia de perfeição não pode ter tido origem num ser imperfeito como ele (porque duvidar é uma imperfeição, e ele duvida) e que Deus é uma substância independente do pensamento (substância divina);‒ Hume, em contrapartida, afirma que as ideias, «por mais compostas e sublimes que sejam», são copiadas «de uma sensação ou sentimento precedente», ou seja, que a ideia de Deus é uma ideia composta, formada pela associação e pela ampliação de ideias simples provenientes da observação das operações da nossa mente;‒ segundo Descartes, a ideia de Deus não tem origem empírica / é inata;‒ em contrapartida, Hume considera que a ideia de Deus tem origem empírica, fruto da imaginação e não corresponde a uma entidade independente  do pensamento.

Comparação das perspetivas de Descartes e de Hume acerca da ideia de um eu substancial: Para os racionalistas, há um sujeito que pensa e a substância do seu pensamento é independente do corpo (dualismo), este eu é uma certeza primeira e uma crença verdadeira que se autojustifica. Para os empiristas como Hume, não existe uma substância pensante independente do corpo mas sim o pensamento está ligado ao corpo e influenciam-se mutuamente; não existe um eu mas uma série de impressões que estão em volição e mudança.

Grupo 3

(2x15Pontos)

 

 

1. Segundo a teoria tradicional de conhecimento como crença verdadeira e justificada porque é que não podemos saber que a Lua é feita de queijo? Justifique.

 

Não podemos saber que a Lua é feita de queijo porque é falso. A Lua não é feita de queijo mas sim de matéria rochosa, sendo assim uma crença falsa. O conhecimento é factivo, podemos acreditar em crenças falsas mas não podemos conhecer (saber) falsidades.

 

 

2. Porque é que o empirismo de Hume é considerado um ceticismo moderado?

Porque apesar das nossas crenças sobre o mundo não terem uma justificação nem lógica nem empírica infalível, não abandonamos essas crenças porque elas são o produto do hábito que é, para Hume, o verdadeiro guia do conhecimento.

3. Qual a importância do cogito na filosofia cartesiana?

Através do método da dúvida sobre as fontes do conhecimento, Descartes encontra a sua primeira verdade indubitável: “Penso, logo existo”. O Cogito é uma ideia evidente, clara, distinta e inata, a primeira crença básica a priori da filosofia cartesiana. Permite-nos inferir que é possível um conhecimento a priori que não necessita da justificação da experiência e que se fundamenta apenas na razão. Permite-nos também concluir que é verdadeiro tudo o que se apresente com clareza e distinção à razão, isto é todas as ideias evidentes que a razão vê claramente que não poderiam ser de outro modo e não se confundem ou derivam de outras ideias. A partir desta crença básica é possível construir os alicerces seguros do conhecimento de modo a escapar ao ceticismo.

 

 

Correção do 2º Teste 1º Semestre 11B - versão A e B

Prova de avaliação de filosofia

11º Ano de Escolaridade - Duração da Prova: 90 minutos - Ano Letivo: 2020 / 2021

 

                Professora : Helena Serrão          Paço de Arcos 8 Janeiro de 2021

 

 

VERSÃO A

Grupo 1

(5x10 =50 Pontos)

Escolha a opção correta:

 

1. De acordo com a análise tradicional do conhecimento,

 (A) se sabemos que uma certa pessoa nasceu em 2001, então acreditamos que ela nasceu nesse ano.

(B) para sabermos que uma certa pessoa nasceu em 2001, basta que essa pessoa tenha nascido nesse ano.

(C) para sabermos que uma certa pessoa nasceu em 2001, basta termos uma justificação para que tenha nascido nesse ano.

(D) se acreditamos que uma certa pessoa nasceu em 2001, então sabemos que essa pessoa nasceu nesse ano.

 

2. Se é vermelho, então tem cor. 2. O vestido é vermelho.

(A) As frases 1 e 2 expressam proposições “a posteriori”

(B) A frase 1 expressa uma proposição “a  posteriori”, a frase 2 expressa uma proposição “a priori”

(C) As frases 1 e 2 expressam proposições “a priori”.

(D) A frase 1 expressa uma proposição “a priori”, a frase 2 expressa uma proposição “a posteriori”

 

3. Hume considera que

(A) não há distinção entre impressões e ideias.

(B) não há relação entre impressões e ideias.

(C) as impressões são cópias das ideias.

(D) as ideias são cópias das impressões.

 

4.  De acordo com Hume, a impressão que origina a ideia de causa/efeito

(A) é a razão e o raciocínio.

(B) é uma ideia complexa fruto da imaginação.

(C) é a impressão de conexão necessária.

(D) é a conjunção constante entre dois factos

 

5. A relação causa/efeito fundamenta-se:

(A) Nas impressões sensíveis.

(B) Numa conexão necessária entre factos.

(C) Num costume ou hábito fruto da repetição.

(D) Na razão: é uma relação “a priori”.

 

6. Hume não ultrapassa o ceticismo porque:

(A) Hume não é cético.

(B) Admite a possibilidade de uma dúvida radical.

(C) Não encontra uma forma infalível de justificar as nossas crenças sobre o mundo.

(D) Não encontra fundamentos para a existência de Deus.

 

7. Considere os seguintes enunciados relativos à comparação entre as teorias do conhecimento de Descartes e de David Hume.

1. Para o primeiro, todas as ideias são inatas; para o segundo, nenhuma ideia é inata. 2. Os dois autores defendem que há ideias que têm origem na experiência. 3. Para o primeiro, o conhecimento tem de ser indubitável; para o segundo, pode não ser indubitável. 4. Os dois autores defendem que não há conhecimento sem experiência.

Deve afirmar-se que

 (A) 2 e 3 são corretos; 1 e 4 são incorretos. (B) 1, 3 e 4 são corretos; 2 é incorreto. (C) 1 e 4 são corretos; 2 e 3 são incorretos. (D)  1, 2 e 3 são corretos;4 é incorreto.

 

8. Descartes considera que o cogito é um conhecimento especialmente seguro, porque é

(A) resiste ao próprio processo de dúvida.

(B) confirmado pela experiência.

(C) a consequência do conhecimento.

(D) obtido pelos sentidos

 

9. Identifique o par de termos que permite completar adequadamente a afirmação seguinte. A dúvida cartesiana é  _______; por isso, Descartes não é um filósofo  _______.

 (A) cética … empirista

(B) metódica … racionalista

(C) hiperbólica … empirista

(D) metódica … cético

 

10. A principal finalidade do método proposto por Descartes é

(A) estabelecer os fundamentos do conhecimento.

(B) provar que os sentidos são certos

(C) mostrar que existe um ser perfeito.

(D) descobrir quais são as ideias obscuras

 

 

Grupo 2

(1-20 pontos+2-30 Pontos +3-30 Pontos +4- 40 Pontos)=120 Pontos)

 

 Leia o texto com atenção e responda com objetividade e clareza às seguintes questões:

 

"Todos admitirão prontamente que existe uma diferença considerável entre as perceções da mente, quando um homem sente a dor de um calor excessivo ou o prazer de um ardor moderado, e quando ele depois traz à memória a sua sensação ou a antecipa mediante a sua imaginação. “

David Hume, Investigação sobre o entendimento humano.

 

1.Diga quais são as perceções da mente de que fala o texto e a sua importância para o conhecimento.

 

1. Impressões e ideias são perceções mentais, isto é, constituem todo o conteúdo da mente que podemos conhecer. As primeiras são originais e antecedem as segundas que são cópias feitas da memória das impressões vividas. Podemos ter ideias de objetos nunca antes vividos, se associarmos ideias simples, formando assim ideias complexas como a ideia de vampiro. Podemos também antecipar o prazer ou a dor vividas pela expectativa de as voltarmos a viver. Seja pela memória ou pela imaginação as perceções pensadas, ideias, não são nunca tão fortes e intensas como as vividas, impressões,  pois o original é sempre mais forte e perfeito que a cópia. Hume conclui que as impressões são atos originais e que não existem ideias sem na origem estar a impressão interna ou externa equivalente.

 

Todos os objetos da razão ou da investigação humanas podem ser naturalmente divididos em dois tipos, a saber, as relações de ideias e as questões de facto. [...] O contrário de toda e qualquer questão de facto continua a ser possível, porque não pode jamais implicar contradição, e a mente concebe-o com a mesma facilidade e nitidez, como se fosse perfeitamente conforme à realidade. Que o Sol não vai nascer amanhã não é uma proposição menos inteligível nem implica maior contradição do que a afirmação de que ele vai nascer.

D. Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa, IN-CM, 2002, pp. 41-42 (adaptado)

 

 

2. Explique qual o problema que Hume coloca no texto e distinga, com exemplos, esses dois tipos de conhecimento que são referidos.

 

2. Cenário de resposta A

 Resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes. Distinção entre as questões de facto e as relações de ideias: – as verdades acerca das relações de ideias são verdades necessárias ou demonstrativamente certas (OU que podem ser descobertas pela razão); (em contrapartida,) as questões de facto apenas podem ser decididas recorrendo à experiência; – o contrário de uma verdade acerca de relações de ideias implica uma contradição e, portanto, é logicamente impossível; (ao invés,) o contrário de uma verdade acerca de questões de facto não implica uma contradição e, portanto, é logicamente possível.

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes. Apresentação do problema da indução: – a indução não está justificada, uma vez que a tentativa de a justificar por meio da experiência é circular (OU a tentativa de a justificar por meio do raciocínio indutivo se baseia, ela própria, no raciocínio indutivo, que, precisamente, necessita de justificação).Portanto, saber que o Sol vai nascer amanhã é uma previsão e como tal baseia-se no que aconteceu no passado, faz-se uma generalização indutiva, se até agora o sol sempre nasceu, amanhã irá nascer. Essa probabilidade pode não ocorrer, porque só podemos ter conhecimento por experiência, e não temos experiência do futuro a não ser que façamos um raciocínio indutivo.

 

3. “O fogo é causa do fumo, logo sempre que há fogo, há fumo”” Para Hume esta afirmação não está justificada, logo não é conhecimento. Porquê?~

 

Não há nenhuma impressão de conexão causal; isto é de uma conexão necessária entre dois fenómenos como o fogo e o fumo. As impressões que nos são dadas são de contiguidade no espaço, prioridade temporal e conjunção constante.

 

b) A impressão que temos é da repetição de fenómenos em sucessão no tempo e contiguidade no espaço: “Vemos os dois fenómenos repetidamente juntos, e quanto mais isso acontece mais forte é a crença que um não pode existir sem o outro, isto é, que um é causa do outro.

 

c) Esta crença a que chamamos relação de causa efeito ou conexão causal não está justificada nem empiricamente nem racionalmente, porque “ não há nada que produza qualquer impressão, e consequentemente nada que possa sugerir qualquer ideia de poder ou conexão necessária”, a relação é formada na mente  fruto do hábito e do costume. Não é um conhecimento mas uma crença subjetiva.

 

 

d) Se o conhecimento de causa efeito tem a sua origem na experiência e de modo nenhum é apriori (argumento do ser racional que nada soubesse do mundo, jamais poderia ter a noção de causa efeito) então é um conhecimento de facto e é contingente, todavia julgamos e pensamos como se houvesse uma conexão necessária e, portanto ultrapassamos a experiência.

 

Logo, para concluir, não uma justificação empírica nem racional para uma conexão necessária entre dois fenómenos, ela é apenas fruto do costume, um hábito psicológico, logo não é um conhecimento objetivo.

 

 

4. Relacione as teorias empirista e racionalista em relação aos seguintes tópicos:  Deus, Ideias inatas, possibilidade do conhecimento.

4.1. Defenda uma posição pessoal em relação a este problema: Qual a origem do conhecimento? Na sua resposta tenha em conta a afirmação de uma posição e a apresentação de uma razão para justificar a posição tomada.

 

A teoria racionalista defendida por Descartes, fundamenta o conhecimento na razão e na capacidade desta retirar ideias a partir de outras ideias de forma evidente e dedutiva sem recorrer à experiência - ideias inatas. Quanto ao Empirismo rejeita as ideias inatas da Razão, e a noção de conhecimento "a priori"  do mundo (é apenas um conhecimento racional e revela o modo com  a razão funciona) Defende a tese de que nada existe na mente que não tenha passado antes pelos sentidos, todo o conhecimento sobre o mundo tem origem na experiência é, portanto, “a posteriori”.  Fundamenta-se na noção de que qualquer conceito para ter um significado tem que se referir a uma sensação/impressão qualquer, essas sensações são simples e a mente neste primeiro momento capta apenas as sensações e depois por abstração e generalização forma os conceitos ou ideias, estas não são tão vivas como as sensações ou impressões o que quer dizer que são posteriores a estas. Os empiristas dão o exemplo das crianças que começam por ter sensações e só depois as articulam numa linguagem. O raciocínio que o entendimento faz para chegar ao conhecimento, segundo os empiristas é a indução, por acumulação de experiências que se repetem, generaliza-se para todos os casos e assim se obtém um conhecimento 

 

Comparação das perspetivas de Descartes e de Hume acerca da origem da ideia de Deus:‒ Descartes afirma que «o pensamento de alguma coisa de mais perfeito do que o eu [...] se devia a alguma natureza que fosse, efetivamente, mais perfeita», ou seja, que a ideia de perfeição não pode ter tido origem num ser imperfeito como ele (porque duvidar é uma imperfeição, e ele duvida) e que Deus é uma substância independente do pensamento (substância divina);‒ Hume, em contrapartida, afirma que as ideias, «por mais compostas e sublimes que sejam», são copiadas «de uma sensação ou sentimento precedente», ou seja, que a ideia de Deus é uma ideia composta, formada pela associação e pela ampliação de ideias simples provenientes da observação das operações da nossa mente;‒ segundo Descartes, a ideia de Deus não tem origem empírica / é inata;‒ em contrapartida, Hume considera que a ideia de Deus tem origem empírica, fruto da imaginação e não corresponde a uma entidade independente  do pensamento.

 

O racionalismo fundamenta as ideias claras e distintas na existência de um Deus não enganador, essas ideias são verdades evidentes e inquestionáveis , logo é possível um conhecimento do mundo com certezas (dogmatismo), enquanto para Hume todo o conhecimento do mundo sendo obtido por indução é apenas provável, não conseguindo fundamentar o conhecimento em crenças indubitáveis, e sendo crítico acerca dos limites que podemos encontrar para justificar as nossas crenças – ceticismo moderado.

 

 

Grupo 3

(2x15Pontos) Responda apenas a duas das seguintes questões:

 

 

1. Segundo a teoria tradicional de conhecimento como crença verdadeira e justificada porque é que não podemos saber que a Lua é feita de queijo? Justifique.

 

Não podemos saber que a Lua é feita de queijo porque é falso. A Lua não é feita de queijo mas sim de matéria rochosa, sendo assim esta crença é falsa. O conhecimento é factivo, podemos acreditar em crenças falsas mas não podemos conhecer falsidades.

 

 

2.  Na filosofia de Descartes, que importância tem o “Cogito”?

Através do método da dúvida sobre as fontes do conhecimento, Descartes encontra a sua primeira verdade indubitável: “Penso, logo existo”. O Cogito é uma ideia evidente, clara, distinta e inata, a primeira crença básica a priori da filosofia cartesiana. Permite-nos inferir que é possível um conhecimento a priori que não necessita da justificação da experiência e que se fundamenta apenas na razão. Permite-nos também concluir que é verdadeiro tudo o que se apresente com clareza e distinção à razão, isto é todas as ideias evidentes que a razão vê claramente que não poderiam ser de outro modo e não se confundem ou derivam de outras ideias. A partir desta crença básica é possível construir os alicerces seguros do conhecimento de modo a escapar ao ceticismo.

 

3. Porque é a filosofia de Hume considerada um ceticismo moderado?

 

Porque apesar das nossas crenças sobre o mundo não terem uma justificação nem lógica nem empírica infalível, não abandonamos essas crenças porque elas são o produto do hábito que é, para Hume, o verdadeiro guia do conhecimento.


VERSÃO B

Grupo 1

(5x10 =50 Pontos)

Escolha a opção correta:

 

1. Hume não ultrapassa o ceticismo porque:

(A) Não encontra uma forma infalível de justificar as nossas crenças sobre o mundo.

(B) Não encontra fundamentos para a existência de Deus.

(C) Admite a possibilidade de uma dúvida radical.

(D) Hume não é cético.

 

 

2. Considere os seguintes enunciados relativos à comparação entre as teorias do conhecimento de Descartes e de David Hume.

1. Para o primeiro, todas as ideias são inatas; para o segundo, nenhuma ideia é inata. 2. Os dois autores defendem que há ideias que têm origem na experiência. 3. Para o primeiro, o conhecimento tem de ser indubitável; para o segundo, pode não ser indubitável. 4. Os dois autores defendem que não há conhecimento sem experiência.

Deve afirmar-se que

 (A) 1 e 4 são corretos; 2 e 3 são incorretos. (B) 1, 2 e 3 são corretos; 4 é incorreto. (C) 2 e 3 são corretos; 1 e 4 são incorretos. (D) 1, 3 e 4 são corretos; 2 é incorreto.

 

3. Descartes considera que o cogito é um conhecimento especialmente seguro, porque é

(A) obtido por um processo a priori.

(B) imune ao próprio processo de dúvida.

 (C) confirmado pela experiência.

(D) o fundamento do conhecimento.

 

4. Identifique o par de termos que permite completar adequadamente a afirmação seguinte. A dúvida cartesiana é  _______; por isso, Descartes não é um filósofo  _______.

(A) metódica … cético

(B) cética … empirista

(C) metódica … racionalista

(D) hiperbólica … empirista

 

5. A principal finalidade do método proposto por Descartes é

(A) descobrir quais são as ideias claras e distintas.

(B) estabelecer os fundamentos do conhecimento.

(C) provar que os sentidos nos enganam.

(D) mostrar que existe um ser perfeito.

 

6. De acordo com a análise tradicional do conhecimento,

(A) se acreditamos que uma certa pessoa nasceu em 2001, então sabemos que essa pessoa nasceu nesse ano.

(B) se sabemos que uma certa pessoa nasceu em 2001, então acreditamos que ela nasceu nesse ano.

(C) para sabermos que uma certa pessoa nasceu em 2001, basta que essa pessoa tenha nascido nesse ano.

(D) para sabermos que uma certa pessoa nasceu em 2001, basta termos uma justificação para que tenha nascido nesse ano.

 

7. Considere as frases seguintes. 1.A relva é verde.2.Se a relva é verde, é colorida. É correto afirmar que

(A)ambas exprimem conhecimento a posteriori.

(B)1 exprime conhecimento a priori; 2 exprime conhecimento a posteriori.

(C)1 exprime conhecimento a posteriori; 2 exprime conhecimento a priori

(D)ambas exprimem conhecimento a priori.

 

8. Hume considera que

(A) as impressões são cópias das ideias.

(B) as ideias são cópias das impressões.

(C) não há distinção entre impressões e ideias.

(D) não há relação entre impressões e ideias.

 

9.  De acordo com Hume, a impressão que origina a ideia de causa/efeito

(A) é a sucessão constante entre dois factos

(B) é a razão e o raciocínio.

(C) é uma ideia complexa fruto da imaginação.

(D) é a impressão de conexão necessária.

 

10. A relação causa/efeito tem origem:

(A) Num costume ou hábito fruto da repetição.

(B) Numa conexão necessária entre factos.

(C) Nas impressões sensíveis.

(D) Na razão: é uma relação “a priori”.

 

 

Grupo 2

(4x30=120 Pontos)

 

Todas as respostas exigem justificação.

 

Leia o texto seguinte.

[...] Quando analisamos os nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos ou sublimes que possam ser, sempre constatamos que eles se decompõem em ideias simples copiadas de alguma sensação ou sentimento precedente. Mesmo quanto àquelas ideias que, à primeira vista, parecem mais distantes dessa origem, constata-se, após um exame mais apurado, que dela são derivadas. A ideia de Deus, no sentido de um Ser infinitamente inteligente, sábio e bondoso, deriva da reflexão sobre as operações da nossa própria mente e de aumentar sem limites aquelas qualidades de bondade e de sabedoria.

 

David Hume, «Investigação sobre o Entendimento Humano», in Tratados Filosóficos

 

1. Nomeie e distinga os tipos de perceção da mente, segundo Hume.

 

Impressões e ideias são perceções mentais, isto é, constituem todo o conteúdo da mente que podemos conhecer. As primeiras são originais e antecedem as segundas que são cópias feitas da memória das impressões vividas. Podemos ter ideias de objetos nunca antes vividos, se associarmos ideias simples, formando assim ideias complexas como a ideia de vampiro. Podemos também antecipar o prazer ou a dor vividas pela expectativa de as voltarmos a viver. Seja pela memória ou pela imaginação as perceções pensadas, ideias, não são nunca tão fortes e intensas como as vividas, impressões,  pois o original é sempre mais forte e perfeito que a cópia. Hume conclui que as impressões são atos originais e que não existem ideias sem na origem estar a impressão interna ou externa equivalente.

 

As impressões podem ser simples ou complexas e podem ser interiores ou exteriores, sendo que as primeiras são vividas pela sensibilidade e as segundas resultam de um sentimento, paixão ou dor vividos interiormente pelo sujeito. As ideias podem ser ainda gerais quando resultam da associação de ideias simples, de acordo com a sua semelhança para a formação dos conceitos, ou complexas quando são  fruto da associação de ideias simples através da imaginação.

 

1.2. Explicite, a partir do texto, a origem da ideia de Deus na filosofia de Hume.2. Confronte as ideias expressas no texto de Hume com o racionalismo de Descartes. Na sua resposta, deve abordar, pela ordem que entender, os seguintes aspetos:−−inatismo;−−valor da ideia de Deus.

 

“A ideia de Deus, no sentido de um Ser infinitamente inteligente, sábio e bondoso, deriva da reflexão sobre as operações da nossa própria mente e de aumentar sem limites aquelas qualidades de bondade e de sabedoria.” Significa que a ideia de Deus é uma ideia complexa fruto da imaginação que associa ideias simples e com elas origina uma nova ideia, ideia complexa que por estar afastada das impressões é obscura e não corresponde a algo do qual possamos ter uma impressão, nesse aspeto Deus resulta da composição e liberdade do nosso pensamento e não a algo que possamos atribuir uma existência de facto(conteúdo factual).

 

Comparação das posições de Descartes e de Hume sobre a importância do conhecimento

a priori Hume defende que o conhecimento a priori estabelece relações de ideias (ou relações entre conceitos), ao passo que Descartes defende que algum conhecimento a priori é acerca do mundo;

Hume considera que o conhecimento a priori não tem importância como meio para descobrir o mundo – com esse tipo de conhecimento, «não aprendemos nada de substancial acerca do mundo» –, ao passo que Descartes defende que o conhecimento do mundo mais importante é a priori e parte de ideias inatas à razão,  fundamentais para sabermos a verdade, servem-nos de guia para poder distinguir o verdadeiro do falso e são o fundamento de todo o conhecimento. Hume como empirista, rejeita a existência de ideias inatas pois faz depender a origem das ideias das impressões sensíveis resultantes da experiência.

Os empiristas, como Hume, consideram que as verdades conhecidas a priori são «não-instrutivas», ou seja, não são informativas (ou não têm conteúdo factual), "jamais poderá sugerir-nos a ideia de qualquer objeto distinto", ao passo que os racionalistas, como Descartes, consideram que as verdades conhecidas a priori são certas (ou evidentes, ou claras e distintas), são aspetos fundamentais do mundo e delas se deduzem outras verdades acerca do mundo.

Comparação das perspetivas de Descartes e de Hume acerca da origem da ideia de Deus:‒ Descartes afirma que «o pensamento de alguma coisa de mais perfeito do que o eu [...] se devia a alguma natureza que fosse, efetivamente, mais perfeita», ou seja, que a ideia de perfeição não pode ter tido origem num ser imperfeito como ele (porque duvidar é uma imperfeição, e ele duvida) e que Deus é uma substância independente do pensamento (substância divina);‒ Hume, em contrapartida, afirma que as ideias, «por mais compostas e sublimes que sejam», são copiadas «de uma sensação ou sentimento precedente», ou seja, que a ideia de Deus é uma ideia composta, formada pela associação e pela ampliação de ideias simples provenientes da observação das operações da nossa mente;‒ segundo Descartes, a ideia de Deus não tem origem empírica / é inata;‒ em contrapartida, Hume considera que a ideia de Deus tem origem empírica, fruto da imaginação e não corresponde a uma entidade independente  do pensamento.

 

2. Tendo em conta que «o Sol não vai nascer amanhã não é uma proposição menos inteligível nem implica maior contradição do que a afirmação de que ele vai nascer», como explica Hume que estejamos convencidos de que o Sol vai nascer amanhã?

 

O Sol vai nascer amanhã é uma previsão e representa um conhecimento de facto. A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes. Apresentação do problema da indução: – a indução não está justificada, uma vez que a tentativa de a justificar por meio da experiência é circular (OU a tentativa de a justificar por meio do raciocínio indutivo se baseia, ela própria, no raciocínio indutivo, que, precisamente, necessita de justificação).Portanto, saber que o Sol vai nascer amanhã é uma previsão e como tal baseia-se no que aconteceu no passado, faz-se uma generalização indutiva, se até agora o sol sempre nasceu, amanhã irá nascer. Essa probabilidade pode não ocorrer, porque só podemos ter conhecimento por experiência, e não temos experiência do futuro a não ser que façamos um raciocínio indutivo.

Este problema ficou conhecido como o problema da indução. Consiste em demonstrar que a crença na indução não está justificada porque ultrapassa a experiência e a razão, isto é, não pode ser justificada nem empiricamente nem racionalmente. Acreditamos que a natureza é uniforme e, por isso acreditamos que aquilo que aconteceu de uma determinada maneira irá acontecer do mesmo modo no futuro. Esse é o pressuposto que garante as nossas generalizações futuras, mas esse pressuposto já resulta ele próprio de uma generalização e de uma previsão, isto é, aquilo que garante a validade de uma indução é conseguido através da indução, utiliza-se o mesmo processo para validar algo que devia ser validado por um outro conhecimento onde se pudesse fundar.  Há assim um raciocínio falacioso, uma petição de princípio.

 

3. “Onde há fumo há sempre fogo” Para Hume esta afirmação não está justificada, logo não é conhecimento. Porquê? (Explicite o problema da relação de causa-efeito).

 

3. Não há nenhuma impressão de conexão causal; isto é de uma conexão necessária entre dois fenómenos como o fogo e o fumo. As impressões que nos são dadas são de contiguidade no espaço, prioridade temporal e conjunção constante.

 

b) A impressão que temos é da repetição de fenómenos em sucessão no tempo e contiguidade no espaço: “Vemos os dois fenómenos repetidamente juntos, e quanto mais isso acontece mais forte é a crença que um não pode existir sem o outro, isto é, que um é causa do outro.

 

c) Esta crença a que chamamos relação de causa efeito ou conexão causal não está justificada nem empiricamente nem racionalmente, porque “ não há nada que produza qualquer impressão, e consequentemente nada que possa sugerir qualquer ideia de poder ou conexão necessária”, a relação é formada na mente  fruto do hábito e do costume. Não é um conhecimento mas uma crença subjetiva.

 

 

d) Se o conhecimento de causa efeito tem a sua origem na experiência e de modo nenhum é apriori (argumento do ser racional que nada soubesse do mundo, jamais poderia ter a noção de causa efeito) então é um conhecimento de facto e é contingente, todavia julgamos e pensamos como se houvesse uma conexão necessária e, portanto ultrapassamos a experiência.

 

Logo, para concluir, não uma justificação empírica nem racional para uma conexão necessária entre dois fenómenos, ela é apenas fruto do costume, um hábito psicológico, logo não é um conhecimento objetivo.

 

 

Grupo 3

(2x15Pontos)

 

 

1. Há uma questão que, na evolução do pensamento filosófico ao longo dos séculos, sempre desempenhou um papel importante: Que conhecimento pode ser alcançado pelo pensamento puro, independente da perceção sensorial? Existirá um tal conhecimento? Qual a principal razão apresentada para responder afirmativa ou negativamente?

 

Modelo de conhecimento verdadeiro para os racionalistas é o modelo matemático porque tem necessidade lógica e validade universal. Os filósofos racionalistas defendem a possibilidade de um conhecimento substancial sobre o mundo completamente “a priori”.

 

Quanto ao Empirismo rejeita as ideias inatas da Razão, e a noção de conhecimento "a priori"  do mundo (é apenas um conhecimento racional e revela o modo com  a razão funciona) Defende a tese de que nada existe na mente que não tenha passado antes pelos sentidos, todo o conhecimento sobre o mundo tem origem na experiência é, portanto, “a posteriori”.  Fundamenta-se na noção de que qualquer conceito para ter um significado tem que se referir a uma sensação/impressão qualquer, essas sensações são simples e a mente neste primeiro momento capta apenas as sensações e depois por abstração e generalização forma os conceitos ou ideias, estas não são tão vivas como as sensações ou impressões o que quer dizer que são posteriores a estas. Os empiristas dão o exemplo das crianças que começam por ter sensações e só depois as articulam numa linguagem. O raciocínio que o entendimento faz para chegar ao conhecimento, segundo os empiristas é a indução, por acumulação de experiências que se repetem, generaliza-se para todos os casos e assim se obtém um conhecimento.

 

 

2. Relacione o Cogito com o solipsismo cartesiano.

 

A dúvida cartesiana é colocada sobre todo o conhecimento, deste modo nada resiste à dúvida universal que serve como método de análise de todas as ideias mesmo aquelas que são à partida verdadeiras como a matemática, com a suposição de um génio maligno enganador, a dúvida hiperbólica permite rejeitar como falso  e duvidoso todas as crenças, deste modo há uma espécie de solipsismo ou solidão do cogito pois ela parece ser a única certeza de todo o sistema sendo a única ideia indubitável. Se considerarmos que a argumentação sobre Deus que permite a Descartes sair deste solipsismo é falaciosa, então a única verdade que podemos ter como certa é que pensamos, cada sujeito está assim sozinho sem nada mais existir de real (no sentido de existir com segurança).

 

 

3. Qual a importância do cogito para a filosofia cartesiana?

Através do método da dúvida sobre as fontes do conhecimento, Descartes encontra a sua primeira verdade indubitável: “Penso, logo existo”. O Cogito é uma ideia evidente, clara, distinta e inata, a primeira crença básica a priori da filosofia cartesiana. Permite-nos inferir que é possível um conhecimento a priori que não necessita da justificação da experiência e que se fundamenta apenas na razão. Permite-nos também concluir que é verdadeiro tudo o que se apresente com clareza e distinção à razão, isto é todas as ideias evidentes que a razão vê claramente que não poderiam ser de outro modo e não se confundem ou derivam de outras ideias. A partir desta crença básica é possível construir os alicerces seguros do conhecimento de modo a escapar ao ceticismo.