OLÁ a Todos! Aqui estão alguns materiais para apoiar os vossos trabalhos filosóficos! Esperemos que sejam úteis!
domingo, 30 de maio de 2021
Texto para resumo Tomás Antunes 11A
quarta-feira, 26 de maio de 2021
Texto para resumo Salomé 11A
A Teoria Histórica apresenta uma definição real de arte que é simultaneamente processualista e relacional. Levinson defende assim que a natureza da arte reside em propriedades não manifestas associadas ao modo como se processa a sua criação e que estas podem ser entendidas como separadamente necessárias e conjuntamente suficientes para haver arte em qualquer circunstância possível. Segundo Levinson, a arte é necessariamente retrospetiva, uma vez que a criação artística estabelece uma relação apropriada com a atividade e o pensamento humanos que se traduziram na história efetiva da arte. É essa relação que determina aquilo que a arte é, o seu carácter ontológico, e explica a unidade da arte através do tempo.
A definição histórica de arte é formulada por Levinson do seguinte modo: X é uma obra de arte se, e só se, X é um objeto acerca do qual uma pessoa ou pessoas, possuindo a propriedade apropriada sobre X, têm a intenção não-passageira de que este seja perspetivado-como-uma-obra-de-arte, i.e., perspetivado de qualquer modo (ou modos) como foram ou são perspetivadas corretamente obras de arte anteriores. A definição histórica indica condições necessárias e suficientes para haver arte, aplicando-se assim – acredita Levinson – a toda a arte possível. Fornece ainda um critério de identificação que permite distinguir as obras de arte dos meros objetos comuns que não são arte. Para que possamos avaliá-la convenientemente, consideremos cada uma das condições apontadas.
A primeira condição é a do direito de propriedade: o artista não pode transformar em arte objetos que não lhe pertençam ou em relação aos quais não esteja devidamente autorizado a agir pelos seus proprietários. Com esta condição Levinson reduz substancialmente o universo de possibilidades da criação artística e afasta-se definitivamente da imagem caricatural do artista que faz arte através da mera nomeação de um qualquer objeto que passa então a usufruir do estatuto de obra de arte. A oposição à teoria Institucional de Dickie é uma presença declarada na proposta Histórica, e este é um dos pontos que a tornam mais evidente.
A segunda condição é a existência de um certo tipo de intenção que relaciona a arte do presente com a arte do passado. Ter uma intenção, neste caso, é ter um propósito ou uma finalidade em mente, e desenvolver uma ação para o atingir. Esta pode consistir em fazer, apropriar-se ou conceber algo. A teoria é, pois, um caso de internalismo histórico, uma vez que supõe que a relação entre o passado e o presente não se faz através de características das próprias obras, mas sim das intenções do artista. Embora possamos não ter acesso às intenções do artista, que são, obviamente, estados psicológicos, é possível conhecê-las através de pistas, como o contexto de criação, o género a que a obra pertence, etc. Inferimos as intenções do artista através de aspetos concretos da obra porque a obra, ela própria, não é mental.
Paula Mateus, A teoria histórica de Levinson
https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/24224/1/Paulo%20Mateus.pdf
quarta-feira, 19 de maio de 2021
Texto para resumo Matilde 11A e Vasco Fernandes 11ºB
[…]
"A teoria institucional da arte surgiu na década de sessenta, tendo sido sustentada por George Dickie. Essa teoria enfatiza a importância da comunidade de conhecedores de arte na definição e ampliação dos limites daquilo que pode ser chamado de arte. Dickie define a obra de arte como um artefacto que possui um conjunto de aspetos que lhe conferem o status de candidato à apreciação das pessoas da instituição do mundo da arte. A importância disso pode ser ilustrada pela obra de Alfred Wallis. Wallis era um marinheiro que nada entendia de arte e que aos 70 anos, após a morte da esposa, decidiu pintar barcos na madeira para afugentar a solidão. Casualmente, dois pintores de passagem pelo lugar gostaram de suas telas e o descobriram como artista. Como resultado as obras de Wallis podem ser hoje vistas em vários museus ingleses. Como disse um crítico, Wallis tornou-se um artista sem sequer saber que era.
Há duas objeções principais à teoria institucional. A primeira é que ou os entendidos em arte decidem o que deve ser considerado uma obra de arte com base em razões ou o fazem arbitrariamente. Se eles o fazem com base em razões, essas razões constituem uma teoria da arte que não é a teoria institucional. Assim, alguém poderá dizer que os quadros de Wallis apresentam excelentes combinações de cores aliada a simplicidade formal. Mas essa é uma maneira de dizer, por exemplo, que eles possuem forma significante. Nesse caso a teoria institucional colapsa em outras conceções acerca do que é a arte. Suponhamos agora que os entendidos em arte decidam o que deve ser considerado obra de arte arbitrariamente. Ora, nesse caso não fica claro porque devemos dar qualquer importância à arte. Uma objeção adicional seria a de que a teoria institucional é viciosamente circular. Obras de arte são definidas como objetos que são aceites como tais pelas pessoas que entendem de arte; e as pessoas que entendem de arte são definidas como as que aceitam certos objetos como sendo obras de arte."
Cláudio F. Costa, Teorias da Arte, in Crítica na rede
sexta-feira, 14 de maio de 2021
Critérios para a realização do ensaio filosófico
Criatividade (10%)
Mostra um pensamento pessoal e não se
limita a repetir argumentos estudados. Demonstra uma apreensão de conhecimentos
sobre o tema que quer tratar e, a partir destes, consegue apresentar os
argumentos e organizar os conteúdos que quer defender de forma original e
autónoma.
Rigor / Coerência (20%)
Composição do ensaio sem ideias
contraditórias. Manter uma linha de pensamento uniforme. Não se limitar a
escrever palavras soltas, mas desenvolver argumentos que suportam a tese que se
quer defender. O texto deve manter uma aparência limpa e cuidada, tal como o
conteúdo do mesmo.
Estrutura (30%)
Composição fluida, isto é, com um
seguimento de ideias natural. Começar por introduzir o tema e a problemática a
discutir. Depois dar alguns exemplos que mostrem a sua pertinência para depois
partir para a parte da argumentação e conclusão do trabalho.
Argumentação
(40%)
Apresentação de argumentos fortes e
possíveis contra-argumentos à tese defendida. Usar exemplos, mas apenas como
ilustrações do argumento.
Estrutura do Ensaio Filosófico
Tema: Identificar o tema do ensaio - ex.: “Neste ensaio irei
abordar o tema da arte…”
Problema: Expor o problema em causa assim como as possíveis
soluções (teses) - ex.: “O problema a que irei tentar dar resposta é o
seguinte: a arte expressa sentimentos? São várias as soluções possíveis. A
teoria expressivista defende…”
Tomada de posição: Indicar qual a sua posição em relação ao
problema - ex.: “Defendo que toda a arte provoca uma emoção estética. A minha
posição é que…”
Argumentos: Avançar no mínimo um ou dois argumentos a favor
da sua tese. Caso se esteja indeciso explicar porquê indicando os argumentos de
cada uma das teses que o deixam em estado de indecisão.
Problematização: Apresentar objeções contra a posição que se
defende e tentar responder a essas objeções.
Conclusão: Pequena síntese do que foi escrito, expondo as
conclusões a que se chegou.
sábado, 8 de maio de 2021
Texto para resumo Pedro Castro 11B e Mafalda 11A
quinta-feira, 6 de maio de 2021
Critérios de correção 11A -28 Abril
Critérios de correção do teste do 11 A – Dia 28 de Abril
Grupo I
Versão A Versão B
1.C 1.C
2.B 2.A
3.B 3. C
4.C 4.C
5.B 5.B
6.C 6.B
7.A 7.C
8.C 8.B
9.A 9.C
10.C 10.A
Grupo II
1. Aspetos a focar na resposta:
A Identificação do argumento – cosmológico (7,5)
Formulação -Todas as coisas têm uma causa, as coisas não podem ser causas de si próprias (porque teriam de existir antes de existir o que é absurdo), também não pode haver regressão infinita de causas ( pois não poderíamos ordenar a cadeia causal por causa intermédia e última), terá de haver uma primeira causa que é Deus. (7,5) Pode ser inserida nas objeções.
Duas objeções: a) Pode não ser Deus a primeira causa porque tendo que ser omnipotente, podemos evocar outros seres omnipotentes que não sejam o Deus teísta. (7,5)
b) Contradição entre a premissa que diz que tudo tem uma causa e a conclusão que afirma que Deus não tem causa, ou Deus teria de ter uma causa ou há contradição. (7,5)
2. Questão em aberto.
Deus existe porque …
O aluno deve apresentar de forma clara a sua posição (5)
Deve utilizar um ou dois argumentos consistentes para fundamentar a sua posição (15)
Deve colocar uma ou outra dúvida e responder (5)
Deve apresentar uma conclusão (5)
3.
a) Explicar que a aposta de Pascal consiste em partir de uma posição agnóstica e equacionar o benefício e o prejuízo de acreditar em Deus. Isto é feito porque Deus sendo incognoscível para a razão, só pode ser verdadeiro para quem tem fé, é portanto uma aposta pessoal (10).
b)Essa aposta tem as seguintes vantagens: Se acreditarmos em Deus e Deus existir temos um ganho infinito, se acreditarmos e não existir, perdemos alguns prazeres finitos; Se não acreditarmos e Deus não existir não perdemos nem ganhamos nada; se não acreditarmos e Deus existir temos uma perda infinita. (10)
c) Avaliação: Válida porque nos permite percecionar o ganho pessoal da fé. (10)
ou
Inválida porque pressupõe que possa existir fé através de uma motivação interesseira. Ninguém acredita porque lhe é vantajoso acreditar, seria uma falsa fé. (10)
Grupo III
Popper responde sim. Segundo a visão do filósofo, a ciência evolui pela eliminação de teorias erradas (10pts). Esta evolução dá-se sujeitando as várias teorias a tentativas de refutação. Uma vez refutadas, as teorias são substituídas por outras que não só explicam o que a teoria anterior explicava como também aquilo que ela não conseguiu explicar (10pts).
Apesar de nunca conseguirmos atingir a verdade de uma vez por todas, vamos progressivamente aproximando-nos dela, conseguindo teorias mais verossímeis que outras (10pts).
Já Kuhn diria que embora esta nova teoria nos permite praticar melhor aquilo a que chama “ciência normal” não é possível falar de um progresso em direção à verdade tal como em Popper (10pts).
Para o autor, a ciência desenvolve-se descontínuamente através da substituição de paradigmas - conjunto de teorias básicas, problemas, métodos, visão metafísica e valores (10pts).
Estes paradigmas são incomensuráveis, isto é, são impossíveis de comparar totalmente e, portanto, quando um é substituído por outro, o próprio modo de ver o mundo altera-se, não sendo possível dizer que um se aproxima mais da verdade que o outro (10pts).
terça-feira, 4 de maio de 2021
Texto para resumo Matilde 11B e Lívia 11A
"Como sugeri, objetos ansiosos como O Embaixador, Uma Verdadeira Obra de Arte e a Fonte apresentam uma espécie de filosofia visual que aborda e responde à questão da arte. Mas tratá-los como um substituto adequado à filosofia é um erro. São na sua maioria meros remoques. A filosofia tem mais a dizer sobre esta questão do que é possível através de uma obra de arte visual. Este livro, na medida em que é uma obra de filosofia, provavelmente não deveria acabar como uma peça em exposição numa galeria de arte. A filosofia é um envolvimento crítico com ideias através de palavras. Envolve argumentos e contra-argumentos, exemplos e contraexemplos. Os filósofos não se limitam a expressar as suas crenças; justificam-nas com provas e argumentos. Raciocinam, definem, clarificam. Acima de tudo, os filósofos estão interessados na verdade, numa tentativa constante de ir além das aparências. (...).
A questão da arte parece mais adequada a uma resposta filosófica do que a uma resposta artística. Contudo, tal não significa que a filosofia tenha uma resposta simples. De facto, um dos resultados do estudo da filosofia é a tomada de consciência de que a maioria das perguntas aparentemente simples não tem uma resposta simples.
(...)
Dada a dificuldade de dizer algo positivo e verdadeiro acerca da arte, pode ser tentador rejeitar em bloco a questão da arte. Para quê darmo-nos ao trabalho de filosofar acerca de obras de arte? Barnett Newman sugeriu que os artistas precisam tanto da teoria da arte como as aves a ornitologia. Mas há uma verdadeira questão aqui, que merece ser examinada, precisamente por ser tão enigmática. E quanto mais os artistas põem em causa a noção do que é arte, mais enigmática parece tornar-se. A questão torna-se mais evidente perante objectos ansiosos. Contudo, assim que reconhecemos a questão, pode tornar-se igualmente intratável quando consideramos as principais tendências da arte. Vale certamente a pena dedicar alguma energia à tentativa de responder à questão, ou pelo menos a mostrar por que não pode ser respondida."
Nigel Warburton, O que é a Arte?, pp. 16-18.
segunda-feira, 3 de maio de 2021
Critérios de correção do teste 11 B – Dia 27 de Abril
Grupo I
Versão A Versão B
d b
a a
c a
c a
d d
b c
a c
b b
a d
a a
Grupo II
1.
Aspetos a focar na resposta:
a) Identificação da analogia: “Assim como a seta é dirigida para um fim pelo lançador de setas,
também as coisas que não possuem inteligência nem conhecimento como os corpos naturais são dirigidos para um fim por um ser inteligente -Deus” 10
b) Explicação: Comparação entre uma seta e o mundo/natureza. Muitas coisas apesar de não possuírem conhecimento operam para um fim, isto é, operam de uma forma consistente para
atingirem o seu fim que é o ótimo. Isto não acontece por mero acaso mas por intenção, como
uma seta não atinge o alvo por mero acaso mas porque é dirigida por um ser inteligente e dotado de uma intenção (arqueiro). Esta analogia visa provar que existe um ser inteligente que intencionalmente dirige as coisas da natureza para atingirem o que é ótimo, porque essas coisas por não possuírem conhecimento não podem saber o que é ótimo. Esse ser só pode ser Deus. 10
b) Objeção – 1.Argumento inválido porque a conclusão não se segue das premissas. As premissas refere alguns precisam de ser ordenados por um ser inteligente para um fim. Não se segue que seja apenas um o ser inteligente ordenador e também não se segue que sejam todas as coisas.
2. A seleção natural como teoria que tem por base o aperfeiçoamento gradual, o que significa que à partida os seres naturais não estão igualmente preparados para atingirem o seu fim e muitos simplesmente não o atingem e desaparecem. Ainda a noção de um acaso que é determinante para a sobrevivência de uma espécie. (10)
2.
Questão em aberto. Deus existe porque…
O aluno deve apresentar de forma clara a sua posição 10
Deve utilizar um ou dois argumentos consistentes 15
Deve colocar uma ou outra dúvida e responder 2,5
Deve apresentar uma conclusão 2,5
3.
a) Formulação do problema:
Se Deus existe é omnipotente e benevolente
Se Deus é omnipotente impede o mal de existir
O mal existe,
Logo Deus não é omnipotente
Se Deus é omnipotente e quer o mal
Então Deus não é benevolente
Portanto, se o mal existe, Deus não existe 15
b) Resposta de Leibniz
- O mal existe ele é como um bem menor para atingir um bem maior
O mal é necessário para podermos atingir um bem maior. Por exemplo sem mal não poderia existir santidade. O homem não tem a noção do desígnio total de Deus em relação às criaturas pois ele não tem a visão da totalidade mas apenas de uma parte. Logo o mal é consistente com a existência de Deus. Deus criou o melhor dos mundos possíveis.- A origem do mal não é Deus mas as possibilidades criadas pelo livre-arbítrio do homem. O mal deriva das imperfeições da criatura e não do criador (mal metafísico). O livre-arbítrio permite a escolha do mal, mas sem essa possibilidade a criatura também não se poderia superar, isto é, escolher o bem.15
Grupo III
Critérios de correção:
Popper responde sim. Segundo a visão do filósofo, a ciência evolui pela eliminação de teorias erradas (10pts). Esta evolução dá-se sujeitando as várias teorias a tentativas de refutação. Uma vez refutadas, as teorias são substituídas por outras que não só explicam o que a teoria anterior explicava como também aquilo que ela não conseguiu explicar (10pts). Apesar de nunca conseguirmos atingir a verdade de uma vez por todas, vamos progressivamente aproximando-nos dela, conseguindo teorias mais verosímeis que outras (10pts).
Já Kuhn diria que embora esta nova teoria nos permita melhor praticar aquilo a que chama “ciência normal” não é possível falar de um progresso em direção à verdade tal como em Popper (10pts)
Para o autor, a ciência desenvolve-se descontinuamente através da substituição de paradigmas - conjunto de teorias básicas, problemas, métodos, visão metafísica e valores (10pts). Estes paradigmas são incomensuráveis, isto é, são impossíveis de comparar totalmente e, portanto, quando um é substituído por outro, o próprio modo de ver o mundo altera-se, não sendo possível dizer que um se aproxima mais da verdade que o outro (10pts).