OLÁ a Todos! Aqui estão alguns materiais para apoiar os vossos trabalhos filosóficos! Esperemos que sejam úteis!
quinta-feira, 29 de abril de 2021
Texto para resumo Manuel Casimiro 11B e Julia 11A
terça-feira, 20 de abril de 2021
Texto pra resumo Gonçalo 11A 11A e Leonor Silva 11B
A expressão teodiceia foi criada, como vimos, por Leibniz num ensaio em que o filósofo debatia a bondade de Deus, tentando estabelecer assim um tratado racional sobre Deus, sobre a liberdade do homem e a origem do mal. Perante o problema do mal, o filósofo assumiu uma posição otimista, concluindo que o mundo criado por Deus ainda é o melhor dos mundos possíveis. A teodiceia surgiu a partir dos rudimentos de uma “tradição” vigente, eminentemente religiosa, onde a natureza era um sistema onde o acaso é fruto de um determinismo que os homens desconhecem, e o mal é um elemento necessário para que ocorra o equilíbrio (a estética, já vista), uma perfeição da qual o ser humano conhece somente uma parte do todo. Ou seja: dessa doutrina, se pode inferir que todo o mal particular concorre para um bem universal. Assim, se a sabedoria de Deus escolheu este mundo para ser o lar de sua Criação, não é lícito duvidar que este seja o “melhor dos mundos”. Dentro desse ponto de vista, pode-se ler que, nos seus ensaios sobre a teodiceia, Leibniz afirmou:
A imperfeição original das criaturas põe limites à ação do Criador que tende para o bem. E como a matéria mesma é um efeito de Deus, não pode ser ela mesma a fonte do mal e de sua imperfeição. Mostramos que essa fonte se encontra nas formas ou ideais dos possíveis, e que não é algo oriundo de Deus (In: Teodiceia, 31).
Pois, assim como um mal menor é uma espécie de bem, do mesmo modo um bem menor é uma espécie de mal, se criar obstáculos a um bem maior; e haveria algo a ser corrigido nas ações de Deus, se houvesse um meio de fazer melhor. Deus quer fazer um bem maior, mas esse desejo – segundo Leibniz – às vezes esbarra na limitação humana. Isto não significa cair na armadilha do otimismo leibniziano, onde tudo é para o melhor, e até o mal contribui para isto. O homem é um ser de antecipação, legítimo zôon proleptikon (um animal político) e não somente alguém amparado no presente e saudoso do passado. O que causa o mal não é a matéria, mas a limitação da natureza criada. Essa referência ao chamado “mal metafísico” (oriundo da limitação humana) é a perspetiva principal do mal na conceção de Leibniz. Ela é, sem dúvidas, a porta de entrada para abordar (e entender) tanto o mal físico (a dor) quanto o mal moral (pecado).
A teodiceia – trocada em miúdos – se formos buscar o animus de Leibniz, seu criador, é muito claramente uma teoria criada – como o livre-arbítrio de Santo Agostinho – para “defender Deus”, muitas vezes questionado (e até acusado) pela objeção do mal. Na teologia protestante contemporânea, vamos encontrar o suíço K. Barth († 1968) que afirmou que a teodiceia de Leibniz é uma “lógica quebrada”, onde Deus traz o prêmio (o bem) com a mão direita, e o castigo (o mal), com a esquerda (in: Gott und das Nietzsche [Deus e o nada]. Frankfurt, 1963).
segunda-feira, 19 de abril de 2021
Matriz para o teste sumativo dos dias 27 e 28 de Abril de 2021
Distinguir entre senso comum e conhecimento científico;
Criticar o método indutivo de acordo com Popper;
Confrontar o critério de verificabilidade e o critério falsificacionista como dois critérios de demarcação da ciência;
Explicar o método de Conjeturas e Refutações;
Caracterizar etapas do desenvolvimento da ciência de acordo com Kuhn;
Comparar as perspetivas de Kuhn e Popper acerca do problema da evolução e objetividade da ciência;
Competências específicas de Filosofia da Religião:
Compreender as posições teístas, agnósticas e ateístas sobre a existência de Deus e da religião.
Enunciar os argumentos e objeções das provas ontológica, cosmológica e do desígnio (teleológica) sobre a existência de Deus.
Fundamentar uma posição pessoal sobre a existência de Deus.
Explicar o fideísmo enquanto posição filosófica.
Expôr a aposta de Pascal e objeções possíveis
Avaliar as possíveis consequências práticas da teoria fideísta.
Explicar em que consiste o problema do mal
Formular a resposta de Leibniz ao problema do mal
Colocar objeções à resposta de Leibniz
Conteúdos:
Estatuto do Conhecimento Científico
1.1. Conhecimento Vulgar e Conhecimento Científico;
1.2. Ciência e Construção - validade e verificabilidade das hipóteses;
1.2.1. A crítica de Popper ao método indutivo;
1.2.2. O problema da demarcação - a crítica de Popper ao critério de verificabilidade. O critério de falsificabilidade.
1.2.3. O método das Conjeturas e Refutações;
1.3. A Racionalidade científica e a Questão da Objetividade.
1.3.1. A perspetiva de Popper - eliminação do erro e seleção das teorias mais aptas; progresso do conhecimento e aproximação à verdade;
1.3.2. A perspetiva de Kuhn - ciência normal e ciência extraordinária; revolução científica; a tese da incomensurabilidade dos paradigmas; a escolha de teorias;
1.3.3. Relação entre as perspetivas de Kuhn e Popper acerca da evolução e objetividade do conhecimento científico - continuidade e descontinuidade.
Conteúdos de Filosofia da religião
1.Os conceitos principais da Filosofia da religião
2. As provas da existência de Deus e respetivas objeções
3. O Fideísmo moderado e radical.
A aposta de Pascal -objeções
4. O problema do mal e a resposta de Leibniz -objeções
Estrutura:
10 perguntas de escolha múltipla (10x5 = 50 pontos);
3 perguntas de interpretação de texto (30+30+30 = 90 pontos);
1 pergunta de desenvolvimento (60 pontos).
Critérios de avaliação:
Analisar corretamente o texto.
Saber utilizar o texto de acordo com a pergunta.
Mobilizar conhecimentos adequados.
Elaborar um comentário oportuno sobre uma frase.
Saber fundamentar uma posição com bons argumentos.
Utilizar conceitos filosóficos.
Avaliar com rigor as teorias filosóficas.
sexta-feira, 16 de abril de 2021
Texto para resumo Inês Borges 11A e Gabriel Fortunato 11B
Existem versões conhecidas do argumento do mal anteriores ao desenvolvimento das tradições teístas: judaísmo, cristianismo e islamismo. Uma dessas formulações deve-se a Epicuro, um filósofo grego cujo pensamento foi bastante influente. Na versão de Epicuro, o argumento mostra que a hipótese de um Deus bom conduz validamente a consequências absurdas; daí não poder ser verdadeira.
(1) Deus deseja abolir o mal e não pode fazê-lo, ou Deus pode abolir o mal mas não quer fazê-lo.
(2) Se deseja abolir o mal mas não pode fazê-lo, então não tem esse poder.
(3) Se pode abolir o mal mas não quer fazê-lo, então não é bom.
\ Deus não é bom ou não tem todos os poderes.
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Luis M Duarte Texto retirado daqui
quarta-feira, 14 de abril de 2021
terça-feira, 13 de abril de 2021
Texto para resumo Pedro Castro 11B
terça-feira, 6 de abril de 2021
Texto para resumo Constança Correia 11B e Catarina Lopes 11A
Gaunilo: a ilha perfeita
Uma das principais críticas ao argumento de Santo Anselmo veio de um monge seu contemporâneo, chamado Gaunilo de Marmoutier. Gaunilo defendeu que o argumento não pode ser bom, uma vez que tem consequências absurdas. Para o mostrar, ele socorreu-se da ideia de ilha perfeita. A sua estratégia consistiu em substituir o conceito de Deus no argumento de Santo Anselmo pelo de ilha perfeita e retirar daí a conclusão — obviamente absurda — de que a ilha perfeita existe. Eis como ele raciocina:
Ora, se uma pessoa me dissesse que uma tal ilha existe, eu perceberia facilmente as suas palavras, nas quais não há nenhuma dificuldade. Mas suponhamos que ela ia ao ponto de me dizer, como se isso resultasse de uma inferência lógica, “Não podes continuar a duvidar de que esta ilha, que é melhor do que todas as terras, existe algures, uma vez que não tens dúvidas de que ela está no teu entendimento. E visto que é melhor não existir apenas no entendimento, mas existir tanto no entendimento como na realidade, por esta razão ela tem de existir. Porque se não existisse, qualquer terra que existisse de facto seria melhor que ela; e assim a ilha que já compreendeste ser a melhor não seria a melhor.
Se um homem tentasse provar-me por um raciocínio destes que esta ilha existe de facto, e que não se devia continuar a duvidar da sua existência, eu, ou acreditava que ele estava a gracejar, ou não saberia quem deveria considerar como o maior tolo: eu, se tivesse aceite esta prova; ou ele, se ele supusesse que tinha estabelecido com alguma certeza a existência desta ilha. Pois ele deve mostrar primeiro que a hipotética excelência desta ilha existe enquanto um facto real e indubitável, e de forma alguma como um objecto irreal, ou um objecto cuja existência é incerta, no meu entendimento. (Gaunilo, “A Favor do Insipiente”)
Para Gaunilo, portanto, o facto de podermos definir um ser como o maior que se pode pensar não significa que esse ser exista. Se isso fosse verdade, o argumento ontológico provaria não apenas que a ilha perfeita existe, mas tudo o que quiséssemos provar que existe, bastando para tal que definíssemos essa coisa como perfeita. Poderíamos, assim, provar que a namorada perfeita existe, que o namorado perfeito existe, que a sogra perfeita existe e, até, que o Diabo perfeito existe!
Álvaro Nunes
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