terça-feira, 26 de abril de 2022

Temas para o trabalho de cidadania e para avaliação da oralidade

 Tema genérico:  Direitos humanos/ciência e novas tecnologias


Calendário das apresentações: 
Tema 1 - 21 de Abril/ 
Tema 2 e 3 - 28 Abril/ 
Tema 4 -2 Maio/ 
Tema 5 - 5 Maio/ 
Tema 6 -9 Maio/
Tema 7 - 12 Maio/
Tema 8 - 16 maio/
 Tema 9 e 10 - 26 Maio/
Tema 11 e 12 - 30 Maio


Critérios de avaliação do trabalho:
Classificação de 0 a 20 valores
Avaliação individual para PICD
Avaliação para a oralidade de Filosofia
1. Profundidade da Investigação e informação.
2. Capacidade para problematizar o tema.
3. Boa articulação do discurso (sem ler). Trabalhos lidos não são avaliados.
4. Originalidade no tratamento do tema e no diapositivo.



Grupos de dois alunos.

Cada grupo escolhe um tema/problema para apresentar oralmente em aula. 

Tempo: 15m da aula - Apresentação oral

Avaliação oralidade 10% na avaliação final da disciplina de Filosofia

Entrega de um ensaio argumentativo que faça uma reflexão sobre o problema proposto. 2 páginas. 

Avaliação para PICD


Temas:

1.       Inteligência artificial: Como pode a inteligência artificial modificar as relações humanas?

2.       Inteligência artificial: Como aplicar a AI na criação de melhores condições de trabalho?

3.       História e problemas da AI. Quais os problemas e vantagens da AI?

4.       Eutanásia e direito à vida. A eutanásia defende o direito à vida ou destrói esse direito?

5.       Clonagem: Quais as vantagens e os problemas criados pela possibilidade de clonagem?

6.       Clonagem: Poderá a clonagem pôr em risco a singularidade humana?

7.       Inseminação artificial. História, problemas e vantagens. Haverá limites éticos para a inseminação artificial?

8.       Inseminação artificial e novas famílias. Quais os novos modelos de família agora possíveis?

9.       Segurança e controle informático. Poderá o nosso direito à privacidade estar em risco?

10.   Relações virtuais: Poderá haver amor virtual?

11.   A arte e as novas tecnologias. Poderá o artista ser substituído por um computador?

12.   A religião e a ciência. Teremos ainda alguma necessidade da religião na era tecnológica e científica?

 

sexta-feira, 22 de abril de 2022

Texto para resumo Carla Lima 11B


O argumento ontológico e o conceito anselmiano de Deus

Santo Anselmo estava convencido de que, se aceitássemos apenas três premissas, estaríamos obrigados a aceitar a existência de Deus mediante uma reductio ad absurdum.3 Vejamos, então, quais são estas premissas:

  1. Deus existe no pensamento.
  2. Deus é um ser possível.
  3. Se algo existe no pensamento e podia existir na realidade, então podia ser maior do que é.

De início, precisamos examinar cada premissa em particular; posteriormente, apresentaremos o argumento como um todo. Não é surpreendente aqui o fato de haver conceitos ainda inexplicados. Portanto, convém elucidar a respeito de algumas noções importantes, tal como o conceito anselmiano de Deus. Que entende Anselmo sobre isto? O filósofo medieval define Deus como o ser maior do que o qual nenhum outro é pensado (ens quo maius cogitari nequit). No entanto, seguindo Rowe, é mais fácil compreender esta definição de Anselmo se fizermos uma ligeira alteração. Ao invés de utilizarmos a palavra “pensado”, entenderemos a expressão como “o ser maior do que o qual nenhum outro é possível”. Como afirma Rowe, “esta idéia diz que se um determinado ser é Deus, então nenhum ser possível pode ser maior que aquele” (Rowe, p. 44). Para tornar esta concepção mais clara, vejamos algumas propriedades comumente atribuídas ao Deus teísta. Ao afirmarmos ser Deus o maior de todos os seres possíveis, atribuímos-lhe as seguintes propriedades essenciais: onipotência, onisciência, suma bondade, eternidade, distância e independência do mundo e, finalmente, auto-existência. Destas propriedades essenciais acima elencadas destacaremos apenas alguns aspectos.

Onipotência é um conceito fundamental na concepção teísta. Dizer que Deus é onipotente significa afirmar que Deus pode fazer tudo aquilo no qual não envolva contradição nos termos (por exemplo, Deus não pode fazer um quadrado redondo), ademais, não pode fazer aquilo que seja contrário às suas propriedades essenciais (por exemplo, se Deus é sumamente bom, então não pode praticar o mal). O conceito de onisciência cumpre também um papel fundamental nesta concepção. Afirmar que Deus é onisciente significa dizer que Deus é infinitamente sábio (por exemplo, não possui limitações cognitivas como os seres humanos). Ser sumamente bom é praticar tão somente atos morais e a impossibilidade de praticar qualquer ato imoral (ou seja, as ações de Deus, moralmente falando, são as melhores possíveis). Ser eterno, distante e independente do mundo implica transcender as leis da física (por exemplo, Deus não está sujeito às leis do espaço e tampouco às leis do tempo; logo, pode ocupar dois lugares no espaço ao mesmo tempo e, além disso, estar presente em qualquer tempo — passado, presente e futuro. Por ser eterno, sempre existiu e jamais perecerá. Por ser auto-existente, não necessita da atividade causal de outros seres para existir (por exemplo, a existência da mesa depende da existência do marceneiro; Deus, ao contrário, basta-se a si mesmo).

Tais propriedades caracterizam seguramente a grandiosidade de Deus. É acaso possível haver ser maior? A grandiosidade de que fala Anselmo não é a grandeza física. Não se trata, por exemplo, de um grande prédio ou de um grande navio. Trata-se, antes, de um ser mais elevado e melhor, nomeadamente em termos cognitivos e morais.

Em termos cognitivos, pois é inegável a limitação cognitiva dos seres humanos. Mas Deus é onisciente, e por isso superior aos homens; ou seja, Deus certamente conhece tudo o que pode ser conhecido mas nós não conhecemos. Portanto, Deus supera os seres humanos, bem como os demais seres, em capacidades cognitivas.

 Em termos morais, Deus também é maior do que os seres humanos; a sua suma bondade contribui para a sua grandiosidade. Pelo fato de ser sumamente bom, Deus não pode praticar o mal (ao contrário de nós, que somos suficientemente não sagrados para cometermos o mal).

Em suma, se elencarmos ponto a ponto as propriedades atribuídas ao Deus teísta que Anselmo tem em mente, veremos que se trata do melhor ser possível, e também o mais elevado. Trata-se portanto do ser maior do que o qual nenhum outro é possível, tal como definira Anselmo.

 Pedro Merlussi Retirado DAQUI