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quarta-feira, 30 de maio de 2018
domingo, 27 de maio de 2018
Correção do teste 11G.
As impressões podem ser simples ou complexas e podem ser
interiores ou exteriores, sendo que as primeiras são vividas pela sensibilidade
e as segundas resultam de um sentimento, paixão ou dor vividos interiormente
pelo sujeito. As ideias podem ser ainda gerais quando resultam da associação de
ideias simples, de acordo com a sua semelhança para a formação dos conceitos,
ou complexas quando são fruto da associação de ideias simples através da
imaginação.
2. a) Não há nenhuma impressão de conexão causal; isto é de uma conexão necessária entre dois fenómenos como o fumo e o fogo. As impressões que nos são dadas são de contiguidade no espaço, prioridade temporal e conjunção constante.
b) A impressão que temos é da repetição de fenómenos em
sucessão no tempo e contiguidade no espaço: “Vemos os dois fenómenos
repetidamente juntos, e quanto mais isso acontece mais forte é a crença que um
não pode existir sem o outro, isto é, que um é causa do outro.
c) Esta crença a que chamamos relação de causa efeito ou
conexão causal não está justificada nem empiricamente nem racionalmente, porque
“ não há nada que produza qualquer impressão, e consequentemente nada que possa
sugerir qualquer ideia de poder ou conexão necessária”, á relação é formada na
mente como conexão forte, fruto do hábito ao costume. Não é um conhecimento mas
uma crença subjetiva.
d) Se o conhecimento de causa efeito tem a sua origem na experiência
e de modo nenhum é apriori (argumento
do ser racional que nada soubesse do mundo, jamais poderia ter a noção de causa
efeito) então é um conhecimento de facto e é contingente, todavia julgamos e
pensamos como se houvesse uma conexão necessária e, portanto ultrapassamos a
experiência.
Logo, para concluir, não uma justificação empírica nem
racional para uma conexão necessária entre dois fenómenos, ela é apenas fruto
do costume, um hábito psicológico, logo não é um conhecimento objetivo.
3. Apresentação da justificação de Popper para que “o método
da discussão crítica não estabeleça coisa alguma”: – o método científico é o
método da discussão crítica, e consiste em testar (empiricamente) teorias que
são propostas como respostas a problemas; – testar uma teoria implica pô-la à
prova, e pôr uma teoria à prova consiste em tentar falsificar/refutar a teoria
em causa, sujeitando-a a «testes rigorosos»; – caso a teoria não supere os
testes (empíricos) a que foi submetida, considera-se que foi falsificada,
devendo ser rejeitada ou revista/reformulada, e novamente submetida a testes; –
caso a teoria supere os testes (empíricos) a que foi submetida, não se pode
considerar que foi confirmada (apenas se pode considerar que foi corroborada),
pois existe a possibilidade de um teste (empírico) futuro a falsificar; – (o
método crítico funciona negativamente, pois) uma teoria, ainda que supere
testes (empíricos) rigorosos, nunca pode ser estabelecida como verdadeira (nem
como provavelmente verdadeira): apenas se pode afirmar que «parece ser a melhor
que está disponível».
4. O texto relata duas formas de entender a Lua: uma mais
emocional, imediata e prática e outra mais racional, metódica e teórica. A
primeira corresponde ao conhecimento dito “vulgar”, ao conhecimento que todos
têm a partir da experiência quotidiana; o segundo diz respeito a um
conhecimento mais elaborado, o conhecimento científico e tecnológico. Como é
referido no texto: “A lua é linda” é uma proposição que traduz uma emoção
subjetiva e a expressão pode ter vários sentidos; em contrapartida “ A Lua fica
a 384 400Km da Terra” é uma proposição que corresponde a um juízo de facto, tem
valor de verdade e anuncia uma propriedade objetiva da Lua, esta linguagem é
numérica e por isso, universal e objetiva. A linguagem destes dois tipos de
conhecimento é diferente e visa um fim diferente. Por outro lado, quando se
descreve “A lua cheia condiciona as marés” está a descrever-se um facto mas sem
explicar a razão pela qual isso acontece, na proposição seguinte “são
provocadas pela variação da intensidade da força gravitacional”, estabelece-se
uma relação causal que explica o facto da lua condicionar as marés. O
conhecimento científico adianta razões e, por isso, procura uma racionalidade
que seja confirmada ou refutada metodicamente por testes empíricos,
contrariamente o conhecimento vulgar, reconhece a influência da Lua pois
indutivamente generalizou a partir da observação, mas não explica porquê.
quarta-feira, 23 de maio de 2018
Correção do teste de Maio 2018 - 11B
GRUPO 2
1. Conhecimento de questões de facto e conhecimento de
relação de ideias. O primeiro dá-nos a informação sobre o modo como o mundo é,
mas o o conhecimento que daí resulta é contingente e não necessário. As
verdades de facto como: "O SOL nasce todos os dias" podem ser negadas
sem que esta negação implique contradição, pois poderia ser de outro
modo, o Sol poderia não nascer todos os dias, ou poderia deixar de o fazer no
futuro. Essa proposição faz sentido e poderia ainda ser pensada, tal como diz o
texto são ambas inteligíveis. Assim, todos os conhecimentos de facto que são
justificados pela experiência, não são verdades necessárias, mas sim
contigentes, isto é, acontecem deste modo por acaso mas poderiam ser de outro
modo. No segundo conhecimento, isto não se passa, porque as proposições são
necessariamente verdadeira, , por exemplo; " O quadrado tem quatro
lados", porque se é um quadrado tem de ter quatro lados, isto é, o
predicado faz parte da definição do conceito. Por outro lado este conhecimento
é necessário, é sempre verdadeiro e o seu contrário implica uma contradição, é
impossível pensar o seu contrário, isto é, não tem sentido um quadrado ter mais
ou menos que quatro lados. Explicação: Conhecimento de factos é
contingente e a sua negação não implica contradição, enquanto que o
conhecimento de relação de ideias é necessário e a sua negação implica uma
contradição. Explicação: relacionar ideias só necessita de um acordo lógico da
razão consigo mesma, é independente dos factos do mundo, logo pode ser um
conhecimento necessário visto que está fundado em leis universais e necessárias
que são as leis racionais. Quanto ao conhecimento dos factos, necessita da experiência,
das impressões e perceções, essa experiência é limitada, visto que o sujeito
não pode conhecer todos os factos. A experiência mostra-nos uma realidade em
mudança, e a necessidade de alterar crenças, logo ,o conhecimento resultante da
experiência, é também contingente, pois poderia ser de outro modo, não podemos
ter acesso a verdades necessárias, não é necessário que aconteça assim, há a
sempre a possibilidade de mudança, de ser de outro modo.
Cenário de resposta A resposta integra os aspetos seguintes,
ou outros igualmente relevantes. Distinção entre as questões de facto e as relações
de ideias: – as verdades acerca das relações de ideias são verdades intuitiva
ou demonstrativamente certas (OU que podem ser descobertas pela razão); (em
contrapartida,) as questões de facto apenas podem ser decididas recorrendo à
experiência; – o contrário de uma verdade acerca de relações de ideias implica
uma contradição e, portanto, é logicamente impossível; (ao invés,) o contrário
de uma verdade acerca de questões de facto não implica uma contradição e,
portanto, é logicamente possível.
1.2.O que é o problema da conexão causal ou dito de outro modo: Em que consiste
o problema da relação de Causa/Efeito, segundo David Hume?
Cenário de resposta A resposta integra os
aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes. Apresentação da explicação
de Hume: – a propensão da mente para acreditar que o Sol nascerá amanhã é um
efeito do «hábito» ou do «costume»; – essa propensão é formada a partir da
experiência da conjunção constante de dois objetos (ou acontecimentos)
distintos: o fim do período noturno e o nascimento do Sol; – o «hábito»
inevitavelmente leva a que, na presença de um objeto (ou acontecimento),
esperemos que o outro ocorra.
A crítica de David Hume sobre a pretensa
crença de que há relações que são necessárias entre dois fenómenos. Tal relação
não existe, diz Hume, é apenas uma ilusão fruto do hábito psicológico. Conhecer
o mundo é relacionar os fenómenos uns com os outros, explicando que um fenómeno
acontece por causa de outro. Assim explicamos que há chuva por causa da
condensação de água (nuvens) etc. Hume refere-se à importância do costume ou
hábito na construção do conhecimento dos factos. É devido à perceção da
repetição de certos fenómenos que se sucedem em contiguidade no espaço e
sucessivos no tempo, que estabelecemos uma relação entre eles e pensamos poder
prever que sempre que um acontece o outro também acontecerá. Esta forte crença
de uma conexão necessária entre dois fenómenos permite-nos estabelecer uma
relação de causa e efeito entre os dois. O problema que Hume coloca é sobre o
fundamento de tal crença. Para Hume tal crença não tem um fundamento, logo, tal
conhecimento de causa efeito sobre os fenómenos não deixa de ser duvidoso. Na
origem desta crença está meramente o costume e o hábito psicológico, mas não há
uma razão para o fenómeno X (chama) ser causa de Y (fumo), nem tão pouco
qualquer impressão empírica que nos permita estabelecer uma relação causal
–necessária entre os dois.
O costume fundamenta-se no passado, se não
houver uma razão que nos permita ligar os fenómenos então, pelo costume só
podemos saber o que aconteceu até este momento e assim, não podemos estabelecer
relações de causa efeito para fenómenos que ainda não aconteceram. Ora, nós
fazemos previsões, nós estabelecemos conhecimento através da suposição de que é
necessário para haver fumo haver fogo, logo, nós ultrapassamos os limites da
experiência. O que acontece repetidas vezes não é, por si só, garantia que vai
acontecer sempre. A relação entre dois fenómenos não é lógica mas psicológica,
embora venham repetidas vezes juntos, os fenómenos são separados e podem não
acontecer juntos, portanto, a nossa previsão que sempre que há fumo há fogo não
é certa, pois não existe uma conexão necessária entre os dois. O argumento de
Hume é baseado no princípio de que nada podemos saber sem ser através de
impressões sensíveis. Ora a relação de causalidade corresponde á impressão de
vermos dois fenómenos sucederem-se no tempo e em espaços contíguos. Essa
impressão acontece repetidamente, logo criamos uma expectativa e fazemos uma
previsão que irá acontecer também no futuro. Mas essa previsão é apenas baseada
num hábito psicológico. Nada há racionalmente que possa ligar de forma
indissolúvel dois fenómenos. Como a experiência é contingente e a relação
causal necessária, então esta é uma ilusão construída pelo hábito psicológico
sem fundamento racional ou empírico.
2.Segundo Popper a prática científica não é
afetada pelo problema da indução levantado por Hume. Porquê? Na sua resposta
comece por apresentar o problema da indução levantado por Hume.
O problema da indução, tal como é exposto por David
Hume, consiste em demonstrar que a crença na indução não está justificada
porque ultrapassa a experiência e a razão, isto é, não pode ser justificada nem
empiricamente nem racionalmente. Acreditamos que a natureza é uniforme e, por
isso acreditamos que aquilo que aconteceu de uma determinada maneira irá
acontecer do mesmo modo no futuro. Esse é o pressuposto que garante as nossas
generalizações futuras, mas esse pressuposto já resulta ele próprio de uma
generalização e de uma previsão, isto é, aquilo que garante a validade de uma
indução é conseguido através da indução, utiliza-se o mesmo processo para
validar algo que devia ser validado por um outro conhecimento onde se pudesse
fundar. Há assim um raciocínio falacioso, uma petição de princípio.
A crítica de Popper à indução coloca-se em 3 passos:
a) Não há observação neutra pois esta já é direcionada
por um problema teórico.
b) As leis científicas não resultam de uma generalização
a partir de casos particulares porque elas são universais e a generalização só
é válida para os casos observados.
c) A conclusão de um raciocínio indutivo é sempre
provável, assim as leis científicas teriam de ser probabilísticas e não são, logo
não podem resultar de um raciocínio indutivo.
A teoria epistemológica de Popper ultrapassa o
indutivismo da ciência ao propor um novo método: o falsificacionismo. O
falsificacionismo é, simultaneamente, um critério de demarcação científica,
isto é, um critério para separar conhecimento científico e não científico; e,
por outro lado, uma nova forma de compreender a metodologia das ciências
propondo como realmente científica uma metodologia hipotética e dedutiva e não
indutiva.
A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros
igualmente relevantes. Apresentação do problema da indução: – a indução não
está justificada, uma vez que a tentativa de a justificar por meio da
experiência é circular (OU a tentativa de a justificar por meio do raciocínio
indutivo se baseia, ela própria, no raciocínio indutivo, que, precisamente,
necessita de justificação). Justificação, dada por Popper, da irrelevância da
indução na prática científica: – a ciência não recorre ao raciocínio indutivo
para testar hipóteses e, por isso, não é afetada pelo problema da indução; –
segundo a perspetiva falsificacionista defendida por Popper, os cientistas
submetem as teorias a testes que visam falsificá-las, e não confirmá-las; – o
raciocínio usado na falsificação das teorias é dedutivo, apenas permitindo
mostrar conclusivamente que as teorias são falsas.
terça-feira, 15 de maio de 2018
Exercício sobre o texto. Correção
1. Indução
Uma linha de resposta
bastante diferente para o problema da indução deve-se a Karl Popper. Popper
olha para a prática da ciência para nos mostrar como lidar com o problema.
Segundo o ponto de vista de Popper, para começar a ciência não se baseia na
indução. Popper nega que os cientistas começam com observações e inferem depois
uma teoria geral. Em vez disso, primeiro propõem uma teoria, apresentando-a
como uma conjetura inicialmente não corroborada, e depois comparam as suas
previsões com observações para ver se ela resiste aos testes. Se esses testes
se mostrarem negativos, então a teoria será experimentalmente falsificada e os
cientistas irão procurar uma nova alternativa. Se, pelo contrário, os testes
estiverem de acordo com a teoria, então os cientistas continuarão a mantê-la
não como uma verdade provada, é certo, mas ainda assim como uma conjetura não
refutada.
Se olharmos para a ciência
desta maneira, defende Popper, então veremos que ela não precisa da indução.
Segundo Popper, as inferências que interessam para a ciência são refutações,
que tomam uma previsão falhada como premissa e concluem que a teoria que está
por detrás da previsão é falsa. Estas inferências não são indutivas, mas
dedutivas. Vemos que um A é não-B, e concluímos que não é o caso que todos os
As são Bs. Aqui não há hipótese de a premissa ser verdadeira e a conclusão
falsa. Se descobrirmos que um certo pedaço de sódio não fica laranja quando é
aquecido, então sabemos de certeza que não é o caso que todo o sódio aquecido
fica laranja. Aqui o facto interessante é que é muito mais fácil refutar
teorias do que prová-las. Um único exemplo contrário é suficiente para uma
refutação conclusiva, mas nenhum número de exemplos favoráveis constituirá uma
prova conclusiva.
2. Falsificabilidade
Assim, segundo Popper, a
ciência é uma sequência de conjeturas. As teorias científicas são propostas
como hipóteses, e são substituídas por novas hipóteses quando são falsificadas.
No entanto, esta maneira de ver a ciência suscita uma questão óbvia: se as
teorias científicas são sempre conjeturais, então o que torna a ciência melhor
do que a astrologia, a adoração de espíritos ou qualquer outra forma de
superstição sem fundamento? Um não-popperiano responderia a esta questão
dizendo que a verdadeira ciência prova aquilo que afirma, enquanto que a
superstição consiste apenas em palpites. Mas, segundo a conceção de Popper,
mesmo as teorias científicas são palpites — pois não podem ser provadas pelas
observações: são apenas conjeturas não refutadas.
Popper chama a isto o
"problema da demarcação" — qual é a diferença entre a ciência e
outras formas de crença? A sua resposta é que a ciência, ao contrário da
superstição, pelo menos é falsificável, mesmo que não possa ser provada. As
teorias científicas estão formuladas em termos precisos, e por isso conduzem a
previsões definidas. As leis de Newton, por exemplo, dizem-nos exatamente onde
certos planetas aparecerão em certos momentos. E isto significa que, se tais
previsões fracassarem, poderemos ter a certeza de que a teoria que está por
detrás delas é falsa. Pelo contrário, os sistemas de crenças como a astrologia
são irremediavelmente vagos, de tal maneira que se torna impossível mostrar que
estão claramente errados. A astrologia pode prever que os escorpiões irão
prosperar nas suas relações pessoais à quinta-feira, mas, quando são
confrontados com um escorpião cuja mulher o abandonou numa quinta-feira, é
natural que os defensores da astrologia respondam que, considerando todas as
coisas, o fim do casamento provavelmente acabou por ser melhor. Por causa
disto, nada forçará alguma vez os astrólogos a admitir que a sua teoria está
errada. A teoria apresenta-se em termos tão imprecisos que nenhumas observações
atuais poderão falsificá-la.
3. Ciência e pseudociência
O próprio Popper usa este
critério de falsificabilidade para distinguir a ciência genuína não só de
sistemas de crenças tradicionais, como a astrologia e a adoração de espíritos,
mas também do marxismo, da psicanálise de várias outras disciplinas modernas
que ele considera negativamente como "pseudociências". Segundo
Popper, as teses centrais dessas teorias são tão irrefutáveis como as da
astrologia. Os marxistas preveem que as revoluções proletárias serão bem
sucedidas quando os regimes capitalistas estiverem suficientemente
enfraquecidos pelas suas contradições internas. Mas, quando são confrontados
com revoluções proletárias fracassadas, respondem simplesmente que as
contradições desses regimes capitalistas particulares ainda não os
enfraqueceram suficientemente. De maneira semelhante, os teóricos psicanalistas
defendem que todas as neuroses adultas se devem a traumas de infância, mas
quando são confrontados com adultos perturbados que aparentemente tiveram uma
infância normal dizem que ainda assim esses adultos tiveram que atravessar
traumas psicológicos privados quando eram novos. Para Popper, estes truques são
a antítese da seriedade científica. Os cientistas genuínos dirão de antemão que
descobertas observacionais os fariam mudar de ideias, e abandonarão as suas
teorias se essas descobertas se realizarem. Mas os teóricos marxistas e
psicanalistas apresentam as suas ideias de tal maneira, defende Popper, que
nenhumas observações possíveis os farão alguma vez modificar o seu pensamento.
David Papineau"Methodology"
em A. C. Grayling (org.), Philosophy: A Guide Through the Subject, Oxford
University Press, 1998
1. O que se entende por critério de demarcação e qual é o critério proposto por Popper?
2. Que método é aquele que explica melhor a lógica das teorias científicas?
3. A ciência não é indutiva para Popper. Porquê?
RESPOSTA ÀS QUESTÕES:
1. O critério de demarcação
pretende distinguir as ciências das “pseudociências”. Se todo o nosso
conhecimento, tanto o científico como os dogmas religiosos e os palpites
astrológicos, são apenas conjeturas, isto é, hipóteses de explicação e
compreensão do mundo, então qual a diferença entre o conhecimento científico e
os dogmas religiosos ou as “pseudociências”? É que contrariamente a estes conhecimentos,
as teorias científicas estão abertas à refutação e à falsificação pela
experiência podendo, por isso, ser modificadas e corrigidas; os dogmas, pelo
contrário, são tomados como verdades eternas que não são discutíveis e as
teorias astrológicas são tão vagas e imprecisas que seja qual for a previsão
que façam nunca se veem obrigadas a modificar as teorias mesmo que as previsões
se revelem falsas pois encontram sempre forma de as interpretar à luz das
teorias, não podendo, por isso, ser
falsificadas pela experiência.
2. O método que se adequa à
lógica científica é o de conjeturas e refutações. Cada teria representa uma
tentativa de resolução de um ou vários problemas Conjetura é uma suposição
validada por experiências, não é uma certeza ou verdade. As teorias científicas
são hipóteses explicativas que foram provisoriamente corroboradas pela
experiência, isto é, que ainda não foram falsificadas ou refutadas. Assim a
ciência funciona com um conjunto de conjeturas, que podem ser futuramente
refutadas. Para Popper, a ciência evolui no sentido de uma aproximação à
verdade na medida em que vai eliminando os erros das teorias, substituindo-as
por outras mais abrangentes e consistentes com os factos observados. A
inferência que os cientistas fazem é dedutiva a partir de um caso de uma
previsão falhada. Tipo: Modus Tollens,
uma dedução condicional.
Se todos os
corpos dilatam com o calor, e o tungstato de zircônio é um corpo, então dilata
com o calor
O tungstato de zircônio não dilatou com o calor
Então nem todos os corpos dilata com o calor.
3. Popper refuta esta teoria
e defende que a indução não é o método que permite a constituição das leis
científicas. Primeiro; porque nenhuma observação se faz sem antes ter um
problema teórico e, segundo; porque as leis são universais e necessárias,
enquanto a conclusão de um raciocínio indutivo é sempre provável.
Embora seja um procedimento
comum a algumas ciências como a Biologia, o método indutivo não permite a
construção de leis universais e necessárias, só permite leis probabilísticas.
Se há leis universais e necessárias em ciência, então, das duas uma, ou não são
científicas, pois não são resultados de generalizações a partir de observações
particulares, ou são científicas mas não são indutivas, são antes resultado de
um método diferente: Hipotético/Dedutivo.
sexta-feira, 4 de maio de 2018
Matriz para o teste global de 10 e 11 de Maio de 2018
Conteúdos:
1. Ciência e senso comum.
Aspectos em comum e aspectos distintos.
2. O método científico: Método
indutivo e Hipotético-dedutivo.
2.a. Etapas do método.
3. O problema da indução. Crítica ao método indutivo.
3. O problema da indução. Crítica ao método indutivo.
3.Karl Popper: Ciência e construção: A
Verificabilidade das hipóteses.
4.a. O problema da demarcação entre ciência e não-ciência.
4.a. O problema da demarcação entre ciência e não-ciência.
4.b. Crítica ao critério de
Verificabilidade. Proposta do falsificacionismo.
4.c. A noção de: Conjetura e refutação.
4. O racionalismo cartesiano.
4.c. A noção de: Conjetura e refutação.
4. O racionalismo cartesiano.
4.a. Como Descartes ultrapassa o ceticismo.
4.b. O método: etapas e finalidade.
4.c. O cogito e as provas da existência de Deus.
4.d. Objeções à filosofia cartesiana.
5. David Hume: O Empirismo e o ceticismo moderado
4.b. O método: etapas e finalidade.
4.c. O cogito e as provas da existência de Deus.
4.d. Objeções à filosofia cartesiana.
5. David Hume: O Empirismo e o ceticismo moderado
5.a.Impressões e ideias; a origem do conhecimento
5.b. Conhecimento de relação de ideias e questões de facto.
5.b. Conhecimento de relação de ideias e questões de facto.
5.c. O problema da causalidade.
5.d. A crítica à indução.
5.e. O problema cetico: a impossibilidade de fundamentar racionalmente o conhecimento
5.d. A crítica à indução.
5.e. O problema cetico: a impossibilidade de fundamentar racionalmente o conhecimento
Competências:
- Esclarecer os problemas: sobre a definição de conhecimento científico; sobre a indução; sobre o critério de demarcação; sobre a objectividade científica e sobre a forma como evolui a ciência.
- Compreender as teorias
- Saber formular os problemas.
- Relacionar teorias.
- Organizar correctamente os argumentos.
-Dominar conteúdos
Critérios
de correcção:
-
apresentar os conteúdos considerados relevantes de forma completa
-
apresentar esses conteúdos de forma clara, articulada e coerente;
-
evidenciar uma utilização adequada da terminologia filosófica;
- evidenciar a interpretação adequada dos documentos apresentados
- evidenciar a interpretação adequada dos documentos apresentados
Estrutura:
Prova para 90m
Textos. Referência aos textos.
Quatro perguntas de construção/desenvolvimento.
4x30 =120 Pontos
Dez perguntas de selecção:
Escolha múltipla. 10x5=50 Pontos
1 Ensaio crítico sobre um tema dado. (Com tomada de posição, argumentos a favor e contra, resposta aos argumentos contra)
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