As impressões podem ser simples ou complexas e podem ser
interiores ou exteriores, sendo que as primeiras são vividas pela sensibilidade
e as segundas resultam de um sentimento, paixão ou dor vividos interiormente
pelo sujeito. As ideias podem ser ainda gerais quando resultam da associação de
ideias simples, de acordo com a sua semelhança para a formação dos conceitos,
ou complexas quando são fruto da associação de ideias simples através da
imaginação.
2. a) Não há nenhuma impressão de conexão causal; isto é de uma conexão necessária entre dois fenómenos como o fumo e o fogo. As impressões que nos são dadas são de contiguidade no espaço, prioridade temporal e conjunção constante.
b) A impressão que temos é da repetição de fenómenos em
sucessão no tempo e contiguidade no espaço: “Vemos os dois fenómenos
repetidamente juntos, e quanto mais isso acontece mais forte é a crença que um
não pode existir sem o outro, isto é, que um é causa do outro.
c) Esta crença a que chamamos relação de causa efeito ou
conexão causal não está justificada nem empiricamente nem racionalmente, porque
“ não há nada que produza qualquer impressão, e consequentemente nada que possa
sugerir qualquer ideia de poder ou conexão necessária”, á relação é formada na
mente como conexão forte, fruto do hábito ao costume. Não é um conhecimento mas
uma crença subjetiva.
d) Se o conhecimento de causa efeito tem a sua origem na experiência
e de modo nenhum é apriori (argumento
do ser racional que nada soubesse do mundo, jamais poderia ter a noção de causa
efeito) então é um conhecimento de facto e é contingente, todavia julgamos e
pensamos como se houvesse uma conexão necessária e, portanto ultrapassamos a
experiência.
Logo, para concluir, não uma justificação empírica nem
racional para uma conexão necessária entre dois fenómenos, ela é apenas fruto
do costume, um hábito psicológico, logo não é um conhecimento objetivo.
3. Apresentação da justificação de Popper para que “o método
da discussão crítica não estabeleça coisa alguma”: – o método científico é o
método da discussão crítica, e consiste em testar (empiricamente) teorias que
são propostas como respostas a problemas; – testar uma teoria implica pô-la à
prova, e pôr uma teoria à prova consiste em tentar falsificar/refutar a teoria
em causa, sujeitando-a a «testes rigorosos»; – caso a teoria não supere os
testes (empíricos) a que foi submetida, considera-se que foi falsificada,
devendo ser rejeitada ou revista/reformulada, e novamente submetida a testes; –
caso a teoria supere os testes (empíricos) a que foi submetida, não se pode
considerar que foi confirmada (apenas se pode considerar que foi corroborada),
pois existe a possibilidade de um teste (empírico) futuro a falsificar; – (o
método crítico funciona negativamente, pois) uma teoria, ainda que supere
testes (empíricos) rigorosos, nunca pode ser estabelecida como verdadeira (nem
como provavelmente verdadeira): apenas se pode afirmar que «parece ser a melhor
que está disponível».
4. O texto relata duas formas de entender a Lua: uma mais
emocional, imediata e prática e outra mais racional, metódica e teórica. A
primeira corresponde ao conhecimento dito “vulgar”, ao conhecimento que todos
têm a partir da experiência quotidiana; o segundo diz respeito a um
conhecimento mais elaborado, o conhecimento científico e tecnológico. Como é
referido no texto: “A lua é linda” é uma proposição que traduz uma emoção
subjetiva e a expressão pode ter vários sentidos; em contrapartida “ A Lua fica
a 384 400Km da Terra” é uma proposição que corresponde a um juízo de facto, tem
valor de verdade e anuncia uma propriedade objetiva da Lua, esta linguagem é
numérica e por isso, universal e objetiva. A linguagem destes dois tipos de
conhecimento é diferente e visa um fim diferente. Por outro lado, quando se
descreve “A lua cheia condiciona as marés” está a descrever-se um facto mas sem
explicar a razão pela qual isso acontece, na proposição seguinte “são
provocadas pela variação da intensidade da força gravitacional”, estabelece-se
uma relação causal que explica o facto da lua condicionar as marés. O
conhecimento científico adianta razões e, por isso, procura uma racionalidade
que seja confirmada ou refutada metodicamente por testes empíricos,
contrariamente o conhecimento vulgar, reconhece a influência da Lua pois
indutivamente generalizou a partir da observação, mas não explica porquê.
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