Christo - artista plástico A Ponte Neuf coberta, Paris 1985
Grupo II
1. Explique porque é que as limitações da teoria da arte como expressão constituem um problema para a sua definição de arte.
As limitações que podemos apontar à teoria da arte como expressão é o facto de que não temos acesso aos estados mentais do artista. Na maior parte dos casos não temos nenhum documento ou relato que nos permita identificar quais foram os sentimentos ou emoções que estiveram na origem da criação da obra de arte, o que torna impossível saber se os sentimentos que o espectador experiência são os mesmos que o criador da obra de arte. (10pts)
Parece ser uma exigência injusta e irrealista que o artista tenha de sentir sempre aquilo que a obra de arte exprime. Um dos exemplos que podemos identificar é a produção artística em massa por parte de um compositor ou de um artista plástico. Podem produzir uma melodia ou uma pintura triste a pedido de alguém, mas não significa que estejam a experienciar esse sentimento. (10pts)
Parece existir também obras de arte que não expressam sentimentos, como um vaso ou um serviço de porcelana, no entanto conseguimos reconhecer o estatuto de obra de arte a estas peças devido ao conjunto de cores e de formas que apresentam, bem como ao conteúdo histórico e artístico que carregam. (10pts)
2. Qual a definição de arte defendida pela teoria formalista e as principais vantagens que esta teoria traz para a compreensão da experiência estética?
Uma obra é arte se, e só se, tiver uma forma significante e provocar emoções estéticas. A Forma significante é a combinação de cores, linhas e formas, capaz de provocar a emoção estética (condição necessária e suficiente para uma obra ser arte). A "Emoção estética" é um tipo particular de emoção que as pessoas (sensíveis) experimentam quando estão perante uma obra de arte. (10pts)
A emoção estética provocada pela forma significante presente na verdadeira arte reflete a capacidade desta nos mostrar a natureza das coisas. A emoção estética é um resultado da apreciação desinteressada de uma obra com uma determinada forma, que traduz artisticamente um significado sobre o mundo. (10pts)
Esta teoria tem a vantagem de ser abrangente e conseguir explicar porque é que sentimos uma emoção estética perante uma obra de arte. Tem também a vantagem de basear o estatuto ou a qualidade das obras de arte em fatores objetivos. (10pts)
3. Identifique a analogia feita no seguinte argumento e explique-a. Formule uma objeção ao argumento.
“De facto, vemos que algumas coisas, carecem de conhecimento, como os corpos naturais, operam por causa de um fim, o que é manifesto porque sempre ou com maior frequência operam do mesmo modo, para atingirem aquilo que é ótimo. Donde, é patente que não é por acaso, mas por intenção, que atingem o fim. As coisas, porém, que não possuem conhecimento, não tendem para um fim a não ser dirigidas por algum cognoscente e inteligente, assim como a seta pelo lançador de setas. Logo, existe algo inteligente, pelo qual todas as coisas naturais são ordenadas para um fim: e isso, dizemos que é Deus”.
S.Tomás de Aquino
Aspetos a focar na resposta:
a) Identificação da analogia: “Assim como a seta é dirigida para um fim pelo lançador de setas,
também as coisas que não possuem inteligência nem conhecimento como os corpos naturais são dirigidos para um fim por um ser inteligente -Deus” 10
b) Explicação: Comparação entre uma seta e o mundo/natureza. Muitas coisas apesar de não possuírem conhecimento operam para um fim, isto é, operam de uma forma consistente para
atingirem o seu fim que é o ótimo. Isto não acontece por mero acaso mas por intenção, como
uma seta não atinge o alvo por mero acaso mas porque é dirigida por um ser inteligente e dotado de uma intenção (arqueiro). Esta analogia visa provar que existe um ser inteligente que intencionalmente dirige as coisas da natureza para atingirem o que é ótimo, porque essas coisas por não possuírem conhecimento não podem saber o que é ótimo. Esse ser só pode ser Deus. 10
c) Objeção – 1.Argumento inválido porque a conclusão não se segue das premissas. As premissas refere alguns precisam de ser ordenados por um ser inteligente para um fim. Não se segue que seja apenas um o ser inteligente ordenador e também não se segue que sejam todas as coisas.
c. A seleção natural como teoria que tem por base o aperfeiçoamento gradual, o que significa que à partida os seres naturais não estão igualmente preparados para atingirem o seu fim e muitos simplesmente não o atingem e desaparecem. Ainda a noção de um acaso que é determinante para a sobrevivência de uma espécie. (10)
4. A imperfeição original das criaturas põe limites à ação do Criador que tende para o bem. E como a matéria mesma é um efeito de Deus, não pode ser ela mesma a fonte do mal e de sua imperfeição. Mostramos que essa fonte se encontra nas formas ou ideais dos possíveis, e que não é algo oriundo de Deus (In: Teodiceia, 31).
Esclareça o problema do mal e, partindo do texto, apresente a resposta de Leibniz a este problema.
a) Formulação do problema:
Se Deus existe é omnipotente e benevolente
Se Deus é omnipotente impede o mal de existir
O mal existe,
Logo Deus não é omnipotente
Se Deus é omnipotente e quer o mal
Então Deus não é benevolente
Portanto, se o mal existe, Deus não existe 15
b) Resposta de Leibniz
- O mal existe ele é como um bem menor para atingir um bem maior
O mal é necessário para podermos atingir um bem maior. Por exemplo, sem mal não poderia existir santidade ou heroicidade. O homem não tem a noção do desígnio total de Deus em relação às criaturas pois ele não tem a visão da totalidade mas apenas de uma parte. Logo o mal é consistente com a existência de Deus. A origem do mal não é Deus mas as possibilidades criadas pelo livre-arbítrio do homem. Tal como o texto diz : "A imperfeição original das criaturas põe limites à ação do Criador" . O Mal não tem origem em Deus mas sim nas criaturas que pelo facto de serem criaturas têm uma condição imperfeita (mal metafísico). Apesar dessa imperfeição Deus criou o melhor dos mundos possíveis. O texto acrescenta que o mal se encontra "nas formas dos possíveis" isto é, nas possibilidades que a criatura tem de se aperfeiçoar ou não, e nisso consiste o seu livre arbítrio. O livre-arbítrio permite a escolha do mal, mas sem essa possibilidade a criatura também não se poderia superar, isto é, escolher o bem.15
Grupo III
Perguntas de resposta breve sem necessidade de desenvolvimento.
1. Formule o argumento ontológico em duas premissas e uma conclusão.
Se é verdade que "Deus é o ser maior que o qual nada pode ser pensado" então Ele tem de existir
pois se não existisse ele não seria "o ser maior que o qual nada pode ser pensado", não seria Deus
logo, Deus existe
ou
Deus existe no intelecto como "o ser maior que o qual nada pode ser pensado"
se apenas existisse no intelecto e não na realidade não seria "o ser maior que o qual nada pode ser pensado"
logo, Deus tem que existir na realidade
2. Identifique pelo menos uma limitação à teoria histórica da arte.
Os artistas podem não ter o direito de propriedade sobre algumas obras.
Há obras de arte que não foram criadas com a intenção de serem vistas como obra de arte.
Esta teoria não explica como surgiu a primeira obra de arte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário