1.O Cogito é a primeira verdade indubitável, a primeira
crença básica a priori da filosofia cartesiana. Permite-nos demonstrar a
possibilidade de um conhecimento a priori sem a justificação da experiência e
fundamentado apenas na razão. Permite-nos também concluir que a verdade é tudo
o que se apresenta com clareza e distinção à razão, isto é, todas as ideias de
tal modo evidentes que não podem ser negadas ou colocadas em dúvida nem
confundidas com outras ideias. A partir desta crença básica é possível
construir os alicerces seguros do conhecimento de modo a escapar ao ceticismo. Permite-nos
ter um critério de verdade. Podemos com segurança considerar verdadeiro o
conhecimento claro e distinto à razão, inato, evidente, universal e
indubitável. O Cogito é também a afirmação da razão como capaz de nos dar os
princípios do conhecimento sem auxílio dos sentidos e da experiência.
2. Com a dúvida metódica, Descartes conseguiu demonstrar que
há verdades indubitáveis e que se autojustificam, isto é, não
necessitam de outras crenças para se justificarem . Contraria assim o
argumento da regressão infinita utilizado pelos céticos para criticar o
conhecimento, alegando que nenhuma crença está justificada porque necessita
sempre de outra que a justifique.
A dúvida cartesiana é radical, porque vai aos fundamentos de
todas as crenças, metódica porque é um caminho para alcançar a verdade,
universal porque nada exclui, provisória pois só dura até encontrar uma verdade
indubitável e hiperbólica pois é exagerada.
A dúvida metódica consiste em examinar
sistematicamente os fundamentos de todas as crenças e considerar falso tudo o
que fosse apenas duvidoso. Assim, as etapas da dúvida metódica são: 1ª Duvidar
dos sentidos; 2ª Duvidar da existência do mundo; 3º Duvidar das verdades da
razão.
Argumento 1: Uma vez que os sentidos nos enganam algumas vezes, podemos duvidar do que vemos ou sentimos, logo, não podem ser os fundamentos inabaláveis do conhecimento.
Argumento 2 : A realidade que vemos depende do estado de vigília que julgamos ter, mas não poderemos pensar que se trata de um sonho? No sonho estamos perante factos e, no entanto eles não são reais, o mesmo pode acontecer com toda a realidade exterior, que poderemos estar a sonhar e, por isso não ser real.
Argumento 3: As verdades matemáticas são inabaláveis mas poderíamos supor a existência de um génio maligno que nos enganasse sempre que pensamos numa verdade matemática levando-nos a dar o consentimento a algo que é falso. Assim a certeza das verdades matemáticas também é colocada em questão.
Argumento 1: Uma vez que os sentidos nos enganam algumas vezes, podemos duvidar do que vemos ou sentimos, logo, não podem ser os fundamentos inabaláveis do conhecimento.
Argumento 2 : A realidade que vemos depende do estado de vigília que julgamos ter, mas não poderemos pensar que se trata de um sonho? No sonho estamos perante factos e, no entanto eles não são reais, o mesmo pode acontecer com toda a realidade exterior, que poderemos estar a sonhar e, por isso não ser real.
Argumento 3: As verdades matemáticas são inabaláveis mas poderíamos supor a existência de um génio maligno que nos enganasse sempre que pensamos numa verdade matemática levando-nos a dar o consentimento a algo que é falso. Assim a certeza das verdades matemáticas também é colocada em questão.
3. Segundo a
definição tradicional do conhecimento, para conhecer algo é necessário uma
crença, verdadeira e justificada. Porque seria contraditório afirmar que S sabe
que P, e ao mesmo tempo não acredita no que sabe. Exemplo: Sei que o mar tem
ondas, mas não acredito nisso. Portanto saber, implica uma crença. Também é
necessário que essa crença seja verdadeira, porque o conhecimento não depende
da convicção com que o sujeito acredita, o conhecimento é factivo, não se pode
conhecer falsidades (embora possamos acreditar em falsidades). Por outro lado,
uma crença verdadeira ainda não é conhecimento porque tem de haver boas razões
que justifiquem a verdade da crença. Se
não há boas razões para acreditar que a
crença é verdadeira, então também não há conhecimento, há apenas um palpite,
uma suposição ao acaso. Estas condições
juntas são necessárias mas não são suficientes pois, nem todas as crenças são conhecimento, logo,
não basta ter uma crença qualquer como por exemplo “Acredito que existem
Extraterrestres”, mas não posso saber se essa crença é verdadeira. Também não é
suficiente ter uma crença verdadeira para ter conhecimento porque é por mero
acaso, e o conhecimento não pode ser por acaso, e por outro lado não é
suficiente ter uma boa justificação, podemos ter boas justificações para
acreditar em falsidades, depende dos nossos estados cognitivos. Aristóteles
tinha razões para acreditar que a Terra era plana, e a Terra não é plana. Logo
só há conhecimento quando estão reunidas as três condições.
Grupo III
1. Não, a afirmação é falsa, a crença verdadeira não é
conhecimento porque podemos ter uma crença verdadeira por mera sorte, ou por
acaso. Visto o Pai Natal não existir, o João não tem nenhuma justificação para
a sua crença, e se teve prendas foi porque os pais lhe dera, logo a sua crença
é verdadeira por puro acaso.
2. A fenomenologia do conhecimento reduz o fenómeno do
conhecimento a uma relação entre o sujeito (o que conhece) e um objeto (o que é
conhecido). Descreve esta relação como uma correlação visto que não pode haver
sujeito sem objeto nem objeto sem sujeito, existem apenas na relação embora
sejam opostos um ao outro pois têm funções diferentes que não se podem permutar.
A função do sujeito é ativa, produz uma imagem ou representação do objeto e a
função do objeto é passiva, porque se deixa apreender. Todavia nesse ato de
apreensão o objeto permanece como transcendente ao sujeito nunca podendo reduzir-se
à esfera da sua representação mental.
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