quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Matriz para o 2ºTeste Sumativo - Novembro 2017


Competências
·                  Construir argumentos formais.
·                  Saber aplicar as regras de validade.
·                  Identificar as principais falácias formais.
·                  Distinguir demonstração e argumentação.
·                  Compreender as regras dos argumentos informais.
·                  Identificar argumentos indutivos, por analogia e de autoridade qualificada.
·                  Aplicar as condições de validade destes argumentos a argumentos dados.
·                  Compreender as principais falácias informais.
·                  Compreender o âmbito de estudo da retórica.
·                  Definir os dois usos da retórica persuasão e manipulação
·                  Explanar os elementos constitutivos do discurso persuasivo: Ethos, Pathos e Logos
            Elaborar um pequeno ensaio argumentativo.

Conteúdos
Racionalidade Argumentativa e Filosofia.
1. Argumentação e lógica formal

1.1. Formas de inferência válida.
Silogismos
Argumentos condicionais, Ponens e Tollens e disjuntivos
1.2. Principais falácias formais

2. Argumentação e retórica.

2.1 O domínio do discurso argumentativo e a procura de adesão do auditório. Demonstração e argumentação.
2.2. O discurso argumentativo: principais tipos de argumentos  informais.
2.2.1. Indução; Argumento de Autoridade; Analogia
2.2.2 Falácias que decorrem dos próprios argumentos informais.
2.3.Principais tipos de falácias informais.
2.3.1. Ad hominem; Ad misericordiam; Apelo à Ignorância; Apelo à Força; Falso Dilema e Petição de Princípio; Bola de Neve; Espantalho. 

3. Argumentação e Filosofia.
3.1. Persuasão e manipulação ou os dois usos da retórica. (opcional)
3.2. Elementos constitutivos da Retórica. (Ethos/Pathos, Logos)
Estrutura e cotações
Todas as questões são de resposta obrigatória

     Grupo I
50 Pontos
Questões de escolha múltipla

Grupo II
 120 Pontos
(Seis questões de resposta objetiva)

Grupo III

30 Pontos

Ensaio argumentativo



Critérios de correção



Domínio dos conceitos; Domínio dos conteúdos; Expressão clara e correta; Capacidade de aplicação dos conhecimentos adquiridos ; Originalidade e coerência nos argumentos apresentados; Capacidade de estabelecer relações oportunas entre os conteúdos; Objetividade e rigor; Técnica de análise de texto.


terça-feira, 7 de novembro de 2017

Retórica, propaganda e manipulação - Texto para ler e fotocopiar 11ºB e G

A manipulação conscienciosa e inteligente dos hábitos organizados e das opiniões é um elemento importante da sociedade democrática. Aqueles que manipulam este oculto mecanismo da sociedade constituem um governo invisível que é o verdadeiro poder regulador do nosso país.
Somos governados, as nossas mentes moldadas, os nossos gostos formados, as nossas ideias sugeridas, em grande medida por homens dos quais nunca ouvimos falar. Este é o resultado lógico do modo com a nossa democracia está organizada. Um vasto número de seres humanos têm de cooperar desta maneira se querem viver em conjunto como uma sociedade que funcione tranquilamente. (...)

Nos dias em que os reis eram reis, Luís XIV proferiu esta modesta observação: “O Estado sou eu”. Ele estava quase certo.
Mas os tempos mudaram. A máquina a vapor, a impressão em série, a escola pública, este trio da revolução industrial, retirou o poder aos reis e deu-o ao povo. O povo hoje conquista o poder que o rei perdeu. O poder económico tende a ser arrastado pelo poder político; a história da revolução industrial mostra como o poder passou do rei e da aristocracia para a burguesia. O sufrágio universal e a escola universal reforçaram esta tendência, e por fim mesmo a burguesia sente-se ameaçada pelas pessoas comuns. As massas prometem ser o próximo rei.
Hoje, contudo, surge uma reação. A minoria descobriu um poderoso auxiliar para influenciar as massas. Tornou-se então possível moldar a mentalidade das massas que se lançarão com o seu vigor recém-adquirido na direção desejada. Na actual estrutura da sociedade, esta prática é inevitável. Qualquer que seja a importância social que lhe é dada hoje, seja na política, finança, industria, agricultura, caridade, educação, ou noutros campos, deve ser feita com recurso à propaganda. A propaganda é o braço executor do governo invisível.
Supunha-se que a literacia universal educaria o homem comum a controlar o meio ambiente. Uma vez que podia ler e escrever poderia ter uma mentalidade apta a governar. Mas em vez de uma mentalidade, a literacia universal ofereceu-lhe carimbos, carimbos esses pintados com slogans publicitários, com editoriais, com dados científicos, com as trivialidades dos tablóides e as vulgaridades da história, mas pouco inocentes no que respeita à originalidade. Cada carimbo humano é duplicado de milhões de outros, de modo que quando estes milhões são expostos aos mesmos estímulos, recebem todos impressões idênticas. (…)O mecanismo pelo qual as ideias são disseminadas em larga escala é a propaganda, no sentido lato de um esforço organizado para espalhar uma convicção ou uma doutrina.
Estou consciente que a palavra propaganda provoca em muitas mentes uma conotação desagradável. De qualquer maneira, em qualquer circunstância, a propaganda ser boa ou má depende do mérito da causa advogada, e da correção da informação publicada.(…)

Trotter e Le Bon concluíram que a mentalidade de grupo não pensa no sentido estrito da palavra. Em vez de pensamentos tem impulsos, hábitos, e emoções. Ao elaborar o seu pensamento o primeiro impulso geralmente é seguir o exemplo de um líder em que se confia. Este é um dos princípios mais firmemente estabelecidos da psicologia de massas. Funciona a subida ou diminuição de prestígio de uma estância estival, ao provocar uma corrida a um banco, ou o pânico na cotação de ações, ao criar um “best-seller” ou u êxito de bilheteira. Mas quando o exemplo do líder não está à mão e a multidão tem de pensar por si, fá-lo com o recurso a clichés, palavras ou imagens que permanecem na globalidade de um grupo de ideias e experiências. Não há muitos anos atrás, era somente preciso etiquetar um candidato político com a palavra interesses para fazer com que milhões de pessoas votassem contra ele, porque qualquer coisa associada a “os interesses” parecia necessariamente corrupta. Recentemente a palavra Bolchevique tem desempenhado um serviço semelhante a pessoas que desejam assustar o público para o afastar de uma linha de ação.(…)
Os homens raramente se apercebem das verdadeiras razões que motivaram as suas ações. Um homem pode acreditar que compra um carro porque, depois de ter cuidadosamente estudado as características técnicas de todas as marcas no mercado, concluiu que aquele é o melhor. Quase de certeza que se está a enganar a si próprio. Compra-o, talvez, porque um amigo, cuja esperteza financeira respeita, comprou um na semana anterior; ou porque os seus vizinhos crêem que ele não é capaz de ter recursos para comprar um carro daquela categoria; ou porque vem com as cores do lar universitário de estudantes em que viveu.
Foram principalmente os psicólogos da escola de Freud que identificaram que muitos dos pensamentos e ações do homem são substitutos compensatórios dos desejos que são obrigados a reprimir. (…) Os desejos humanos são o vapor que faz a máquina social funcionar. Só compreendendo-os o propagandista pode controlar esse vasto mecanismo, ao mesmo tempo solto e unido, que é a sociedade moderna.

Edward Bernays (1928) Propaganda, Lisboa, Mareantes Editora, 2005 (p.p 19, 31,32,  64,66)


segunda-feira, 23 de outubro de 2017

MATRIZ DA PROVA DE FILOSOFIA OUTUBRO 2017




I
Conteúdos:




1.De que trata a Lógica.
2. Conceito/termo; Juízo/proposição e Raciocínio/argumento.
3.Verdade e validade.
4.Validade dedutiva e não dedutiva.
5.Validade formal e forma lógica.
6. Conversão de um argumento dedutivo à forma tradicional de um silogismo.
7. Argumentos com proposições categóricas, condicionais e disjuntivas.
8. Lógica Aristotélica:
9. Os termos como classes.
10. As Proposições categóricas: Forma padrão, classificação e negação.
11. O quadrado da oposição: forma de inferência imediata.
12. A distribuição dos termos nas proposições.
12. Silogismos.
a. Definição e estrutura padrão.
b. Validade, figura e modo.
c. Redução de um argumento em linguagem natural à forma padrão de um silogismo.
II
Competências:
1. Memorizar regras e definições.
2. Aplicar as regras de distribuição dos termos nas proposições.
3. Classificar correctamente proposições.
4. Reduzir à forma padrão proposições e argumentos
5. Compreender o modo de inferir uma proposição de outra.
6. Identificar figuras e modos de silogismos.
7. Determinar a validade dos silogismos.
8. Identificar as falácias dos silogismos inválidos.
9. Apreender a forma lógica de uma proposição e de um argumento.
10. Distinguir argumentos de não-argumentos.
11. Construir proposições e argumentos.
12. Converter um argumento à forma padrão do silogismo categórico.
 

III


Estrutura e Cotações:
Grupo 1
6 perguntas de resposta curta - 6x15 = 90
Grupo 2
10 Perguntas de escolha múltipla ou de verdadeiro falso - 10x5=50
Grupo 3
3 perguntas de construção - 3x20=60


sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Exercícios com proposições.2



1.       Se a proposição: “Todos os animais são seres vivos” for Verdadeira, o que sabemos acerca do valor de verdade da sua contrária, da sua contraditória e da sua subalterna. Justifique.

2. Converta as seguintes proposições na forma padrão e classifique-as:

  1. “Certas revoluções não são urgentes”
  2. “Os portugueses não são bárbaros”
  3. “Os fenómenos físicos obedecem a leis”
  4. “Há dirigentes desportivos corruptos.”
  5. “ Os vampiros são personagens de ficção.”


3. Determine a distribuição dos termos em cada uma das proposições.

4. Negue as seguintes proposições: A -  Não há ninguém inocente.” B -  Alguns actores trabalham com a imaginação”. Justifique. (15)

5. Partindo do pressuposto que a proposição B é verdadeira que podemos inferir acerca da verdade das suas opostas? Justifique.(15)

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Exercícios com proposições.1

Converta cada uma das seguintes proposições à forma padrão das proposições categóricas e classifique-as:
1. Certos filmes não têm cópias em mau estado.
2. As leituras desenvolvem a imaginação
3. Não há tigres que não sejam mamíferos
4. Nem todas as ideologias são aceitáveis
5. Quem corre por gosto não se cansa.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017


Joaquin Sorolla, Estudo sobre o mar, Valencia, 1904


Tales tentou compreender o mundo sem invocar a intervenção dos deuses. Como os babilónicos, acreditava que o mundo já tinha sido água. Para explicar a terra seca, os babilónicos diziam que Marduk tinha colocado uma esteira na face das águas e amontoado areia sobre ela. Sim, tudo tinha sido água, mas a Terra surgiu dos oceanos por um processo natural, similar, ele julgava, à obstrução que tinha observado no delta do Nilo. Pensava realmente que a água era um princípio comum subjacente a toda matéria, assim como hoje em dia dizemos o mesmo de eletrões, protões e neutrões, ou dos quarks. Se a conclusão de Tales estava ou não correta não importa, mas sim o seu lema: o mundo não era governado pelos deuses, mas sim pelo trabalho das forças materiais interagindo com a Natureza. Tales trouxe da Babilónia e do Egito as sementes das novas ciências, astronomia e geometria; ciências que germinaram e cresceram no solo fértil da Jónia. Muito pouco se sabe da vida pessoal de Tales, mas Aristóteles narra uma anedota reveladora na sua obra Política: [Tales] era censurado pela sua pobreza, que se supunha ser prova de que sua filosofia não tinha utilidade. De acordo com a história, sabia pela sua perícia [em interpretar os céus], enquanto ainda era inverno, que haveria uma grande colheita de azeitonas no ano seguinte, de modo que, tendo pouco dinheiro, fazia depósitos pelo uso das prensas de azeitonas em Quio e Mileto, as quais alugava a preços baixos porque ninguém lhe dava ouvidos. Quando chegava a colheita, e havia necessidade de muitas, cedia-as ao preço que lhe convinha e ganhava uma boa quantia de dinheiro. Assim provava que os filósofos do mundo podiam facilmente ficar ricos se quisessem, mas que a sua ambição era outra. Era famoso como sábio político, incitando com sucesso os Milesianos a resistir à assimilação por Creso, Rei da Lídia, mas não foi feliz ao apelar a uma federação de todos os estados insulares da Jónia contra os Lídios. Anaximandro de Mileto era amigo e colega de Tales, um dos primeiros, que se tem conhecimento, a fazer experiências. Examinando o movimento de uma sombra lançada por uma vareta vertical, determinou com precisão a duração do ano e das estações. Por anos os homens utilizaram varetas para lutar ou matar. Anaximandro utilizou-as para medir o tempo. Foi a primeira pessoa na Grécia a fazer um relógio de sol; um mapa do mundo conhecido e um globo celeste que mostrava os traços das constelações. Acreditava que o Sol, a Lua e as estrelas eram feitos de fogo vistos através de buracos que se moviam na abóbada do céu, provavelmente uma ideia bem mais antiga. Sustentou a opinião admirável de que a Terra não era suspensa ou sustentada mas, para ele, era o centro do universo; uma vez sendo equidistante de todos os pontos da "esfera celeste" não havia força capaz de movê-la. Argumentava que somos tão desamparados ao nascer, que se os primeiros bebés fossem colocados no mundo e deixados a sós, talvez morressem de imediato. Partindo daí, Anaximandro concluía que os seres humanos surgiram de outros animais com recém-nascidos mais capazes. Propôs a geração espontânea da vida na lama, os primeiros animais tinham sido peixes cobertos por espinhos. Alguns descendentes desses peixes abandonaram eventualmente a água e dirigiram-se para a terra seca, onde evoluíram para outros animais por transmutação de um tipo para outro. Acreditou num número infinito de mundos, todos habitados e sujeitos a ciclos de dissolução e regeneração. "Nem ele", queixou-se lamentavelmente Santo Agostinho, "nem Tales atribuíram a causa de toda esta atividade sem fim a uma mente divina."

                                                                                                                                                              Carl Sagan, Cosmos,

A história da Filosofia parece ser a história do tempo em que os professores nas suas aulas ainda se interessavam por este percurso de ensinar a forma como a filosofia surgiu. A questão da origem foi progressiva e inexoravelmente substituída pela noção de causa. A questão histórica substituída pela questão estrutural da linguagem e assim se foi perdendo como sendo displicente. O argumento era sempre o mesmo, o velhinho e gasto argumento de Kant de que se pode ensinar História da Filosofia mas que História não é Filosofia e que só se aprende Filosofia filosofando. Bom,  poderia para rebater Kant, usar B. Russell como quem usa uma colher para comer esparguetti, diz ele, e desculpem-me se pareço subtilmente superficial em matérias tão sérias, diz ele, repito,  que sem História não há progresso na Filosofia pois os filósofos não saberiam de que modo os antigos filósofos argumentaram e resolveram as questões e cairiam facilmente nos erros já cometidos por eles. 

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Trabalho para casa 11ºB e G. Ficha 2 - Lógica

Construção de argumentos dedutivos. Distinção entre premissas e conclusão.

1. Retire a conclusão das seguintes premissas:
a) A Catalunha é uma província de Espanha, as províncias de Espanha dependem do governo central Espanhol.
b) Todas as crianças têm um pai e uma mãe registados e quem tem um pai e uma mãe registados não é ilegítimo.
c) As praxes favorecem a subordinação e o que favorece a subordinação impede a liberdade individual.
d) O aquecimento global destrói o gelo nos polos, este gelo constitui a maior reserva de água do planeta Terra.

2. Estabeleça as premissas que são necessárias para retirar as seguintes conclusões:

a) Os filósofos são lógicos.
b) Quem estuda passa de ano.
c) Há dirigentes desportivos corruptos.
d) Picasso não é copiador.