2. Breve resumo do assunto
e da problemática que o texto trata.
3. Salientar o problema ou
problemas levantados.
4. Esclarecer a resposta a
esses problemas e os argumentos que a defendem
5. Análise crítica.
6. Conclusão
“Pascal fez uma análise
pormenorizada dos prós e dos contras do dever para com Deus como se
estivesse a calcular matematicamente a sensatez de uma aposta.
A sua grande inovação foi o método de pesar estes prós e contras, um conceito a que se dá hoje o nome de esperança matemática.
A
esperança matemática é um importante conceito, não só nos jogos de azar
como na tomada de decisões. Com efeito, a aposta de Pascal é muitas
vezes considerada a fundação da disciplina matemática da teoria dos
jogos, o estudo quantitativo das estratégias de decisão óptimas nos
jogos.
O raciocínio de Pascal era o seguinte.
Admitamos que não sabemos se Deus existe ou não, e, por conseguinte,
atribuamos uma probabilidade de 50% para cada uma das proposições. Como
pesar esta probabilidade na decisão de levar ou não uma vida piedosa? Se
vivermos piedosamente e Deus existir, argumentava Pascal, o nosso ganho
– a felicidade eterna – é infinito. Se, por outro lado, Deus não
existir, a nossa perda, ou lucro negativo, é pequena – os sacrifícios da
piedade. E, para pesar estes possíveis ganhos e perdas, Pascal propunha
que se multiplicasse a probabilidade de cada resultado possível pela
sua recompensa e se somasse tudo, formando uma espécie de recompensa
média ou esperada. Por outras palavras, a esperança matemática do nosso
lucro com a piedade é metade de infinito (o ganho se Deus existir) menos
metade de um número pequeno (a nossa perda se Ele não existir). Pascal
sabia o suficiente sobre o infinito para saber que a resposta deste
cálculo era infinito, pelo que o lucro esperado com a piedade é
infinitamente positivo. E assim, concluiu Pascal, qualquer pessoa
sensata deve seguir as leis de Deus. Hoje, chama-se a este argumento a
aposta de Pascal.”
Leonard Mlodinow, O Passeio do Bêbado, Editorial Bizâncio, Lisboa, 2009, pág. 92.
Retirado do blogue "Dúvida metódica"
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