sábado, 17 de fevereiro de 2024

Texto para resumo Luca 11A e Maria Clara 11I

 


Rudolf Carnap (1966) argumentou contra as teorias das forças vitais na biologia devido ao fato de não fazerem previsões definidas e precisas, e muitas pessoas afirmam que a relatividade geral e/ou a eletrodinâmica quântica são as teorias científicas mais bem-sucedidas de todos os tempos, não apenas porque fazem previsões muito precisas, mas também porque foram confirmadas experimentalmente. O sucesso previsível original e preciso é uma diferença crucial entre a ciência e a pseudociência, mas isso é muitas vezes negligenciado devido à ênfase dada à falsificabilidade. A pseudociência pode ser caracterizada negativamente na medida em que não faz previsões precisas e cuidadosas, enquanto a ciência no geral o faz. O ponto é que este critério levanta problemas a algumas áreas das ciências sociais e da física teórica.

É importante distinguir frases que fazem afirmações factuais sobre o mundo das que não o fazem. Tanto quem fala treta como quem faz pseudociência produz frases com a intenção de convencer a sua audiência de que alguma afirmação factual está sendo feita, quando na realidade não está. Por exemplo, um político, ao lhe ser perguntado como alcançará um certo objetivo à luz de uma dada crítica, pode responder: “o importante é assegurar que, seguindo adiante, criemos processos robustos que entregarão os serviços que o povo corretamente espera serem da melhor qualidade, e é por isso que dei passos no sentido de garantir que as nossas políticas responderão às necessidades existentes”. Ele é bem-sucedido em usar o tempo disponível, utiliza o seu tom de voz e a sua expressão facial para passar uma impressão possivelmente falsa dos seus estados afetivos e valores, e acaba não dizendo nada (ou ao menos nada além das banalidades esperadas). A função deste tipo de treta, como diz Frankfurt, não é originar crenças na audiência, pelo menos crenças sobre o assunto em questão, mas antes provocar crenças sobre o próprio político e os seus bons serviços.

James Ladyman, Filosofia da pseudociência


 

Nenhum comentário: