Filosofia – 11.º ano
Proposta
de resolução
Guião de
análise do documentário “Why Beauty Matters?”
Trabalho de pares ou individual
1. Pintura, poesia e música (ou arquitetura, escultura, teatro,
cinema, etc.).
3. Duchamp pôs em causa duas ideias: i) a arte como um meio para transmitir a beleza ou outros valores
espirituais e ii) o artista como alguém
que tem de possuir, além da criatividade, várias aptidões e técnicas para que
as suas obras possuam, por exemplo no caso da pintura, certas características
visuais.
Em alternativa, Duchamp defende que o mais importante é a
originalidade e esta não requer habilidades especiais. O objetivo do artista
deve ser captar a atenção e a imaginação do espectador através de qualquer meio
ou artefacto.
A atividade artística é uma entre muitas outras que os seres
humanos desenvolvem, não tem um estatuto mais elevado e a sua função é mostrar
a realidade tal como ela é, mesmo que por vezes possa ser feia, caótica,
perturbadora ou chocante.
4. 4.1 Dois exemplos (entre outros que se encontram no documentário)
são:
Fig.1
– Artist´s shit, de Piero Manzoni.
Fig. 2 – Equivalent
VII, de Carl Andre.
4.2 De
acordo com essa conceção é arte, qualquer artefacto (criado ou não pelo
artista) que seja reconhecido por alguém do meio artístico (galeristas,
críticos de arte ou artistas, por exemplo) pode ser arte.
5. 5.1. Justifica dizendo que é pelo
facto de ela, enquanto artista, considerar este objeto
como uma obra de arte.
5.2. Na teoria institucional e na teoria histórica.
6.
6.1. A crítica é que a arte
concetual contribuiu para o descrédito da arte e a desvalorização da beleza.
6.2. A resposta à crítica de Roger Scruton é
que não nos devemos preocupar com o que a arte deve ser. São as pessoas ligadas
ao meio artístico (o mundo da arte, na linguagem da teoria institucional) que
definem o que é arte e o que não é. Deste modo, a noção de arte torna-se mais abrangente,
permitindo que se passe a incluir coisas que antes não eram consideradas como
arte e a apreciar como sendo belas coisas que se pensava não serem.
7. A tese é: qualquer ideia pode ser bela desde que
leve as pessoas a pensar / qualquer coisa pode ser arte desde que leve as
pessoas a pensar.
8.
Três
cenários possíveis de resposta:
·
Os
defensores da arte concetual têm razão: qualquer coisa pode ser arte desde que
seja original e leve as pessoas a pensar. O artista não deve cultivar ou
procurar a beleza mas mostrar o mundo tal como ele é, imperfeito e caótico, e
não um mundo ideal.
·
O filósofo
Roger Scruton tem razão: a arte concetual esgota-se na descrição verbal e põe
em causa a criatividade, o conhecimento e o engenho. Ora, desvalorizar a
beleza, substituí-la pelo feio ou pelo útil, conduz a um deserto espiritual, à
desolação e à alienação. A beleza das obras de arte é um escape ideal, um lugar
onde o ser humano pode encontrar consolação e harmonia no meio do caos e do
sofrimento, pois faz-nos ter a experiência de que existe algo superior que tem
valor em si e está fora da vida quotidiana.
·
Nenhum
deles tem razão: pode-se discordar da posição do filósofo Roger Scruton e
também da posição dos defensores da arte concetual, desde que se apresentem
objeções e contraexemplos às teses e aos argumentos que ambos utilizam para
sustentar os seus pontos de vista.
2 comentários:
Cara colega, o facto de ter colocado esta proposta de correção, fomenta o espírito de fraude que, infelizmente, já é habitual. Gosto de passar este documentário e habitualmente dou o guião, mas este ano alguns dos meus alunos descobriram o guião e a facilidade superou o empenho.
Percebo a sua frustração no entanto mostrar sempre a mesma obra não é muito bom, sendo que conhecidos que vizualizaram a obra e responderam ao mesmo podem passar as respostas aos alunos em questão.
Muitos comprimentos Uma pessoaCulta
Postar um comentário