quinta-feira, 21 de maio de 2020

Correção do exercício sobre o documentário “Why Beauty Matters?”


Filosofia – 11.º ano
Proposta de resolução
Guião de análise do documentário “Why Beauty Matters?”


Trabalho de pares ou individual

1.    Pintura, poesia e música (ou arquitetura, escultura, teatro, cinema, etc.).



3.    Duchamp pôs em causa duas ideias: i) a arte como um meio para transmitir a beleza ou outros valores espirituais e ii) o artista como alguém que tem de possuir, além da criatividade, várias aptidões e técnicas para que as suas obras possuam, por exemplo no caso da pintura, certas características visuais.
Em alternativa, Duchamp defende que o mais importante é a originalidade e esta não requer habilidades especiais. O objetivo do artista deve ser captar a atenção e a imaginação do espectador através de qualquer meio ou artefacto.
A atividade artística é uma entre muitas outras que os seres humanos desenvolvem, não tem um estatuto mais elevado e a sua função é mostrar a realidade tal como ela é, mesmo que por vezes possa ser feia, caótica, perturbadora ou chocante.

4.    4.1 Dois exemplos (entre outros que se encontram no documentário) são:
    

Fig.1 – Artist´s shit, de Piero Manzoni.


     
Fig. 2 –  Equivalent VII, de Carl Andre.


4.2 De acordo com essa conceção é arte, qualquer artefacto (criado ou não pelo artista) que seja reconhecido por alguém do meio artístico (galeristas, críticos de arte ou artistas, por exemplo) pode ser arte.

5.    5.1. Justifica dizendo que é pelo facto de ela, enquanto artista, considerar este objeto como uma obra de arte.
5.2. Na teoria institucional e na teoria histórica.

6.    6.1. A crítica é que a arte concetual contribuiu para o descrédito da arte e a desvalorização da beleza.
6.2. A resposta à crítica de Roger Scruton é que não nos devemos preocupar com o que a arte deve ser. São as pessoas ligadas ao meio artístico (o mundo da arte, na linguagem da teoria institucional) que definem o que é arte e o que não é. Deste modo, a noção de arte torna-se mais abrangente, permitindo que se passe a incluir coisas que antes não eram consideradas como arte e a apreciar como sendo belas coisas que se pensava não serem.

7.    A tese é: qualquer ideia pode ser bela desde que leve as pessoas a pensar / qualquer coisa pode ser arte desde que leve as pessoas a pensar.

8.    Três cenários possíveis de resposta:

·                   Os defensores da arte concetual têm razão: qualquer coisa pode ser arte desde que seja original e leve as pessoas a pensar. O artista não deve cultivar ou procurar a beleza mas mostrar o mundo tal como ele é, imperfeito e caótico, e não um mundo ideal. 

·                   O filósofo Roger Scruton tem razão: a arte concetual esgota-se na descrição verbal e põe em causa a criatividade, o conhecimento e o engenho. Ora, desvalorizar a beleza, substituí-la pelo feio ou pelo útil, conduz a um deserto espiritual, à desolação e à alienação. A beleza das obras de arte é um escape ideal, um lugar onde o ser humano pode encontrar consolação e harmonia no meio do caos e do sofrimento, pois faz-nos ter a experiência de que existe algo superior que tem valor em si e está fora da vida quotidiana.

·                   Nenhum deles tem razão: pode-se discordar da posição do filósofo Roger Scruton e também da posição dos defensores da arte concetual, desde que se apresentem objeções e contraexemplos às teses e aos argumentos que ambos utilizam para sustentar os seus pontos de vista.

2 comentários:

Unknown disse...

Cara colega, o facto de ter colocado esta proposta de correção, fomenta o espírito de fraude que, infelizmente, já é habitual. Gosto de passar este documentário e habitualmente dou o guião, mas este ano alguns dos meus alunos descobriram o guião e a facilidade superou o empenho.

Yesn't disse...

Percebo a sua frustração no entanto mostrar sempre a mesma obra não é muito bom, sendo que conhecidos que vizualizaram a obra e responderam ao mesmo podem passar as respostas aos alunos em questão.
Muitos comprimentos Uma pessoaCulta