1. Aprese.ntação do autor (Kierkegaard) -Biografia
2. Breve resumo do assunto e da problemática que o texto trata.
3. Salientar o problema ou problemas levantados.
4. Esclarecer a resposta a esses problemas e os argumentos que a defendem
5. Análise crítica.
6. Conclusão
Um salto no escuro
Segundo Soren Kierkegaard, a religião não é um sistema filosófico, e por isso não deveríamos avaliar a fé religiosa de maneira filosófica. A verdadeira fé caracteriza-se por um compromisso apaixonado; a crença formada “objetivamente”, portanto, pode não ter impacto na nossa vida.
A fé não é só questão daquilo em que acreditamos, mas de como acreditamos. O compromisso que a caracteriza requer uma decisão – um “salto” no desconhecido. Não é um ato intelectual. Na verdade, esse salto requer incerteza objetiva. Embora descreva a fé como “incompreensível”, Kierkegaard afirma também que a razão – caso ela reconheça seus limites – pode ajudar a entender o compromisso que assumimos na fé. Ele observou que “não podemos acreditar no absurdo contra o entendimento, porque o entendimento perceberá argutamente que isso é absurdo e impedir-nos-á de acreditarmos nele”.
Em outras palavras, a fé religiosa é incompreensível por estar além dos limites da razão. Mas a razão é capaz de reconhecer que tem limites, e também que a fé poderia se situar legitimamente fora deles. Para chegar à fé, temos de dar o salto. Se a fé fosse inteiramente insensata, diz Kierkegaard, isso inibiria a nossa capacidade de saltar. Mas ela não o é. Há um risco envolvido em dar o salto, mas ele não é inteiramente irracional.
O equilíbrio das evidências
Kierkegaard e William James consideram a razão limitada: há questões que ela não pode responder. A razão pode reconhecer os seus limites e ver que a fé pode justificar-se quando a primeira é limitada. Nenhum dos dois rejeita a razão per se, mas a ideia de que ela pode decidir em todas as questões de verdade, e repudiam a ideia de que todas as crenças se deveriam basear apenas nas evidências disponíveis.
Mas é verdade que razão e as evidências são incapazes de resolver a questão da existência de Deus? Para muitos filósofos, o problema do mal [se Deus é descrito como perfeitamente bom, omnipotente e omnisciente, porque existe o mal?] fornece um argumento racional esmagador contra a existência de Deus (embora admitindo, claro, que a razão tem os seus limites). E se a fé não vai além da razão, eles acreditam também que a defesa de um Deus todo-poderoso e todo-misericordioso é fraca.
Kierkegaard e James crêem que, como a fé não é insensata, um salto de fé pode ser dado. Eles supõem que a crença em Deus não é insensata como a crença em fadas e duendes, por exemplo. Mas talvez estejam errados. Talvez a fé seja muito insensata. Em face das objeções que parecem mostrar que a crença em Deus é claramente irracional, cabe a quem insiste no contrário apresentar argumentos que sustentem essa modesta posição. Repetir que a crença exige um salto de fé não resolve esse problema.
Os limites da razão
Basear a crença na razão e nas evidências seria assim tão simples? Considere essas possibilidades:
1. Que acreditar em Deus seja tão racional quanto não acreditar (as evidências em ambos os casos equilibram-se com exatidão).
2. Que não podemos saber como as evidências se equilibram.
3. Que a nossa crença precisa ser mais segura do que as evidências o permitem (em qualquer sentido), de modo que deveríamos considerar também outras questões.
Para alguns fideístas (...) a razão não pode decidir se devemos crer em Deus, mas isso não significa que não tenhamos nenhuma razão para crer.
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