O que é a arte?
Definir a Arte é uma das questões mais complicadas para a Filosofia.
Uma definição absoluta ou de caráter universal da Arte é o que os
pensadores da Estética e da Filosofia da Arte vêm tentando desenvolver,
porque isso implica, também, numa possível essência da Arte, a qual foi
questionada bastante pelo filósofo Immanuel Kant.
A falta dessa definição pode inviabilizar o que pode ser Arte ou não e
o que pode ser uma boa Arte ou não. Implicará também quais métodos
seguir para ser um artista de fato. É a tentativa de formalizar os
trabalhos artísticos.
E se já possui como “costume intelectual” um pensamento que, ao
passar do tempo e com a experiência de gerações e mais gerações, a
partir de uma definição sobre um determinado objeto de estudo, este vai
se tornando mais sólido e mais claro, como um axioma à lá
cartesiano, no sentido de que seria um instrumento que bem manejado
levaria o homem à verdade ou, pelo menos, à aceitação de um conceito
universal, na Arte isso tudo se inverte, pois uma teoria realmente
aceitável sobre ela demonstra estar cada vez mais longe se comparando no
tempo de Platão. A cada momento, a cada movimento artístico, novas
teorias são criadas e se distanciam do que se esperava ser a Arte.
Seguindo essa lógica, não é fácil encontrar uma teoria correta da
Arte, como se fosse encontrar uma teoria correta da Física, como a
Relatividade de Albert Einstein. Não que a Relatividade seja fácil de
ser encontrada, mas que ao passar do tempo ela se solidifica, se
complementa com novos estudos ou persiste por muito tempo antes de ser
derrubada por outra conjectura, o que não acontece normalmente no mundo
artístico, pois sempre há insuficiência das teorias neste mundo.
Porém, essa toda dificuldade de definir a arte é devido ao uso de uma
lógica predominantemente ocidental. Weitz (1956, p.2) diz que “a arte,
tal como a lógica do conceito mostra, não tem nenhum conjunto de
propriedades necessárias e suficientes; logo, uma teoria acerca dela é
logicamente impossível e não apenas factualmente impossível”. Ou seja, a
lógica predominante, a razão ocidental, não pode criticar a arte
diretamente, pois a sua linguagem é conceitual e a linguagem artística
não é conceitual. A experiência artística é transgressiva com a
linguagem conceitual, onde esta linguagem é característica da lógica
formal ou da razão dominante ocidental.
Weitz (1956, p.2) diz que “a teoria estética -- toda ela -- está
errada em princípio ao pensar que uma teoria correta é possível uma vez
que adultera radicalmente a lógica do conceito de arte. É falsa a sua
principal contenda de que a 'arte' é susceptível de uma definição real
ou de outro tipo de definição verdadeira”.
A arte, tal como a lógica do conceito mostra, não tem nenhum conjunto
de propriedades necessárias e suficientes; logo, uma teoria acerca dela
é logicamente impossível e não apenas factualmente impossível.
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